Review Poco M5s | Só faltou o 5G
Por Felipe Junqueira | Editado por Léo Müller | 25 de Outubro de 2022 às 17h32
A Poco se consolida cada vez mais no segmento de melhor custo-benefício entre as marcas da Xiaomi. O Poco M5s é um ótimo exemplo disso, com um bom conjunto de especificações em uma faixa de preço que atrai quem quer algo bom e barato.
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O celular se destaca pela boa tela AMOLED, com cores vibrantes, contraste e brilho intenso; e tem um conjunto de hardware que promete não decepcionar. Mas nem tudo são elogios, já que ele fica devendo alguns detalhes, especialmente o 5G e uma tela com taxa de atualização aumentada.
O Canaltech testou o celular e explica tudo sobre o Poco M5s a seguir.
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Design e construção
- Dimensões: 160,5 x 74,5 x 8,3 mm
- Peso: 178 gramas
À primeira vista, o Poco M5s lembra um Redmi Note 11. A traseira com acabamento plástico fosco tem até um módulo de câmeras semelhante ao intermediário da sub-marca irmã da Poco. Porém, a marca está assinalada ao lado das câmeras.
As laterais também são de plástico, mas com um acabamento que imita o metal brilhante. Os botões de volume e energia ficam na lateral direita, e o leitor de impressão digital é integrado ao liga/desliga. Conector P2 e USB-C se encontram na parte inferior.
O display tem acabamento em vidro com proteção Gorilla Glass 3. As bordas são pequenas, e a tela traz um furo centralizado colado ao topo para a câmera frontal.
O Poco M5s tem proteção apenas contra respingos d'água. E está disponível nas cores cinza, azul e branco.
Tela
- Tamanho: 6,43 polegadas, 99,8 cm² de área, ~83,5% de ocupação;
- Tecnologia do painel: AMOLED;
- Resolução e proporção: Full HD (1080 x 2400 pixels), 20:9;
- Densidade aproximada: 409 pixels por polegada.
O painel AMOLED chega a cada vez mais celulares intermediários, até mesmo aos mais acessíveis. É o caso do Poco M5s, que tem uma tela AMOLED com bom nível de brilho e contraste, além de cores vivas.
Só faltou um aspecto para a nota máxima aqui: a taxa de atualização. É um ponto compreensível, até porque o processador escolhido pela Poco não suporta frequência superior a 60 Hz. E também não é uma desvantagem importante.
Mas é necessário citar esse ponto fraco, pois muita gente procura celular com, no mínimo, 90 Hz atualmente. E o Poco M5s fica devendo isso.
Configuração e desempenho
- Sistema operacional: Android 12 sob MIUI 13;
- Plataforma:MediaTek Helio G95 (12 nm);
- Processador: Octa-core (2x 2,05 Ghz Cortex-A76 + 6x 2,0 GHz Cortex-A55);
- GPU: Mali-G76 MC4;
- RAM e armazenamento: 4/64 GB, 4/128 GB, 6/128 GB.
O processador que não suporta taxa de atualização superior a 60 Hz é o Helio G95. Trata-se de uma plataforma da MediaTek um pouco antiga, mas ainda com bom poder de processamento. Dá para o gasto em tarefas do dia a dia e até aguenta jogos um pouco exigentes.
Porém, claro, ele vai demorar mais para carregar do que outros processadores intermediários mais novos, especialmente aqueles com suporte ao 5G. O Poco M5s, aliás, não tem suporte à nova tecnologia de redes móveis.
Voltando à questão do desempenho, o Helio G95 é um pouco mais potente do que o Snapdragon 680, por exemplo. Você pode precisar reduzir a qualidade gráfica de alguns jogos, mas a fluidez é boa, e o tempo de carregamento de tarefas pesadas é aceitável.
O modelo testado aqui no Canaltech foi o mais parrudo, com 6 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento interno. As versões mais baratas têm 4 GB de RAM, e 64 GB ou 128 GB de espaço interno para arquivos e apps.
Interface e sistema
O Poco M5s sai da caixa com o Android 12 instalado sob a MIUI 13, versão mais recente da interface da Xiaomi no momento de seu lançamento. A Xiaomi não compartilha informações sobre atualizações previstas para seus celulares até iniciar o desenvolvimento de um novo software.
O Canaltech listou as principais novidades da MIUI 13. O novo visual e uma construção voltada à conexão de vários dispositivos são os maiores destaques.
Para quem quiser usar o smartphone para pagamentos por aproximação, o Poco M5s tem NFC e traz a Carteira do Google nativamente.
Câmeras
- Principal: 64 MP, abertura f/1.8, auto foco;
- Ultrawide: 8 MP, abertura f/2.2, 118°;
- Macro: 2 MP, abertura f/2.4;
- Profundidade: 2 MP, abertura f/2.4;
- Selfies: 13 MP, abertura f/2.4;
- Vídeos: 4K a 30 fps (máximo).
Com um sensor principal de alta resolução, o Poco M5s não faz feio em fotos. As imagens têm um nível de texturas bem superior ao de celulares concorrentes, e consegue uma boa faixa dinâmica em cenários menos complexos. Mas evite tirar fotos contra a luz com ele.
A câmera ultrawide não agrada tanto, e a macro é ruim. Não dá para acertar a distância para o celular focar no local certo, e mesmo com diversas tentativas, você vai acabar com uma foto pouco nítida.
O Poco M5s também não se dá bem com ambientes pouco iluminados. Mesmo com o modo noturno, as fotos ficam escuras, pouco nítidas e cheias de ruídos.
Selfies e gravação de vídeo
A câmera frontal tem 13 MP e também faz um bom trabalho em ambientes bem iluminados. Com pouca luz, é bem difícil fazer uma boa fotografia com o Poco M5s. Ainda assim, acredito que este aparelho esteja acima de concorrentes para selfies.
A gravação de vídeo pode chegar a 4K com 30 quadros por segundo e consegue qualidade dentro do esperado. A estabilização da imagem não é boa, mas a captação de áudio é decente. A resolução é o grande diferencial para a maioria de seus concorrentes, que filmam a 1080p ainda.
Vídeos gravados com o Poco M5s
Sistema de Som
O som estéreo tem boa qualidade, com potência que torna audível mesmo em ambientes um pouco mais barulhentos. Há distorção em volumes altos e um foco maior em sons médios, com um pouco de prejuízo a graves e agudos. Mas nada muito fora do normal.
Existe uma porta P2 para conectar fones de ouvido ou caixa de som externa. Além disso, o celular possui conexão Bluetooth 5.0 para saídas de som sem fio.
Bateria e carregamento
- Capacidade de carga: 5.000 mAh;
- Recarga: 33 W com fio.
Com 5.000 mAh, o Poco M5s consegue entregar autonomia bem razoável. Não é um destaque deste celular, mas também não vai desapontar quem espera mais de um dia longe da tomada.
O teste de reprodução de vídeos na Netflix rendeu uma expectativa de até 20 horas de uso. Esse número foi obtido após 3 horas de vídeos ininterruptos no app de streaming, com o brilho da tela em 50%. O aparelho consumiu 15% da carga no período.
Já o uso real apresentou um consumo de 24% em seis horas de jogos, vídeos e redes sociais. Isso dá uma média de 4 pontos percentuais de consumo a cada hora, sendo cerca de 60% do tempo com a tela ativa.
É um bom resultado, que indica até 25 horas de uso mediano. Considerando que você não fica tanto tempo assim no celular todo dia, é possível dizer que o Poco M5s consegue até dois dias longe da tomada.
Tempos de uso e recarga
- Netflix: até 20 horas
- Uso real: aproximadamente 25 horas (consumo de 4,0 p.p/h)
- Recarga: Cerca de 1 hora
Outro destaque do Poco M5s é o carregamento. Com um adaptador de parede de 33 W, o dispositivo preenche todos os 5.000 mAh de carga em cerca de uma hora. É um tempo muito bom para um celular intermediário mais simples.
Concorrentes Diretos
Existem vários celulares intermediários com potência razoável e tela AMOLED no mercado brasileiro. Os principais concorrentes do Poco M5s são o Moto G42, Realme 9 e Redmi Note 11s. E eu cito o Galaxy M23 5G, que se destaca de todos pela conectividade com redes móveis.
Tanto o modelo da Motorola quanto o da Realme citados têm o Snapdragon 680, que é um processador de potência mediana, além de tela OLED e bateria de 5.000 mAh. O Redmi Note 11S tem o Helio G96, que é quase a mesma coisa do Helio G95 do Poco M5s.
Todos eles têm preço entre R$ 1.300 e R$ 1.500 no varejo online nacional. Que é o mesmo valor do Galaxy M23 5G, celular mais potente e com a quinta geração da banda larga móvel. Ou seja, é o melhor custo-benefício da lista.
Poco M5s: vale a pena?
A tela AMOLED, que começa a se tornar cada vez mais comum em celulares intermediários de baixo custo, é um dos grandes destaques do Poco M5s. Além disso, a duração da bateria, que pode chegar a dois dias, é outro ponto forte, junto ao carregamento rápido de 33 W.
O processador pode ser um pouco antigo, mas não compromete do dispositivo. A qualidade das fotos com boa iluminação também atrai bastante, mas o celular decepciona com pouca luz.
De pontos fracos, eu cito a ausência do 5G e de uma taxa de atualização de tela superior a 60 Hz. O primeiro ponto eu considero mais difícil de ignorar, enquanto o segundo é compreensível — não vejo como um recurso tão fundamental assim.
A questão é que, se existe o Galaxy M23 5G à venda oficialmente no Brasil, com hardware ainda mais potente, câmeras melhores e suporte ao 5G, não vejo razão para optar pelo Poco M5s. A menos que a tela AMOLED seja essencial para você, e o 4G esteja de bom tamanho.