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As notícias científicas mais importantes de 2019

Por| 26 de Dezembro de 2019 às 16h02

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Rakicevic Nenad/Pexels
Rakicevic Nenad/Pexels

Nesta reta final de 2019, já podemos dizer que este foi um ano repleto de descobertas científicas e acontecimentos importantes neste universo — literalmente. Momentos históricos na exploração espacial e avanços relevantes na saúde marcaram o noticiário deste ano que chega ao fim, e o Canaltech revisitou tudo o que noticiamos na ciência e na astronomia ao longo de 2019, preparando esta matéria com as notícias científicas mais importantes deste que foi o ano em que a Tabela Periódica completou 150 primaveras — também sendo o ano recordista no registro de asteroides passando próximos à Terra.

Deixamos de lado desta seleção alguns #fails que tomaram conta do noticiário internacional, como os fracassos de pouso na Lua por parte de uma startup israelense e da agência espacial indiana, bem como contratempos e incidentes enfrentados com foguetes e naves da SpaceX e da Boeing, e também pulamos problemas com os quais a NASA teve que lidar, como defeito em instrumentos presentes em Marte e até mesmo o primeiro crime cometido no espaço por uma astronauta na Estação Espacial Internacional. É que esses "flops" serão abordados em outra matéria, esta sim que reunirá os maiores fracassos científicos do ano.

As notícias científicas mais importantes de janeiro de 2019

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New Horizons desvendando novos horizontes

A sonda New Horizons, da NASA, que estudou Plutão e suas luas em 2015, não "morreu" com o fim daquela missão. Ainda funcional e disposta a continuar trabalhando, a nave sobrevoou o objeto transnetuniano 2014 MU69, à época apelidado de Ultima Thule, no primeiro dia de janeiro de 2019.

A breve passagem pelo até então misterioso objeto de formato peculiar (mais ou menos como um boneco de neve) rendeu uma imensidão de dados, que vêm sendo analisados e divulgados ao longo do ano — e ainda vão render muita informação até setembro de 2020, pois, segundo a NASA, todos os dados coletados durante o sobrevoo levariam até 20 meses para terminar de chegar à Terra.

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Descoberto em 2014, o objeto fica no Cinturão de Kuiper a 6,4 bilhões de km e é remanescente da formação do Sistema Solar, tornando-se, graças à New Horizons, o corpo celeste mais distante já explorado por uma sonda construída por humanos. No final deste ano, a União Astronômica Internacional decidiu rebatizar o agora melhor compreendido objeto, ganhando o novo apelido de Arrokoth.

China e seu pouso histórico no lado afastado da Lua

Também em janeiro, vimos a China fazer história com a chegada da Chang'e 4 ao lado afastado da Lua — aquele que nunca conseguimos ver daqui da Terra. O país foi o primeiro a realizar este feito; o outro lado lunar somente havia sido observado, até então, por meio de sondas e naves orbitais.

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A missão levou para lá um módulo estacionário e um rover chamado Yutu-2, além de um satélite de retransmissão para permitir a comunicação dos instrumentos na superfície com a Terra. Desde então, os chineses vêm somando conquistas nesta missão, estudando a geologia do lado mais distante da Lua, aprendendo mais sobre suas condições, e estudando a viabilidade de, em um futuro não muito distante, construirmos uma base fixa na Lua. A Chang'e 4 segue em operação, ainda sem data para acabar.

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"Novo" hominídeo descoberto com inteligência artificial

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A IA proporcionou uma descoberta que nos permite entender ainda melhor a história do Homem: uma espécie desconhecida de hominídeo pré-histórico foi identificada. Marcadores genéticos em asiáticos foram analisados, com a IA indicando a existência de um humanoide híbrido que teria sido resultado do cruzamento entre neandertais e denisovanos — híbrido este que cruzou com o Homem moderno há milhares de anos, saindo da África em direção ao continente asiático. A espécie não catalogada até então já era objeto de teorias na ciência, mas foi somente com o advento do aprendizado de máquina que foi possível confirmá-la factualmente.

As notícias científicas mais importantes de fevereiro de 2019

Adeus, Opportunity, e obrigado por tudo!

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Depois de 15 anos em Marte, em fevereiro chegou a hora de dizermos adeus ao rover Opportunity. Depois de oito meses tentando contato com o veículo, sem sucesso, a NASA declarou sua "morte" — em junho de 2018, uma intensa tempestade de poeira recobriu a superfície marciana, impedindo a chegada de raios solares por vários meses e fazendo com que o rover não conseguisse mais alimentar seus painéis de energia solar.

"Minha bateria está fraca e está escurecendo" foi a última mensagem enviada pelo Opportunity, quando ainda tentava sobreviver em meio à escuridão e a temperaturas congelantes de até -40ºC Em 15 anos, o Opportunity andou por mais de 45 km e tirou mais de 20 mil fotos de Marte.

"Touchdown" em asteroide e coleta de amostras

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Os japoneses também entraram para a história da exploração espacial neste ano! Em fevereiro, a sonda Hayabusa 2 tocou pela primeira vez a superfície do asteroide Ryugu, a cerca de 290 milhões de quilômetros da Terra. Meses depois, chegou a ver de começar a fazer disparos contra a superfície para abrir uma cratera no objeto, além de, literalmente, levantar poeira, para a coleta de amostras que serão trazidas à Terra em 2020.

As notícias científicas mais importantes de março de 2019

Cura da AIDS a caminho?

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Março chegou com a notícia bombástica de que um novo tratamento pode ter curado um segundo paciente de HIV, sendo que um terceiro paciente da doença teria sido curado no mesmo mês. Eles receberam um tratamento experimental envolvendo transplante de medula óssea e, depois disso, não apresentaram mais traços do vírus, mesmo parando de tomar os medicamentos retrovirais. Contudo, ainda não foi decretada a "cura da AIDS" por conta disso: os pacientes continuam em observação para que os médicos garantam que o vírus foi mesmo eliminado, e não tenham ficado apenas em estado de remissão, sem ser detectados por um tempo.

Em ratos, a coisa está mais avançada: em julho, cientistas conseguiram eliminar completamente o vírus HIV nesses animais, graças ao uso conjunto de técnicas de alteração genética e tratamento antirretroviral.

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Índia destrói satélite em órbita e causa polêmica

A polêmica do mês (que se estendeu ao longo do ano, por sinal), ficou com a Índia e seu teste ASAT (anti-satélite). O país lançou um míssil em direção a um satélite na órbita da Terra, destruindo-o completamente e, por isso, se autointitulando uma potência espacial e deixando EUA, Rússia e China "de cabelo em pé".

Por que a ação foi polêmica? Bom, além de mostrar que tem tecnologias capazes de destruir objetos no ambiente espacial, a Índia, com isso, produziu uma imensidão de detritos na órbita da Terra, com milhares de pedaços do satélite flutuando em diferentes altitudes — com o potencial de colidir com naves, satélites e com a Estação Espacial Internacional, o que pode colocar a vida de astronautas em risco, inclusive.

O satélite foi destruído a 300 km de altitude, sendo que a ISS fica a 400 km, e detritos foram, sim, lançados para cima. Tanto o Departamento de Defesa dos EUA quanto a própria NASA monitoraram os detritos que foram possíveis de identificar, movendo-se a cerca de 28 mil km por hora — algo dez vezes mais veloz do que o tiro de uma arma de fogo. Análises iniciais previram que detritos do satélite destruído poderiam permanecer em órbita por mais ou menos um ano e, em agosto, foi confirmado que pelo menos 50 pedaços ainda estavam na órbita do planeta.

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As notícias científicas mais importantes de abril de 2019

A primeira imagem real de um buraco negro

Abril nos presenteou com esta que é possível declarar a notícia científica mais importante do ano: a revelação da primeira imagem real de um buraco negro. A façanha foi possível por meio do louvável trabalho do Event Horizon Telescope (EHT), que conecta radiotelescópios ao redor do mundo inteiro para criar um telescópio virtual gigantesco, do tamanho da Terra, a fim de gerar potência suficiente para visualizar a área ao redor de um buraco negro — que se chama horizonte de eventos.

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O projeto observou dois buracos negros supermassivos com extensos horizontes de eventos: o Sagittarius A* (que fica no centro da Via Láctea) e o buraco negro no coração da galáxia M87 — este foi foi fotografado. Ele fica a 55 milhões de anos-luz da Terra e tem massa 6,5 bilhões de vezes a do Sol. Como não é possível ver um buraco negro, porque sua massa absurda gera uma força gravitacional tão forte que nada escapa dali (nem mesmo a luz), a ideia do EHT foi fazer este trabalho monumental para registrar a "sombra" dele. Seu horizonte de eventos mede pouco menos de 40 bilhões de quilômetros de diâmetro e foi lindamente registrado em uma imagem que entrou para a história — ainda que borrada.

A imagem levou dois anos para ser elaborada e o esforço envolveu 200 cientistas de 20 países. A foto, por sinal, foi mais uma comprovação de que Albert Einstein estava certo, pois reforça a coerência da Teoria da Relatividade Geral. Buracos negros foram previstos pelo físico há 100 anos e, agora, temos a comprovação visual de que eles realmente existem.

Imprimindo em 3D o primeiro coração vascularizado do mundo

Enquanto ainda nos admirávamos com a foto do buraco negro, a ciência proporcionou outro marco histórico: a impressão em 3D do primeiro coração vascularizado do mundo. O órgão foi criado a partir de células e de material biológico do próprio paciente, e o resultado foi um coração repleto de células, vasos sanguíneos, ventrículos e câmaras. Desde então, os cientistas vêm trabalhando na evolução deste projeto, tentando ensinar aos corações impressos como se comportar como órgãos humanos. Transplantes em animais são necessários primeiro, para só depois a aplicação em humanos ser autorizada, mas a equipe envolvida espera que impressoras de órgãos estejam presentes nos melhores hospitais do mundo dentro de 10 anos.

As notícias científicas mais importantes de maio de 2019

Nova definição do quilograma, do ampere, do mol e do Kelvin

Em maio, o quilograma físico deixou de existir, e as definições do ampere, do mol e do Kelvin também foram atualizadas. Mas, calma, que isso não é a mesma coisa de dizer que "o quilograma deixou de existir"; na prática, nada muda para nós.

Explicando: o que mudou foi a maneira de definir o que é exatamente um quilograma. Antes, a unidade de massa era calculada com base em um artefato físico chamado "Protótipo Internacional do Quilograma" e, com a mudança, o quilograma passou a ser definido pela constante de Planck — número relativo à menor quantidade de energia possível. Ou seja, o quilograma deixa de ser medido com base em um objeto e passa a ser calculado com base em uma constante da natureza, algo muito mais confiável e preciso. É que o objeto em questão vinha variando de massa, provavelmente por conta de contaminações, então a ideia de redefinir o quilograma usando uma constante natural resolve o problema.

Programa Artemis e o retorno da humanidade à Lua

E, enfim, a NASA oficializou o retorno da humanidade à Lua nomeando o novo programa lunar como Artemis. Ainda, a agência espacial revelou que a próxima pessoa a pisar em nosso satélite natural será uma mulher, e garantiu que isso vai acontecer em 2024 — não mais em 2028, como o planejado anteriormente.

O novo programa lunar é de suma importância, ainda, para os planos de a humanidade chegar a marte. A NASA criou o programa Moon to Mars justamente prevendo a Lua como um pit-stop para as futuras viagens rumo ao Planeta Vermelho — e parte desta estratégia conta com a criação de uma estação espacial na órbita da Lua, chamada de Gateway.

Constelação de satélites Starlink é iniciada — e rende polêmicas

A SpaceX começou a lançar sua constelação de satélites Starlink em maio , com as primeiras 60 unidades chegando à órbita terrestre. Em novembro, mais 60 foram lançadas — e essa quantidade já começou a atrapalhar observações do céu noturno a partir de telescópios terrestres.

O projeto visa lançar de 30 a 42 mil satélites para fornecer internet de alta velocidade a qualquer lugar do mundo, e Elon Musk, CEO da companhia, quer que isso comece a acontecer, ainda que apenas em algumas regiões inicialmente, já em 2020. Depois das reclamações de astrônomos mostrando imagens que provam o quanto os satélites atrapalham suas observações, a empresa revelou que vem trabalhando em um plano para revestir os objetos com uma espécie de tinta escura, fazendo com que os satélites reflitam menos luz solar e, assim, não se tornem inimigos da astronomia baseada em solo.

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As notícias científicas mais importantes de junho de 2019

Convertendo sangue tipo A em doador universal

O sangue tipo A é o segundo mais comum em humanos, mas o tipo O é o famoso "doador universal", sendo uma necessidade constante nos bancos de sangue por aí. Receber uma transfusão de sangue de um tipo incompatível com o seu pode resultar em morte e, por isso, a ciência vem trabalhando em formas de contornar o problema. Em junho, pesquisadores conseguiram converter o sangue tipo A em tipo O, algo que pode revolucionar a medicina — até porque a técnica empregada aqui é relativamente barata, com resultados promissores para o futuro próximo.

Cratera fresquinha em Marte

A sonda Mars Reconnaissance Orbiter, da NASA, fotografou uma nova cratera em Marte. Ela tem mais ou menos 16 metros de largura e é resultado de uma colisão ocorrida entre setembro de 2016 e fevereiro de 2019.

A rocha espacial responsável pela criação da nova cratera deve ter tido cerca de 1,5 metro de largura, apenas — pequena o suficiente para ser incinerada por uma atmosfera espessa, como a da Terra, caso ela caísse por aqui. Mas, como Marte tem uma atmosfera ínfima, o objeto acabou se chocando contra a superfície, rendendo uma nova cratera no Planeta Vermelho.

As notícias científicas mais importantes de julho de 2019

Cinquentenário da Apollo 11

Julho foi um mês de festa! É que no dia 16 daquele mês comemoramos os 50 anos do lançamento da lendária Apollo 11 — a missão da NASA que levou humanos pela primeira vez à superfície da Lua. Foi quando o astronauta Neil Armstrong proferiu as famosas palavras "é um passo pequeno para o Homem, mas um grande passo para a humanidade", assim que deixou sua primeira pegada no regolito lunar — o que aconteceu no dia 20 do mesmo mês em 1969.

Além de Armstrong, Buzz Aldrin também teve o privilégio de pisar na Lua, enquanto Michael Collins permaneceu no módulo de comando, na órbita lunar. A TV estadunidense fez transmissões ao vivo do momento histórico, que foram replicadas ao redor do mundo.

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As notícias científicas mais importantes de agosto de 2019

Curando o Ebola em 90% dos casos

Outro passo à frente dado pela medicina em 2019 aconteceu em agosto, quando cientistas declararam que, agora, é possível curar o Ebola em 90% dos casos. Testes realizados na República Democrática do Congo se mostraram eficazes não apenas no bloqueio do vírus, como também na eliminação completa da doença. Dessa maneira, agora podemos dizer que o Ebola é uma doença curável na maioria dos casos.

As notícias científicas mais importantes de setembro de 2019

Novo visitante interestelar passeando no Sistema Solar

Já em setembro, descobrimos um novo visitante interestelar em nosso quintal espacial: o cometa 2I/Borisov. O astrônomo amador Gennady Borisov foi quem avistou o objeto pela primeira vez e, desde então, o visitante vem sendo observado com afinco por cientistas de todo o mundo.

Em dezembro, ele fez sua máxima aproximação com o Sol, registrada pelo telescópio espacial Hubble. A observação revelou que o 2I/Borisov não tem mais de 975 metros de diâmetro, enquanto sua cauda imensa se estende por quase 160 km. Ele está fazendo sua máxima aproximação com a Terra agora no finalzinho de dezembro, a uma distância de 289 milhões de km e, depois disso, partirá rumo ao espaço interestelar — para nunca mais voltar.

Explode a "crise dos vapes"

Foi no mês de setembro que explodiu a "crise dos vapes", com centenas de casos registrados de pessoas doentes devido ao uso de cigarros eletrônicos. A doença pulmonar resultante deste uso até ganhou o nome de EVALI e, além de muitas internações também ocorreram dezenas de mortes.

Os sintomas envolvem coisas como dores intensas no peito, falta de ar e insuficiência respiratória aguda, e o progresso da doença é rápido. Amostras analisadas posteriormente revelaram que um dos principais vilões da "epidemia" é o acetato de vitamina E, presente em muitas essências à base de THC — o princípio ativo da maconha. Até novembro, mais de duas mil pessoas já haviam sido afetadas pela doença, com mais de 30 mortos registrados somente nos Estados Unidos.

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As notícias científicas mais importantes de outubro de 2019

20 novas luas descobertas ao redor de Saturno

Saturno é, agora, o planeta do Sistema Solar com o maior número de luas conhecidas, depois da descoberta de 20 novos satélites naturais ao seu redor. Até então, o recordista era Júpiter, com 79, sendo que Saturno, agora, tem 82. As nova luas, contudo, são bem pequenas, medindo cerca de 5 km de diâmetro.

Base de Alcântara a serviço dos EUA

Depois de concluírem as negociações em março, Brasil e Estados Unidos deram continuidade ao processo que liberará a Base de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, para uso por parte dos norte-americanos, com a Câmara aprovando o controverso Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) em outubro.

Controverso, pois o AST contém cláusulas que protegem as tecnologias norte-americanas a serem usadas em lançamentos de foguetes a partir do território brasileiro. Isso significa que o acesso ao local destinado aos estadunidenses não será liberado aos brasileiros, exceto a pessoas credenciadas pelos dois governos. Por outro lado, a parceria busca potencializar o uso do polo científico brasileiro, permitindo que nosso país tenha maior participação na indústria espacial internacional — aprovado pelo Senado, o acordo fará com que o Brasil ingresse em um mercado que, somente em 2017, movimentou cerca de US$ 3 bilhões em todo o mundo. A expectativa é que os lançamentos iniciem em 2021.

"Super Mouse" vive mais e resiste ao câncer

Criado em laboratório, um ratinho foi comparado ao Super Mouse — aquele pequeno herói dos desenhos animados criado nos anos 1940. É que o "super-rato" da vida real é capaz de resistir a diferentes tipos de câncer, além de viver 25% a mais do que os ratos comuns, e tudo isso sem usar nenhuma técnica de edição genética!

Isso foi possível criando telômeros especiais — envelopes protetores que mantêm os dados genéticos seguros. Quando células se dividem, os telômeros ficam mais curtos e pequenos pedaços dos cromossomos são perdidos. É isso o que vai causando o envelhecimento. Pesquisas indicavam que telômeros mais longos podiam levar a uma vida útil celular mais longa e, então, a pesquisa da vez conseguiu desenvolver telômeros hiperlongos. O resultado foi menos danos ao DNA durante o processo de envelhecimento, com o rato sendo também mais esbelto e apresentando níveis mais baixos de colesterol ruim.

As notícias científicas mais importantes de novembro de 2019

Declarada emergência climática global

Novembro chegou e, com ele, um alerta que não deve ser ignorado: a Terra está passando por uma emergência climática global. Um estudo envolvendo mais de 11 mil cientistas de 153 países alertou que estamos realmente vivendo uma crise climática, e usou como embasamento análises do aquecimento global, crescimento populacional, consumo de carne, gasto energético e perdas econômicas geradas por eventos climáticos extremos.

É consenso na comunidade científica que a queima de combustíveis fósseis e o uso de veículos movidos por esse tipo de combustível estão prejudicando gravemente o meio ambiente, tudo isso aliado à emissão de gases de efeito estufa que segue acontecendo em níveis alarmantes. Mas ainda não é tarde demais: pesquisadores dizem que a crise ainda tem solução caso o mundo todo se comprometa a adotar medidas como o uso de energia limpa, a proteção de ecossistemas como florestas e manguezais, o maior consumo de vegetais para reduzir o consumo de alimentos de origem animal, a redução do desperdício na produção de alimentos, e a estabilização do crescimento da população mundial.

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Minifígado funcional impresso em 3D por brasileiros

Inovação brazuca: cientistas brasileiros imprimiram em 3D um minifígado totalmente funcional. Pesquisadores da USP foram os responsáveis pela façanha, com o órgão em miniatura sendo capaz de exercer todas as funções de um fígado de verdade, incluindo produção de proteínas, secreção e armazenamento de substâncias. Tudo foi feito a partir de células sanguíneas humanas, e a invenção permite produzir tecido hepático em laboratório num período de apenas 90 dias. No futuro, isso pode viabilizar alternativas ao transplante de órgãos.

As notícias científicas mais importantes de dezembro de 2019

Mais polêmica com edição de genes em bebês

Em 2018, o cientista chinês He Jiankui escandalizou o mundo por ter alterado genes de duas bebês, gêmeas — sendo até mesmo preso por conta disso. Mas a polêmica não ficou no ano passado, repercutindo em questões éticas e até religiosas ao longo de 2019. E, em dezembro, a polêmica foi ressuscitada: é que as gêmeas editadas geneticamente podem sofrer mutações inesperadas por conta disso.

O cientista aplicou a técnica CRISPR de maneira inédita na história, tentando criar imunidade contra o vírus HIV nas crianças, quando ainda eram meros embriões. Após o nascimento das gêmeas, o MIT publicou em estudo que os resultados do experimento genético mostravam que a mutação teria sido mal-sucedida no sentido de que ainda não havia como comprovar que as bebês se tornaram resistentes ao HIV e, além disso, dados indicavam que as gêmeas estavam sofrendo mutações em outras partes de seu genoma — tornando as consequências imprevisíveis no longo prazo.

Oficialização da Força Espacial dos EUA

Ainda sem definir muito bem o que fará, na prática, a Força Espacial dos Estados Unidos foi oficializada em dezembro pelo presidente Donald Trump, ao assinar a NDAA — Lei de Autorização de Defesa Nacional. A Força Espacial agora é o sexto ramo das Força Armadas do país, e Trump declarou coisas como "o espaço é o mais novo domínio de combate no mundo" e "a superioridade americana no espaço é absolutamente vital".

Já para Mark Esper, secretário da Defesa do país, "devemos estar preparados como nação para proteger o espaço de ações hostis", garantindo, ainda, que a Força Espacial "ajudará a impedir agressões, defender interesses nacionais e superar potenciais adversários". Ou seja: o novo braço das Forças Armadas visa garantir a soberania dos EUA no ambiente espacial, mas ninguém deixa claro (nem mesmo a lei assinada) como isso acontecerá, exatamente — tampouco se a iniciativa abre precedentes para o início de combates militares também no espaço.

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