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Desenvolvedores terão que pagar para ter acesso à API do Twitter

Por  • Editado por  Douglas Ciriaco  | 

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mrthetrain/Unsplash
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O Twitter vai começar a cobrar valores fixos para desenvolvedores usarem sua API de integração com a plataforma. A medida foi anunciada oficialmente pelo perfil Twitter Dev, avisando que o acesso gratuito será interrompido a partir de 9 de fevereiro de 2023.

As duas versões da API — 1.1 e 2.0 — serão exclusivas de quem pagar por plano básico de acesso. Mais detalhes sobre o "nível básico pago" das APIs do Twitter devem ser compartilhados na próxima semana. Ainda não foi revelado o preço nem como tudo funcionaria, portanto é impossível dar detalhes mais aprofundados.

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Não está claro se a interrupção afetará a obtenção de dados na plataforma ou se será ainda mais ampla. Hoje, o serviço oferece acesso diferenciado da API para pesquisadores do mundo acadêmico, como forma de subsidiar os cientistas com dados para estudos de comunicação, política, saúde e em outras áreas.

Também fica a dúvida sobre como o novo plano se relacionará com a política do Twitter de proibir a criação e o uso de apps de terceiros. No final de janeiro, a rede social atualizou suas regras para impedir o uso ou acesso dos "Materiais Licenciados para criar ou tentar criar um substituto, um produto ou um serviço semelhante ao aplicativo do Twitter".

As APIs de acesso têm várias utilidades, incluindo logins em sites e exibição de posts recentes em páginas da web. Por outro lado, é difícil pensar que uma empresa estaria disposta a pagar mensalmente uma quantia apenas para conseguir mostrar os tuítes na home.

API bloqueada invalida apps de desenvolvedores

Muitos desenvolvedores de apps para acesso à rede social já não conseguiam integrar suas soluções ao Twitter desde o mês passado. Inicialmente, achou-se tratar de um bug, em razão do conjunto de mudanças recentes no código-fonte da rede social, mas depois a própria empresa confirmou ter sido uma medida proposital para cumprir uma política "de longa data" — que ninguém soube qual era.

A solução foi tirar do ar os clientes de acesso ao Twitter para evitar problemas jurídicos maiores. Soluções como o Tweetbot e Twitterrific, que tinha mais de 20 anos de atuação, precisaram encerrar as atividades. Já outras, como o Fenix, seguiram funcionando enquanto a API não fosse bloqueada.

A medida parece ser mais uma tentativa de Elon Musk de ganhar dinheiro com a sua rede social. O preço pago pelos desenvolvedores poderia funcionar como uma espécie de compensação pelo acesso indireto das pessoas e pela falta de arrecadação com publicidade, já que a maioria dos apps de terceiros não mostra propagandas.

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Musk já pensou até em tornar as mensagens diretas e os vídeos escondidos sobre um paywall que só seria liberado mediante pagamento. A ideia obviamente não foi bem aceita e o bilionário parece ter retrocedido. Agora, parece que os desenvolvedores deverão ajudar a pagar a conta dos US$ 44 bilhões investidos na compra do Passarinho Azul.