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O que é HDMI?

Por  • Editado por Wallace Moté | 

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(Imagem: TheRegisti/Unsplash)
(Imagem: TheRegisti/Unsplash)

Apesar de estar muito mais acessível atualmente graças a soluções como os serviços de streaming, o consumo de filmes, séries e games ocorre há décadas. Assim sendo, o entretenimento passou por diversas mudanças drásticas com o passar dos anos.

Uma delas foi a substituição do sinal analógico (emitido e interpretado a partir de ondas) pelo sinal digital (código binário, 0 e 1) para a reprodução de som e imagem. Isso demandou mudanças em diversas áreas da indústria de tecnologia, incluindo a de cabos, que viu sua primeira tentativa de lidar com o novo formato de sinal com o DVI (Digital Visual Interface, ou Interface Digital Visual, em tradução livre).

Ainda que tenha se tornado um padrão da indústria, o DVI possuía algumas limitações, incluindo a transmissão exclusiva de sinal de imagem que exigia cabos adicionais para áudio, e o tamanho das próprias conexões, que tornava complicado a configuração de setups mais complexos.

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Em 2002, um grupo de empresas composto por Panasonic, Philips, Sony, Toshiba e outras começou a trabalhar em uma solução que pudesse contornar essas limitações, desenvolvendo o HDMI, lançado em dezembro do mesmo ano.

O que é HDMI?

O High-Definition Multimedia Interface, ou HDMI, é um protocolo de conexão de áudio e vídeo de alta definição, que não possui compressão de sinal por padrão e é atualmente utilizado pela maioria dos dispositivos multimídia, incluindo consoles de videogame, computadores, TVs e monitores.

Lançado em dezembro de 2002, o padrão resolveu os pontos limitantes do DVI ao transmitir o sinal de áudio e vídeo a partir de um cabo único, com conexão que ocupa menos espaço e suporta resoluções mais altas. Outro aspecto interessante é a retrocompatibilidade com o DVI — não é preciso conversão de sinal para conectar uma máquina HDMI a uma tela DVI e vice-versa, bastando apenas um adaptador.

As especificações e recursos do HDMI são definidos pelo HDMI Forum, um consórcio de empresas fundado pelas sete companhias que desenvolveram o padrão original, composto por mais de 2.400 fabricantes.

Os novos recursos são estudados por um grupo de trabalho eleito pelos membros do fórum, enquanto o comando do consórcio fica sob responsabilidade de um quadro de diretores, cujos membros são eleitos a cada dois anos.

Participantes do HDMI Forum precisam desembolsar US$ 15 mil anualmente para fazer parte do grupo, enquanto cada membro do quadro de diretores deve pagar mais US$ 5.000.

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A versão mais recente do protocolo é o HDMI 2.1b, com velocidades de transferência de dados de até 48 Gbps, capazes de atingir resoluções de até 10K, 8K a 60 Hz ou 4K a 120 Hz, com HDR ativado. Outros recursos incluídos na versão 2.1b são:

  • HDR Dinâmico — suporta tecnologias de HDR que embarcam metadados para adaptar o brilho, cores e contraste de filmes, séries e games cena a cena, como o HDR10+ e o Dolby Vision.
  • Mapeamento de Tons Baseado na Fonte (SBTM) — recurso complementar do HDR que permite que os mapas de cores da mídia em reprodução sejam processados pela fonte (PC, console, leitor de Blu-Ray) em vez da tela, evitando conflitos com recursos e garantindo melhor qualidade de imagem.
  • Recursos aprimorados para games — um pacote de funções pensadas para jogos, como tecnologias de taxa de atualização variável (VRR, como AMD FreeSync e Nvidia G-Sync), Modo de Baixa Latência Automático (ALLM), Quick Frame Transport (QFT) para reduzir o tempo que um quadro leva para sair da fonte e chegar à tela, entre outros.
  • Quick Media Switching (QMS) — recurso que torna a troca da taxa de atualização mais suave, sem ser necessário reiniciar o display (tela preta) para a mudança.
  • Alimentação de cabos ativos — os cabos ativos (que requerem energia elétrica para funcionar) não precisam mais de fontes externas.

É importante destacar que nem todos os novos recursos são obrigatórios para que um dispositivo ou cabo receba o selo de HDMI 2.1b, sendo essencial observar a ficha técnica dos aparelhos e acessórios para saber se eles são compatíveis com as funcionalidades desejadas.

Cabos, cuidados e curiosidades do HDMI

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A especificação do HDMI prevê cinco formatos de cabos, similares aos tipos vistos no USB. São eles:

  • HDMI Tipo A (HDMI padrão) — é o mais comum dos formatos, e traz 19 pinos que carregam sinais de vídeo que vão do SDTV (resolução padrão, de 480P) ao 4K. O conector tem dimensões de 13,9 x 4,45 mm.
  • HDMI Tipo B (Dual Link) — com 29 pinos, o HDMI Tipo B é maior e traz maior largura de banda, mas nunca foi usado justamente pelo tamanho avantajado. O conector mede 21,2 x 4,45 mm.
  • HDMI Tipo C (Mini HDMI) — o HDMI Tipo C, ou Mini HDMI como é mais conhecido, mantém as funcionalidades do formato padrão, incluindo os 19 pinos, mas reduz o tamanho do conector para 10,42 x 2,42 mm. Seu uso é comum em câmeras profissionais e alguns tablets.
  • HDMI Tipo D (Micro HDMI) — Mais famoso pelo nome Micro HDMI, o HDMI Tipo D é ainda menor que o Mini HDMI, possuindo metade da largura ao medir 5,83 x 2,2 mm. Esse formato é raramente visto em smartphones e dispositivos muito compactos, incluindo os Single Board Computers (SBCs, computadores de placa única, como o Raspberry Pi). 
  • HDMI Tipo E (HDMI Automotivo) — O HDMI Tipo E também é chamado de HDMI Automotivo, sendo uma variação do Tipo A que traz como diferencial uma aba de travamento para impedir que a vibração dos automóveis desconecte o cabo ou cause interferências.

Na hora de comprar um cabo para os seus dispositivos HDMI é preciso tomar alguns cuidados, já que a escolha também afeta o desempenho da transmissão de áudio e vídeo — não adianta ter uma fonte e uma tela compatíveis com HDMI 2.1b se o cabo não possuir suporte ao protocolo.

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O HDMI Forum liberou etiquetas que ajudam a identificar as capacidades de cada cabo, com a Ultra High Speed HDMI sendo essencial para quem quer atingir o máximo potencial da conexão, chegando ao 4K HDR em 120 Hz, por exemplo. Também podem ser encontradas as etiquetas High Speed, com velocidade limitada a 10,2 Gbps para usos mais básicos, e Standard, que comporta apenas resoluções até HD (720P).

Outro ponto que deve ser observado é o tamanho dos cabos, já que acessórios muito extensos podem diminuir a qualidade de imagem, ou até impossibilitar a transmissão. Caso queira usar a tela a uma distância muito longa a partir da fonte (um monitor no quarto com um computador na sala, por exemplo), é necessário buscar por cabos ativos, que exigem energia adicional, e que estejam marcados como preparados para operar em grandes distâncias.

Há mais algumas curiosidades em torno do HDMI, como a existência de cabos que transmitem sinal de internet (HDMI com Ethernet). Com ele, a fonte pode atuar como um hub que transmite a rede para outros aparelhos conectados — uma TV pode receber internet de um PC, por exemplo. Essa tecnologia é pouco usada por limitar a velocidade da rede aos 100 Mbps, tornando a conexão via Wi-Fi ou mesmo diretamente via cabo Ethernet mais vantajosa na maioria dos casos.

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O padrão também possui alguns recursos comuns a todas as versões que são pouco comentados, como a Consumer Electronics Control (CEC), que permite usar o controle remoto de uma TV para controlar a fonte (acessar os menus do videogame, por exemplo), a Display Stream Compression (DSC), que comprime a profundidade de cor do sinal para permitir resoluções e taxas de quadro mais altas, e o HDCP, função de criptografia dedicada a combater a pirataria.