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Criado em laboratório, Super Mouse vive mais e resiste ao câncer

Por| 28 de Outubro de 2019 às 10h10

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The Next Web
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Os nostálgicos de plantão devem se lembrar do Super Mouse, o pequeno herói dos desenhos animados criado nos anos 1940. A paródia do Superman tinha uma força inacreditável e era praticamente indestrutível. Um pouco mais real, o "super-rato" criado pelos pesquisadores do Centro Nacional de Pesquisa do Câncer da Espanha é mais esbelto, resiste melhor a diferentes tipos de câncer e vive 25% mais que os ratos comuns. A descoberta pode, inclusive, impactar os humanos.

Surpreendentemente, a criação foi desenvolvida sem edição do genoma. Em vez de cortar e colar genes para criar um novo animal, os pesquisadores combinaram dois zigotos, células formadas após união dos gametas, e criaram uma quimera com uma característica específica: telômeros hiperlongos.

Descobertas

Os cientistas suspeitam há muito tempo que os telômeros, os envelopes protetores que mantêm os dados genéticos seguros, eram a chave do envelhecimento. Sempre que as células se dividem, os telômeros ficam mais curtos e são perdidos pequenos pedaços dos cromossomos. É como fazer uma cópia de uma cópia: eventualmente, as células perdem tanta informação que o processo de envelhecimento assume o controle.

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Pesquisas anteriores mostraram que os telômeros mais longos deveriam, teoricamente, levar a uma vida útil maior, mas até então só foram desenvolvidos ratos com telômeros alongados, diferentes dos "super-ratos" com telômeros hiperlongos.

"Observamos que eles possuem telômeros mais longos e menos danos ao DNA com o envelhecimento. São magros e mostram baixos níveis de colesterol e LDL, bem como maior tolerância à glicose e insulina. Também apresentam menor incidência de câncer e maior longevidade", afirmam os pesquisadores espanhóis.

Em um futuro ainda distante, esses experimentos poderiam prolongar as vidas humanas de forma significativa. Embora estejam a décadas de testes em humanos, há razões para acreditar que um pequeno empurrão da ciência poderia levar a evolução humana em direção a um mundo sem mortes, onde o câncer não exista mais.

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Publicados na Nature, os resultados também sugerem que não há uma seleção negativa para indivíduos com telômeros mais longos do que o normal em espécies. Portanto, pode-se imaginar que processos de seleção natural que favorecem indivíduos com telômeros mais longos, dentro de uma determinada espécie, devem potencialmente aumentar a longevidade das espécies.

Fonte: The Next Web