OPPO Find N3 estreia com câmeras Hasselblad e durabilidade expandida
Por Renan da Silva Dores • Editado por Wallace Moté |
Conforme havia anunciado na semana passada, a Oppo apresentou nesta quinta-feira (19) o Oppo Find N3, novo rival do Galaxy Z Fold 5 que promete se destacar pelo conjunto poderoso de câmeras e maior durabilidade. Além do processamento atualizado com especificações robustas, a novidade embarca inúmeras melhorias de hardware e software, apostando em telas mais altas, recursos de multitarefa mais inteligentes, bem como na parceria com a Hasselblad para atrair os consumidores.
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- ColorOS 14 com Android 14 será lançada em 16 de novembro
Seguindo os concorrentes, o novo dobrável da OPPO vem equipado com processador Snapdragon 8 Gen 2, acompanhado de 12 GB ou 16 GB de RAM LPDDR5X e 256 GB ou 512 GB de armazenamento UFS 4.0. Não há expansão por cartões MicroSD, nem surpresas quanto ao desempenho, sendo a experiência de uso e os avanços em outras áreas os pontos de maior destaque do celular.
As mudanças começam nas telas, que abandonaram a proporção 9:8.4 mais larga e quadrada das gerações passadas em favor de algo próximo do 20:9, mais retangular e similar a um smartphone tradicional. Agora, o display externo possui 6,3 polegadas, vidro "Nanocrystal Glass" e resolução Full HD+ de 2482 x 1116 pixels, enquanto o painel flexível interno oferece 7,8 polegadas e resolução QXGA+ de 2440 x 2268 pixels.
A OPPO destaca ainda como ambos oferecem a mesma qualidade, com densidade acima de 425 PPI, taxa de atualização variável de 1 Hz a 120 Hz, escurecimento PWM de 1.440 Hz para oferecer maior conforto em baixa luminosidade, amostragem de toque de 240 Hz para reconhecimento dos comandos do usuário e pico de brilho de impressionantes 2.800 nits — atingido apenas em áreas pequenas com HDR, sendo o brilho típico estabelecido em mais razoáveis 1.400 nits.
É por trás da tela onde está uma das melhorias de maior peso: a dobradiça. A estrutura foi aprimorada, reduzindo o número de peças e prometendo resistir sem problemas a até um milhão de dobras. Em comparação, o Find N2 possuía resistência garantida de 400 mil dobras, enquanto o Galaxy Z Fold 5 tem promessa de "apenas" 200 mil dobras. Além disso, mecanismos de proteção foram integrados para que o lançamento recebesse a certificação IPX4.
Apesar de ser bem menos avançada que a IPX8 do rival da Samsung, a IPX4 já fornece mais segurança e protege contra respingos d'água, eliminando preocupações com chuva e até a queda de líquidos. Mais interessante é que a gigante não precisou sacrificar drasticamente as dimensões do telefone para isso, oferecendo um aparelho que possui de 5,8 mm a 6 mm de espessura quando aberto, e até 245 gramas de peso. Outro ponto peculiar é o revestimento "autocurativo" da tela dobrável, que se regenera de marcas leves com o tempo, estendendo a durabilidade.
O dispositivo também dá atenção especial às câmeras, como o enorme módulo circular deixa claro. São três lentes no total, com cada uma trazendo especificações de respeito, especialmente para um dobrável. A lente principal de 48 MP emprega o inédito sensor Sony LYTIA-T808, que promete "entregar a qualidade do IMX989 de uma polegada em dimensões menores", por trazer tecnologia similar.
Apesar de ter apenas 1/1.43 polegada, o componente embarca a tecnologia de empilhamento da Sony, separando os fotodiodos (a área que capta a luz) dos transistores (que convertem o sinal em dados), o que aumenta a quantidade de luz registrada e reduz interferências, características complementadas pela presença de estabilização óptica de imagem (OIS).
Para ultrawide, o Find N3 utiliza um sensor de 48 MP mais simples, com campo de visão bem limitado de 114° — a maioria dos smartphones aposta em lentes mais abertas, de 120° ou mais. Dito isso, há função macro integrada, uma adição bem-vinda. Fecha o pacote a lente telefoto periscópio de 64 MP, com zoom óptico de 3x e zoom digital "sem perdas" de 6x, que realiza um corte direto no sensor. A estratégia reduz a resolução para 16 MP, mas promete manter a alta qualidade.
Soma-se às lentes as otimizações de software e pós-processamento desenvolvidas pela OPPO em parceria com a Hasselblad. Oferecendo alguns truques, como os filtros de câmeras e a possibilidade de capturar imagens com proporções extremas de até 65:24 no modo XPan, o kit já não possui o apoio do chip dedicado MariSilicon X após o encerramento da divisão de semicondutores da companhia, mas emprega o chamado OPPO Computational Photography (OCP), algoritmo que "avalia pixel por pixel para aplicar HDR e outros processos".
O OCP curiosamente também é utilizado para a função ProXDR Display, que não deve ser confundido com o Pro Display XDR da Apple. Similar ao Ultra HDR, recém-inaugurado com o Android 14, o ProXDR da OPPO exibe as fotos da galeria usando mapas HDR com ganhos de brilho e cores, adaptando a tela de acordo com o que está sendo exibido — pense no HDR10+ ou Dolby Vision de um filme ou série, que também são suportados pelo Find N3.
Para selfies, fugindo do que normalmente é visto em outros dobráveis, a fabricante optou por lentes diferentes para cada display. Há mais resolução na área externa com o sensor de 32 MP, mas o sensor interno de 20 MP possui uma abertura mais ampla (f/2.2, contra f/2.4), permitindo mais entrada de luz, além de um campo de visão maior (91°, contra 88,5°). É provável que a ideia da marca é incentivar o uso da tela interna, para que o usuário faça proveito da capacidade da dobradiça de se manter aberta em qualquer ângulo.
A bateria é mais um ponto forte do aparelho, que chega embarcado com 4.800 mAh, uma das maiores capacidades do segmento, e o carregamento rápido SuperVOOC de 67 W, que seria capaz de recuperar 100% da carga em 42 minutos. Como má notícia para alguns usuários, não há recarga sem fio, ausência considerável quando levamos em conta o preço elevado do telefone.
Também estão presentes conectividade 5G, Wi-Fi 7 Tri Band, Bluetooth 5.3, NFC, leitor de digitais integrado ao botão de energia na lateral e sistema de som estéreo com Dolby Atmos. O áudio se apoia em um truque interessante: em vez de apenas duas, há três caixas de som, sendo uma no topo e duas na base, para garantir que o usuário sempre tenha áudio estéreo independente da orientação em que o celular estiver.
Por fim, o software merece destaque — o OPPO Find N3 sai de fábrica com Android 13 rodando sob a ColorOS 13.2, e tem quatro grandes updates de sistema e cinco anos de atualizações de segurança garantidos, devendo assim chegar ao Android 17. No entanto, o que realmente chama atenção são os recursos de multitarefa que a empresa implementou, finalmente colocando pressão no que é oferecido pela Samsung com o Galaxy Z Fold 5.
Além da barra de acesso rápido de apps na base do display, algo já visto no concorrente sul-coreano e no Pixel Fold do Google, há o chamado "Boundless View", que funciona de maneira um pouco similar ao Stage Manager do iPad, mas com mais flexibilidade. O usuário pode usar dois apps simultâneos, como de costume, mas ao adicionar um terceiro, a exibição é ampliada para simular um desktop, permitindo que cada aplicativo seja organizado em fileiras ou ampliado em uma área diferente e acessado a qualquer momento.
Preço e disponibilidade
Sendo a base usada pela OnePlus para o OnePlus Open, que também será anunciado nesta quinta-feira (19), o OPPO Find N3 tem um esquema de disponibilidade peculiar, devendo focar em países europeus e asiáticos, com dois deles confirmados para receber a novidade: China e Singapura.
Além de mais opções de cores e um kit completo com acessórios, a China receberá duas variantes — uma mais acessível de 12 GB/512 GB, vendida por 9.999 yuan (~R$ 6.700), e outra mais robusta com 16 GB/512 GB por 12.999 yuan (~R$ 9.000). Singapura receberá apenas a variante de 16 GB de RAM, sem acessórios, por 2.399 dólares singapurianos (~R$ 8.850). As pré-vendas começam nesta sexta-feira (20), com envio ainda não confirmado.
Mercados ocidentais, como os EUA, receberão o OnePlus Open que, ao que tudo indica, é uma versão renomeada do Find N3 — vai ser preciso aguardar pelo evento para sabermos as diferenças em preço e recursos. Infelizmente, ainda que a OPPO tecnicamente atue no Brasil, não devemos ver o dobrável ser lançado por aqui.
OPPO Find N3: ficha técnica
- Tela Interna: AMOLED de 7,8 polegadas, resolução QXGA+ de 2440 x 2268 pixels, taxa de atualização de 1-120 Hz, amostragem de toque de 240 Hz, escurecimento PWM de 1.440 Hz, HDR com HDR10+ e Dolby Vision, pico de brilho de 2.800 nits
- Tela Externa: AMOLED de 6,3 polegadas, proporção ~20:9, resolução Full HD+ de 2484 x 1116 pixels, taxa de atualização de 1-120 Hz, amostragem de toque de 240 Hz, escurecimento PWM de 1.440 Hz, Nanocrystal Glass, HDR com HDR10+ e Dolby Vision, pico de brilho de 2.800 nits
- Chipset: Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2
- Memória RAM: 12 GB ou 16 GB LPDDR5X
- Armazenamento interno: 256 GB ou 512 GB UFS 4.0
- Câmera traseira: 48 MP (Principal, Sony LYTIA-T808, f/1.7, OIS) + 48 MP (Ultrawide/Macro, f/2.2, 114º) + 64 MP (Telefoto Periscópio, f/2.6, zoom óptico de 3x, digital "sem perdas" de 6x)
- Câmera frontal: 32 MP (f/2.4, 88,5°, externa), 20 MP (f/2.2, 91°, interna)
- Dimensões: 143,1 x 153,4 x 6,0 mm (aberto), 73,3 x 153,4 x 11,9 mm (fechado)
- Peso: 239 gramas (tecido), 245 gramas (vidro)
- Bateria: 4.800 mAh com carregamento SuperVOOC de 67 W
- Extras: 5G, Wi-Fi 7 Tri Band, Bluetooth 5.3, NFC, certificação IPX4, leitor de digitais na lateral, áudio estéreo com três speakers e Dolby Atmos
- Cores disponíveis: preto (tecido), vermelho (tecido), verde (vidro) e dourado (vidro)
- Sistema operacional: Android 13, sob a ColorOS 13.2