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X ou Bluesky: novo Twitter é melhor que o original?

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 15 de Dezembro de 2023 às 11h55

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Fabrício Calixto/Canaltech
Fabrício Calixto/Canaltech

O Twitter (atual X) dominou o segmento de microblogs desde o seu lançamento em 2006, mas a saída do ex-CEO e cofundador da rede social Jack Dorsey, em 2021, parece ter sido o estopim para uma verdadeira batalha digital nesse campo. E um dos nomes que mais se destacam na disputa é o Bluesky, outra criação de Dorsey — mas será que o "novo Twitter" é melhor do que o original? É o que o Canaltech conta nas próximas linhas.

De modo geral, tanto o X quanto o Bluesky têm o mesmo objetivo: oferecer um microblog para os seus usuários publicarem conteúdo sobre assuntos pessoais ou eventos midiáticos — além de outras pautas que podem ser bem aleatórias. Apesar da semelhança nesse aspecto, as redes sociais se diferenciam em quesitos técnicos e conceituais.

Acesso

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No X, você pode criar uma conta sem qualquer entrave, bastando fornecer seus dados pessoais e confirmá-los em seguida. Apesar de ser mais simples nesse sentido, o modo de ingresso livre é alvo de críticas por parte da comunidade, que alega que o X não consegue barrar a entrada de bots, contas falsas e perfis que espalham spams.

A rede social, que pertence a Elon Musk, vem a público vez ou outra se defender dizendo que remove esse tipo de conta frequentemente. No entanto, na prática, a plataforma demonstra certa dificuldade em deletar perfis maliciosos, que sempre encontram uma forma de se manterem ativos na rede.

Já no Bluesky, o modo de ingresso é bem mais restrito e torna a rede social mais exclusiva: é necessário ter um convite para poder criar uma conta por lá — estratégia semelhante à usada nos primórdios do Orkut (sim, você está velho) e mais recentemente no Clubhouse.

Essa estratégia é eficaz no combate a contas maliciosas, mas pode ser um obstáculo para usuários mais impacientes que desejam entrar logo no “novo Twitter”.

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O acesso fica mais fácil se você tiver um amigo que possa compartilhar um convite, mas se esse não for o caso, saiba que é possível solicitar um pedido de ingresso diretamente ao Bluesky. No entanto, é preciso entrar em uma fila de espera até que você seja atendido.

Mesmo sendo paciente e aguardando dias até que a tão aguardada notificação chegue na caixa de entrada, há uma chance de você simplesmente não receber o convite. Até mesmo o modo de compartilhamento por amigos pode falhar, com pedidos negados ou erros de sistema que impedem a entrega do código.

Além disso, vale ponderar que a entrada restrita é também uma forma de controlar o volume de acesso, pois a rede ainda está em desenvolvimento e uma grande quantidade de novos usuários poderia sobrecarregar os servidores. Portanto, é possível imaginar que, em algum momento, não será mais preciso apresentar convite. Fica a dúvida sobre como o Bluesky vai lidar com a questão dos bots quando as “porteiras” forem integralmente abertas.

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Postagens e interação

O formato de publicação é basicamente o mesmo no X e no Bluesky: você seleciona o ícone de postagem, escreve um texto e compartilha na sua linha do tempo. No entanto, ao se atentar aos detalhes, é possível notar algumas diferenças bem significativas (ou nem tanto).

Tipos de publicação

É possível publicar textos e imagens em ambos os microblogs, mas as semelhanças param por aí, pois o antigo Twitter vai além e oferece recursos multimídia e interativos para os seus usuários. Na rede social de Elon Musk, você pode compartilhar vídeos de até dois minutos e 20 segundos (no plano gratuito), GIFs, enquetes e sua localização — além de contar com um recurso que permite programar as postagens.

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Em compensação, o Bluesky se sobressai no volume textual, oferecendo um limite de 300 caracteres por postagem — enquanto o X disponibiliza um pouco menos: 280 caracteres. Contudo, o X permite expandir (e muito) esse limite a partir do plano pago, que será detalhado mais adiante.

Envio de mensagens diretas

O X conta com um recurso completo de envio de mensagens diretas (ou DMs, para os mais íntimos). Nele, é possível mandar textos, fotos, vídeos, mensagens de áudio, emojis e GIFs. Além disso, o usuário pode aplicar filtros para controlar quem pode ou não conversar com ele.

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O Bluesky, por sua vez, fica devendo nesse quesito e não conta com uma função semelhante (até o momento). A criação mais recente de Jack Dorsey permite apenas mencionar arrobas de outros usuários em publicações no modo público — lembrando muito os primórdios do Twitter.

Layout e usabilidade

Contando com versões para navegadores e aplicativos para Android e iOS, os quesitos navegabilidade e layout do X e do Bluesky oferecem experiências bem parecidas, mas têm lá suas diferenças.

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Página inicial

O visual da página inicial é praticamente o mesmo nas duas redes sociais, até mesmo os botões para criar novas publicações são parecidos. A única diferença entre eles é o posicionamento na tela, que pouco interfere na usabilidade.

Quem gosta de estar por dentro de todas as tendências do momento vai encontrar uma barra lateral direita dedicada a isso no X (se estiver usando a versão web para computador), enquanto o Bluesky mantém um certo minimalismo em seu feed de notícias e disponibiliza um recurso semelhante de descoberta através de um botão na barra lateral esquerda (desktop) ou inferior (aplicativo), representado por uma hashtag.

Barra de ferramentas

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As barras de ferramentas contam com poucas diferenças entre si. Os botões de notificações, pesquisas, listas, atalho para o perfil e configurações podem ser encontrados em ambos os layouts.

As distinções ficam por conta dos ícones de mensagens privadas, comunidades e assinatura premium, que marcam presença no X e inexistem no Bluesky. Já a “nova” rede social de Jack Dorsey, que conta com uma apresentação mais simples, exibe um atalho exclusivo de moderação, permitindo filtrar conteúdo, moderar listas, bloquear contas e muito mais.

Navegabilidade

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Nesse quesito, o X leva a melhor, pois é mais fluido e ágil no que diz respeito ao acesso links, funções diversas, abas e outros itens. Por sua vez, o Bluesky fica um pouco atrás por apresentar certa demora ao carregar alguns recursos — sobretudo na hora de logar a conta e atualizar o feed.

Descentralização e concorrência

O X é uma rede social “isolada”, isto é, não tem outras plataformas parceiras ou que pertençam a um mesmo grupo de produtos no estilo da Meta, que é dona do Facebook e do Instagram. Apesar de o microblog de Elon Musk contar com algoritmos de código aberto, o quesito integração com sistemas de terceiros ainda é um pouco falho e carece de flexibilidade.

O Bluesky, por sua vez, se vende como uma rede descentralizada e igualmente open source, permitindo que os usuários tenham mais controle sobre seus dados e transparência em relação ao algoritmo de conteúdo — tanto que existe um botão dedicado a filtragem de conteúdo na linha do tempo.

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A descentralização permite que o Bluesky se conecte com outras plataformas, de maneira semelhante ao que ocorre no fediverso do Mastodon e Threads. Isso poderia intensificar a competição pelo público. A tecnologia que possibilita essa conexão é conhecida como AT Protocol. Ela é responsável por hospedar as plataformas sob o guarda-chuva do Bluesky em servidores distintos, mantendo a conectividade ativa entre eles.

Bluesky não tem versão paga

O custo pode ser um fator determinante ao comparar o Bluesky Social com o X, caso você esteja pensando em tirar o escorpião do bolso para gastar com plano pago. O Bluesky não oferece planos pagos, sendo totalmente gratuito.

Por um lado, pode ser vantajoso no quesito economia, já que a plataforma não cobra nem um centavo para que você use as funções disponíveis. Por outro, pode desagradar usuários que queiram desbloquear recursos adicionais ou aprimorados para uso profissional, por exemplo, ficando “refém” das limitações das ferramentas padrões.

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Contudo, nada impede que Jack Dorsey disponibilize planos pagos no futuro — mesmo que esse tipo de mudança não esteja em seus planos (por ora).

X Premium e suas vantagens

Já o X oferece uma opção gratuita e outra chamada X Premium. O plano básico tem o valor de R$ 15,75 por mês ou R$ 167,62 anuais. Com essa modalidade, você deixa de ver anúncios, confere artigos em destaques nas buscas, pode usar até 25 mil caracteres em um único post e fazer upload de vídeos de até três horas de duração.

A assinatura paga ainda permite editar um conteúdo já publicado e ganhar o famoso selo azul de verificação — confira todas as vantagens que o X Premium oferece.

Qual é o melhor?

Se você estiver à procura de um microblog com diversos recursos multimídia, público consolidado e desempenho mais estável, não restam dúvidas de que a melhor opção é o X. O antigo Twitter é o local onde todo mundo marca presença, então os assuntos mais comentados e a repercussão em torno deles costumam ganhar maior exposição por lá.

O Bluesky ainda é um tanto experimental e bastante restrito. Por mais que muita gente já esteja povoando a rede, a criação de Jack Dorsey ainda não tem condições de bater de frente com o X em termos de agilidade de informação.

A favor do Bluesky

  • Ambiente menos tóxico;
  • Recursos essenciais;
  • Visual menos poluído.

A favor do X

  • Recursos extras para quem quiser pagar;
  • Rede mais movimentada;
  • Permite acesso sem convite.

Agora, se você deseja experimentar uma rede inédita, mais reservada e que pode se conectar com outras plataformas por meio do seu modelo descentralizado, o Bluesky é uma opção bastante atrativa.

Mesmo sem o mesmo “arsenal” no que diz respeito a recursos, o Bluesky ainda consegue ir direto ao ponto em suas funções básicas, além de promover um ambiente infinitamente menos tóxico e ter aquele arzinho de "Twitter das antigas". Dado esses pontos positivos, o microblog do céu pode ser muito bem-vindo para um público cansado de tretas à toa e uma vibe um tanto quanto pesada que, por vezes, toma conta do ex-Twitter.

No entanto, caso nenhuma das duas opções tenha despertado seu interesse, pode ser uma boa conferir o Threads do Instagram.