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Review Moto G20 | O deslocado meio-termo entre G10 e G30

Por| Editado por Léo Müller | 24 de Julho de 2021 às 08h00

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Ivo/Canaltech
Ivo/Canaltech

A Motorola ampliou a linha Moto G em 2021 com nada menos que cinco modelos lançados no Brasil até o momento. O Moto G100 é quase um topo de linha, enquanto o Moto G60 é um intermediário potente e o Moto G30 é uma versão mais modesta. Além de todos esses, o Moto G10 é uma opção boa e barata para uso básico, mas onde se encaixa o Moto G20?

Em tese, bem no lugar onde sua numeração indica. O dispositivo tem tela de 90 Hz e a mesma câmera do Moto G10, então está realmente acima deste. Já o processador é, segundo testes de benchmark, mais potente que o do Moto G30 — ou, mais especificamente, fica entre o Moto G9 Plus e o G60. E se a tela e a bateria são iguais, porque ele recebeu o nome de Moto G20, e não de Moto G40?

Passei alguns dias com o celular em mãos, testei bastante, exigi muito do aparelho e chequei com calma todas as suas funções e capacidades. Nesta análise, vou tentar explicar o motivo pelo qual ele está abaixo do Moto G30 e não apenas pelo nome, como também pelo preço, mesmo que seja, teoricamente, mais potente.

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Prós

  • Bom desempenho bruto;
  • Boa duração de bateria;

Contras

  • Tela com brilho baixo;
  • Alto-falantes com som distorcido;
  • Poucas atualizações de sistema.
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Design e Construção

O visual do Moto G20 é praticamente o mesmo de Moto G10 e G30. O módulo de câmeras fica bem encostado na parte superior esquerda, com três câmeras em fila vertical próximas à borda. Ao lado tem um flash LED e, abaixo, o quarto sensor. O leitor de impressão digital fica atrás, um pouco abaixo do conjunto fotográfico.

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As dimensões e peso são iguais às especificações tanto do Moto G9 Play quanto dos outros dois modelos já citados.

  • Dimensões (A x L x P): 165,2 x 75,7 x 9,1 mm
  • Peso: 200 g

Assim como o Moto G10, o G20 não tem o microfone de redução de ruído na parte superior, ao lado do conector P2. As capinhas dos dois celulares da Motorola, além do Moto G30 e G9 Play, podem ser trocadas entre si. Porém, fique de olho na questão do microfone superior, presente nos dois últimos modelos, e que ficaria tampado numa capinha de G10 ou G20.

A tela do smartphone ocupa quase toda a parte da frente — 82,2% de aproveitamento —, com um recorte em formato de gota para a câmera frontal e bordas pequenas. Todos os botões ficam no lado direito, com o Assistente do Google, diminuir e aumentar volume, e energia, na ordem de cima para baixo. E na parte inferior tem a entrada USB-C, enquanto o conector de fone de ouvido fica na parte superior. A gaveta de chips fica à esquerda, com dois slots, sendo um híbrido (cartão de operadora ou micro SD).

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Traseira e laterais possuem acabamento em plástico, com vidro apenas na parte frontal, que protege a tela. Você encontra o Moto G20 em duas opções de cores, Azul ou Pink. Testei o modelo azul, que tem um tom bem claro.

Tela

Nada muito novo a falar sobre o visor, caso você já tenha visto as análises de Moto G10 e G30. Para ser mais exato, o Moto G20 possui tela idêntica à deste segundo, com as mesmas 6,5 polegadas, resolução HD+ e taxa de atualização de 90 Hz. Os números exatos de pixels são 720 x 1600, que resulta em uma densidade de aproximadamente 269 ppp, com proporção 20:9.

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O painel tem a mesma tecnologia IPS LCD utilizada em praticamente todos os Moto G e entrega cores bastante naturais e boa exibição. O visor só fica devendo no brilho —que pode ser baixo para usar na rua— e no contraste, com um tom de cinza no que seria o preto, já que os pixels não se apagam completamente.

No geral, entretanto, é uma boa tela para um celular de baixo custo. A vantagem para o Moto G10 é a taxa de atualização de 90 Hz, que garante maior fluidez em animações do sistema e alguns aplicativos já preparados para isso. Também dá para aproveitar os quadros por segundo extras em alguns jogos, apesar de o hardware não ser ideal para isso. Esta taxa fica limitada ao padrão de cada tipo de vídeo, que varia entre 24 fps e 60 fps, na maior parte dos casos.

Configuração e Desempenho

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É no hardware que está a grande diferença do Moto G20 para todos os outros modelos da linha. O System-on-a-Chip da Unisoc é pouco conhecido e, por isso, o aparelho pode gerar dúvidas entre usuários que prestam bastante atenção às configurações técnicas do celular. Mas não precisa ficar com medo, o T700 tem processador e GPU com boa potência, pelo menos segundo os testes de benchmark.

No 3D Mark, o Moto G20 atingiu pontuação consideravelmente acima do Moto G30, que tem um Snapdragon 662, com faixa de pontos um pouco acima até do Moto G9 Plus, com seu Snapdragon 730G. Foram, na ordem citada, 718 pontos, 319 pontos e 642 pontos no Wild Life Unlimited. Ou seja, é um conjunto com processamento gráfico e de tarefas de ótima capacidade. A galeria abaixo tem todos os resultados de benchmarks que realizei no dispositivo.

Curiosamente, não vi muita vantagem do Moto G20 para o G30 em jogos. Ambos rodam a maior parte dos títulos disponíveis na Google Play Store de maneira satisfatória, desde que você baixe um pouco a qualidade gráfica. O Moto G9 Plus se mostrou mais estável na jogatina a longo prazo, e parece melhor otimizado para uma gama maior de títulos.

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“Pode valer mais a pena gastar um pouco mais nestes intermediários mais potentes para ter um desempenho mais eficiente em jogos. Ao menos o Moto G20 parece um pouco mais veloz para tarefas normais e até consegue realizar processos um pouco mais complexos, como uma edição de vídeo, em tempo um pouco menor do que o Moto G30.”

E já que o Unisoc T700 é totalmente desconhecido — segundo a Motorola, aliás, é exclusivo do Moto G20 —, vale a pena descrever as características técnicas dele. O SoC é fabricado em litografia de 12 nanômetros e tem processador de oito núcleos, sendo dois mais velozes com arquitetura Cortex-A75 e outros seis mais eficientes Cortex-A55, todos com frequência de 1,8 GHz. A GPU é uma Mali G52 3EE de dois núcleos.

Interface e conectividade

A Motorola costuma modificar bem pouco a interface do Android em seus aparelhos, e o mesmo vale para o Moto G20. Porém, curiosamente, ele possui algumas diferenças em seu menu de configurações, como o atalho para os detalhes de uso da bateria. Em vez de já aparecer em um botão logo abaixo da porcentagem, ele fica em um menu de três pontos verticais.

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Não há app Moto, mas os gestos estão aqui presentes, possivelmente liberados após uma atualização. Você pode agitar para ligar a lanterna e girar o pulso para abrir a câmera normalmente, e essas opções já vêm ativadas por padrão. Se você tem o aparelho e não consegue usar esses atalhos, é só acessar Configurações > Sistema > Gestos. Você ainda vai ficar sem Moto Tela, personalização de interface e Gametime, presentes nos outros Moto G.

Ao menos o Moto G20 já saiu de fábrica com o Android 11, versão mais recente do sistema operacional do Google no momento de seu lançamento. A Motorola não garante nenhuma atualização de software além de dois anos de updates de segurança.

Com relação à conectividade, temos 4G, Wi-Fi dual-band (2,4 GHz e 5 GHz) e Bluetooth 5.0. O smartphone ainda pode espelhar a tela ou transmitir conteúdo para TVs ou monitores via Chromecast e, assim como praticamente qualquer celular moderno, funciona como roteador Wi-Fi.

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Câmera

O conjunto traseiro de câmeras do Moto G20 é o mesmo do Moto G10, enquanto na frente você tem os mesmos 13 MP do Moto G30. São quatro sensores na parte de trás, com um principal de 48 MP, super grande-angular de 8 MP, macro de 2 MP e profundidade de 2 MP.

As fotos são surpreendentemente boas, apesar de não ser um dos focos do aparelho. Claro que você não vai encontrar qualidade de um topo de linha, ou mesmo de um bom intermediário, mas dá para fazer cliques bem legais para as redes sociais, com equilíbrio de exposição, cores precisas e bom nível de detalhes.

Sensor principal | 48 MP

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Como todos os celulares mais atuais da Motorola com câmera de resolução maior que 40 MP, o Moto G20 usa uma tecnologia de junção de pixels menores para entregar um pixel maior. Isso ajuda a aumentar a sensibilidade à luz e reduzir a quantidade de ruídos — ou “sujeira” — principalmente em ambientes com pouca iluminação.

Este sensor principal entrega fotografias de qualidade mais que satisfatória, com boa precisão de cores e exposição relativamente equilibrada. O nível de detalhes impressiona, principalmente se você esperar por fotos de má qualidade, considerando a proposta do dispositivo. O modo noturno ajuda pouco em ambientes com pouca luz, mas pode ajudar bastante em alguns casos.

Com a abertura grande da lente, dá para fazer imagens em modo retrato de maneira bastante natural, se você se aproximar bastante do objeto da imagem. A qualidade fica bem próxima de celulares que custam bem mais caro.

Super grande-angular | 8 MP

A ultra wide tem qualidade bastante próxima do sensor principal, mas tem abertura da lente menor e, portanto, precisa de mais luz para garantir um bom resultado final. A correção na distorção das bordas é bem razoável, mas com pouca luz dá para notar umas “sujeiras” na foto causadas pela soma de ajuste na curvatura e ISO alto.

Macro | 2 MP

Como de hábito, acertar o foco da macro é uma das tarefas mais difíceis para conseguir uma boa foto. A qualidade é até razoável, apesar de aparecerem alguns granulados típicos de ISO muito alto, mesmo em ambientes bem iluminados. Com um pouco de paciência e muito treino, dá para fazer imagens bem legais com esta câmera.

Atenção: a macro fica dentro do menu de modos extras da câmera, e não está acessível a apenas um toque da tela como na maioria dos celulares da própria Motorola com esta função. Se você não encontrou ainda, é só tocar no ícone com nove quadradinhos ao lado da câmera e do vídeo no aplicativo.

Modo retrato e outros recursos

Existe um modo retrato que permite ajustar o desfoque do fundo pela abertura da lente durante a captura. A imagem fica com qualidade muito boa, sem precisar de muita luz para registrar bom nível de detalhes. As cores são bastante precisas, e até dá para passar essas fotos como profissionais.

Mas é isso: você tira a foto e acabou, não fica nenhum registro posterior de que aquela imagem foi feita com o modo retrato, e não dá para editar a intensidade do efeito ‘Bokeh’. A maior parte dos celulares modernos usam uma etiqueta e permitem alterar o desfoque muito tempo depois do clique, o que não acontece no Moto G20.

Além do modo macro e do Night Vision, o Moto G20 ainda tem no menu de modos de foto as opções de filtro, panorama, disparo contínuo e profissional.

Selfies | 13 MP

Apesar de usar câmera semelhante à do Moto G30, o Moto G20 fica um pouco abaixo do “irmão” em qualidade de selfies. O nível de detalhes é um pouco baixo, especialmente com pouca luz, e um usuário mais exigente pode ficar insatisfeito com o resultado. O modo retrato desfoca bastante o fundo, mas com um preço alto: se tiver algum ponto muito claro, a imagem pode acabar estourada.

“Se você tem as selfies como um dos seus focos e quer um celular de preço baixo, o mais indicado é partir para o Moto G30, em vez do G20. Mesmo que sua exigência não seja muito alta, é mais garantido ficar satisfeito com as selfies do modelo um pouco mais caro do que com o mais barato.”

Vídeos

A gravação de vídeos no Moto G20 está limitada à resolução 1080p (Full HD) com 30 fps. Não tem como alterar a taxa de quadros, nem mesmo para os 24 fps. Há ainda opções de 720p e 480p para guardar vídeos menores, que pode ser útil dependendo do seu objetivo com o registro.

A qualidade no geral é razoável, mas com pouca luz você já começa a perder as cores e ver alguns granulados, além de queda na taxa de quadros. Não vejo como um bom aparelho para gravar vídeos, sendo esta função mais um quebra-galho, boa para vídeos caseiros, apenas. O resultado pode não agradar muito mesmo para as redes sociais.

Sistema de Som

Não dá para cobrar nada muito espetacular em qualidade sonora. O Moto G20 tem alto-falante mono com foco nos médios e chega a apresentar um pouco de pequena perda de graves e agudos. Isso pode resultar em um som abafado, especialmente em volumes mais altos — e um pouco difícil de escutar em volumes mais baixos. Dá para usar um fone de ouvido ou caixas de som P2 ou USB-C nele, além de opções sem fio.

Um problema é que o celular tem apenas um microfone, o que atrapalha a redução de ruído em chamadas telefônicas ou em vídeo. Sendo assim, é possível que você tenha problemas para videoconferências e afins.

Bateria e Carregamento

Considerando os aspectos técnicos do chipset usado no Moto G20, não dá para exigir tanto da autonomia de bateria. Ao menos a tela HD+ e a capacidade de 5.000 mAh ajudam a garantir um bom tempo de uso. A Motorola promete até dois dias longe da tomada, e mais de 11 horas de reprodução de vídeos ou até 18 horas em navegação na internet.

Nosso teste padrão de reprodução de vídeo na Netflix repetiu a autonomia vista em vários outros Moto G, com 11% da carga consumidos em 3 horas de série tocando sem parar. Isso com brilho da tela em 50%, o que dá um pouco de equilíbrio e nos permite comparar os dispositivos aqui testados entre si. Neste teste, a estimativa ficou bem acima do que foi calculado pela Motorola, podendo ultrapassar 27 horas.

No teste real, feito quase totalmente dentro de casa, com brilho também em 50% na maior parte do tempo, o Moto G20 fechou 10 horas de uso com 57% de bateria restante, o que leva a crer que realmente aguenta dois dias inteiros sem grandes problemas. Foram quase 6 horas de tela ativa, com aplicativos de streaming de vídeo (YouTube e Netflix) e música (YouTube Music), redes sociais (TikTok, Instagram e Twitter), jogos (COD Mobile, Asphalt 9 e Brawl Stars) e mensageiros instantâneos (WhatsApp e Telegram), além de navegador e checagem de e-mails. Ou seja, um uso normal, talvez até um pouco mais intenso do que o usuário médio de um celular da categoria.

É sempre bom ter em mente que temos sempre uma estimativa ao falar em autonomia de bateria. O uso varia de pessoa para pessoa e depende de muitas variantes, que vão desde a potência do sinal de rede móvel — não utilizada em nossos testes, para termos uma comparação melhor entre cada modelo — até brilho da tela e quantidade de apps rodando em segundo plano.

E é bom mesmo que o celular aguente bastante tempo longe da tomada, porque quando for para o carregador, vai ficar bastante tempo ali. O adaptador de parede de apenas 10 W demora quase três horas para fazer a recarga completa, de 0% até 100%.

Concorrentes Diretos

Por se inserir estar entre o Moto G10 e o Moto G30, o Moto G20 fica com um mix de concorrentes que também poderiam ser pensados no lugar dos outros dois modelos. A própria Motorola tem outras opções bem interessantes, como o Moto G9 Play ou o G9 Power, também muito potentes e mais baratos. Ou até o Moto G30, que tem desempenho mais estável e oferece jogatina mais confiável do que o Moto G20, além de mais extras na interface.

Da Samsung, você pode procurar o Galaxy A21s ou o Galaxy A32, que vão ter preço um pouco superior, mas já entregam experiências melhores. O A32 tem tela Super AMOLED e não perde em nada para o Moto G20, apesar de ser mais caro.

Também tem o Nokia 5.3 ou o Nokia 5.4, que têm desempenho mais estável, mas podem ficar devendo um pouco em bateria. O Realme C25 também é uma boa opção, que tem preço oficial um pouco elevado, mas dá para procurar bem e achar com importadores a valor mais em conta. E aí temos a Xiaomi, com o Redmi 9T e o Redmi Note 9, um pouco mais antigos, mas que ainda entregam experiência bacana.

Conclusão

O Moto G20 é, de fato, um celular um pouco estranho dentro da linha Moto G, como já apontamos em nossa análise em vídeo. Desde então, ele recebeu uma atualização que incluiu os principais gestos de atalho da Motorola: agitar para ligar a lanterna e girar para abrir a câmera. Já é um avanço e o deixa mais próximo dos irmãos.

A proposta dele é ficar entre o Moto G10 e o Moto G30, como seu nome indica, e o smartphone de fato está alguns degraus acima do primeiro e um pouco abaixo do segundo. Eu diria que é uma opção mais interessante do que o G10, se você puder fazer esse investimento a mais. Mas se puder pegar o G30, melhor ainda, pois sai ganhando.

Apesar do desempenho bruto do Unisoc T700 ser melhor que o do Snapdragon 662, o SoC da Qualcomm é mais confiável e há mais jogos otimizados para rodar nele. Sem falar na questão do update de sistema, prometido para o G30 e não garantido para o G20.

O preço de lançamento do celular da Motorola é de R$ 1.599 e já dá para encontrar o Moto G20 por menos de R$ 1.200 no momento de produção desta análise. É um valor um pouco alto, mas celulares estão mais caros atualmente mesmo. Levando isso em conta, é um preço válido para este aparelho.

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