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Google, Huawei, Elon Musk e outros destaques da tecnologia na semana

Por| 23 de Outubro de 2020 às 07h00

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Canaltech
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Agora a treta ficou feia, Google

O Departamento de Justiça dos EUA anunciou na última terça-feira (20) que - em conjunto com procuradores gerais de 11 estados - entrou com uma ação civil antitruste contra o Google, sendo esse o maior desafio legal de um governo contra uma gigante da tecnologia em todos os tempos. O objetivo é impedir a empresa de manter monopólios ilegais através de práticas anticompetitivas e de exclusão nos mercados de pesquisa e publicidade.

Em particular, a ação movida contra o Google alega que a empresa manteve ilegalmente monopólios de pesquisa e publicidade em pesquisa por:

  • Celebrar acordos de exclusividade que proíbem a pré-instalação de qualquer serviço de busca concorrente;
  • Entrar em subordinação e outros acordos que forçam a pré-instalação de seus aplicativos de pesquisa em localizações privilegiadas em dispositivos móveis. Tais apps seriam impossíveis de excluir, independentemente da preferência do consumidor;
  • Celebração de contratos de longo prazo com a Apple que exigem que o Google seja o padrão - e de fato exclusivo - mecanismo de busca geral no popular navegador Safari da Apple e outras ferramentas de busca da Apple;
  • Uso dos lucros de monopólio para comprar tratamento preferencial para seu mecanismo de pesquisa em dispositivos, navegadores web e outros pontos de acesso de pesquisa, criando um ciclo de monopolização contínuo e auto-reforçado.
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O Departamento de Justiça afirma que essas e outras práticas anticompetitivas prejudicam a concorrência e os consumidores, reduzindo a capacidade de novas empresas de inovar, desenvolver, competir e disciplinar o comportamento do Google. Algo que - pelo menos quando convém - é levado bem a sério na terra do Tio Sam.

E o Google, claro, não ficou calado. Em um post em seu blog oficial, empresa afirma que a ação judicial do Departamento de Justiça dos Estados Unidos é "profundamente falha". Segundo a Big Tech, "as pessoas usam o Google porque escolhem fazê-lo, não porque são forçadas ou, porque não conseguem encontrar alternativas".

Além disso, o Google diz que o Departamento de Justiça apoia-se em argumentos antitruste duvidosos para criticar seus esforços de tornar a Busca disponível de modo mais fácil para as pessoas. Para completar, a empresa admite que paga para promover seus serviços, assim como fazem inúmeras outras empresas. E apontou o dedo para os outros:

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Enfim, essa disputa promete ir bem longe e deve demorar anos e anos. Apenas para efeito de comparação, a Microsoft sofreu uma ação semelhante da Justiça americana por causa de práticas anticompetitivas com o seu antigo navegador, o Internet Explorer. E a coisa toda rolou durante 13 anos até um acordo final entre as partes.

Me erra, Trump! 

Donald Trump deve ter sido reprovado em algum processo seletivo da Huawei ou não teve o suporte necessário na hora em que precisou consertar um celular da marca. Porque só isso explica a obsessão dele com a fabricante chinesa e a vontade de afundá-la a todo custo.

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E o pior é que a última jogada dele para afastar a empresa de todo e qualquer mercado em que ela atua chegou aqui no Brasil. O nobre senhor de cabelos alaranjados está usando agências oficiais para oferecer linhas de crédito para as operadoras brasileiras que comprarem equipamentos para sua infraestrutura 5G de outras marcas que não sejam as da fabricante chinesa.

O objetivo do governo Trump é fazer com que Vivo, Claro e TIM adquiram tais equipamentos de fornecedores como Ericsson e Nokia. Para isso, os EUA querem usar a Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional (US DFC, na sigla em inglês), uma agência criada pelo mandatário norte-americano para dar suporte a objetivos geopolíticos estratégicos do país, para realizar as operações de crédito junto às operadoras.

A DFC ainda não abordou as operadoras, mas alguns de seus executivos já foram consultados, ainda que informalmente, por intermediários que representam a agência norte-americana.

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Só que os esforços de Trump podem não funcionar. Isso porque os financiamentos oferecidos pelo governo dos EUA para a compra de equipamentos 5G não apresentam grandes vantagens. Primeiro, porque boa parte da infraestrutura delas hoje, no Brasil, conta com componentes da Huawei - Nokia e Ericsson também. Realizar toda essa troca por equipamentos de outras marcas custaria muito mais do que o DFC teria disponível em sua carteira.

Além disso, as condições de financiamento a serem oferecidas pela própria DFC não seriam das mais interessantes. Em conversa com a Folha de São Paulo, um executivo de uma das operadoras questionou:

“Você compraria um carro por R$ 100 mil financiado ou outro por R$ 40 mil à vista?”

Xeque-mate, Mr. Trump!

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Elon Musk rindo à toa

E se você é funcionário de Elon Musk, essa semana é uma boa oportunidade para pedir um aumento para ele. A Tesla divulgou nesta quarta-feira (21) seus resultados financeiros relativos ao terceiro trimestre de 2020. E as notícias foram boas: além de apresentar lucros pelo quinto trimestre consecutivo, a montadora elétrica apresentou os três meses mais lucrativos da sua história e segue firme para atingir seu primeiro ano no azul.

Em apresentação ao mercado, a empresa registrou ganhos de US$ 0,76 por ação nos três meses que terminaram em 30 de setembro, além de receitas de US$ 8,77 bilhões. Esses números superaram a expectativa de analistas de Wall Street ouvidos pela Bloomberg. Eles esperavam US$ 0,55 de lucro por ação e US$ 8,26 bilhões em receita.

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Só que há dois "porém" na situação: o primeiro é que parte dos lucros anunciados pela Tesla - US$ 397 milhões para ser mais exato - vem da venda de créditos fiscais regulatórios para outras montadoras. E essas vendas vêm aumentando nos últimos anos e representam grande porcentagem das margens de lucro da empresa. Ou seja, o dinheiro vem mais dos pagadores de impostos do que propriamente da venda de carros.

Outro ponto é que Musk havia anunciado que pretendia entregar 500 mil carros até o final de 2020. Só que, em setembro, a montadora disse que vendeu 139 mil carros neste último trimestre. Para atingir a meta de meio milhão, que reafirmou na divulgação do balanço, a empresa precisará entregar 181 mil veículos nos últimos três meses do ano - um aumento de 30% em relação ao terceiro trimestre. Algo bem complicado de ser cumprido. E considerando que a Tesla é uma empresa aberta, não bater essa meta significará uma queda considerável em suas ações - e no seu valor de mercado. E, claro, bônus bem menor pra geral.

Boa, Microsoft! Até relevamos os updates bugados do Windows 10

A Microsoft mandou muito bem na última terça-feira. A gigante de Redmond criou uma série de estímulos à economia e à tecnologia tupiniquins, reunindo-os no que a empresa chama de Plano Mais Brasil. De acordo com a companhia, os pontos principais desse pacote são a expansão de oferta de cloud computing, a facilitação da busca de emprego para até 25 milhões de trabalhadores e a qualificação dos cidadãos para o mercado de trabalho.

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Um dos estímulos que a Microsoft anunciou foi a expansão de sua infraestrutura de nuvem com a criação de uma nova região de datacenter — a Brazil Southeast Region, baseada no Rio de Janeiro —, que vai oferecer aos clientes a opção de recuperação de desastres baseada em cenários, no País.

Outro dos pilares do Plano Mais Brasil é a geração de empregos e a capacitação dos brasileiros. Por isso, em parceria com o Ministério da Economia, foi criada a “Escola do Trabalhador 4.0”, uma plataforma de ensino remoto desenvolvida pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia (SEPEC/ME) em parceria com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), que inclui cursos da Microsoft por meio da ferramenta Microsoft Community Training.

A gente até esquece os updates bugados do Windows 10. Boa, Microsoft!

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Chega de almoço grátis

Depois de pagar US$ 19 bilhões pelo WhatsApp em fevereiro de 2014, a real é que o Facebook nunca soube direito como ganhar dinheiro com o mensageiro (confesse, Mark. Você não sabia mesmo). Mas, finalmente, parece ter achado um caminho para pagar os boletos.

Na última quinta-feira, a empresa anunciou algumas mudanças para as contas do WhatsApp Business. O serviço voltado para empresas não só terá uma expansão no seu recurso de venda de produtos, como também oferecerá hospedagem remota. A empresa divulgou ainda que algumas ferramentas da conta profissional passarão a ser pagas.

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Mesmo sem divulgar detalhes, o WhatsApp deu pistas de que fornecerá meios para integrar as lojas virtuais aos sistemas externos usados pelas empresas, os famosos ERPs. A integração deve envolver não apenas as soluções de vendas, como também de atendimento ao cliente (CRM).

Para empresas que pretendem expandir sem deixar o WhatsApp, o aplicativo oferecerá serviços de hospedagem profissional. A ideia pode colocar o Facebook em rota de colisão com a Amazon e a sua galinha dos ovos de ouro, chamada AWS. Sim, a gratuidade dos recursos no WhatsApp Business está com os dias contados. Chega de almoço grátis!

E a torta de vacilo da semana vai para...

Meg Whitman e Jeffrey Katzenberg, respectivamente CEO e fundador do Quibi, um serviço de streaming que chegou com pompa e circunstância em abril deste ano e já fechou as portas ao final de seis meses.

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A proposta do serviço era ser uma plataforma de streaming paga, cujo conteúdo era produzido especificamente para ser consumido em celulares. A ideia até parecia ser boa, tanto que a empresa recebeu um aporte de US$ 2 bilhões de investidores que confiavam no taco dos executivos no comando. Afinal, Whitman é um nome dos mais respeitados no setor de Tecnologia e foi CEO da HP por anos. E Katzenberg foi um dos mais altos executivos da Disney e, quando saiu de lá, cofundou o poderoso estúdio Dreamworks, junto com Steven Spielberg e David Geffen.

Só que nada deu certo. A começar pelo timing de chegada do Quibi, em meio a pandemia do coronavírus, que deixou todo mundo dentro de casa e consumindo conteúdo em telas maiores que a do próprio celular, como a de uma confortável smartTV ou até mesmo em um notebook ou tablet. Junte isso ao fato da plataforma enfrentar uma concorrência que entende muito mais do setor, como Netflix, Prime Video e Disney+, além do YouTube e do meteórico TikTok (ambos grátis). E também pela falta de conteúdo realmente relevante, que atraia o público. Pronto! Foi formada a receita do fracasso. A cereja do bolo ficou por conta das poucas dezenas de milhares de assinantes pagos que o Quibi conseguiu segurar após o período de testes grátis.

Ao final de tudo isso, Whitman e Katzenberg viram que não adiantavam insistir em algo que só drenava dinheiro (episódio parecido com o que a Amazon fez com o seu game online Crucible). Eles devolveram US$ 350 milhões para os investidores e fecharam as portas do Quiby. E agora precisam atualizar seu Linkedin. Mas algo me diz que eles não devem ficar parados por muito tempo.