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9 funções que Elon Musk removeu do Twitter

Por  • Editado por Douglas Ciriaco | 

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Pixabay/Montagem Canaltech
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Elon Musk

A mudança no nome do Twitter, que agora se chama oficialmente X, foi apenas a principal alteração realizada na rede social desde que o bilionário Elon Musk assumiu o comando. Ao longo de pouco mais de um ano sob nova direção, a plataforma também perdeu recursos ou restringiu funções populares a assinantes.

Seria uma forma de garantir uma nova via de monetização para o X, principalmente diante de uma queda contínua nas receitas — com destaque especial àquelas vindas de publicidade. Enquanto Musk acusa os anunciantes de boicote, notícias negativas sobre mais remoções de recursos se acumulam e os usuários, cada vez mais, se afastam da rede social.

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Coisas que Musk removeu do Twitter

Entenda alguns dos motivos nessa lista, que reúne nove funções removidas do Twitter desde que Musk assumiu:

9. Acesso sem login

Vista como uma alteração voltada para inflar o número de cadastros na plataforma, o X não permite mais que contas sejam acessadas sem que o próprio usuário esteja cadastrado na rede social. Oficialmente, a mudança foi anunciada como uma medida de segurança, que evita a raspagem de dados públicos por bots e, pelo menos em teoria, aumentaria a segurança digital.

Entretanto, ela também entrava em conflito com a incorporação de postagens em notícias e sites, além de dificultar a vida de motores de busca, reduzindo o alcance dos conteúdos postados. Diante disso, o X deu um passo atrás: postagens individuais voltaram a funcionar em páginas externas e podem ser acessadas diretamente por links, enquanto o acesso a perfil às vezes enfrenta problemas, exibe pedidos de login ou não carrega publicações mais recentes.

8. Verificado "orgânicos"

Talvez a mudança mais polêmica da gestão Musk no Twitter, os selos de verificação deixaram de ser indicadores da autenticidade de um perfil para se tornarem medalhões dos assinantes do X. Para o bilionário, o sistema de autenticação antigo era problemático e, no lugar dele, funciona até hoje um sistema que garante aos usuários pagantes mais engajamento e visibilidade, além de recursos exclusivos.

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Trata-se de mais uma tentativa de monetizar a plataforma, mas como muitas das histórias recentes do X, é claro que não foi tão simples. Enquanto os assinantes se viram na mira de campanhas que pediam pelo bloqueio de usuários verificados e celebridades que receberam o selo de graça afirmavam que jamais pagariam pela assinatura da rede social, a plataforma alterou os planos mais uma vez.

Para combater os perfis falsos, organizações e figuras públicas receberam selos exclusivos que indicam sua veracidade. Enquanto isso, os azuis permanecem para os assinantes, mas podem ser ocultados das contas caso eles não desejem expor esse status aos outros usuários.

7. Tweetdeck gratuito

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Ainda na ciranda dos recursos antes gratuitos que se tornaram pagos na mudança do Twitter para X está o consagrado gerenciador Tweetdeck. Utilizado tanto por "pessoas comuns" quanto por profissionais das redes sociais por causa de seus recursos avançados, o software se tornou parte dos recursos exclusivos para assinantes da plataforma.

O Tweetdeck surgiu como um aplicativo independente que, inclusive, trazia muitas opções não disponíveis no próprio site, como a possibilidade de visualizar múltiplas contas e programas publicações. O app foi adquirido pelo Twitter em 2011 e se tornou oficial, mantendo seu status como um dos clientes mais populares de uso da rede social; tudo mudou, porém, em agosto de 2023, quando ele se tornou exclusivo para usuários Premium e foi renomeado para X Pro.

6. Aplicativos integrados

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A introdução de um modelo pago no antigo Twitter também trouxe o fim de muitos apps que forneciam acesso à rede social ou prestavam serviços diretamente na linha do tempo. Bots de tradução, responsáveis por transcrever vídeos ou fazer downloads deixaram de funcionar quando Musk introduziu cobranças para uso da API da rede social.

"Queridos usuários, devido ao novo preço das APIs do Twitter, que não podemos pagar, o Affinitweet deixará de funcionar no final de abril. Por favor, demonstre seu apoio: clique no buquê e no botão de Tributo abaixo na esperança de mudar a cabeça de Elon Musk."

Enquanto o X ainda possui uma opção de API gratuita e extremamente limitada, os valores que começam em US$ 100, cerca de R$ 490, podem chegar a milhares de dólares de acordo com o volume de publicações e leituras de postagens realizadas por um aplicativo.

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A má notícia, aqui, atingiu diretamente os desenvolvedores de apps. A conta aumentava quanto mais populares ficavam seus softwares, tornando a produção de aplicações e recursos altamente arriscada e custosa. Do outro lado, a diretoria do X defendia as cobranças como uma forma de reduzir os impactos sobre a própria infraestrutura, além de dividir a fatura de manutenção da própria plataforma.

5. Autenticação em duas etapas por SMS

Nessa mesma linha está o fim igualmente polêmico de um recurso importante de segurança. Em fevereiro, o X anunciou que a autenticação em duas etapas via SMS também se tornaria um recurso restrito para os assinantes do plano Premium. Seria uma forma de reduzir a conta paga por Musk e sua empresa, já que cada mensagem de texto enviada é cobrada.

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Ainda que o fim do recurso gratuito tenha causado polêmica, a mudança é considerada a menos negativa de todas. Enquanto a alteração foi extrema, com contas protegidas por SMS perdendo o segundo fator de autenticação em 30 dias após o anúncio, a verificação por mensagem de texto é notoriamente insegura. A preferência por aplicativos que geram códigos ajuda e evitar golpes envolvendo a clonagem de números, dificultando a invasão de contas.

4. Limites de envio de DMs

Controles mais rígidos também foram aplicados à forma como as pessoas se comunicam por meio de mensagens diretas. Por padrão, um usuário não pode mais enviar DMs a uma conta que não o siga, enquanto os usuários do X precisam desativar a proteção nas configurações caso desejem abrir a caixa de entrada para todos.

Mesmo assim, para enviar mensagens a um usuário que tenha permitido isso, é preciso verificar o próprio número de telefone. Enquanto o limite de 500 DMs por dia é considerado justo para impedir a disseminação de spam, jornalistas estavam na linha de frente das críticas, que dificultavam a busca de fontes e a verificação de histórias através do X — Musk não se importou muito, afinal, nunca foi muito com a cara da categoria.

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3. Links sem título

Esse sentimento, aliás, se reflete naquela que talvez seja uma das mudanças mais bizarras aplicadas desde a transformação do Twitter em X. Em uma alteração inexplicável de design, a rede social deixou de exibir títulos em links compartilhados na plataforma, que agora aparecem apenas na forma de imagens clicáveis, com uma pequena indicação do site para o qual o usuário será levado.

Segundo Musk, a alteração seria estética, enquanto outros apontaram que a medida ajudaria a reduzir clickbaits, publicações que usavam títulos sensacionalistas para atrair o clique. Ao mesmo tempo, o bilionário passou a incentivar celebridades como Taylor Swift e a desenvolvedora de GTA VI, Rockstar, a publicarem conteúdos diretamente no X, como uma forma de ampliar o engajamento da plataforma e a permanência de seus usuários.

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O bilionário promete que os títulos vão voltar, mas não disse quando. Pelo menos, até o momento em que essa lista é escrita, a alteração bizarra no design permanece, tanto na versão web do X quanto em seus apps para celular.

2. Fim da Roda

O nível de fofocas publicadas no Twitter caiu drasticamente em outubro, quando a Roda deixou de existir. O recurso que funcionava como o Close Friends do Instagram, restringindo publicações a contatos selecionados pelo usuário, nem mesmo se tornou uma função Premium, mas sim, deixou de operar completamente.

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Para alegria de todos, as postagens originalmente restritas não foram abertas a todos. O recurso não era dos mais seguros, com testes realizados pelo Canaltech mostrando que as publicações poderiam aparecer para usuários de fora da Roda, mas ainda assim, a função deixou saudades.

1. Denúncias por fake news

Entre demissões e mudança de rumo, os esforços de moderação foram os que mais sofreram na gestão de Elon Musk sobre o Twitter. Quem acessa sabe que a plataforma está recheada de anúncios promovendo golpes de criptomoedas e serviços questionáveis, enquanto, como parte da cruzada pela liberdade da qual acredita participar, o bilionário também acabou com a opção de denunciar posts por desinformação.

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O Brasil era um dos países que tinham acesso à possibilidade, devido a preocupações sobre manipulação política. Enquanto recursos voltados para o combate às fake news seguem funcionando, como as Notas da Comunidade, o momento da remoção não poderia ser pior. O X anunciou o fim das denúncias semanas antes de um referendo importante na Austrália, relacionado aos direitos de povos originários do país.

O que mais vem por aí?

Enquanto os números de usuários e anunciantes seguem em queda, o X continua sob a gestão da CEO Linda Yaccarino, que trabalha diretamente com Musk, atual presidente do conselho da companhia. Enquanto isso, mais mudanças estão na mira do bilionário e podem ser implementadas em breve.

A principal, e mais temida, é a cobrança generalizada pelo uso da rede social. Musk já falou no assunto mais de uma vez, primeiro citando taxas a todos os usuários, depois uma assinatura de US$ 1 por ano para novas contas como forma de garantir a autenticidade dos registros e evitar a proliferação claramente descontrolada de bots.

Ainda, em agosto de 2023, o bilionário afirmou que a função de bloquear outros usuários no X “não faz sentido” e seria removida em uma atualização futura. Enquanto isso, a especulação é que o fim dessa capacidade seria uma tentativa de proteger usuários que pagam o X Premium, além de uma resposta aparentemente egocêntrica a campanhas que pediam o bloqueio em massa de anunciantes e do próprio Musk.