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Esses são os lugares mais promissores onde pode haver vida no Sistema Solar

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Flickr/Philippe Put
Flickr/Philippe Put

Água líquida, fontes de energia e uma combinação bastante específica de elementos químicos. A vida como a conhecemos — ou seja, a vida da Terra — precisa, basicamente, desses ingredientes para existir. Contudo, essa é apenas "a vida como a conhecemos" e, portanto, não podemos descartar a possibilidade de a vida ter florescido em outros mundos a partir de combinações diferentes das que aconteceram por aqui. Só que mesmo pensando apenas na combinação que já conhecemos para a vida, ainda assim há outros mundos que têm grandes chances de nos fornecer uma resposta positiva para a pergunta: "existe ou já existiu vida fora da Terra?".

A recente descoberta de fosfina em Vênus pode ser exemplo disso. "Pode", pois ainda não se sabe qual é a fonte da fosfina na atmosfera venusiana — se ela tem mesmo origem biológica, ou se seria fruto de processos físicos e químicos que não esperávamos acontecer em planetas rochosos. Ainda é cedo demais para dizermos que existe vida em Vênus, ainda que essa possibilidade tenha tomado os holofotes do momento quando o assunto é a busca de formas de vida em outros mundos.

Mas afirmamos que existem outros mundos no Sistema Solar que parecem promissores na busca por vida — ainda que microbiana ou antiga, que pode já não existir mais hoje em dia —, certo? Conheça alguns deles!

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Planeta Marte

Quando se fala em busca de vida em nossos arredores, o Planeta Vermelho segue como o "queridinho" nesse sentido. Sendo este um dos planetas mais parecidos com a Terra em nosso sistema, um dia por lá dura 24,5 horas e suas calotas polares se expandem e se contraem de acordo com as estações do ano. Além disso, nos anos mais recentes descobrimos que muitas das características de sua superfície foram esculpidas por água líquida que, há muito tempo, existiu por lá — e, bem, onde há água, pode haver vida, não? Inclusive, acabamos de saber que há mais reservas de água líquida abaixo do gelo no polo sul marciano.

Também nos últimos anos, descobrimos moléculas orgânicas em Marte, que podem indicar a existência de vida microbiana antiga por lá. Especificamente os compostos orgânicos chamados tiofenos, encontrados no Planeta Vermelho, podem ser produzidos por seres vivos, já que, aqui na Terra, eles são produzidos por meio de processos biológicos — ou seja, bactérias que teriam existido em Marte há mais de três bilhões de anos poderiam ter produzido o tiofeno descoberto nas rochas marcianas.

Além disso, também descobrimos níveis estranhamente altos de metano em Marte, outra coisa que pode indicar a existência de vida por lá. Em nosso planeta, a maior parte do metano do ar é produzida por criaturas vivas, ainda que o metano também seja emitido por meio de processos geológicos, sem a interferência de seres vivos.

Descobrir reservatórios de água líquida e metano na atmosfera marciana faz com que o Planeta Vermelho seja um dos grandes candidatos à descoberta de vida além de Terra — e por isso agências espaciais como a NASA e a europeia ESA se dedicam com tanto afinco a enviar missões presenciais para lá, com sondas e rovers fazendo um trabalho contínuo de análises e estudos nesse sentido. Por sinal, o novo rover Perseverance, da NASA, chegará lá em fevereiro de 2021 justamente com a missão principal de buscar por bioassinaturas em Marte (ou seja, evidências concretas de que a vida existiu por lá em algum momento de seu passado distante).

Lua Europa

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Europa é uma das luas do Sistema Solar que estão sempre envolvidas quando o assunto é a busca por vida fora da Terra. Descoberta por Galileu Galilei com as outras três grandes luas jovianas (e que ficaram conhecidas como "luas galileanas" por conta disso), Europa é um pouco menor do que a Lua da Terra e é bastante afetada pelo efeito de maré — ou seja, ela é constantemente comprimida e esticada pela atração gravitacional de Júpiter, bem como das demais luas maiores que por ali estão.

Isso permite a existência de seus oceanos de água subterrânea, que ficam abaixo de sua crosta congelada, uma vez que o efeito de maré aquece o interior rochoso e metálico, permitindo a existência de água no estado líquido. Não fosse por isso, a distância que Europa está do Sol faria com que sua água permanecesse sempre congelada — como acontece com parte externa da superfície. Sendo assim, como Europa abriga um oceano global (que pode ter mais de 100 km de profundidade), vale seguir a máxima de que "onde há água, pode haver vida".

Mas também pode haver vida na superfície, em especial nas "brechas" da superfície, onde gêiseres expelem a água interior, que é jorrada para o espaço. Recentemente, também foi confirmado que existe vapor de água na superfície de Europa. Essa água vaporizada pode conter micróbios capazes de sobreviver à radiação por um breve período. Para descobrir isso, tanto a NASA quanto a ESA têm missões presenciais planejadas aqui: a Agência Espacial Europeia trabalha na missão JUICE, que será lançada em 2022, enquanto a agência estadunidense conta com a missão Europa Clipper, que deve ser lançada entre 2023 e 2025.

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Lua Encélado

Processo similar ao descoberto na lua joviana Europa acontece em Encélado, uma das luas de Saturno que também tem uma crosta congelada, também tem um oceano líquido subterrâneo, e também expele essa água vaporizada como plumas por meio de rachaduras em sua superfície.

Além da água, também descobrimos que existem moléculas orgânicas complexas em Encélado, com essa descoberta sendo reafirmada pouco tempo depois quando a NASA descobriu outros tipos de compostos orgânicos por lá.

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Alguns desses compostos só podem existir se a água subterrânea estiver em contato físico com um fundo rochoso a uma temperatura específica, o que, para muitos cientistas, é uma evidência extremamente forte de que existem fontes hidrotermais no fundo desse oceano, o que pode estar fornecendo toda a energia e a química necessária para haver vida por lá.

Lua Titã

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Outra lua de Saturno que também chama atenção pela possibilidade de abrigar algum tipo de vida é Titã — a maior ao redor deste gigante gasoso. Ela é a única lua do Sistema Solar com uma atmosfera substancial, e tem características geológicas que nos são bastante familiares, parecidas com as da Terra. Contudo, Titã tem, em vez de água líquida, rios e lagos de metano e etano no estado líquido, e sua atmosfera consiste, principalmente, de nitrogênio — importante elemento químico que faz parte da construção de proteínas.

Titã também aparenta ter uma reserva subterrânea de água líquida, já que, por lá, parece que existem criovulcões — estruturas geológicas semelhantes aos nossos vulcões, mas que fazem a erupção de água em vez de lava. Esta lua também tem planícies cobertas por material orgânico e tem atividade marítima.

Para estudar tudo isso de pertinho, a NASA enviará para lá a missão Dragonfly. Trata-se de um misto de drone com robô exploratório que voará pela densa atmosfera de Titã e fará pousos em lugares estratégicos com o objetivo de, entre outras coisas, nos fornecer mais informações para descobrirmos se a vida também pode ter surgido ali.

*Com informações de The Conversation