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Carros voadores: qualquer um vai poder comprar e voar?

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Divulgação/Klein Vision
Divulgação/Klein Vision

Não são poucas as empresas que estão investindo tempo e dinheiro em modelos variados de carros voadores. Sejam elas gigantes do porte de Embraer e Boeing, ou startups como Joby Aviation, Bellwether e Klein Vision, o desejo é o mesmo: melhorar a mobilidade aérea urbana.

Uma preocupação que surge à medida que esses projetos avançam é com relação às regras que precisarão ser seguidas quando os carros voadores enfim estiverem prontos para invadir os céus mundo afora.

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Afinal de contas, qualquer um com dinheiro suficiente poderá comprar seu carro elétrico e decolar por aí, ou somente pilotos com brevê (equivalente à CNH para motoristas) estarão autorizados a usufruir do novo meio de transporte? E há riscos de “engarrafamento” nos céus? Calma que a versão da vida real do desenho Os Jetsons, sucesso nos anos 1970, dificilmente irá rolar.

Para entender melhor esse verdadeiro exercício de futurologia, a reportagem do Canaltech entrou em contato com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e conversou com Roberto José Honorato, Superintendente de Aeronavegabilidade do órgão. De acordo com ele, a resposta para a pergunta inicial ainda é vaga.

“É difícil precisar se, e quando, o cidadão comum terá acesso a essa tecnologia para uso no dia a dia. O fato é que diversos operadores aéreos têm se interessado por esta nova tecnologia e em explorar esse negócio. Vários são os fabricantes e operadores que têm se interessado pelo assunto, e o Brasil está na rota deste desenvolvimento”, admitiu.

Brevê à vista

O representante da Anac também adiantou ao Canaltech, mesmo sem cravar com 100% de certeza, que o uso dos carros voadores, seja ele de qual modelo for (eVTOL ou carros adaptados com asas), demandará uma licença de operação similar à exigida aos pilotos de aviões e helicópteros:

“A regulamentação dessa atividade deriva da aplicada à aviação civil, com todos os requisitos de segurança que cobrem o projeto da aeronave, sua fabricação, manutenção, certificação do operador aéreo, licenças para os pilotos, a bordo ou remotamente, que venham a operar essa aeronave”.

O Superintendente de Aeronavegabilidade ainda admitiu que é bem possível que a nova tecnologia só seja efetivamente liberada depois que a regulamentação vigente para a aviação civil for revista: “Dada a inovação envolvida, muitos requisitos deverão ser ajustados à nova realidade para garantir o nível de segurança adequado a ela”.

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Questionado se há algum tipo de temor sobre possíveis “engarrafamentos aéreos” no futuro, caso eVTOLs (veículo elétrico com decolagem vertical) e demais carros voadores se tornem comuns, o representante da Anac preferiu ser cauteloso e esperar o cenário ficar mais claro.

“Fabricantes e operadores têm discutido e proposto modelos para operação no futuro, já que o desenvolvimento desta tecnologia, embora fato concreto, ainda está em seus momentos iniciais”.

Carros voadores: um avanço necessário

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Independentemente do exercício de futurologia praticado em cima de um cenário que segue em estágio embrionário, Roberto José Honorato exaltou a importância da chegada dos carros voadores.

O representante da Anac avaliou que essas iniciativas poderão significar um avanço enorme na mobilidade urbana e confirmou que o processo de certificação de um eVTOL está bem encaminhado no Brasil.

“Nos últimos anos, temos visto o desenvolvimento de uma nova tecnologia, e ela abre novas perspectivas com relação à mobilidade aérea urbana. Recentemente foi iniciado um processo de certificação de um veículo elétrico de pouso e decolagem vertical”, concluiu.

Embraer no aguardo

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A Embraer, que já tem acordo firmado com diversas companhias estrangeiras para a venda do Eve, carro voador tipo eVTOL, também foi procurada pela reportagem, mas não quis se posicionar de maneira oficial.

A empresa já deixou claro em outras oportunidades, no entanto, que eVTOLs como o Eve são produtos voltados para mobilidade urbana, principalmente para empresas de táxi aéreo ou companhias aéreas, e não para cidadãos comuns.

Além disso, como sempre exalta em seus comunicados, qualquer projeção sobre a formação específica que será necessária para dirigir um carro elétrico depende, primeiro, da Anac completar a homologação do produto.

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