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Tecnologia automotiva | Quanto os carros evoluíram em 10 anos?

Por| Editado por Jones Oliveira | 29 de Julho de 2022 às 15h30

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Montagem sobre foto de Samuele Errico Piccarini/Unsplash/CC
Montagem sobre foto de Samuele Errico Piccarini/Unsplash/CC

Se em 2012 alguém dissesse que em pouco tempo estariam rodando no Brasil carros capazes de “ler” as placas de velocidade nas ruas e rodovias e, com isso, alertar os motoristas quando o limite fosse ultrapassado, ou até mesmo de acelerar, reduzir a velocidade ou fazer curvas sem a interferência humana, o que você diria? Provavelmente que essa pessoa estava passando muito tempo assistindo a desenhos como Os Jetsons, não?

Esses recursos, que no início eram presentes apenas em modelos de marcas premium, como Volvo e Mercedes-Benz, hoje existem em pacotes de carros mais acessíveis. E eles são apenas uma pequena amostra das muitas evoluções que surgiram na última década. Como o Canaltech está comemorando 10 anos, preparamos um conteúdo especial para mostrar o quanto a tecnologia automotiva evoluiu de 2012 para cá.

Não acredita? Então ajeite o assento na posição correta, afivele o cinto de segurança, conecte seu smartphone à central multimídia (via cabo ou por Bluetooth) e acelere conosco nessa pequena viagem no tempo. E não se preocupe com os radares, pois agora há aplicativos que avisam sobre a existência deles e impedem que você tome multas.

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Conectividade

Sem dúvidas a conectividade é o ponto que mais evoluiu em tecnologia automotiva nos últimos 10 anos. Fazer chamadas em áudio, vídeo e texto utilizando apenas comando de voz era algo inimaginável em 2012, mas se tornou realidade em uma ampla gama de carros em 2022.

Tudo começou em 2015, época em que a Chevrolet inaugurou no Brasil a tecnologia Wi-Fi 4G, que transformava o carro em uma espécie de roteador sobre rodas. O recurso permite o compartilhamento da conexão de internet com os ocupantes do carro sem a necessidade de usar o sinal dos celulares.

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O chamado sistema OnStar, que também permite solicitar ajuda técnica de forma remota ao simples toque de um botão, abriu caminho para um enorme leque de funcionalidades que surgiram no mercado, incluindo compatibilidade com Android Auto, Apple CarPlay e até mesmo assistentes virtuais inteligentes, como a Alexa da Amazon.

Atualmente, carros como Fiat Pulse e BMW X1, por exemplo, contam com a ajuda da Alexa para ligar o motor à distância, calcular o trajeto que irá percorrer com aplicativos de trânsito e controlar a temperatura do ar-condicionado, deixando tudo pronto para quando chegar a hora de seguir viagem.

Algumas centrais multimídias mais avançadas, como as encontradas em carros da Tesla (são raros no Brasil, mas existem), também dão aos condutores a possibilidade de realizar compras online, inclusive pedidos de delivery de comida, por meio do próprio sistema de infotenimento. O carro, definitivamente, não é mais um objeto limitado a levar as pessoas de um ponto para o outro.

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Carros autônomos

Não dá para falar sobre o quanto a tecnologia automotiva avançou nos últimos 10 anos sem citar o surgimento dos carros autônomos. Antes de dar início à viagem pela história dos carros autônomos, no entanto, vale esclarecer que estamos falando de carros autônomos de produção, ok? Ou seja, aqueles que foram pensados para serem desenvolvidos e vendidos em larga escala. Afinal, estudos e experiências com carros que dirigem “sozinhos” existem desde a década de 1930.

Acelerando a conversa para os tempos mais recentes, chegamos a 2012, ano em que os primeiros passos no desenvolvimento do recurso que faz os carros realizarem manobras sem a interferência do motorista foram dados. Na época, alguns modelos de carros de linhas premium começaram a oferecer no pacote de acessórios recursos voltados para segurança.

Entre eles, mereciam maior destaque novidades como assistente de permanência em faixa, controle de cruzeiro adaptativo e sistemas de previsão de acidentes - frenagem automática, alerta de tráfego cruzado e muito mais. Esse foi o pontapé inicial para o que ainda estava por vir.

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O avanço significativo veio três anos mais tarde, quando o Waymo, carro autônomo do Google, completou o primeiro passeio sem motorista em vias públicas. Mesmo antes disso, empresas do porte de Tesla, Volvo, General Motors e Volkswagen fecharam parcerias com gigantes da tecnologia do quilate de Huawei, Baidu e Xiaomi. O objetivo? Testes e mais testes até que, enfim, o carro que dirige 100% sozinho possa se tornar uma realidade tangível para uma grande parcela da população.

Nesses últimos 10 anos, muitos passos em direção do carro totalmente autônomo foram dados, embora as preocupações com segurança persistam, principalmente por conta do grande número de acidentes registrados em tecnologias de condução automatizadas. Para fechar este capítulo, vamos deixar abaixo, para quem não conhece, os seis níveis de direção autônoma definidos pela SAE (Society of Automotive Engineers, ou Sociedade dos Engenheiros Automotivos).

  1. Totalmente manual: O condutor tem que fazer tudo, sem nenhum auxílio;
  2. Direção assistida: O carro pode ser equipado com piloto automático e direção elétrica progressiva;
  3. Automatização parcial: O carro é capaz até de efetuar curvas e acelerações, mas com a supervisão humana;
  4. Automatização condicionada: O carro detecta situações ao seu redor para agir, mas sempre em auxílio ao motorista;
  5. Automatização avançada: O carro pode atuar sozinho dentro de certas circunstâncias, mesmo sem a ajuda de uma pessoa;
  6. Automatização total: O veículo consegue fazer tudo sozinho, sem supervisão humana.
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Eletrificação: caminho sem volta

O terceiro pilar relacionado à tecnologia automotiva que exemplifica com precisão o quanto evoluímos nos últimos 10 anos diz respeito à eletrificação. Os carros eletrificados, híbridos ou 100% puros ainda enfrentam resistência e críticas, mas já começaram a abocanhar uma fatia significativa do mercado, indicando que a descarbonização é um caminho sem volta.

Na China, por exemplo, o emplacamento de carros eletrificados em 2022 deu um salto gigantesco. Entre janeiro e maio, foram registrados 1.807.337 novos carros eletrificados. Destes, 1,44 milhão são elétricos puros, com 360 mil híbridos complementando a lista. Os números representam 25% do total dos carros vendidos no país no período.

No Brasil, a situação não é tão impactante em termos de números, mas mostra uma tendência de alta que também não parece que sofrerá retrocesso. No comparativo entre os três primeiros meses de 2021 com os de 2022, foi registrada uma alta de 115% nos emplacamentos de carros elétricos ou híbridos.

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Ao todo, foram vendidos 9.844 carros híbridos ou 100% elétricos no 1º trimestre de 2022, contra 4.582 nos três primeiros meses de 2021. Em março, o crescimento foi de 106% em relação ao mesmo mês de 2021 (3.851 contra 1.872) e de 12% em relação a fevereiro de 2022 (3.435).

“O consumidor brasileiro já dá preferência aos veículos de baixa emissão de poluentes. Os números são claros: nos dois anos de pandemia, os eletrificados cresceram exponencialmente, enquanto o mercado de veículos a combustão regrediu”, comentou Adalberto Maluf, diretor da BYD, que recentemente foi reeleito para a presidência da ABVE, em contato com o Canaltech.

A BYD, aliás, é uma das marcas que vêm apostando forte na eletrificação no Brasil, trazendo para o mercado carros de luxo como o Tan e o Han. Da China também vieram JAC Motors e Great Wall Motors (GWM). A eletrificação também faz parte das marcas mais “populares”, como General Motors, Ford e Volkswagen (dona de parte da JAC, aliás), e das marcas mais premium.

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BMW, Mercedes, Volvo e Jaguar, até as esportivas, como Ferrari e Porsche, entraram para valer na corrida pela descarrbonização. A Tesla, referência no assunto, até vende um ou outro carro por aqui, mas o alto preço e a dificuldade na importação impedem números mais significativos de emplacamentos para a empresa de Elon Musk no Brasil. A importância da marca na evolução desta tecnologia nos últimos 10 anos, no entanto, é inegável.

E tem muito mais avanços em tecnologia automotiva

Conectividade, carros que dirigem sozinhos e motores elétricos são os pilares, mas não resumem tudo o que a tecnologia automotiva evoluiu nos últimos 10 anos. De 2012 para cá vimos surgir, por exemplo, pneus com tecnologia 5G, capazes de “avisar” a outros carros com os mesmos recursos sobre perigos ou imperfeições em rodovias.

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Em relação aos motores, aliás, antes de tomarem o caminho da eletrificação, também ficaram mais tecnológicos e eficientes, mesmo a combustão. A principal mudança foi o chamado downsizing, ou seja, redução do tamanho, mas aumento da eficiência, com melhora da potência e diminuição do consumo.

A General Motors, por meio de um porta-voz, atendeu à reportagem do Canaltech para explicar, de forma didática, os benefícios do downsizing dos motores dos carros.

“O downsizing dos motores é uma tendência, pois é uma forma interessante que os fabricantes encontraram para reduzir emissões e o consumo de combustível e ainda elevar a performance do veículo. A aplicação do turbo como conhecemos hoje é uma das tecnologias que permitiram essa transformação. Por isso, hoje, um veículo com motor 1.0 turbo três cilindros consegue ser mais ágil que um 1.8 aspirado de quatro cilindros, por exemplo. E consumindo muito menos combustível”, detalhou”.
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E aí? O que achou dos avanços da tecnologia automotiva de 2012 para cá? Impressionantes, não é mesmo? Agora é ver se a velocidade das inovações vai seguir na mesma toada até 2032, ano em que o Canaltech completará duas décadas de existência. Quem sabe não estaremos por aqui relembrando a data em que os carros começaram a dividir o espaço aéreo com helicópteros e aviões? Certos tipos de carros voadores já existem…