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Missões espaciais de 2022: Lua, órbita terrestre, James Webb e muito mais!

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Comfreak/Pixabay
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Começou mais um ano e as missões espaciais de 2022 são bastante empolgantes. Nos próximos meses, poderemos acompanhar o lançamento da primeira missão do programa Artemis, o primeiro teste de voo orbital do veículo Starship da SpaceX, e um robô europeu sendo enviado com destino a Marte. Mas a agenda espacial do ano tem muito mais!

O astro da vez — com o perdão pelo trocadilho — será a Lua, destino escolhido pela NASA e por empresas privadas para o envio de uma série de missões. Tem também muita expectativa pelos primeiros trabalhos científicos do telescópio espacial James Webb, lançado no final de dezembro.

Então, descubra quais missões espaciais farão de 2022 um ano bastante agitado para os entusiastas do assunto!

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Lançamento da Artemis I

No fim do ano passado, a NASA identificou alguns problemas nos motores do foguete Space Launch System (SLS) após instalar a cápsula Orion em seu topo. Como resultado, a agência espacial decidiu adiar o lançamento da missão Artemis I, a primeira do foguete e do programa Artemis. Antes destas anomalias, a estimativa era que o lançamento aconteceria em fevereiro de 2022, mas acabou adiado para março — ou depois.

Atualmente, o SLS está passando por testes no Kennedy Space Center. Se tudo correr bem nos procedimentos, haverá um novo teste para abastecer os tanques do foguete com propelente, como em um “ensaio” para o lançamento. Tudo dando certo, aí sim poderemos aguardar a divulgação de uma data exata para o lançamento e retorno da Artemis I.

Esta será a primeira missão não tripulada do programa, que visa levar novos astronautas à superfície lunar em 2025. Durante a missão, a cápsula Orion será lançada pelo SLS para orbitar a Lua sem ter astronautas a bordo, e deverá retornar à Terra após passar de quatro a seis semanas no espaço.

Outras missões lunares

Além da NASA, há uma série de agências espaciais planejando o envio de missões para a Lua. Uma delas é a JAXA, a agência espacial japonesa, que lançará o lander Smart Lander for Investigating the Moon (SLIM), uma demonstração de tecnologia para aprimorar a precisão de pousos. Esta será a primeira missão lunar lançada pela terra do Sol nascente e, durante a viagem, o país lançará a X-ray Imaging and Spectroscopy Mission, uma missão conjunta da JAXA e NASA.

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No fim do ano, haverá também a missão lunar Rashid, dos Emirados Árabes, que irá "de carona" junto do rover Hakuto-R, construído pela japonesa ispace. Já a ISRO, a agência espacial indiana, tentará um pouso lunar com a missão Chandrayaan 3, uma combinação de orbitador, lander e rover que teve lançamento adiado pela pandemia do coronavírus. Por fim, a Roscosmos, agência espacial da Rússia, planeja lançar a missão Luna 25 para pousar na cratera Boguslavsky, localizada no polo sul lunar. A Luna 25 deverá ser lançada em julho.

Vale lembrar também os pousos de missões lunares comerciais, realizadas através do programa Commercial Lunar Payload Services Program (CLPS). Uma delas é o módulo lunar Nova C, da Intuitive Machines, que deverá levar cinco cargas úteis da NASA à superfície lunar em abril, com a missão IM 1. Já a Astrobotic deverá lançar seu lander Peregrine, também com destino ao nosso satélite natural, no meio do ano.

Primeiro teste de voo orbital do Starship

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A SpaceX vem se preparando há alguns meses para um teste de voo orbital com o sistema Starship, formado pelo veículo homônimo e pelo propulsor Super Heavy. Elon Musk, CEO da empresa, havia comentado a possibilidade de o voo acontecer acontecer em novembro de 2021, prazo que acabou não se concretizando; depois, a SpaceX estimou que o lançamento aconteceria entre janeiro e fevereiro de 2022.

Independentemente das estimativas (sejam elas realistas ou não) feitas pela empresa, o maior problema é que a data não depende somente da SpaceX: para o voo, eles ainda precisam aguardar a conclusão de uma avaliação ambiental da Federal Aviation Administration (FAA), a agência regulatória de voos nos Estados Unidos, que não deverá ficar pronta até o fim de fevereiro. Por isso, ainda teremos que esperar mais um pouco até a SpaceX poder realizar o lançamento — o que talvez aconteça em março, logo após o fim da avaliação.

Quando tiver autorização para o voo, o Starship será lançado sem tripulação de Boca Chica, no sul do Texas. O veículo seguirá para completar uma volta ao redor da Terra e, ao fim do voo, retornará para uma reentrada controlada para pousar no Oceano Pacífico. No futuro, a SpaceX planeja usar o Starship para levar pessoas e cargas à órbita terrestre e destinos distantes, como a Lua, Marte e além.

Astronautas privados na ISS pela Axiom Space

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Foi durante o primeiro semestre de 2021 que a NASA e a empresa Axiom Space reafirmaram o compromisso para realizar, juntas, a primeira missão privada de astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS). A missão Axiom Mission 1 (Ax-1) será lançada com um foguete Falcon 9 rumo à ISS, sendo a primeira missão espacial realizada sem o apoio de agências espaciais estatais.

A Ax-1 está programada para ser lançada em fevereiro, levando os tripulantes Larry Connor, Mark Pathy e Eytan Stibbe junto de Michael López-Alegría, ex-astronauta da NASA. Eles vão viajar a bordo da cápsula Crew Dragon, também da SpaceX, e deverão ficar a bordo do laboratório orbital durante oito dias. Três dos membros da missão desembolsaram US$ 55 milhões para a viagem.

Já a Ax-2 contará com o comando de Peggy Whitson, astronauta veterana e uma das mais experientes da NASA. É possível que esta missão também seja lançada neste ano.

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Primeiros lançamentos dos foguetes Vulcan Centaur e New Glenn

A United Launch Alliance (ULA) vem trabalhando no foguete Vulcan Centaur, o sucessor dos veículos Atlas V e Delta IV. A ideia era que o lançamento do Vulcan Centaur acontecesse em 2021, mas acabou adiado para 2022 em função de problemas na cadeia de produção do lander Peregrine, que levará o rover japonês Yaoki e cápsulas com porções simbólicas de restos mortais como um memorial, levando também as cinzas do escritor Arthur C. Clarke.

Já a Blue Origin, empresa de Jeff Bezos, também sofreu com mudanças em seu cronograma e espera lançar o foguete New Glenn pela primeira vez até o fim do ano. O veículo leva o nome do astronauta John Glenn, do programa Mercury, e poderá enviar até 14 toneladas de cargas úteis à órbita geoestacionária.

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O New Glenn é parcialmente reutilizável e fará parte da frota de veículos de lançamentos comerciais da NASA. Em julho, foi revelado que a Blue Origin estava fazendo mudanças no projeto do foguete, para que o estágio superior fosse reutilizável. Assim, a empresa de Bezos ficaria mais competitiva no mercado de foguetes reutlizáveis, dominado pela SpaceX.

O novo teste de voo da cápsula Starliner

O segundo teste de voo da cápsula Starliner, da Boeing, ficou para este ano. Após alguns “sustos” com a missão Starliner Orbital Test Flight-1 (OFT-1) em 2019, a empresa lançaria a cápsula novamente em 2021, com destino à Estação Espacial Internacional. O lançamento aconteceria em agosto, mas os técnicos da Boeing identificaram anomalias nas válvulas da cápsula na véspera do lançamento.Como resultado, a missão foi adiada.

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Desde então, a empresa vem investigando o problema e buscando soluções para poder, enfim, lançar a Starliner. Mesmo sem ter uma data exata definida, a Boeing estima que a janela para uma nova tentativa de lançamento poderá se abrir em maio; contudo, vale destacar que este prazo depende do ritmo das modificações necessárias na cápsula.

Além disso, será preciso verificar também a programação dos demais veículos que estarão na estação no momento, já que a Starliner precisará de uma porta livre para se acoplar. Se a nave passar em seu teste de voo não tripulado, será o momento de a Boeing realizar uma missão tripulada com destino à ISS. Enquanto isso, dois astronautas que voariam a bordo da nave foram escalados para ir à ISS com a missão Crew-5, em parcia com a SpaceX.

A chegada da missão DART ao asteroide Dimorphos

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Em novembro, a NASA lançou a missão Double Asteroid Redirection Test (DART) com destino a Didymos, um sistema binário de asteroides composto por um corpo maior de mesmo nome e um menor chamado Dimorphos. É o objeto menor que receberá a visita da DART para testar a técnica de “impacto cinético”. Trata-se de um método em que a nave é usada para colidir contra a rocha desejada para, assim, tentar mudar sua órbita.

Dependendo de como se sair no mundo real, poderá ser uma opção valiosa para a defesa planetária. A viagem é longa, e a DART deverá alcançar o sistema entre setembro e outubro. Quando estiver lá, ela se chocará contra Dimorphos à velocidade de 6,6 km/s para tentar alterar sua velocidade orbital. Esta será a primeira missão de defesa planetária para testar métodos de desvio de asteroides.

Depois, em 2024, será a vez de a Agência Espacial Europeia (ESA) lançar a missão Hera, com destino ao sistema de asteorides para verificar os resultados do impacto. Ela poderá também ajudar os astrônoms a descobrirem mais sobre a dupla de rochas espaciais.

Lançamento da missão Psyche

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Entre julho e agosto, um foguete Falcon Heavy, da SpaceX, será lançado levando a missão Psyche, da NASA, com destino ao asteroide 16 Psyche. Trata-se de um asteroide metálico que orbita o Sol entre Sol e Júpiter, que parece ser o núcleo de um antigo planeta, descrição questionada por um estudo recente. Por outro lado, se este realmente for o caso, o objeto seria, portanto, uma "lembrança" do período de formação do Sistema Solar.

Assim, estudá-lo é uma forma de descobrir mais sobre a formação de planetas rochosos e da nossa vizinhança. A missão Psyche deverá chegar à rocha cerca de quatro anos depois, e deverá passar 21 meses mapeando sua órbita e estudando suas propriedades através de fotografias, análises de composição, coleta de medidas de sua estrutura interior e do campo magnético.

Uma nova missão para Marte

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Após o lançamento das missões da NASA, Emirados Árabes e China com destino a Marte, chegou o momento da Agência Espacial Europeia e Roscosmos fazerem o mesmo com a missão ExoMars, que tem lançamento programado para acontecer entre agosto e outubro. Trata-se de uma empreitada conjunta, que levará o rover Rosalind Franklin para procurar moléculas orgânicas e estudar as profundezas do planeta.

O rover é, na verdade, a segunda parte do programa ExoMars — a primeira envolveu o orbitador Trace Gas Orbiter e o lander Schiaparelli. Embora este tenha sido destruído ao tentar pousar, a TGO continua em excelentes condições, e irá dar apoio à comunicação do rover. Se tudo correr bem, o Rosalind Franklin pousará na superfície de Marte em 2023.

Tentativa de extrair água da Lua

A NASA fechou uma parceria com a empresa Intuitive Machines para a missão Polar Resources Ice Mining Experiment-1 (PRIME-1), que levará um robô equipado com uma broca para perfurar o gelo do polo sul. O instrumento será usado para extrair gelo de água do interior do nosso satélite natural, um recurso que a agência espacial precisará usar para levar astronautas à Lua novamente e estabelecer a presença humana sustentável por lá.

A Intuitive Machines lançará a PRIME-1 com o lander NOVA-C, parte do programa Commercial Lunar Payload Services, da NASA. O lançamento estava programado para acontecer no fim do ano passado, mas a SpaceX, a responsável pelo lançamento, decidiu adiá-lo para o início de 2022.

Avanços na nova estação espacial da China

Foi no ano passado que a China lançou o módulo Tianhe, o central da estação espacial Tiangong 3. Neste ano, o país deverá acrescentar os módulos Mengtian e Wentian, voltados para a realização de experimentos científicos em áreas diversas, como biotecnologia, física, microgravidade, entre outras. Quando estiver concluída, a Tiangong 3 terá instalações menores e mais leves que a Estação Espacial Internacional.

A China espera enviar trios de astronautas para lá continuamente por pelo menos uma década. Atualmente, as novas instalações contam com os astronautas da segunda missão chinesa realizada por lá, sendo que a primeira aconteceu entre junho e setembro do ano passado.

É certo que, em meio às tarefas que os taikonautas terão que cumprir, estão serviços de manutenção no telescópio espacial Xuntian. O instrumento será lançado em 2024, e terá um espelho com campo de visão 300 vezes mais amplo que aquele do telescópio Hubble.

O início das atividades do telescópio James Webb

Após décadas de desenvolvimento somadas a atrasos, o telescópio James Webb foi lançado no dia 25 de dezembro. Agora, ele segue viagem ao seu destino a 1,5 milhão de quilômetros da Terra, e terá que executar várias sequências delicadas de liberação de seus instrumentos, seguidas de testes para garantir que tudo está funcionando bem. Por isso, ainda deve demorar alguns meses até o Webb começar suas atividades.

Assim, a NASA espera que as operações científicas do novo observatório comecem somente no fim do verão deste ano nos Estados Unidos. Mesmo assim, valerá a pena esperar apenas um pouquinho mais: afinal, este é o maior e mais poderoso telescópio de ciência espacial já criado e lançado ao espaço, que poderá estudar as primeiras estrelas e galáxias do universo, exoplanetas e muito mais ao longo dos próximos anos.

De 2023 em diante

Embora ainda estejamos no início de 2022, já há bons motivos para ter expectativas para 2023. No ano que vem, a ESA planeja lançar a missão Jupiter Icy Moons Explorer (JUICE), que irá explorar Ganimedes, Calisto e Europa, as três maiores luas de Júpiter. Além disso, haverá também o pouso da ExoMars e o retorno das amostras do asteroide Bennu, coletadas pela sonda OSIRIS-REx em 2020.

Fonte: Via: Sky & Telescope, Space.com, Forbes, Mensageiro Sideral