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Giro da Saúde: pico de transmissão da Ômicron; névoa mental pós-covid leve; e +

Por| 23 de Janeiro de 2022 às 08h00

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Pavel Danilyuk & EVG/Pexels
Pavel Danilyuk & EVG/Pexels

A semana foi marcada por dois eventos importantes: o início da vacinação infantil contra covid-19 no Brasil e a análise da Anvisa sobre os autotestes e a vacina CoronaVac para o público pediátrico. Esses e outros destaques você confere agora, no Giro da Saúde.

Anvisa: autotestes e CoronaVac infantil

Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária votou duas importantes pautas relacionadas ao enfrentamento da covid-19 no Brasil: a questão da liberação dos autotestes e o uso emergencial da CoronaVac para crianças e adolescentes. Nas duas reuniões, que ocorreram na quarta (19) e na quinta (20), respectivamente, a agência determinou o seguinte:

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Autotestes: ainda falta uma política pública referente aos testes feitos em casa. A decisão foi adiada, uma vez que a Anvisa pediu detalhes de planejamento ao Ministério da Saúde, em uma diligência que pode durar até 15 dias. Os membros da agência questionaram a falta de estratégias de testagem em massa para a população e medidas para o rastreamento de contatos dos casos positivos da covid-19 e de campanhas que ensinem o cidadão a forma correta de executar e interpretar os resultados do autoteste.

CoronaVac infantil: a Anvisa aprovou a vacina para crianças e adolescentes, de 6 a 17 anos. O imunizante deverá ter a mesma formulação e concentração daquela aplicada em adultos. Além disso, valerá o mesmo intervalo de 28 dias entre as doses. No entanto, a fórmula não deve ser aplicada em crianças imunocomprometidas (com baixa imunidade).

Pico de transmissão da Ômicron

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Uma nova descoberta se opõe aos novos protocolos de combate à variante Ômicron do coronavírus, já que dados preliminares apontam que o pico de transmissão da cepa, mais contagiosa, ocorre no quinto dia após o início dos sintomas. Ou seja, se for confirmado, o novo período de isolamento pode ser comprometido.

Acontece que vários países determinaram que o tempo de isolamento de pacientes infectados foi reduzido para um período de cinco a 10 dias. E, segundo Sally Cutler, da Universidade de East London, "as evidências sugerem que, no quinto dia, muitas pessoas ainda estarão eliminando vírus viáveis, e potencialmente, isso pode resultar em [uma] considerável disseminação da covid-19". Em outras palavras, ainda há pouca evidência científica para assegurar a segurança das novas medidas de isolamento — as quais foram, também, adotadas no Brasil.

Depressão e suicídio entre profissionais de saúde

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Um relatório da Organização Pan-Americana da Saúde fez um alerta para os altos índices de sintomas depressivos e pensamentos suicidas entre profissionais de saúde. Os dados apontam que entre 14,7% e 22% dos profissionais de saúde entrevistados pela organização em 2020 demonstraram esses sintomas, enquanto 5% a 15% relataram os pensamentos voltados ao suicídio.

"A pandemia evidenciou o desgaste do pessoal de saúde e em países onde o sistema de saúde entrou em colapso, eles sofreram com jornadas extenuantes e dilemas éticos que impactaram sua saúde mental", explica Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas.

Começa a vacinação infantil no Brasil

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A vacinação infantil começou com um ato simbólico, promovido pelo Governo de São Paulo, na sexta passada (14): a primeira criança vacinada foi um menino indígena aldeado da tribo Xavantes, no Mato Grosso. E na última semana, a vacinação começou oficialmente no país. Cada estado brasileiro tem seu cronograma, e a campanha começou com o imunizante da Pfizer.

A prioridade são crianças com comorbidade ou deficiência, além de indígenas e quilombolas, e contempla quem tem de 5 a 11 anos. Considerando a vacina da Pfizer, a segunda dose deve acontecer após 8 semanas. Crianças que não se enquadram no primeiro grupo serão vacinadas na sequência.

Aliás, com a aprovação da CoronaVac pediátrica pela Anvisa, as crianças e adolescentes brasileiros terão duas vacinas disponíveis. Importante mencionar que a vacina da Pfizer é um pouco mais ampla, já que engloba a imunização de quem tem 5 anos e também de crianças imunocomprometidas.

Covid leve pode gerar névoa mental pós-recuperação

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Uma recente descoberta feita por cientistas dos Estados Unidos mostra que casos leves e assintomáticos da covid-19 também podem gerar, após a recuperação, problemas de memória e ainda apresentar perda da função executiva. O quadro é conhecido como névoa mental, comum em casos de covid longa. O estudo ainda não foi revisado por pares, e foi desenvolvido por pesquisadores de diferentes instituições dos EUA, como a Universidade Stanford e a Universidade Yale.

Os pesquisadores utilizaram roedores na pesquisa, e perceberam diminuição acentuada de novos neurônios gerados na região do hipocampo, relacionada à memória, uma semana após a infecção. A condição persistiu por pelo menos sete semanas no cérebro dos animais. Além disso, os autores do estudo investigaram cérebros de pessoas que morreram de covid no início de 2020, e encontraram marcadores de inflamação "robustamente elevados".

Ao estudarem, ainda, 46 pacientes com covid longa, os cientistas descobriram que os indivíduos que sofriam alteração de memória e execução de tarefas apresentavam níveis elevados de uma proteína associada à inflamação no sangue, o que confirma o risco potencial de sequelas da covid-19, independente do quadro apresentado.

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