10 provedores VPN que levam sua segurança e privacidade a sério
Por Jones Oliveira • Editado por Claudio Yuge | •
A oferta de Redes Privadas Virtuais, as famosas VPNs, nunca foi tão ampla como se tem visto agora em tempos de pandemia e confinamento para conter o avanço do novo coronavírus (SARS-CoV-2). Muito disso está relacionado à reconfiguração das relações de trabalho, com os colaboradores tendo de trabalhar remotamente, longe dos escritórios, em home office.
Como isso ocorreu repentinamente, pouquíssimos negócios puderam implantar diretrizes e políticas adequadas para manter a segurança e sigilo sobre os dados trafegados entre os servidores da empresa e o computador utilizado em casa pelo colaborador, muitas vezes numa infraestrutura precária e em equipamento pessoal.
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Diante desse cenário, as VPNs voltaram à tona e começaram a ser adotadas como uma solução prática e eficiente para conferir uma camada de proteção, nem que seja mínima, ao ambiente de trabalho em casa. Todavia, é bom ficar atento: nem toda VPN é segura e merece confiança – pelo contrário. Alguns serviços de VPN mantêm extensos logs com o registro de todas as atividades dos usuários, o que põe em risco a segurança e privacidade dos clientes e dos dados. Ou seja, o que tecnicamente deveria ajudar a proteger o usuário acaba se voltando contra ele, pondo em risco sua identidade e o que faz online.
Para que você contrate o provedor VPN ideal e fique tranquilo ao navegar na internet, o Canaltech elaborou esta lista com os 10 provedores VPN que levam sua segurança e privacidade a sério. Para isso, analisamos se os serviços armazenam de logs e dados pessoais do usuário, bem como se há algum tipo de restrição em relação ao conteúdo acessado pelos assinantes. Confira!
1. NordVPN: a VPN mais popular
A NordVPN se posiciona fortemente comprometida com a segurança e privacidade online de seus usuários e, por isso, não armazena nenhum dado relacionado ao uso do aplicativo nem navegação na internet, apenas e-mail e informações básicas de pagamento.
A empresa afirma não armazenar os dados de quais sites foram acessados, quando uma conexão foi feita e quanto tempo durou, a quantidade e quais os dados transferidos durante a conexão, e tampouco os softwares utilizados. Declaram ainda que, por estarem sediados no Panamá, e em conformidade com a legislação do país, não estão obrigados a gravar e compartilhar dados com governos e agências reguladoras como NSA, por exemplo.
Outro quesito importante relacionado a segurança são os protocolos usados. A NordVPN utiliza tecnologia de padrão militar, baseada em protocolos IKEv2/IPsec e OpenVPN, com chaves de 256 bits que garantem que nem mesmo os supercomputadores atuais consigam quebrar a proteção do oferecida pelo app. Esses são os padrões recomendados pela NSA para classificar documentos como Ultrassecreto (TOP SECRET).
A NordVPN possui uma rede com mais de 5.000 servidores distribuídos em 61 países, capazes inclusive de sobrepor as barreiras de censura em países que restringem o acesso à internet como a China.
O NordVPN está disponível para Windows, macOS, Linux, Android, iOS, Android TV, Chrome e Firefox a partir de R$ 22,90 mensais no plano bienal.
2. Surfshark
Para quem já está mais familiarizado com VPNs, o Surfshark oferece ainda mais opções de segurança. Contudo, mantém o nível de simplicidade para usá-las. Na aba de configurações avançadas, permite ajustar algumas opções de conectividade, notificação, segurança e mais.
Com isso, o usuário pode pedir que a VPN sempre abra quando você ligar o seu device e se conectar. Vale lembrar que, caso você esteja em um país e queira entrar em uma rede como se fosse utra, pode ser cobrado em seu plano de dados. Por isso, existe a opção de usar o app somente em conexões Wi-Fi, por exemplo.
Outra característica interessante do Surfshark é que ele tem uma série de ferramentas que pode ajudar a melhorar a vida dos usuários. Uma delas é o KIll Switch, uma opção para que você não consiga acessar a internet quando a sua VPN cair. Para quem trabalha com dados que precisam ficar seguros no smartphone ou computador, a função garante não correr o risco de se conectar fora da rede privada.
Outra função bacana é o CleanWeb, uma ferramenta que derruba malwares, publicidade e sistemas de monitoramento da sua navegação, diminuindo a quantidade de dados que estes programas guardam de você sem permissão.
Por fim, ele também tem o Whitelister, o qual deixa que você coloque alguns aplicativos em uma lista fora da VPN. Por exemplo, apps de navegação podem não funcionar bem enquanto você está em uma VPN em outro país. Isso porque eles usam tanto o GPS quanto a conexão de rede para identificar onde o aparelho está. Dessa forma, pode ser que, para seguir um mapa, seja importante deixar o Waze ou o Maps fora da lista de VPN.
Todas opções, mais uma vez, embora possam ser bastante sofisticadas, são configuráveis de forma muito simples com alguns poucos cliques — mesmo para quem usa muito pouco, ou nunca usou um programa deste tipo.
3. Private Internet Access
O Private Internet Access não armazena nenhum log relacionado a tráfego, sessão, DNS ou metadados dos usuários. Ou seja, não há qualquer tipo de monitoramento do que o usuário faz online.
Isso significa que quem optar pelo serviço pode baixar navegar sem se preocupar de estar sendo vigiado ou julgado pelo que está fazendo — até o torrent está 100% liberado. "Nós não censuramos os nossos servidores, ponto final", afirma categoricamente a Private Internet Access.
Além disso, a companhia disponibiliza mais de 3.200 data centers em 46 países diferentes, incluindo Brasil, Estados Unidos, Rússia e Reino Unido. Embora nenhum deles seja administrado fisicamente pela empresa, ela garante que "amigos e parceiros de negócios [que gerenciam os data centers] passaram por rigorosas diligências" para garantir a qualidade, transparência e segurança do serviço.
A Private Internet Access é um provedor VPN pago que possui planos a partir de R$ 11,21 mensais no pacote trienal com três meses gratuitos. O serviço possui aplicativos para Windows, macOS, Linux, Android, iOS, Chrome, Firefox e Opera.
4. TorGuard: mantém o controle sobre tudo
O TorGuard é outro provedor VPN que não mantém nenhum tipo de registro que leve à identificação do usuário. Além disso, o serviço garante manter uma política de IPs compartilhados, que, divididos entre seus clientes, torna impossível o rastreamento da origem das requisições.
A companhia garante não restringir o tráfego de qualquer tipo de conteúdo, o que significa que o BitTorrent e demais protocolos P2P estão liberados. Apesar disso, a afirmação de que "por padrão, nós não bloqueamos ou limitamos qualquer tipo de tráfego de dados" nos leva a acreditar que, dependendo da situação, o contrário pode ser aplicado.
Um fator que faz o TorGuard se diferenciar em relação à concorrência é o fato de ele ter acesso físico a toda a infraestrutura do serviço ofertado, o que inclui "milhares" de servidores em mais de 55 países diferentes, mesmo que ela esteja sob a responsabilidade de terceiros. "Todos os nossos servidores são implantados e gerenciados exclusivamente por nossa equipe de rede utilizando métodos seguros", explica.
O TorGuard está disponível para Windows, macOS, Linux, Android, iOS, Chrome, Safari e Firefox a partir de US$ 9,99 mensais no plano Standard.
5. ExpressVPN: para todo tipo de dispositivo
Operando desde 2009, o ExpressVPN diz que jamais armazenou qualquer log ou informação que possam ser rastreados de volta para o usuário ou entregar sua identidade. Assim como o TorGuard, o funcionamento deste provedor é baseado em IPs compartilhados.
Ele também permite o tráfego de qualquer tipo de dado, o que significa que o usuário pode acessar e baixar arquivos dos principais sites de torrent e plataformas P2P da atualidade sem medo de ser feliz.
Questionado sobre quem administra sua infraestrutura, no entanto, o ExpressVPN desconversa dizendo que utiliza "data centers premium que empregam rígidas normas de segurança" e que nem seus funcionários têm acesso aos servidores. Em contrapartida, a companhia informa que toda a plataforma opera a partir de memórias RAM, não utilizando nenhum tipo de armazenamento persistente, e que ela está espalhada por 94 países diferentes.
O serviço de VPN está disponível para uma infinidade de dispositivos, desde os tradicionais Windows, macOS e Linux, passando por dispositivos móveis e roteadores, até Kindle Fire, PlayStation 4, Xbox One, switch, Apple TV, Amazon Fire TV Stick e smart TVs.
A partir de US$ 8,32 mensais no plano anual.
6. SlickVPN
Embora não seja tão conhecido quanto as opções anteriores, o SlickVPN figura nesta lista como um dos melhores provedores do tipo na atualidade. No mercado desde 2012, o serviço compartilha com seus concorrentes a característica de não manter nenhum tipo de registro de atividade de seus clientes, mantendo todos no anonimato.
Outro ponto em comum é que o SlickVPN garante que todo tipo de tráfego é permitido e não fica de olho em nada que o usuário está fazendo. Apesar disso, a empresa confirma que caso receba uma notificação judicial de pirataria, avisa o usuário sobre isso e encerra sua sessão. Já em relação à forma como administra sua infraestrutura, o serviço alega que ele próprio gerencia as instalações mais críticas, enquanto os servidores que têm menor demanda são gerenciados por parceiros terceiros.
Ao todo, o provedor conta com servidores físicos em mais de 40 países, ofertando uma ampla gama de possibilidade de conexão aos usuários, incluindo Brasil, Estados Unidos, Rússia, China e Suécia.
O SlickVPN está disponível para Windows, macOS, Linux e Android a partir de US$ 10 mensais, ou plano anual, que custa US$ 48.
7. IPredator
Outro nome um tanto quanto desconhecido nesta lista, o IPredator é mais uma opção de provedor VPN para quem procura um serviço que preza por segurança e anonimato. De acordo com a empresa que mantém a plataforma, nenhum log é armazenado e não há nenhuma forma de relacionar um cliente a seu respectivo IP, pois o serviço não identifica o IP de origem das requisições, encerrando e excluindo quaisquer sessões de conexão assim que ela é terminada.
Em relação ao bloqueio de determinados protocolos, como o BitTorrent, a empresa alega que "é seu dever proporcionar um acesso à internet de maneira que cada usuário seja livre para compartilhar o que quiser", afinal de contas "a sociedade foi construída sobre a livre troca de conhecimento cultural". Portanto, pode ficar tranquilo e usar a internet como quiser.
Além disso, outro ponto que merece destaque é que a empresa detém toda a infraestrutura do serviço que oferece, do servidor ao cabo de rede, e não permite que ninguém de fora da empresa mexa no que é dela. "Nós não confiamos em terceiros para operar nossa infraestrutura", explica.
O ponto negativo disso tudo é que o IPredator só dispõe de servidores na Suécia, o que pode comprometer a experiência de uso de quem reside fora da Europa. Outro revés é que só há opção de contratação mensal, que sai por 5 euros ao bolso dos assinantes. Por outro lado, o serviço está disponível não só para Windows, macOS, Linux, Android e iOS, como também para firmwares open source de roteadores, como o DD-WRT, OpenWrt, PfSense e TomatoUSB.
8. SmartVPN
Relativamente conhecido pelos aficionados por segurança digital, o SmartVPN é outro provedor que alega não manter nenhum log ou informação que comprometa a segurança e identidade do usuário.
Além disso, o serviço garante que não limita qualquer tipo de tráfego em sua rede, deixando as portas abertas para os fãs de torrent e qualquer outro protocolo P2P.
Outra característica do SmartVPN é que boa parte de sua infraestrutura é gerenciado por uma equipe própria, e somente servidores instalados em localidades "exóticas" são administrados por parceiros. Inclusive, o serviço oferece opções de conexão em países como Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Japão e outros.
Por fim, o serviço é compatível com Windows, macOS, Linux e Android e é um dos poucos que oferece um amplo leque de opções de assinatura para os clientes, com pacotes básicos que custam a partir de US$ 3 no plano anual até um plano avançado, cujo diferencial é fornecimento de IP dedicado, a partir de US$ 13 mensais na assinatura anual.
9. CyberGhost
Tal qual seus concorrentes, o CyberGhost é mais um serviço de VPN que garante total privacidade dos usuários por não armazenar nenhum log, dado ou informação de tráfego em seus data centers e servidores de DNS. Outro fator de garantia de anonimato dado pelo serviço é que ele opera sob a jurisdição da Romênia, que não regulamenta a retenção de dados que possam identificar os usuários — por isso você está mais do que seguro aqui.
Apesar disso, o CyberGhost se vende mesmo como a melhor VPN para desbloquear qualquer serviço de streaming. Sempre quis assistir ao catálogo norte-americano da Netflix? Quer assinar o Disney+ antes de ele chegar ao Brasil? Este é o serviço para você. O serviço garante que é capaz de contornar qualquer política de geofencing para permitir que seus clientes acessem a grande maioria dos serviços de streaming, independentemente de onde estejam.
O lado negativo do CyberGhost é que ele não é proprietário de nenhum servidor em si — toda a infraestrutura é alugada de terceiros. Para amenizar isso, a companhia diz que aplica criptografia a todas conexões, emprega servidores DNS próprios e se certifica de que todos os data centers utilizem um sistema operacional personalizado sob medida para esse tipo de serviço.
Ao todo, o CyberGhost opera mais 6.300 servidores em 89 países diferentes. Com aplicativos para Windows, macOS, Linux, Android, iOS, Fire TV, Android TV, Apple TV, Smart TVs e consoles de videogame, o serviço pode ser contratado a partir de R$ 11,10 mensais no plano bianual, que oferece mais 3 meses grátis.
10. Cryptostorm
Talvez este seja o provedor que mais pareça amador aos olhos dos usuários. A verdade, porém, é bem diferente disso, já que basta explorar um pouco o site do Cryptostorm para perceber que ele é voltado para um público mais hardcore, ou "paranoico", como ele mesmo diz.
Com canais de atendimento incomuns, como o IRC, o provedor não mantém nenhum log de acesso dos usuários, tampouco impede o uso de protocolos P2P. Além disso, o próprio serviço se estruturou de maneira a impedir que autoridades o encontrem e derrubem: "o Cryptostorm consiste em várias entidades diferentes de diferentes regiões. Dessa forma, quando tentam nos derrubar, nós já recomeçamos em outro local com os mesmos recursos".
Por padrão, a empresa diz que bloqueia o uso das portas 135, 139 e 445 para evitar que os usuários sejam vítimas de falhas de segurança conhecidas dos protocolos NetBIOS e SMB. Apesar disso, ela não deixa claro se possui e controla diretamente os servidores, afirmando apenas que eles são "configurados para serem o mais descartáveis possível", além de empregarem políticas rígidas de gerenciamento da infraestrutura de chaves públicas. Além disso, o Crypstorm garante que usa o DNSCrypt para criptografar o DNS do cliente antes de ele se conectar aos servidores e oferece um serviço opcional de bloqueio de anúncios e de rastreadores.
O Cryptostorm é baseado em OpenVPN e é compatível com Windows, macOS, Linux, Android, iOS e sistemas operacionais open source de roteadores. Ele é um dos mais em conta da lista, oferecendo planos que partem de US$ 1,86 semanais ou US$ 6 mensais por um dispositivo.
11. FastestVPN
A última VPN desta lista é também a mais indicada para quem não está em condições de arcar com as soluções mais populares e conhecidas. Porém, ao contrário do que você pode pensar, o FastestVPN não é pegadinha e oferece basicamente os mesmos recursos das demais soluções.
O serviço não armazena qualquer log ou dado que possa identificar o usuário, tampouco se preocupa com o que o usuário faz online, liberando o tráfego de torrents e outros protocolos P2P. De fato, a empresa garante que todos os servidores são otimizados para proporcionar a maior velocidade possível para o compartilhamento de arquivos.
A infraestrutura é mista, ou seja: a FastestVPN tanto tem servidores próprios quanto alugados de terceiros. Nesse segundo caso, entretanto, a companhia garante que detém acesso exclusivo a eles, sem compartilhá-lo com qualquer outro serviço ou plataforma. A companhia não abre o número exato de servidores que possui, mas diz que eles estão localizados em mais de 30 países e mais de 39 localidades diferentes, todos empregando protocolo IKEv2 e criptografia AES de 256 bits.
Porém, o grande atrativo do FastestVPN é mesmo seu preço, que tem oferta vitalícia a US$ 40. Um preço excelente para os recursos e compatibilidade do serviço: ele tem apps para Windows, macOS, Linux, Android, iOS, Amazon Fire Stick e Android TV, além de poder ser configurado diretamente no roteador e funcionar em Smart TVs, Chrome, Firefox e consoles de videogame.
Atualizado: 22/03/2023, a lista foi otimizada com novas informações sobre cada serviço e os preços foram atualizados.