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Review Motorola Edge 20 Pro | Topo de linha que acerta em quase tudo

Por| Editado por Léo Müller | 25 de Agosto de 2021 às 16h46

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

A Motorola vem chamando bastante atenção no mercado de celulares de alto desempenho. Após a reestreia com o Edge+, em 2020, e o Motorola Moto G100, no começo deste ano, a fabricante segue a promessa de se tornar relevante no segmento premium novamente com o Edge 20 Pro.

Basicamente, o Edge 20 Pro é resultado das características que deram muito certo nos smartphones anteriores da marca. Por exemplo, ele é equipado com a tela OLED de alta frequência, câmera de 108 MP do Edge+ e mas aposta no chipset Snapdragon 870 do Moto G100, um dos mais potentes da indústria.

No entanto, ele também traz novidades, como o suporte ao modo Ready For sem fio, algo que ficou de fora do Moto G100, a câmera telefoto de 8 MP com zoom óptico de 5x e a promessa de dois anos de atualização do Android.

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Mas, afinal, será que o Motorola Edge 20 Pro tem o que é preciso para competir com as linhas Galaxy S21 o iPhone 12 no segmento de smartphones premium no Brasil? Testei o topo de linha da empresa por alguns dias e compartilho todas as minhas impressões nos próximos parágrafos.

Antes de começarmos, aviso sempre que, caso você se interesse pelo Edge 20 Pro ao final desta análise, deixaremos links de compra confiáveis para você adquiri-lo. Vamos nessa?

Prós

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  • Construção robusta de vidro em ambos os lados;
  • Tela OLED de 144 Hz e HDR10+;
  • Potência para todos os tipos de tarefas da Play Store;
  • Boa autonomia de bateria;
  • Ready For sem fio.

Contras

  • Não tem resistência contra água e poeira;
  • Apenas um alto-falante.

Confira o preço atual do Motorola Edge 20 Pro

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Construção e design

A linha Edge é atualmente a mais potente da Motorola, portanto ela não economiza com relação a construção e design: assim como o Edge+, o Edge 20 Pro aposta em vidro Gorilla Glass na parte traseira e metal nas laterais que passam a sensação premium que esperamos de um smartphone lançado por R$ 4.999.

A opção que testamos veio na cor azul. Para mim, particularmente, esta é a mais bonita porque, quando refletida na luz, revela detalhes quadriculados muito bonitos. Um ponto negativo são as marcas de dedos visíveis na tampa traseira, apesar do revestimento fosco. O módulo de câmeras retangular também segue os tons predominantes do celular e traz sensores ligeiramente maiores.

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Contrariando a proposta inicial da família Edge — que chamou atenção pelas bordas curvas mais acentuadas —, o Edge 20 Pro é todo reto. A pegada continua ótima, principalmente devido à redução no peso e na espessura, embora seja menos ergonômica que o irmão mais velho.

  • Dimensões: 163 x 76 x 8 mm
  • Peso: 180 / 190 gramas (dependendo da versão)

O logo da Motorola segue na parte de trás, mas não abriga o sensor de digitais, que passou para o botão de energia na lateral. O leitor é um pouco mais rápido e preciso que o presente no Moto G100, mas o fica um pouco mais para cima do que seria o padrão. Além disso, ele traz os recursos de software do G100, como a possibilidade de dar dois toques para abrir uma janela pop-up de aplicativos.

Construído em vidro e metal, o Edge 20 Pro traz uma construção premium e extremamente elegante, assim como o seu antecessor. Entretanto, o smartphone não traz proteção contra água e poeira, característica presente nos seus concorrentes.
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Conexões e slots

Em 2020, a família Edge foi a primeira do Brasil a contar com o suporte às redes 5G. O novo Edge não foge à regra e também suporta a nova tecnologia de rede móvel nos padrões DSS, Sub-6GHz e mmWave (ondas milimétricas), sem contar com Wi-Fi 6E, Wi-Fi 5 (ac), Bluetooth 5.2 e NFC (Near Field Communication) para pagamentos por aproximação.

Com relação aos slots, temos uma bandeja na lateral inferior apenas para os dois chips de operadora, já que não há entrada para cartão de memória. A entrada USB-C 3.1 fica ao lado, além do único alto-falante — pois é, o Edge 20 Pro não possui sistema sonoro estéreo.

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Tela

Um dos principais destaques do novo Edge 20 Pro é a tela. O smartphone manteve as 6,7 polegadas, o painel OLED com suporte a 1 bilhão de cores, o padrão HDR10+ e a resolução Full HD+ do Edge+, portanto a qualidade de imagem não sofreu alterações muito perceptíveis. Temos uma excelente fidelidade de tons escuros, definição agradável, brilho intenso e cores extremamente vivas.

Por ser o celular mais potente da Motorola atualmente, esperava, pelo menos, que ele contasse com uma resolução maior, embora entenda que a sua proposta é de ser um topo de linha mais acessível.

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A novidade desta versão é o aumento da taxa de atualização, que sobe de 90 Hz para 144 Hz. Particularmente, no entanto, não percebi uma diferença muito significativa em jogos, principalmente porque ainda não há muitos títulos que suportam essa alta taxa de atualização. Além disso, os 90 Hz do Edge+ já eram excelentes para uma experiência muito fluida.

Entretanto, os 144 Hz do novo Edge são um diferencial se considerarmos que, no futuro, teremos mais games compatíveis.

Na briga das telas com alta taxa de atualização, os 144 Hz do Edge 20 Pro da Motorola passam modelos como iPhone 12 Pro Max, Galaxy S21 Ultra e Mi 11. A qualidade geral das imagens é o que já esperamos de um bom painel OLED: cores extremamente vivas e brilho intenso.

Configuração e desempenho

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Internamente, o Edge 20 Pro é idêntico ao Moto G100. A atração principal é o Snapdragon 870, um dos chipsets mais potentes do portfólio da Qualcomm, que trabalha com 12 GB de memória RAM e 256 GB de armazenamento interno, sem expansão via cartão de memória.

Sem surpresas, o Edge 20 Pro consegue rodar todos os aplicativos disponíveis na Play Store sem nenhum problema — sejam redes sociais, editores e mensageiros. Os 12 GB de RAM também mantiveram todos os programas abertos e não apresentaram engasgos ou sinais de reinicialização, o que é excelente.

Em jogos, o Edge 20 Pro também não decepciona: títulos como Call of Duty Mobile, Asphalt 9 e Dead By Daylight — todos com as configurações de desempenho no máximo e alta taxa de quadros — rodaram liso e sem perda de qualidade mesmo após 20 minutos de jogatina. Durante os testes, percebi que a região das câmeras esquentou um pouco, mas nada que prejudicasse a experiência.

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Achei a decisão da Motorola de apostar num chipset abaixo do Snapdragon 888 acertada porque mantém o desempenho do produto acima da média, mas diminui seu preço final. Com isso, o Edge 20 Pro é um dos celulares mais potentes do mercado brasileiro atualmente.

Para quem curte números e comparações, o Edge 20 Pro obteve 4.148 pontos em um dos testes do 3D Mark, plataforma de benchmark que testa a capacidade do processador em processar gráficos em 3D. A pontuação é inferior em relação aos principais modelos atualmente, como as linhas Galaxy S21, Mi 11 e iPhone 12, porém acima de muitos aparelhos do ano passado, como Mi 10 Ultra e Zenfone 7.

Software e interface

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O Edge 20 Pro já sai de fábrica rodando o sistema operacional Android 11. Uma novidade muito bem-vinda é que a Motorola promete duas grandes atualizações do Android para o smartphone, ou seja, os futuros Android 12 e 13, sem contar com dois anos de updates de segurança. Apesar de oferecer menos tempo de suporte em relação a modelos da Samsung, por exemplo, já é um bom começo.

A interface My UX da Motorola continua presente e é ótimo ver que ainda há fabricantes que apostam num visual mais próximo do Android puro. Diferentemente do Android dos Google Pixel, no entanto, por aqui é possível personalizar diversos setores do sistema, como cores predominantes, fontes, formato dos ícones de widgets.

Os tradicionais gestos de acionar a câmera e ligar o flash também estão presentes, além de um modo de jogo que permite gravar a tela durante a jogatina, bloquear notificações e aprimorar o desempenho.

O recurso do Edge 20 Pro que a Motorola faz questão de enfatizar é o Ready For, que estreou com o Moto G100. Para quem não sabe, ele é uma plataforma semelhante ao DeX, da Samsung, que basicamente transforma o celular em um computador.

Uma das críticas que fiz ao Ready For quando analisei o Moto G100 foi a impossibilidade de usar a plataforma sem cabos, algo que o Samsung DeX já possibilitava. Felizmente, a Motorola parece ter escutado o feedback da mídia e dos consumidores e incluiu o suporte com a chegada do Edge 20 Pro.

A interface do Ready For segue sem alterações em relação à presente no Moto G100, apresentando uma central com quatro opções: desktop móvel, TV, jogos e bate-papo por vídeo. Ainda é possível conectar o celular em uma TV ou monitor através de um cabo USB-C para HDMI — dessa forma, você quase não terá delay, o que é muito bom em jogos.

O Ready For sem fio também é muito bom e consegui navegar usando a própria tela do Edge 20 Pro como mouse. Mesmo conectado via Wi-Fi, o atraso é bem pequeno e pude jogar títulos como Asphalt 9 com qualidade. Eu só recomendaria conectar um controle Bluetooth ou teclado e mouse para ter uma experiência melhor.

O Ready For que chegou com o Edge 20 Pro não perde em nada para o modo DeX da Samsung, já que consegue se conectar sem fio a TVs e monitores compatíveis.

Câmera

O conjunto fotográfico do Edge 20 Pro é teoricamente mais robusto quando comparado com os Edge+ e Moto G100, mas, na prática, os números mais interessantes não fazem muita diferença.

Na traseira, temos uma câmera principal de 108 MP, além de uma ultrawide/macro de 16 MP com campo de visão de 119º. A novidade, por aqui, é a lente periscópica de 8 MP que oferece um zoom óptico de 5x, alcançando 50x com auxílio de software.

Comecemos pela estrela do conjunto: o sensor principal de 108 MP usa a tecnologia Ultra Pixel, basicamente a mesma presente no Galaxy S21 Ultra, que tira nove fotos de 12 MP e as junta para produzir uma única imagem com mais nitidez, contraste e brilho.

Eu gostei bastante dos resultados que obtive com o Edge 20 Pro, trazendo uma qualidade bastante próxima do Moto G100. Em ambientes bem iluminados, as cores são agradáveis e tendem mais para o natural, o que deve agradar quem curte editar as fotos antes divulgá-las. Particularmente, prefiro o pós-processamento da Samsung, já que deixa as imagens mais chamativas e prontas para as redes sociais.

O modo retrato do Edge 20 Pro, por sua vez, não é muito agradável. O software de câmera até faz um bom trabalho em separar o fundo do objeto principal, mas o desfoque parece artificial demais e notei uma espécie de "blur" na região do rosto.

Em cenários com iluminação mais desafiadora, o recurso Night Vision consegue salvar fotos bem escuras, adicionando mais nitidez e brilho. Os ruídos ficam bem mais presentes nesse modo, sem contar com cliques mais demorados, mas os resultados são interessantes.

A câmera ultrawide foi a que mais gostei. Mesmo com 16 MP, a definição é boa, não há distorções nos cantos das imagens e as cores são ligeiramente mais vivas em relação ao sensor principal, o que me agrada.

Além disso, a lente consegue fazer fotos macro, e os resultados são muito acima da média de outras câmeras da concorrência.

Outro destaque do Edge 20 Pro é a câmera periscópica de 8 MP. O zoom óptico de 5x é excelente, ideal para capturar objetos mais longes, mas não recomendo utilizar o alcance máximo de 50x, pois a qualidade piora muito.

Um ponto que a Motorola precisa melhor é o software de câmera. O menu é bem minimalista, mas as fontes são bem pequenas e é difícil encontrar os modos de primeira.

Qualidade sonora

Embora o Edge 20 Pro seja um smartphone premium, um dos seus principais pontos negativos é a ausência de um sistema de som estéreo. Não faz muito sentido um smartphone premium contar com apenas um alto-falante, principalmente porque a maioria dos modelos intermediários — e, consequentemente, mais baratos — já possuem uma experiência estérea.

Ainda assim, temos um alto-falante que “tira leite de pedra” considerando as suas limitações. As vozes têm bastante brilho e potência, e mesmo músicas mais agitadas possuem uma boa qualidade no geral. Transmissões ao vivo e vídeos no YouTube, no entanto, são mais interessantes por aqui.

Presente tanto no Edge+ quanto no Moto G100, a entrada de 3,5 mm para fones de ouvido não está presente no Edge 20 Pro. Felizmente, a Motorola envia um fone de ouvido na caixa com conector USB-C que traz uma qualidade sonora melhor que o único alto-falante do celular.

É inadmissível que um smartphone premium de 2021 tenha apenas um alto-falante. Até mesmo aparelhos intermediários — que são consideravelmente mais baratos — já possuem som estéreo. Pelo menos a Motorola envia fones de ouvido na caixa.

Bateria e carregamento

Com 4.500 mAh, o Edge 20 Pro tem uma boa autonomia se considerarmos o seu conjunto extremamente potente. No nosso teste padrão de Netflix, com o celular conectado ao Wi-Fi, sem chip de operadora e com brilho configurado em 50%, foi consumido 22% em três horas de reprodução, o que é bom, mas acima do Moto G100, que gastou apenas 14% nas mesmas condições.

Em outro teste, agora reproduzindo o uso diário, com uma hora de transmissões ao vivo na Twitch, 50 minutos de músicas no Spotify, 30 minutos de vídeos no YouTube, 30 minutos de redes sociais e 20 minutos de jogos, o smartphone foi de 100% para 70%, uma autonomia aceitável.

Basicamente, é possível chegar ao segundo dia de uso com o Edge 20 Pro com apenas uma carga, mas apenas em uso moderado.

Vale mencionar que, para eliminar a interferência da flutuação de sinal de celular na autonomia de bateria, nós removemos quaisquer chips de operadora do aparelho para realizar esses testes. Contudo, isso influencia positivamente nos resultados de autonomia.

Com relação à velocidade de carregamento, o carregador de 30 W do Edge 20 Pro faz com que o aparelho saia de 10% a 100% em cerca de uma hora, sendo que 40% de carga são recuperados em aproximadamente 15 minutos.

Concorrentes diretos

Durante o lançamento do Edge 20 Pro, a Motorola deixou claro que o smartphone não chega ao mercado brasileiro para competir com os potentes Galaxy S21 Ultra e iPhone 12 Pro Max. De acordo com a sua faixa de preço, ele desce um degrau no segmento premium e briga com os Galaxy S21 e iPhone 12.

Quando comparado com o topo de linha mais básico da Samsung, o Edge 20 Pro se destaca principalmente no visual mais interessante, embora não conte com proteção contra água. Em qualidade de tela e processamento os dois são bem parecidos, apesar do Exynos 2100 do S21 ser ligeiramente mais potente que o Snapdragon 870.

Nas câmeras e no sistema sonoro, no entanto, o Edge 20 Pro perde feio para o rival, que possui um dos pós-processamento mais acertados do mercado e dois alto-falantes estéreo de qualidade.

Já o iPhone 12 é a porta de entrada para quem quer fugir do Android. O topo de linha mais básico da Apple tem câmera, tela, construção e recursos na medida e não deixa a desejar em quase nenhum departamento.

Conclusão

Se juntássemos o Edge+ e o Moto G100, o resultado provavelmente seria o Edge 20 Pro. A Motorola pegou muitos pontos positivos — e negativos — dos dois celulares anteriores e desenvolveu um topo de linha potente, com uma tela OLED de qualidade, recursos de produtividade e entretenimento, e um preço bastante competitivo.

Para ficar perfeito, só se o Edge 20 Pro tivesse dois alto-falantes estéreo, algo que até um smartphone intermediário já traz, além de proteção contra água e poeira. A qualidade das câmeras, apesar de ser sólida na maior parte do tempo, continua atrás dos seus principais concorrentes, como os Galaxy S21 e iPhone 12.

Embora a Motorola esteja melhorando a cada lançamento, fica um pouco difícil recomendar Edge 20 Pro neste momento, principalmente se levarmos em conta que o Galaxy S21 pode ser encontrado por valores mais em conta. Entretanto, caso o topo de linha da Motorola tenha uma queda de preço nos próximos meses, considere-o com carinho.

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