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Twitter vale menos da metade do que Musk pagou há um ano

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Daniel Oberhaus/CC-BY-S.A-4.0
Daniel Oberhaus/CC-BY-S.A-4.0
Elon Musk

Em uma reunião com funcionários, Elon Musk revelou que o X (antigo Twitter) vale, hoje, apenas US$ 19 bilhões, cerca de 55% a menos do que os US$ 44 bilhões pagos por ele há um ano.

As informações foram reveladas pela Fortune no último dia 30 e podem até ser superestimadas: segundo a publicação, a empresa de fundos mútuos Fidelity, que levantou um empréstimo de US$ 300 milhões para Musk comprar o Passarinho Azul, cita uma desvalorização de 65% no período (o que levaria o valor do X para menos de US$ 16 bilhões).

E o curioso é que a atual avaliação da empresa revelada por Musk é ainda pior do que uma previsão feita por ele há pouco tempo. Em e-mail enviado à toda a companhia em março deste ano e obtido pelo New York Times, o bilionário disse acreditar que a companhia valia cerca de US$ 20 bilhões.

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Por que o Twitter desvalorizou tanto?

Para a jornalista especialista em negócios Kauana Neves, Account Director da agência Another, situações como o quase recuo de Musk no processo de aquisição do Twitter e as reformas implementadas por ele na plataforma podem ter impactado na desvalorização.

"É difícil transmitir segurança ao mercado quando o próprio novo comprador se arrepende antes mesmo de finalizar e assinar o contrato", explica Neves. Além disso, para a especialista, "reformas inesperadas da plataforma, anunciadas antes mesmo da aquisição e que desagradaram os usuários, e a gestão estilo 'montanha russa' de Musk, que criou um clima tenso para quem estava do lado de dentro e de fora" podem ter sido cruciais para esse processo.

1 ano de Elon Musk à frente do Twitter

Elon Musk já não é mais o CEO do Twitter tem um tempo, este papel é de Linda Yaccarino desde maio de 2023, mas isso não faz com que ele passe despercebido. Pouco dado à ideia de ficar nos bastidores, Musk costumeiramente é o porta-voz de novidades da rede social e sua influência por lá ainda é grande, obviamente.

Fato é, porém, que a atuação do CEO da Tesla e da SpaceX à frente do Twitter tem gerado uma série de situações que poderiam ser descritas no mínimo como duvidosas.

Musk x verificados

A primeira grande briga do executivo à frente do Twitter foi contra os verificados originais, digamos assim, os perfis que solicitavam verificação junto à plataforma e a conseguiam dada a relevância de sua conta.

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Musk chamou esse método de corrupto, classificou como “um sistema de senhores e camponeses” e permitiu que literalmente qualquer pessoa conseguisse um selo azul pagando uma assinatura.

Demissões

Outro grande impacto da gestão de Musk foi o grande número de demissões, que teriam atingido 80% do quadro de funcionários segundo uma reportagem de janeiro de 2023 da CNBC citando fontes internas.

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Musk x imprensa

Apesar da mudança no comando da empresa, as relações com a imprensa ainda seguem espinhosas. Não é incomum ver Musk direcionando críticas a veículos de imprensa, ele até mesmo já foi acusado de prejudicar o alcance de jornais considerados por ele como críticos.

Até mesmo algo básico, como as solicitações de imprensa feitas ao e-mail press@twitter.com, foi prejudicado. Agora, pelo menos, quem manda mensagem ali não recebe automaticamente um emoji de cocô como resposta, mas “apenas” uma mensagem automática dizendo “Estamos ocupados, por favor, tente novamente mais tarde”.

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Musk x legado do Twitter

Musk é uma pessoa extremamente conhecida e hoje é dono do perfil mais seguido do X, o que ajuda a impulsionar qualquer coisa que ele queira fazer por lá. Contudo, é possível classificar no mínimo como temerária a ideia de matar uma das marcas mais conhecidas da internet e tudo o que está relacionado a ela.

O ato de postar no Twitter chegou a virar verbo no português — estão dicionarizadas, por exemplo, as palavras “tuíte” e “tuitar” —, mas os termos clássicos da plataforma foram banidos de lá. Agora, por exemplo, tuíte virou “post” e tuitar virou “postar”. Até os retuítes foram rebatizados e se chama “repost”, mais genérico impossível.

Para além de tudo, Musk matou quase que literalmente o maior símbolo da rede e um dos mais reconhecíveis da internet: o passarinho azul. O simpático animal que acompanhou a plataforma ao longo de praticamente toda a sua existência.

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E o futuro?

Não dá para dizer que tudo é treva na gestão de Elon Musk, mas é notável como os destaques negativos se sobrepõem a coisas interessantes. Hoje o Twitter tem três faixas disponíveis para assinatura, reparte dinheiro de publicidade com assinantes (por mais que isso também abra brechas para coisas negativas) e permite que criadores cobrem por conteúdo exclusivo.

Recentemente, Musk cravou que o Twitter vai substituir a conta bancária de seus usuários até o fim de 2024, indicando um passo adiante rumo ao sonhado superapp que vai reunir rede social, streaming de vídeo, serviços financeiros e comunicação estilo WeChat.

Se o futuro da rede social vai ser tão glorioso quanto Musk espera, só o tempo dirá. Por ora é possível afirmar apenas que, independente do tamanho do sucesso dessa empreitada, as decisões e os tuítes do bilionário seguirão impactando mercado, imprensa e público nos próximos anos.

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Fonte: Fortune