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Nave japonesa pousa com sucesso no asteroide Ryugu e coletará amostras

Por| 21 de Fevereiro de 2019 às 21h10

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DLR
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Na noite desta quinta-feira (21), a sonda Hayabusa2 da JAXA (a agência espacial do Japão) pousou com sucesso no asteroide Ryugu. A nave foi lançada há pouco mais de 4 anos e encontrou seu alvo em junho do ano passado, com a data programada para a descida sendo o dia 22 de fevereiro — dada a diferença de fusos horários entre o Brasil e o Japão, o momento histórico aconteceu enquanto ainda era dia 21 por aqui.

Antes do início da descida à superfície, a Hayabusa2 estava pairando a cerca de 20 quilômetros do asteroide, e foi se aproximando gradativamente e enviando duas imagens por hora à JAXA, confirmando seu posicionamento. Mas como a transmissão de dados entre Ryugu e a Terra leva cerca de 20 minutos para chegar, não seria possível uma transmissão ao vivo — a agência espacial fez uma live, na verdade, mostrando a sala de controle com a leitura de telemetria e animações de computador (com base em dados reais) para que o público acompanhasse o momento:

Agora que está na superfície do asteroide, a nave vai disparar um projétil no solo de cascalho de Ryugu, para que detritos sejam liberados e, então, coletados. Em outro momento ao longo dos próximos meses, a Hayabusa2 usará explosivos para criar uma cratera de quase 2 metros de profundidade no asteroide, coletando rochas subterrâneas para somar às amostras coletadas na superfície. Depois, a sonda iniciará o processo de retorno à Terra em dezembro, carregando as amostras consigo para estudos em laboratório. Mas, antes disso, mais um pequeno robô será liberado para continuar explorando a superfície do asteroide — mais um, pois a missão já havia liberado outros robôs exploratórios em setembro e outubro do ano passado, que chegaram a nos enviar imagens sem precedentes da superfície do asteroide. O retorno da Hayabusa2 à Terra está programado para o final de 2020.

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Ryugu está a cerca de 290 milhões de quilômetros da Terra, e tem apenas cerca de 980 metros de diâmetro, orbitando o Sol a cada 16 meses. Estudar asteroides nos dá mais informações sobre a origem do Sistema Solar, pois esses objetos são remanescentes da formação do nosso sistema, o que aconteceu há aproximadamente 4,6 bilhões de anos.

A norte-americana NASA também vem estudando um asteroide com o mesmo objetivo de coletar amostras e aprender um pouco mais sobre como nosso sistema estelar se formou. A missão OSIRIS-REx chegou em dezembro ao asteroide Bennu, após uma jornada de dois anos, com previsão de retorno à Terra pra 2023. Juntas, as duas missões (da JAXA e da NASA) têm o potencial de fornecer uma visão ainda mais aprofundada sobre os primeiros anos do Sistema Solar, e de repente poederemos entender melhor como essa época catastrófica repleta de colisões cósmicas deve ter reunido os elementos necessários à vida que, de alguma forma, se concentraram aqui na Terra.

Muito do que sabemos hoje em dia sobre a formação do Sistema Solar vem de meteoritos que se chocaram contra a Terra desde que ela foi formada há 4,5 bilhões de anos, por meio de análises rigorosas de materiais e evidências geológicas. Então, missões como essas que estudam asteroides presencialmente fornecem outros insights, reunindo dados de medições científicas variadas, fotos e amostras físicas para estudo posterior aqui na Terra.

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Ryugu tem sua composição rica em carbono e parece ter uma fachada de pedras preciosas, sendo diferente de Bennu, ainda que este também seja rico em carbono. É possível que nesses pequenos objetos existam compostos orgânicos semelhantes aos que fizeram a vida surgir na Terra.

Fonte: The Verge