Review Peugeot e-208 GT | Uma divertida aventura elétrica
Por Paulo Amaral • Editado por Jones Oliveira |
Não acredite se alguém disser que dirigir um carro elétrico não tem graça. Principalmente se o carro elétrico em questão for o Peugeot e-208 GT, versão que é visualmente idêntica ao 208, hatch a combustão da marca francesa, e que já é bastante conhecido por aqui.
Ao contrário do que muitos pensam sobre carros elétricos (e de carros franceses, de um modo geral), o comportamento do Peugeot e-208 GT não tem nada de tedioso ou problemático.
A reportagem do Canaltech, que já havia testado o modelo na pista do Haras Tuiuti, teve a oportunidade de passar 7 dias com o e-208 GT e agora conta como foi a experiência de rodar por São Paulo a bordo do "eletrizante" hatch, com o perdão do trocadilho.
Conectividade e segurança
O Peugeot e-208 GT tem nos quesitos conectividade e segurança dois de seus pontos mais fortes. O hatch elétrico conta com navegador de GPS nativo no sistema multimídia de 10 polegadas. As informações, aliás, podem ser refletidas no cluster digital 3D. Basta selecionar "navegação" nas opções.
Ele tem conexão via cabo com Android Auto e Apple Carplay, carregador de celular por indução, que deixa o smartphone “embutido” dentro do painel, e sistema de iluminação em LED interna, com várias opções de personalização por meio da central.
O e-208 GT tem tecnologia de ponta até nos pneus, que são runflat e podem rodar por até 80 quilômetros mesmo se estiverem furados. Em termos práticos, isso significa mais segurança para os ocupantes, que podem procurar um lugar seguro para estacionar em caso de incidentes, e que o carro não tem estepe, ou seja, carrega menos peso.
E por falar em segurança, o pacote do Peugeot e-208 GT é bastante completo, e conta ainda com:
- 6 airbags,
- freios ABS com EBD,
- alerta de colisão,
- frenagem de emergência automática,
- assistência de farol alto,
- detector de fadiga, alerta e correção de permanência em faixa,
- detector de ponto cego,
- ar-condicionado digital,
- sensor de chuva,
- sensores de estacionamento
Conforto e experiência de uso
Lembra do título do nosso review? Uma divertida aventura elétrica? Pois bem. É exatamente esse o resumo da experiência de dirigir o Peugeot e-208 pelo caótico trânsito da capital paulista.
Ágil nas saídas e retomadas, rápido nas respostas e extremamente confortável, o hatch elétrico da marca do leão é, com perdão do trocadilho, realmente feroz em sua tocada, tornando a missão de ir de um ponto ao outro em São Paulo, mesmo com tráfego intenso, bem mais interessante.
Não há como deixar de mencionar a força do excelente motor de 136 cavalos de potência e torque de 25,6 kgfm. O torque, aliás, é imediato e suficiente para fazer a força G te grudar no banco ao cravar o pé no pedal, principalmente com o modo Sport de condução selecionado.
Segundo a Peugeot, o e-208 GT vai do 0 aos 100 km/h em 8,3 segundos e tem velocidade máxima limitada eletronicamente a 150 km/h. Por razões de segurança, a reportagem não colocou os parâmetros à prova, mas, após 7 dias ao volante do carro, dá para cravar que não há razão alguma para duvidar dos números oficiais.
Design e acabamento
O design externo do Peugeot e-208 GT é praticamente igual ao do irmão a combustão, com a pequena diferença de não ter escapamento, já que não emite gases. Apesar disso, curiosamente chamou a atenção de um motorista proprietário de um Peugeot 208 “comum”.
A reportagem flagrou o momento em que um casal tirava fotos do carro, estacionado em frente a uma padaria e, ao brincar com a situação, veio a explicação: ambos adoram o 208 a combustão, mas estão pensando em entrar para o mundo elétrico e queriam ver as diferenças entre os dois modelos da marca.
Por dentro, o acabamento do Peugeot e-208 GT é ainda mais caprichado que o da versão a combustão. O câmbio estilo joystick é uma atração e casa perfeitamente com o volante com design moderno e pegada esportiva e, claro, com o conjunto formado pelo i-Cockpit e pela central multimídia.
O material usado nos painéis, portas e bancos também é de excelente qualidade e faz jus ao pacote muito bem pensado pela marca para justificar o preço (salgado) do hatch e tentar acabar com a má-fama que carros franceses têm no Brasil.
Concorrentes
Os principais rivais do Peugeot e-208 GT na corrida por um lugar no coração do cliente que já tem, ou quer mudar para um carro elétrico e não curte sedans ou SUVs, são o Renault Zoe, o Fiat 500e e o Nissan Leaf.
Todos os três modelos citados como concorrentes do hatch francês têm seus bons atributos e seus pontos a serem melhorados.
Em termos de preço, o modelo francês só é mais barato do que o Nissan Leaf, carro elétrico mais vendido do Brasil em 2021, e hoje é encontrado a partir de R$287 mil. Ele custa mais do que o Renault Zoe (R$ 205 mil) e o compacto italiano Fiat 500e (R$ 252,6 mil).
Peugeot e-208 GT: Vale a pena?
Após uma criteriosa, minuciosa e, peço licença poética para escrever, DELICIOSA semana ao volante do Peugeot e-208 GT, o veredicto é direto: se você tiver dinheiro e estiver procurando por um carro elétrico divertido de guiar, pode comprar o hatch francês.
Afinal de contas, ao pesar na balança os motivos para comprar e para NÃO comprar, os atributos se sobressaem bem mais do que os defeitos no modelo que está à venda com preços na casa dos R$ 266 mil.
No Canaltech, o Peugeot e-208 GT foi avaliado graças a uma unidade gentilmente cedida pelo grupo Stellantis.