Review Poco M5 | Mais uma opção simples sem 5G
Por Felipe Junqueira • Editado por Léo Müller |
O Poco M5 é mais um celular de entrada com tela LCD, hardware básico e sem 5G. Por menos de R$ 1.000 para quem importa da China, ou cerca de R$ 1.100 com estoque no Brasil, o celular pode ser uma boa opção para quem quer gastar pouco.
Mas será que o dispositivo entrega boa experiência? O Canaltech testou o produto e traz a análise abaixo para você decidir se é uma boa compra atualmente.
Design e Construção
- Dimensões: 164,0 x 76,1 x 8,9 mm
- Peso: 201 gramas
O Poco M5 tem dimensões normais para um celular intermediário atual. O aparelho poderia ser menor se a empresa tivesse optado por tela OLED, mas o painel LCD precisa de mais bordas para conexões internas. O peso também está dentro da média.
Visualmente, o smartphone tem alguns detalhes interessantes na traseira. A tampa imita a pegada do couro, e a parte superior tem uma faixa de lado a lado com as lentes de câmera à esquerda e o nome Poco à direita.
As laterais, de plástico, são retas, e todos os botões estão no lado direito. O conector P2, para fones de ouvido, se localiza na parte superior, enquanto na inferior você tem o USB-C para cabo de dados e energia. A tela tem um notch em gota para a câmera frontal.
É possível encontrar o Poco M5 nas cores preto, amarelo e verde. O dispositivo não tem proteção contra água ou poeira — porém, claro, não vai estragar se molhar só um pouco.
Tela
- Tamanho: 6,58 polegadas, 104,3 cm² de área, ~83,6% de ocupação;
- Tecnologia do painel: IPS LCD;
- Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2408 pixels), 20:9;
- Densidade aproximada: 401 pixels por polegada;
- Extras: 90 Hz.
Já mencionei que a tela tem painel IPS LCD. Isso significa que o brilho e o contraste do Poco M5 são inferiores, por exemplo, aos do Poco M5 s, modelo semelhante com tela AMOLED. A vantagem é que o celular desta análise tem taxa de atualização de 90 Hz, com animações um pouco mais fluidas.
Falando de maneira resumida, é uma tela boa. Fica na média porque ainda consegue entregar brilho satisfatório mesmo para ambientes externos. Mas uma tela AMOLED é sempre mais interessante por conta do preto profundo e brilho ainda mais intenso.
De qualquer maneira, há quem prefira telas LCD. E para usar em um aplicativo de caronas ou de entregas, o Poco M5 tem exibição aceitável.
Configuração e Desempenho
- Sistema operacional: Android 12 sob MIUI 13;
- Plataforma: MediaTek Helio G99 (6 nm);
- Processador: Octa-core (2x 2,2 Ghz Cortex-A76 + 6x 2,0 GHz Cortex-A55);
- GPU: Mali-G57 MC2;
- RAM e armazenamento: 4/64 GB, 4/128 GB, 6/128 GB.
O Poco M5 tem um processador mais atualizado que o Poco M5s. Não me pergunte a lógica destas escolhas da Poco, pois acho que nem a própria marca conseguiria justificar.
Apesar disso, o Helio G99 é um pouco inferior ao Helio G95 em alguns aspectos-chave, mas compensa em alguns detalhes. A velocidade da CPU é um pouco maior, mas a GPU é inferior. Mas há suporte a taxa de atualização maior que o padrão de 60 Hz.
No uso do dia a dia, você vai ter uma experiência bem parecida nos dois aparelhos. O Poco M5 me pareceu engasgar um pouco mais em tarefas simples, especialmente nas telas e apps de sistema. Mas conseguiu rodar jogos de maneira satisfatória, mantendo-se a qualidade gráfica padrão.
Um ponto que notei neste aparelho e que é, infelizmente, comum em celulares da Xiaomi é um bug um pouco chato no Instagram. Se você deixa o app aberto por mais de cinco minutos, ele fecha e reprocessa a página inicial. É esquisito, mas acontece em outros Xiaomi, também.
O modelo testado pelo Canaltech foi o mais simples, com 4 GB de memória RAM e 64 GB de armazenamento. Talvez a versão com 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento tenha menos problemas com engasgos e até mesmo com o Instagram.
Usabilidade
O Poco M5 tem o Android 12 rodando sob a MIUI 13 ao sair da caixa. Trata-se da versão mais recente da interface da Xiaomi, que não compartilha informações sobre atualizações previstas para seus celulares — apenas quando está para liberar uma nova atualização.
O Canaltech listou as principais novidades da MIUI 13. Entre os destaques estão um novo visual e uma construção voltada à conexão de vários dispositivos.
Falando em recursos e conectividade, o Poco M5 oferece NFC e tem a Carteira do Google instalado nativamente. Ou seja, é possível utilizá-lo para fazer pagamentos por aproximação.
Câmeras
- Principal: 50 MP, abertura f/1.8, autofoco;
- Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
- Profundidade: 2 MP, abertura f/2.4;
- Selfies: 5 MP, abertura f/2.2;
- Vídeos: 1080p a 30 fps (máximo).
As câmeras do Poco M5 estão dentro do que se poderia esperar para um celular de sua categoria. Ou seja, não faz fotos impressionantes, mas consegue registros satisfatórios.
O detalhe esquisito é que o HDR está sempre desativado por padrão. Você ativa (ou deixa no automático), tira as fotos, fecha a câmera e, quando abre de novo, lá está ele desativado. Tem que lembrar de sempre mudar para conseguir as melhores fotos.
Sim, o HDR pelo menos no automático é importante para evitar perda de detalhes em áreas com sombra ou muito mais claras. Sem ele, a foto fica bem ruim em boa parte dos casos.
Selfies e gravação de vídeo
A câmera frontal também é satisfatória em ambientes bem iluminados. Quanto menos luz, mais tremidos e perda de nitidez. E o problema do HDR se repete com a câmera frontal: ele desativa sozinho sempre que você fecha o aplicativo.
Os vídeos ficam limitados à resolução Full HD, com 30 quadros por segundo. A qualidade é semelhante às fotos, com registros ocasionais satisfatórios.
Vídeos gravados com o Poco M5
Sistema de Som
Aqui temos outra desvantagem do Poco M5 para o M5s. O sistema de som do modelo desta análise é mono, com uma única saída na parte inferior.
O áudio é satisfatório, mas apresenta distorções em volumes altos. Além disso, apresenta foco maior em sons médios, com prejuízo perceptível a agudos e graves. A potência é apenas razoável.
Ao menos o aparelho tem o conector P2 para usar fone de ouvido. Outra opção é aproveitar o Bluetooth 5.3 para conectar fones TWS ou caixas de som externas.
Bateria e Carregamento
- Capacidade de carga: 5.000 mAh;
- Recarga: 18 W com fio.
Os 5.000 mAh de capacidade da bateria do Poco M5 oferecem tempo de uso semelhante ao M5s. O teste de reprodução de vídeo na Netflix ficou com estimativa de 18,75 horas, enquanto o de uso real ficou em 24 horas.
O teste de reprodução de vídeo é feito aqui no Canaltech com o brilho da tela em 50%, e deixamos o celular rodar 3 horas de vídeos ininterruptamente no app de streaming. Assim, conseguimos uma estimativa de duração para toda a carga.
Já o teste de uso real é realizado em 6 horas de aplicativos como YouTube, Netflix, TikTok, Instagram, Twitter e outros. É uma simulação de uso, com os principais apps do dia a dia, além de alguns jogos.
Tempos de uso e recarga
- Netflix: até 18,8 horas
- Uso real: aproximadamente 24 horas (consumo de 4,2 p.p/h)
- Recarga: Mais de 2 horas
Apesar de apresentar um bom tempo de uso sem precisar de uma tomada, o Poco M5 deixa um pouco a desejar na recarga. Verdade que a bateria é grande, mas o carregador de 18 W que vem na caixa demorou mais de 2 horas para ir de 0% até 100%.
Concorrentes Diretos
O Poco M5 tem concorrentes claros em cada uma das principais marcas com presença no Brasil. A Motorola tem o Moto G32, enquanto a Samsung tem o Galaxy A23. Já a Realme tem o Realme 9i e até a Redmi tem o Note 11.
Os quatro modelos citados trazem o Snapdragon 680, que é equivalente ao Helio G99 em potência de processamento de dados e gráficos. A tela é LCD em todos eles, também, sempre com 90 Hz de taxa de atualização. E todos eles têm bateria para mais de um dia de uso.
Vai ter uma pequena diferença na qualidade das fotos. Neste aspecto, o Galaxy A23 fica pouca coisa à frente, seguido pelo Redmi Note 11. O Realme 9i e o Moto G32 ficam atrás do Poco M5.
E aí tem os preços para desempatar. E aí a ordem é: Moto G32, que fica cerca de R$ 1.100; Galaxy A23, Poco M5 e Redmi Note 11, todos por cerca de R$ 1.200; e o Realme 9i é o mais difícil de encontrar por menos de R$ 1.300.
Poco M5: vale a pena?
O Poco M5 é mais um celular simples para você optar se procura algo básico. Isso não é ruim, mas a verdade é que ele não entrega nada muito diferente de seus concorrentes, como eu demonstrei brevemente no tópico acima.
Por cerca de R$ 1.200, é uma boa opção para comprar atualmente. No entanto, eu acho mais jogo investir um pouco mais em um modelo preparado para o 5G, como o Galaxy M23. O celular da Samsung ainda é mais veloz e tira fotos melhores.
Mas, se você faz questão de um modelo da Poco, tem o M5s, também pouca coisa mais caro que o M5 e um pouco mais veloz, além de ter tela AMOLED.