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Quadrinhos e super-heróis | Confira os destaques da Marvel e DC em julho

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Olá pessoal, estamos de volta com coluna mensal de quadrinhos de toda primeira quarta-feira do mês. Aqui vamos abordar tudo o que aconteceu de mais importante nos lançamentos das duas maiores editoras de super-heróis dos Estados Unidos, a Marvel Comics e a DC Comics. Abaixo, você vai conferir um apanhado dos títulos que chegaram ao mercado estadunidense em julho.

Vale destacar que são muitas edições, então, abaixo trago apenas um resumo rápido das principais revistas do mês. Algumas das novidades chegarão ao mercado brasileiro muito em breve, e o objetivo aqui é também chamar a atenção para coisas que têm grandes chances de influenciar as adaptações para TV e cinema. Você sempre pode acompanhar os lançamentos semanais lá fora por meio do site Comic List.

Então, vamos lá, lembrando que este conteúdo traz uma boa dose de spoilers! Fique avisado.

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DC Comics

O maior destaque da DC em julho continua sendo o evento Dark Nights: Death Metal, em sua segunda edição. Depois de nos apresentar a um mundo sombrio completamente diferente do que conhecemos, a partir dos planos dos vilões Perpertua e Batman que Ri, Scott Snyder e Greg Capullo começam a destrinchar todos os conceitos apresentados no primeiro número.

Aqui, Mulher-Maravilha, o Flash Wally West combinado com poderes do Doutor Manhattan (sim, e ainda não dá para entender direito como isso funciona) e um Monstro do Pântano decadente e sarcástico se unem aos veteranos da Sociedade da Justiça, que, inesperadamente, estão ao lado de Bruce Wayne em um esconderijo secreto. O Homem-Morcego revive alguns momentos de Noites das Trevas: Metal e explica como os heróis pereceram, mesmo com o uso da energia do Doutor Manhattan.

Aqui ficamos sabendo que o Flash Barry Allen também está vivo e a maior surpresa da edição fica por conta de uma cirurgia que envolve o cérebro do Batman que Ri em um corpo clonado de Bruce Wayne, mas com energia do Doutor Manhattan (que viagem, senhor Snyder!). A partir daí, vemos o nascimento de uma poderosa entidade chamada o Cavaleiro Mais Sombrio. A edição encerra com um robô gigante que mistura o Superman, o Batman e a Mulher-Maravilha.

Como dá para notar, é uma história hiperbólica, cheia de exageros e com uma salada de gêneros. Pode ser inicialmente meio complicado, especialmente para quem não acompanha o universo DC ou não leu Noites de Trevas: Metal. Mas continua sendo bastante divertido.

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DCeased — Dead Planet #1

O começo dessa edição lembra bastante um trecho da animação Liga da Justiça Sombria: Guerra de Apokolips, em que John Constantine é abordado por Superman, que busca ajuda para reunir os heróis sobreviventes em uma Terra devastada. Aqui, contudo, é Zatanna que vai atrás do bruxo de rua, que costuma ser seu amante. O mais interessante da edição é vermos como o projeto 5G, que deveria substituir os ícones da editora por heróis da quinta geração da DC, funcionaria: vemos em ação o Batman Damian Wayne, o Superman Jonathan Kent e a Mulher-Maravilha Cassie Sandsmark, da Terra-2.

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Como sempre, o conceito de explorar diferentes versões dos personagens funciona. Contudo, assim como acontece com frequência na DC, a distribuição simultânea de duas sagas, já que estamos em pleno andamento de Dark Nights: Death Metal, confunde um pouco os leitores (onde tudo se encaixa na cronologia?) e uma acaba ofuscando a outra.

Detective Comics #1023

O Coringa está disposto a acabar com Batman de uma vez por todas e esta é a edição que prepara os leitores para o grande evento do ano envolvendo o “cantinho” do Homem-Morcego. O Palhaço do Crime revive um poderoso integrante da Corte das Corujas e inicia um ataque coordenado contra seu arquirrival, incluindo o Chapeleiro Louco e Duas-Caras usando o traje robótico do próprio herói contra ele mesmo. A arte de Brad Walker impressiona.

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Justice League Odyssey #22

Tem sido interessante acompanhar a Lanterna Verde Jessica Cruz liderar esse título contra Darkseid. Isso porque ela tinha aparentemente morrido, após ter recebido uma poderosa carga dos raios Ômega. Contudo, ela sobreviveu e, pasmem, também passou a controlar os raios Ômega. Agora, ela lidera heróis contra os planos do tirano de reescrever a história do universo. Aqui a atmosfera é de um misto de Star Trek com Star Wars, cortesia de Dan Abnett, famoso por ter reformulado o cantinho cósmico da Marvel Comics nos anos 2000, ao lado de Andy Lanning.

Joker - Harley - Criminal Sanity - Secret Files #1

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Esta edição tem um conceito interessante de narrativa, em que o leitor vê várias evidências, esquemas e documentação — quem monta o quebra-cabeça da história é você, em uma pegada mais realista. A trama envolve a teia criminal que questiona a identidade do Coringa e o conecta com vários aliados, a exemplo de Arlequina. Não é uma leitura para todos, mas é interessante ver esse tipo de abordagem no mercado mainstream e história conta com lindas ilustrações de David Mack.

Batgirl #47

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O Coringa segue em sua guerra contra o Batman e aqui ele faz uma visitinha para Barbara Gordon, que é imediatamente dominada por conta de um dispositivo que o vilão usa para controlar suas pernas. Para quem não se lembra, ela teve uma fase paraplégica como Oráculo, depois de ser aleijada pelo próprio Palhaço do Crime. O maior destaque desta edição é que ela coloca oficialmente a história de Batman: A Piada Mortal na cronologia da DC.

Muitos tinha essa dúvida, depois do reboot dos Novos 52, que rejuvenesceu Barbara e a fez andar novamente — posteriormente ficamos sabendo que ele pode fazer isso justamente por conta de implantes eletrônicos em seu corpo. O Coringa quer os códigos do ecossistema digital de Batman e Barbara consegue frustrar seus planos com um final surpreendente: sacrificando sua espinha dorsal novamente e atingindo o vilão pelas costas. Ainda veremos no que isso vai dar.

Marvel Comics

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Se no mês passado já tinhamos visto uma prévia de Empyre, em julho a saga apresentou todos os plots principais. Em Fantastic Four: Empyre #0 vemos o Quarteto Fantástico em um planeta-cassino-arena e, ao final da edição, vemos eles salvando dois jovens Kree e Skrull. Já em Empyre #1 ficamos sabendo que são os verdadeiros vilões da história: os Cotati, que havia se aliado aos Vingadores, traem os heróis e revelam seus planos de conquistar mundos a partir dos poderes sobre a vegetação dos planetas. O líder dessas maquinações é Sequoia, filho dos Vingadores Espadachim e Mantis — e aí conhecemos também que é o traidor da história.

Isso coloca naturalmente os Vingadores contra a aliança Kree-Skrull e o Quarteto Fantástico, que inicialmente não sabe exatamente o que está acontecendo. Já em Empyre: Avengers #1, outro grupo de Vingadores tenta conter a invasão dos Cotati na Terra, ao lado de tropas Kree-Skrull — e há uma interessante cena com o Homem-Coisa, que mostra seu poder no melhor estilo Monstro do Pântano.

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Em Empyre: X-Men #1, a Feiticeira Escarlate, que ainda sente remorso por ter apagado e impedido os mutantes de nascerem no arco Decimation, tenta reviver todos os Filhos do Átomo mortos em Genosha. Isso dá certo, mas não da maneira que ela esperava: vários personagens retornam à vida com um aspecto de zumbi. Mas isso é o suficiente para que eles também lutem contra a invasão Cotati.

Já em Empyre #2, ficamos sabendo mais sobre a traição de Espadachim e a ascensão de Quoi e os Vingadores, ao lado do Quarteto Fantástico e de Hulking. Agora com a poderosa espada Excelsior na liderança da armada Kree-Skrull, Hulkling canaliza seu poder para a Capitã Marvel, que também recebe o martelo de Ronan, o Acusador. E em Empyre #3 o conflito avança com o retorno de uma personagem há bastante tempo desaparecida, Mantis, que decide se juntar aos heróis para combater o próprio filho, Sequoia. Este capítulo explora um pouco mais a complicada relação entre os Kree e Skrulls, que embora agora sejam amiguinhos, ainda alimentam resquícios de sua guerra milenar.

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Tudo isso se desenvolve de forma muito fácil de entender e de maneira dinâmica. O problema aqui é que a Marvel, mais uma vez, não consegue concentrar as principais ações da história em uma só edição — então, cabe ao leitor juntar todas as peças em diversos títulos, o que onera também o bolso do consumidor.

Star #5

Ela surgiu como uma coadjuvante das histórias da Capitã Marvel e, aos poucos, ganhou a atenção do público — o suficiente para ganhar sua própria revista mensal. Ripley Ryan é uma jornalista que descobriu uma estranha conexão de seu corpo com a Joia da Realidade. Seus poderes rivalizam até mesmo com os de Carol Danvers e o título tem mantido a história da Saga do Infinito de pé, inclusive com a participação dos vilões da Ordem Negra. Kelly Thompson, que também escreve Capitão Marvel, vem fazendo um trabalho interessante.

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Avengers #34

Completamente descolado da trama Empyre, os Maiores Heróis da Terra enfrentam o Cavaleiro da Lua no arco "The Age of Khonshu". Aqui, embora os conceitos sejam bem interessantes, fica claro que a Marvel pretende reposicionar a mitologia do Cavaleiro da Lua e fortalecer o personagem, possivelmente já preparando o terreno para uma adaptação para os cinemas ou para a TV.

Giant-Size X-Men — Magneto #1

O Mestre do Magnetismo passou por muitas mudanças e seu status quo ficou um pouco perdido no Universo Marvel nos últimos anos. Esta edição vem para restabelecer a personalidade e a extensão dos poderes de Magneto. Além disso, vemos ele conquistar uma nova ilha para os Filhos do Átomo, em troca de um favor para Namor, que também é considerado um mutante.

Iron Man 2020 #5

Arno Stark, irmão adotivo de Tony Stark, continua sua escalada para tomar controle de todos os ativos da Star Unlimited. Já Tony, que há um bom tempo está em estado comatoso e age na forma de uma inteligência artificial, consegue finalmente retornar ao seu corpo. E não só isso: ele passou esse tempo todo criando uma nova armadura, feita de hologramas sólidos, o que o permite criar qualquer tipo de dispositivo ou traje instantaneamente. Isso é o suficiente para deter Arno.

Vale destacar que essa novidade deve aparecer em Empyre e, ao que tudo indica, não deve durar muito, pois a previsão de lançamentos para os próximos meses indicam que Tony voltará às origens, com uma armadura mais simples — ou seja, vem aí mais um soft reboot no Homem de Ferro.

Eisner Awards

A grande premiação da Nona Arte mundial, o “Oscar dos quadrinhos”, aconteceu durante a Comic Con At Home, edição virtual da maior feira nerd do mundo. Como ficaria muito extenso comentar cada destaque, separei Bitter Roots, título da Image Comics que superou Immortal Hulk, Daredevil, Criminal, Crowded e The Dreaming.

Bitter Roots

A trama acontece no Harlem de 1920, quando a Família Sangerye segue na sua tradição de caçar monstros. O que mais chama atenção no título é a constante discussão sobre o racismo estrutural e os traços dinâmicos de Sanford Greene: extremamente habilidoso com a arte final, as curvas orgânicas e a coloração oferecem a atmosfera perfeita para uma história de horror sci-fi com toques de drama sobre discriminação.

A equipe criativa, formada pelos também autores negros Chuck Brown e David Walker e o colorista Rico Renzi, tornou esse título ainda mais importante no contexto em que vivemos, com protestos sobre o assunto e movimentos como o Vidas Negras Importam.

Até a próxima!

Obviamente, não dá para comentar tudo o que saiu no mercado norte-americano nas quatro semanas anteriores, mas essas edições são as que mais fizeram barulho e prometem ter relevância nas editoras nos próximos meses. Continuem lendo as matérias de quadrinhos e toda a cultura pop aqui no Canaltech e a coluna volta no mês que vem.

Até lá, não deixem de comentar e também seguir meu perfil no Twitter: @clangcomix.