Como funciona um carro autônomo?
Por Felipe Ribeiro • Editado por Jones Oliveira |
Os carros autônomos serão realidade em um futuro não tão distante assim nas ruas pelo mundo, e muitas dúvidas sobre seu funcionamento já inundam os sites especializados, fóruns e perfis de montadoras. Sejam eles automóveis, ônibus ou até carros voadores, é claro que estaremos sempre falando de produtos com muita tecnologia embarcada, lotado de segurança e normas de funcionamento.
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Até que esses veículos sejam totalmente aprovados por autoridades no mundo todo, as empresas terão tempo de testá-los em diferentes ambientes, controlados ou abertos. Por isso, antes que cidadãos comuns possam usufruir dos carros autônomos, há muito o que fazer.
Hoje, empresas como General Motors, Ford, Volvo e gigantes da tecnologia como Baidu, Huawei e Xiaomi já anunciaram que estão executando testes diários com seus carros autônomos, que devem começar a aparecer com mais capilaridade em cerca de cinco anos. Há, também, a sempre iminente entrada da Apple no negócio, que busca parceiros para seu Apple Car.
O leitor já habituado às matérias deste setor no Canaltech deve se perguntar: como será que funciona um carro autônomo? Devo me preocupar quando andar em um? Com isso em mente, separamos um pequeno resumo de como um carro autônomo funciona e como ele promete tornar a vida no trânsito mais segura e sustentável.
Sensores e sistemas de segurança
Antes de abordar propriamente as tecnologias presentes dentro de um carro autônomo, é necessário deixar bem claro que há diferença entre um veículo totalmente autônomo e carros que possuem tecnologias autônomas. Para isso, utilizemos o automóvel que, até hoje, demonstrou o maior nível do uso desses sistemas em um veículo de passeio: o Volvo XC40 Hybrid, já avaliado pelo Canaltech.
O SUV compacto da Volvo reúne diferentes tecnologias de condução autônoma, mas todas precisam que o condutor esteja sempre com as mãos no volante para serem executadas. Elas, em hipótese alguma, substituem uma pessoa no comando do carro, mas ajudam bastante no trânsito. Recursos como o piloto automático adaptativo, por exemplo, atuam de modo que o veículo acelere e freie sozinho com base no monitoramento do carro ou moto à frente.
Já o alerta colisão frontal te avisa sobre o iminente perigo, como uma frenagem brusca de um carro. Caso você esteja desatento, aí sim, entra em ação a frenagem automática de emergência, sempre pensada para movimentações urbanas e velocidades não tão altas.
No caso dos carros autônomos, o ser humano não será requisitado para o funcionamento do veículo. Atualmente, a SAE (Society of Automotive Engineers, ou Sociedade dos Engenheiros Automotivos), define seis níveis de direção autônoma para um carro deste tipo. São elas:
- Totalmente manual: O condutor tem que fazer tudo, sem nenhum auxílio
- Direção assistida: O carro pode ser equipado com piloto automático e direção elétrica progressiva
- Automatização parcial: O carro é capaz até de efetuar curvas e acelerações, mas com a supervisão humana
- Automatização condicionada: O carro detecta situações ao seu redor para agir, mas sempre em auxílio ao motorista
- Automatização avançada: O carro pode atuar sozinho dentro de certas circunstâncias, mesmo sem a ajuda de uma pessoa
- Automatização total: O veículo consegue fazer tudo sozinho, sem supervisão humana física
Os carros autônomos não apenas executam tarefas como esterçar ou acelerar, mas possuem o controle de tudo o que acontece ao redor deles. Para isso, diversos sensores são instalados em sua carroceria, que atuam em conjunto com softwares inteligentes e com machine learning para tornar o passeio não apenas seguro, mas sempre em condições de ser aperfeiçoado. Afinal de contas, existem outras pessoas dirigindo pelas ruas e o comportamento é imprevisível.
Além disso, os carros autônomos contam com câmeras que fazem, por exemplo, leituras de placas com limites de velocidade, semáforos e que buscam a presença de outros pedestres e até animais. Ao fazer a identificação visual, o sistema leva as informações para os sensores e radares, como o LiDAR, que consegue detectar a distância e a profundidade de eventuais obstáculos com pulsos de luz. Outros dispositivos que ajudam esses veículos são os sensores ultrassônicos, que conseguem detectar calçadas, guias e outros veículos no tráfego cruzado, por exemplo.
Com tudo isso dentro do carro, o software embutido no sistema processa as informações e, graças à conectividade e algoritmos, traça o percurso que seja mais eficiente e seguro para o veículo fazer. O bom e velho GPS também entra em cena, além das várias ferramentas desenvolvidas para smart cities, algo que também deve surgir com força nos próximos anos.
Com todas essas tecnologias, que seguem em testes, os carros autônomos serão capazes de levar você do ponto A ao ponto B com toda a segurança e conforto. Além de super seguros, terão sistemas avançados de infotenimento e conectividade, além do fato de serem, em sua esmagadora maioria, elétricos. Ou seja: além de eficientes, serão sustentáveis.
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O que falta?
Além da tecnologia ser aperfeiçoada, muitas questões entram em jogo quando falamos de carros ou veículos autônomos. A principal delas é a legislação, que deve ser bem específica para este tipo de produto. Por exemplo: em uma acidente com carros normais, é muito mais fácil achar culpados, mas e se for um veículo autônomo, quem se responsabiliza? A fabricante? O Governo? A empresa que desenvolveu o software?
Além disso, todos os automóveis devem ser adaptados para os códigos de trânsito de suas respectivas praças, de modo a trabalhar em conformidade com o que é permitido dentro daquele país. Um exemplo simples é o padrão dos volantes e do sentido das vias. No Reino Unido, é diferente do Brasil e Estados Unidos, por exemplo.