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O que é ciência, método científico e divulgação científica?

Por| 19 de Novembro de 2019 às 20h30

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Jumsoft/Envato
Jumsoft/Envato

Aristóteles definiu a ciência como um "conhecimento demonstrativo", ou seja, um tipo de conhecimento comprovado que pode ser expressado por meio de uma demonstração, com fundamento em observações, análises e experimentos considerando as mais diversas hipóteses sobre aquele assunto.

Mas, se alguém perguntar a você "o que é ciência?", talvez seja difícil pensar em uma resposta correta, rápida e objetiva. Afinal, ciência é um conceito complexo e, por isso, nesta matéria explicamos o que é ciência, como funciona o método científico, e qual a importância da divulgação científica para a sociedade.

O que é ciência?

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A palavra "ciência" vem do latim "scientia", que significa "conhecimento". Por isso é correto dizer que você "tomou ciência" quando tomou conhecimento de alguma coisa que aconteceu, de um fato.

No sentido mais específico da palavra, a ciência é aquele tipo de conhecimento que busca compreender verdades ou leis naturais para explicar o funcionamento das coisas e do universo em geral. É por isso que cientistas fazem observações, verificações, medições, análises e classificações, procurando entender os fatos e traduzi-los para uma linguagem estatística. E é aí que entra o método científico.

O que é método científico?

O método científico é, basicamente, um conjunto de regras para se realizar uma experiência, com o objetivo de produzir um novo conhecimento, além de corrigir conhecimentos pré-existentes. Essas regras são necessárias justamente para coibir a subjetividade, direcionando a pesquisa para a produção de conhecimentos válidos — em suma, científicos.

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Existem variados tipos de métodos científicos, seguindo distintas linhas de procedimento. Então, o pesquisador pode tomar diferentes caminhos para realizar um trabalho verdadeiramente preciso, como os abaixo:

  • Experimental: engloba os métodos hipotético-dedutivo, de observação e medição
  • Dialético: considera o constante movimento dos fenômenos históricos e sociais
  • Empírico-analítico: baseia-se na lógica empírica, diferenciando elementos de um fenômeno e revendo cada um deles individualmente
  • Histórico: relaciona o objeto ou fenômeno estudado às etapas pelas quais eles passam, em ordem cronológica

Normalmente, o método científico segue algumas etapas básicas para que o planejamento da pesquisa seja orientado. Não é algo mandatório, mas o comum é a seguinte ordem:

  1. Observação
  2. Elaboração do problema
  3. Levantamento de hipóteses
  4. Experimentação
  5. Análise dos resultados
  6. Conclusão
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A observação é a etapa em que se observa o objeto ou fenômeno para começar a elencar como eles se relacionam com a realidade (ou a natureza). Então, na etapa em que se elabora o problema, o pesquisador organiza questões sobre o que está sendo observado, reunindo perguntas essenciais cujas respostas guiarão o estudo. Depois, é a hora de levantar hipóteses, usando conhecimentos prévios para supor respostas aos problemas levantados — esta etapa é uma das mais críticas; afinal, hipóteses mal elaboradas comprometem as etapas subsequentes e, consequentemente, todo o resultado do estudo.

Já na etapa da experimentação, é a hora de realizar experimentos que confirmem as hipóteses levantadas, com a união de teoria e prática. A ideia aqui é responder todos os questionamentos para verificar todos os resultados levantados, o que chega ao passo seguinte, que é justamente o de análise de resultados. Aqui, o pesquisador checa se o material reunido é suficiente para explicar todos os problemas elaborados de acordo com as hipóteses iniciais. É justamente nesta etapa em que se decide se será necessário levantar novas hipóteses ou não.

Por fim, a conclusão: é aqui que o pesquisador, então, faz afirmações sobre o objeto ou fenômeno estudado, tudo embasado pelo progresso das etapas anteriores e sua coerência. As afirmações em questão são o que se chama de teorias. Então, somente quando as diferentes hipóteses e experimentos feitos no estudo trouxerem sempre o mesmo resultado, é que as teorias poderão ser consideradas como leis, cientificamente falando.

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E não podemos esquecer que, quando falamos em "ciência", não estamos falando apenas das ciências exatas ou biológicas— as ciências humanas também existem e tratam do comportamento do ser humano na sociedade. Contudo, nas ciências humanas nem sempre são usados os mesmos métodos das demais ciências, mas ainda assim mantêm o rigor do caráter científico em suas pesquisas e observações.

A importância da divulgação científica

Com o boom das redes sociais e da internet como um todo, a divulgação científica tem tido bastante destaque. Por um lado, é uma coisa boa: muito mais pessoas, hoje, têm acesso a conhecimentos científicos que, antes, acabavam restritos aos meios acadêmicos. Por outro lado, a qualidade e veracidade de informações disseminadas em redes sociais é motivo de preocupação — ainda mais em uma época em que as pessoas não se dão ao trabalho de checar o que recebem em grupos de WhatsApp e demais plataformas. Dessa maneira, ao mesmo tempo em que a ciência ganhou um palco bastante democrático para se espalhar por aí, também vê o crescimento de correntes de desinformação que, abraçadas pela população geral, se tornam perigosas — como é o caso do movimento antivacinas, por exemplo, ou da negação das mudanças climáticas.

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Por isso a difusão científica por parte da mídia é tão importante: o jornalismo tem justamente o papel de fazer checagem de fatos e informações, buscando a fonte de tal conhecimento para validá-las. A divulgação científica é o que transforma o discurso técnico em uma linguagem "palatável" para o público geral, fazendo com que qualquer pessoa, mesmo leiga, seja capaz de compreender o que está sendo divulgado.

E o Canaltech faz o seu papel: nossa editoria de ciência divulga, diariamente, as grandes notícias que impactam o meio científico, reunindo descobertas, estudos em andamento e tudo o que é importante para que os leitores fiquem por dentro do que está acontecendo no universo da ciência. Afinal, é vital que os pesquisadores dialoguem com a sociedade, mostrando suas pesquisas cujos resultados, muitas vezes, melhoram a vida das pessoas — e é preciso seriedade e comprometimento para levar essas informações ao público geral, ávido por inovações que mudam o mundo.

A ciência faz parte das nossas vidas de uma maneira mais íntima do que muitos imaginam, e ter acesso ao conhecimento científico é essencial para a construção de um mundo cada vez melhor.