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Giro da Saúde: corona escapou de laboratório? E a CoronaVac, protege ou não?

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Luciana Zaramela/Canaltech
Luciana Zaramela/Canaltech

Estamos no começo de mais uma semana, e para se atualizar sobre as últimas notícias sobre saúde, o Canaltech seleciona, todo domingo, os assuntos de maior destaque da cobertura. Da variante da Índia, recém-chegada ao Brasil, às origens do coronavírus, o Giro da Saúde traz um resumo do que você precisa saber para começar a semana bem informado. Vamos nessa?

Coronavírus foi criado em laboratório?

Mais de um ano desde o começo da pandemia se passou, e até hoje um questionamento intriga cientistas, médicos, pacientes e todo mundo que se interessa pelo assunto: afinal de contas, o coronavírus veio de onde? Ainda não se tem confirmação de que o SARS-CoV-2 teria sido criado em laboratório, muito embora essa hipótese ainda não tenha sido descartada. A ideia mais aceita é de que o vírus tenha sido transmitido, originalmente, de um morcego para um animal ainda desconhecido e, por fim, chegou até a espécie humana.

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Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, solicitou que as agências de inteligência do país conduzam uma extensa investigação sobre as origens da COVID-19. Isso envolve, inclusive, uma avaliação sobre a hipótese do coronavírus ter escapulido de um laboratório na China. Vale lembrar que a OMS enviou uma comitiva até Wuhan, primeiro epicentro da doença, porém os pesquisadores que visitaram o país não receberam dados epidemiológicos completos sobre aproximadamente 170 casos iniciais da COVID-19 no país. A missão também não  incluiu uma auditoria ao laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan.

Ainda não há provas nem conclusões a respeito do caminho exato que o SARS-CoV-2 percorreu até chegar aos humanos, e o mistério ainda segue sem resposta. 

No Canaltech tem um artigo completo sobre esse assunto, acesse!

Você teve COVID? Provavelmente, seu bicho de estimação teve também

Sabia que, se o tutor de um cachorro ou gato teve COVID, provavelmente contaminou o animalzinho também? Segundo uma recente pesquisa conduzida na Itália, que envolveu estudar a transmissão do coronavírus de humanos para pets, cerca de 2,3% dos cachorros e 16,2% dos gatos analisados contavam com anticorpos para o coronavírus entre os meses de março e junho do ano passado. Mas o que isso significa? Bem, se eles mostraram anticorpos, conclui-se que eles foram infectados pela doença. Sendo assim, aproximadamente 20% dos gatos e 3,2% dos cachorros que tiveram donos com COVID-19 também foram contaminados. Foram analisados 198 animais, sendo 130 caninos e 68 felinos.

Grande parte dos bichos infectados foi assintomática, e apenas quatro deles apresentaram sintomas parecidos com os dos humanos: espirros, tosse e coriza. O estudo concluiu, ainda, que os gatos estão mais vulneráveis à doença do que os cães, já que o número de amostras infectadas de felinos foi bem maior que o de caninos.

Clique aqui para acessar nosso conteúdo sobre COVID e animais de estimação

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A variante da Índia está entre nós

Foi na terça-feira (25) que especialistas identificaram e anunciaram que a variante B.1.617.2, popularmente conhecida como "cepa indiana", desembarcou no Brasil por via aérea. Além do caso do navio que passou pela África do Sul e trouxe a variante (tal caso está sendo monitorado e o paciente está em isolamento), o Instituto Adolfo Lutz confirmou que um passageiro brasileiro vindo da Índia estava contaminado com a cepa. Ele desembarcou no estado de São Paulo e passou por três cidades antes de voltar para casa: Guarulhos (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Campos dos Goytacazes (RJ).

Na sexta (28), a variante indiana foi identificada no estado de Minas Gerais. Confirmado pela Secretaria Municipal de Saúde de Juiz de Fora, o caso aponta para um homem que veio da Índia e esteve no país trabalhando embarcado em um navio. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o paciente chegou ao Brasil pelo Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, no último dia 18. Ele teve contato apenas com sua esposa, que está assintomática, em isolamento domiciliar e sendo monitorada.

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Brasil quer produzir seu próprio IFA

Na última quarta (26), Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, afirmou que o Brasil deve assinar, muito em breve, o contrato de Encomenda Tecnológica com a farmacêutica inglesa AstraZeneca, responsável pelo desenvolvimento da vacina Covishield, em parceria com a Universidade de Oxford. Com este acordo, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) poderá fabricar, com 100% de autonomia, o imunizante contra o coronavírus SARS-CoV-2 aqui no Brasil. Segundo Queiroga, a previsão é que o acordo seja assinado na terça (1).

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Com a manobra, a pasta enxerga o cenário com positividade. “Com as articulações realizadas pelo Ministério da Saúde será possível, com o empenho de todos, vacinar a população brasileira acima de 18 anos até o final de 2021. Essa é a nossa esperança, esse é o nosso compromisso”, afirmou o ministro.

Saiba mais sobre as articulações da Saúde sobre as vacinas no Brasil 

COVID pode ativar virus ancestral e milenar em humanos

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Uma pesquisa da Fiocruz identificou algo inusitado relacionado ao coronavírus: um vírus ancestral, o retrovírus endógeno humano K (HERV-K), está relacionado com internações e óbitos da COVID-19. Esses genes ancestrais permanecem silenciosos durante a vida, mas segundo o estudo (ainda não revisado por pares), a COVID-19 os ativa. Metade dos pacientes internados com a infecção pelo coronavírus também apresentam altos níveis do HERV-K, revela a pesquisa.

O estudo monitorou 25 pacientes internados no Instituto D'Or e no Instituto Estadual do Cérebro Paulo Niemeyer (IECPN). E avaliou a presença e a concentração de algum viroma — os vírus presentes na amostra — do aspirado traqueal de indivíduos intubados. Os pesquisadores encontraram altos níveis do HERV-K na traqueia desses pacientes, mas aqueles com grau menos intenso da infecção (ou não infectados) demonstram níveis bem inferiores.

Para entender melhor o estudo, acesse a notícia

E a CoronaVac, protege ou não?

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A vacina mais polêmica do rol de imunizantes adotados no Brasil tem dividido opiniões, sendo alvo de críticas e, também, tendo sua parcela de defensores. Afinal de contas, a vacina é boa? Protege, mesmo? E as variantes?

Para entender melhor seu mecanismo de ação, um grupo internacional de pesquisadores investigou sua eficácia em um estudo com 15,9 mil pessoas com 70 anos ou mais no Estado de São Paulo e descobriu que existe uma queda de resposta dos vacinados com mais de 80 anos. 

Ainda sem revisão por pares, o artigo observa que a CoronaVac tem uma efetividade de 42%, após 14 dias de aplicação da segunda dose em pessoas com idade média de 76 anos contra o coronavírus. Além disso, uma única dose do imunizante não confere imunidade. Só que esses dados de queda na eficácia da fórmula contra a COVID-19 podem variar bastante. Por exemplo, indivíduos entre 70 e 74 anos apresentaram uma proteção de 61,8%, no entanto, o número cai para 48,9% quando se observa aqueles entre 75 e 79 anos. Por fim, quem chegou ou passou dos 80 desenvolve apenas uma eficácia de 28% neste intervalo de duas semanas.

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No entanto, essa queda na resposta dos vacinados mais idosos não é novidade e já era de se esperar: “O sistema imune não é ótimo com idades avançadas, presença de outras doenças, ou seja, comorbidades e outros aspectos, num processo que chamamos de imunosenescência”, explica o epidemiologista Otávio Ranzani, principal autor do artigo, que reitera que isso também ocorre com outras vacinas. O estudo avaliou pacientes infectados com a variante P.1 (de Manaus), mesmo que a fórmula tenha sido desenvolvida com base no coronavírus originário da China.

O estudo não conseguiu identificar efeito protetor na primeira dose da CoronaVac. Por isso, a orientação dos pesquisadores é que os programas de imunização planejem um reforço, ou seja, uma terceira aplicação do imunizante nas pessoas já vacinadas. A vacina ainda não foi testada com a variante indiana, mas o Butantan já encabeçou essa pesquisa. Em breve, veremos os resultados.

Para saber mais e em detalhes, acesse o conteúdo completo (e o estudo também)

Dois sintomas podem prever mortalidade da COVID

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Um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade de Washington avaliou 1.095 pacientes hospitalizados com COVID-19 e concluiu que a frequência respiratória e a saturação de oxigênio no sangue podem prever maior mortalidade pela infecção. Aliás, o estudo mostra que qualquer pessoa pode monitorar esses sintomas em casa, e procurar ajuda de acordo com a nivelação desses sinais. 

Acontece que a dificuldade para respirar e a dor no peito nem sempre aparecem, mesmo quando a respiração (taquipneia, abaixo de 23 respirações por minuto) e o oxigênio no sangue atingem níveis baixos (abaixo de 91%). Para isso, é necessário que o paciente tenha em casa um oxímetro digital (encontrado facilmente em farmácias e no e-commerce) e de um relógio para contar as respirações.

Outros sinais clínicos como temperatura, frequência cardíaca e pressão arterial não foram associados à mortalidade.

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EUA investigam relação de vacinas com casos de endocardite

Além dos polêmicos coágulos que raramente aparecem como efeitos adversos de algumas vacinas (Johnson, AstraZeneca), outra relação emerge nos EUA: será que as vacinas estariam causando reações cardíacas nos imunizados? Alguns casos de imunizantes com tecnologia de mRNA (Moderna, Pfizer) mostram reações leves, como miocardite (inflamação do coração) após a segunda dose.

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Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, os casos ainda estão sob investigação. Eles foram identificados, na maioria das vezes, em adultos jovens, do sexo masculino, após 4 dias da segunda dose. Em abril, Israel até chegou a investigar reações de miocardite em pacientes vacinados com a Pfizer, mas não apresentou conclusão sobre a pesquisa. 

A miocardite, aliás, é comum nos EUA. Por ano, 70 mil pessoas, são diagnosticadas com miocardite viral no país. Até o momento, o CDC não informou o número exato de imunizados que apresentaram a condição, mas comenta que não é superior ao esperado na faixa etária analisada. 

Para saber mais sobre essa relação, leia a notícia no CT

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