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Snapdragon X Elite estreia atropelando M2 Max e Core i9 13980HX

Por| Editado por Wallace Moté | 24 de Outubro de 2023 às 16h00

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(Imagem: Divulgação/Qualcomm)
(Imagem: Divulgação/Qualcomm)
Tudo sobre Qualcomm

Após meses de teasers e vazamentos, a Qualcomm apresentou nesta terça-feira (24) o Snapdragon X Elite, novo concorrente da gigante para notebooks Windows preparado para competir com o Apple M2 — e que vai muito além das expectativas. A plataforma é a primeira a utilizar o núcleo Oryon, baseado nas tecnologias da Nuvia, que impressionou a indústria em 2019 ao apresentar uma arquitetura que entregava desempenho de núcleo Zen 2 da AMD por uma fração da energia, promessa usada como base para a novidade, que pode ser duas vezes superior aos rivais.

Começando pela ficha técnica, há uma série de aspectos que, no papel, parecem bastante positivos. Conforme apontavam os vazamentos, a solução possui 12 núcleos Oryon, todos de alto desempenho, com frequência que se estabiliza em 3,8 GHz quando a CPU está sendo totalmente usada, mas que pode atingir respeitáveis 4,3 GHz quando um ou dois núcleos estão trabalhando — cenário mais realista que costuma ocorrer em uso mais leve, como ao navegar ou abrir programas.

Teremos ainda um total de 42 MB de cache (a memória próxima aos núcleos, usada para agilizar o processamento), quantidade similar ao de soluções avançadas da AMD e Intel, além de até 64 GB de RAM LPDDR5X a 8.500 MT/s, entregando assim 136 GB/s de largura de banda, uma das maiores disponíveis atualmente. Para o armazenamento, a fabricante de notebooks que usar o componente poderá optar por SSDs NVMe PCIe 4.0, mais velozes, ou memórias UFS 4.0, ainda rápidas, mas mais econômicas em termos energéticos.

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Para os gráficos integrados, o Snapdragon X Elite traz uma GPU Adreno não especificada, que promete números muito impressionantes. O desempenho atingiria 4,6 TFLOPs e, ainda que não seja uma métrica diretamente comparável a outras GPUs, podemos esperar por performance robusta, que compete em igualdade com soluções rivais. O componente também oferecerá suporte a até três monitores externos 4K a 120 Hz com HDR, ou duas telas 5K.

Duas características muito interessantes do chip gráfico, que podem indicar alta compatibilidade com programas e games mais pesados, é a presença de drivers atualizáveis, aos moldes do que é visto com placas Radeon ou GeForce, e da API DirectX 12. Enquanto o primeiro assegura otimizações constantes para novos jogos e apps, o segundo dá à Adreno acesso a uma variedade de recursos disponíveis no Windows, amplamente usados pelos concorrentes.

Fechando o pacote, a fabricação ficaria a cargo da TSMC em um dos processos da classe de 4 nm — a Qualcomm não disse qual deles seria usado, mas é provável que a companhia tenha escolhido o N4P, opção mais recente, densa e eficiente da família de 4 nm. Ainda que não tenha o glamour dos 3 nm usados pela Apple no A17 Pro, presente no iPhone 15 Pro, a tecnologia é madura, devendo garantir bom rendimento (número de chips fabricados) e, mais importante, bons resultados para o consumidor.

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Snapdragon X Elite é até 2x mais veloz que rivais

Se os números de desempenho divulgados pela gigante se confirmarem, o Apple Silicon pode finalmente ter um competidor de mesmo nível em termos de velocidade e eficiência energética. Segundo os dados oficiais, o Snapdragon X Elite entrega duas vezes mais desempenho que "um competidor de 12 núcleos" na mesma faixa de consumo, além de entregar o pico de desempenho desse mesmo competidor ao consumir 1/3 da energia, usando o teste multi-core do Geekbench 6 como referência.

Considerando as especificações citadas, com consumo que chega aos 50 W, é provável que a Qualcomm esteja se referindo ao Intel Core i7 1360P ou similar, o que mostra a forte ambição do novo Snapdragon e potencial de superar o Apple M2. De fato, a gigante indica que o X Elite tem CPU "50% mais veloz em multi-core que seu competidor baseado em ARM", sendo o M2 o único a atender essa descrição.

Falando em testes single-core, a solução da Qualcomm promete superar o poderoso Apple M2 Max, entregando o mesmo desempenho com 30% menos consumo. Outro feito impressionante foi visto ao comparar com o Core i9-13980HX, chip entusiasta da Intel, onde a solução da Qualcomm entregou 70% menos consumo, com performance superior.

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É interessante destacar que a própria indicação da faixa de consumo mostra maior flexibilidade por parte do Snapdragon X Elite: é cedo para dizer, mas a plataforma parece poder ser configurada entre 10 W e 50 W, mantendo a vantagem de desempenho em toda a faixa. Isso é um sinal que o chip pode entregar mais bateria ou mais desempenho sem grandes sacrifícios, o que pode ser um diferencial de peso frente à concorrência.

A potência gráfica não fica atrás: a nova Adreno seria até duas vezes mais veloz que a GPU do "competidor A" (possivelmente a Intel), entregando desempenho equivalente ao consumir 1/4 da energia (o que parece ser 10 W contra 40 W, de acordo com os gráficos), e 80% superior que a solução do "competidor B" (provavelmente a AMD), oferecendo performance similar ao consumir 1/5 da energia (12 W contra 60 W, seguindo os gráficos).

Como sempre, é preciso aguardar pelos notebooks finalizados para que testes aprofundados em múltiplos benchmarks e cenários possam ser realizados, comprovando ou desmentindo as promessas da Qualcomm. Além disso, aspectos como refrigeração e memórias podem influenciar nos resultados finais. Mesmo assim, a diferença é grande o suficiente para sugerir que a companhia realmente tem algo especial em mãos.

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Outros destaques incluem suporte a câmeras de até 64 MP com gravação em 4K HDR, conectividade 5G mmWave com velocidades de até 10 Gbps usando modem Snapdragon X65, Wi-Fi 7 Tri Band, Bluetooth 5.4 com Low Energy (LE), codificação e decodificação de vídeos com o novo codec AV1, e compatibilidade com até três portas USB-C no padrão USB4.

Chip tem IA como um dos pilares

Além da performance bruta, o Snapdragon X Elite também tem o processamento de Inteligência Artificial como um dos pilares, com a filosofia de combinar diferentes componentes para otimizar o desempenho dependendo da tarefa. O mais importante entre eles é a Unidade de Processamento Neural (NPU) Hexagon, capaz de rodar Grandes Modelos de Linguagem (LLMs) de até 13 bilhões de parâmetros no dispositivo, sem precisar de suporte de servidores.

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As promessas impressionam também em modelos menores, com 7 bilhões de parâmetros, em que a Hexagon conseguiria atingir 30 tokens por segundos (o número de palavras ou termos gerados por segundo em um LLM), além de IA geral com 45 TOPS (Trilhões de Operações por Segundo), e 2,5 vezes mais velocidade ao usar dados no formato Tensor em comparação ao Snapdragon 8cx Gen 3. Resumindo a chuva de termos e números, o Snapdragon X Elite seria até 4,5 vezes mais potente em IA que os concorrentes.

Outro diferencial herdado dos smartphones é o Sensing Hub, que une a NPU a componentes de processamento de imagem (ISP) e um processador dedicado de sinal digital (DSP) para gerenciar os sensores do notebook, fornecendo resposta rápida e melhor qualidade em reconhecimento facial, aplicação de efeitos em videochamadas, comandos de voz, bem como otimizando a captação dos sinais 5G e Wi-Fi, entre outras funções.

Primeiros notebooks chegam em 2024

Prometendo revolucionar o mundo dos computadores e dificultar a vida da linha Apple Silicon, o Snapdragon X Elite estará presente em uma variedade de formatos de dispositivos, incluindo tablets, notebooks 2 em 1 e laptops mais encorpados — um reforço da flexibilidade do processador em relação ao consumo e resfriamento.

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Os primeiros aparelhos equipados com o chip estão previstos para chegar às lojas na metade de 2024, mas até o momento faixas de preço e marcas que irão apostar na plataforma não foram anunciadas. No entanto, considerando as gerações anteriores de Snapdragon para PC, podemos especular que gigantes como Dell, Lenovo, Samsung e a própria Microsoft, em sua linha Surface, devem utilizar o X Elite.