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Como o BYD Dolphin mexeu com o mercado de carros elétricos no Brasil?

Por| Editado por Jones Oliveira | 15 de Agosto de 2023 às 10h50

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Divulgação/BYD
Divulgação/BYD

Lançado em junho de 2023 no Brasil, o BYD Dolphin mexeu com o mercado de carros elétricos no país. Muito equipado e com preço extremamente agressivo, o compacto chinês já faz muito sucesso por aqui e fez com que concorrentes tivessem que mudar suas estratégias na venda de veículos elétricos de entrada.

O BYD Dolphin segue com o preço anunciado em sua pré-venda: R$ 149.800. Desse modo, alguns rivais (e outros nem tão rivais assim) tiveram que fazer cortes razoáveis em seus preços iniciais para tentar mitigar a "onda" que ia trazer os Golfinhos — com o perdão do trocadilho.

Mas, como explicar o sucesso do BYD Dolphin e a forma como ele fez esse barulho todo no mercado brasileiro de carros elétricos?

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Leitura perfeita de mercado

A BYD sabe muito bem que as marcas chinesas ainda carregam um certo preconceito por parte dos consumidores, mas as pessoas no Brasil pouco ou nada conhecem sobre a fama dos modelos da marca na China, seu país de origem e local onde ela domina o mercado.

Os carros da BYD são sempre muito bem equipados e possuem tecnologias de ponta em seu powertrain, como as baterias "Blade", objeto de desejo até de Elon Musk, que chegou a mencionar que queria essas células nos carros da Tesla. A Toyota, por exemplo, instalou essas baterias no bZ3, seu sedan elétrico.

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Mais leves e seguras, essas baterias são apenas um dos segredos por trás do sucesso do BYD Dolphin. Mas, antes de falarmos do produto, precisamos abordar a estratégia da montadora em nosso mercado.

Para tentar mitigar a fama infundada sobre os atuais carros chineses, a BYD veio com um discurso agressivo de preço e posicionamento. Falou que fabricaria carros no Brasil e que tentaria aplicar valores realmente atrativos em seus carros elétricos. Promessa é dívida.

Ao posicionar o Dolphin com preço de R$ 150 mil, de uma só vez ela atingiu não apenas os carros elétricos de entrada, mas também hatches compactos a combustão e SUVs compactos zero emissão. Leitura perfeita de mercado e aposta alta no seu produto, que chega não para ser "mais um", e sim para dominar o mercado.

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Vale lembrar, ainda, que a BYD ainda vai trazer o Seagull ao Brasil, um carro elétrico ainda mais barato do que o Dolphin. Mais barulho a caminho.

O carro é bom demais

Toda essa estratégia de mercado não teria fundamento sem um produto atraente. Não que modelos como o Renault Kwid E-Tech e o Caoa Chery iCar não sejam bons, mas, pelo que custam, deveriam oferecer, ao menos, a mesma experiência do Dolphin.

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O Canaltech ainda terá a chance de passar muito tempo com o Dolphin para contar como é a convivência com ele, mas os números técnicos do hatch impressionam e o colocam à frente desses modelos citados com alguma folga.

O BYD Dolphin tem um powertrain de 95cv e 18,3 kgf/m de torque, com 0 a 100km/h sendo feito em apenas 10,9s. Para um carro de 1.405kg, é um número e tanto. Esse motor, como sabemos, tem torque imediato, assim como todos os demais carros elétricos. Mas, a julgar pelo que vimos no Kwid elétrico, que tem apenas 61cv, é uma boa diferença. A bateria, por sua vez, tem 44,9 kWh, algo que lhe garante 291km de autonomia no ciclo do Inmetro e mais de 400km no ciclo WLTP, mais, até, do que o Peugeot e-208 GT, por exemplo.

Em termos de equipamento, temos a conhecida central multimídia giratória da BYD com tela de 12,8 polegadas, que espelha Android Auto e Apple CarPlay sem fio e tem, por exemplo, um karaokê embutido e a possibilidade de se jogar alguns games nela. Há seis airbags, função auto-hold, freio de mão eletrônico, assistente de partida em rampa, farois Full LED, câmera 360º, sensor crepuscular, rodas em liga leve, chave presencial e piloto automático comum.

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Com um conjunto tão recheado, fica claro que as concorrentes precisariam se mexer e oferecer seus modelos de entrada com valor um pouco menor. Vale destacar, também, o espaço interno do Dolphin. Apesar de ser um modelo compacto (4,12m de comprimento, 1,77m de largura e 1,57 de altura), seu entre-eixos é de Toyota Corolla, com 2,70m, bem superior aos de Kwid e iCar (e de outros modelos até maiores, como o Peugeot e-2008).

O que esperar do BYD Dolphin?

O BYD Dolphin ainda não teve sua produção confirmada no Brasil, mas esperamos que, caso isso aconteça, seu preço caia ainda mais e possa encostar em hatches compactos topo de gama, como o Volkswagen Polo e o Honda City, que custam de R$ 20 mil a R$ 30 mil a menos que o elétrico chinês.

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