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NASA lança missão DART para chocar uma nave com um asteroide em 2022

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Novembro de 2021 às 10h41

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Na madrugada desta quarta-feira (24), a NASA lançou a primeira missão que tentará desviar um asteroide de sua órbita, para testar uma tecnologia que, futuramente, pode ser usada para proteger a Terra de possíveis rochas espaciais perigosas. Trata-se da missão Double Asteroid Redirection Test (ou somente a sigla “DART”), lançada com um foguete Falcon 9, da SpaceX, às 03h21 no horário de Brasília. O lançamento aconteceu na Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia.

Já às 04h17, a DART se separou do segundo estágio do foguete e, passados alguns minutos, os operadores da missão receberam os primeiros dados de telemetria da nave, iniciando o processo de orientá-la a uma posição segura para liberar seus painéis solares. Cerca de duas horas depois, a nave completou o desdobramento completo dos painéis, que vão alimentar ela e o motor Evolutionary Xenon Thruster — Commercial (NEXT-C), uma das tecnologias que serão testadas para aplicações em missões futuras.

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A proposta da missão DART é ir ao sistema de asteroide Didymos para colidir com Dimorphos, um asteroide de aproximadamente 160 m de diâmetro que orbita Didymos, com 780 m, para tentar desviá-lo. Esse método é conhecido como “impacto cinético” e, como o pequeno Dimorphos orbita Didymos a uma velocidade relativa bem menor do que aquela do par enquanto viaja ao redor do Sol, o impacto deverá causar uma pequena mudança no movimento do asteroide, o que poderá ser medido por telescópios em solo.

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Além de mostrar se uma nave consegue seguir autonomamente até um asteroide alvo para colidir intencionalmente com ele, a missão resultará em dados importantes para os cientistas se prepararem para lidar com possíveis rochas espaciais perigosas. Ainda, a DART leva consigo o LICIACube, um cubesat italiano que será liberado um pouco antes do impacto para capturar imagens.

Lindley Johnson, diretora de defesa planetária na NASA, explica que os astrônomos ainda não encontraram nenhum asteroide que ofereça ameaças significativas à Terra, mas seguem em busca deles. “A missão DART é um aspecto do trabalho da NASA para preparar a Terra, caso tenhamos que enfrentar um asteroide perigoso algum dia”, disse ela. Vale destacar que os asteroides do sistema Didymos não são perigosos para nosso planeta.

Abaixo, você confere a transmissão completa do lançamento:

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As próximas etapas da missão DART

Após o lançamento, a missão entra agora no período de comissionamento. Trata-se de uma etapa que dura aproximadamente 30 dias, e os membros da missão irão aproveitá-la para verificar a situação dos sistemas da nave e do instrumento DRACO ("Didymos Reconnaissance and Asteroid Camera for Optical navigation"). Segundo Elena Adams, engenheira de sistemas na missão, eles esperam já usá-lo em cerca de oito dias para fazer as primeiras fotos.

Depois de 20 dias de viagem, a equipe da missão irá ativar o motor NEXT-C, um sistema de propulsão a íons que pode ser usado para missões futuras. Apesar de não ser o principal sistema de propulsão da nave, o NEXT-C será usado em testes nas condições do espaço. Conforme viaja com destino ao seu alvo, a câmera DRACO fará os primeiros registros do sistema Didymos cerca de 30 dias antes do impacto; quando faltarem 10 dias, a DART irá liberar o satélite LICIACube.

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A DART deverá colidir contra Dimorphos no fim de setembro ou início de outubro de 2022 para mudar sua órbita ao redor de Didymos. Se tudo correr bem, a nave deverá se chocar contra Dimorphos a cerca de 24 mil km/h, quando o sistema estiver a cerca de 11 milhões de quilômetros da Terra. A vantagem dessa distância é que as rochas estarão no ponto mais próximo de nós em sua órbita elíptica, permitindo que astrônomos analisem a mudança e verifiquem como o impacto cinético se saiu caso seja necessário usar o método novamente no futuro.

Já em outubro de 2024, a Agência Espacial Europeia (ESA) deverá lançar a missão Hera, que investigará a “cena do crime” após o impacto. Além de verificar o que a DART conseguiu, a Hera poderá ajudar os astrônomos a saberem mais sobre os Didymos e Dimorphos, cujos dados de forma, massa e composição seguem um mistério.

Fonte: NASA