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Crítica Invasão Secreta | Uma boa ideia desperdiçada pela Marvel

Por| Editado por Jones Oliveira | 26 de Julho de 2023 às 14h13

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Marvel Studios
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O Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, sigla em inglês) encontra-se em um momento bastante complicado. Depois de 11 anos construindo uma grande resolução para uma saga, Vingadores Ultimato chegou aos cinemas como um triunfo enorme. O Marvel Studios conseguiu finalizar o plano que começou em 2008, com a estreia de Homem de Ferro.

Só que, obviamente, a máquina não poderia parar e novos filmes foram anunciados para vindouras fases do MCU. No mesmo período, a Disney anunciou o lançamento do seu serviço de streaming, o Disney+, e logo surgiu a necessidade por mais conteúdo exclusivo para a plataforma.

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Isso fez com que uma verdadeira enxurrada de novos projetos fosse anunciada em forma de séries como Loki, Ms. Marvel, Mulher-Hulk, Cavaleiro da Luae Gavião Arqueiro. Só que, no momento em que a necessidade de mercado entrou no meio do planejamento criativo, a ideia de "mais conteúdo" diluiu a maneira como a história do MCU progredia.

Filmes e séries que chegaram aos cinemas e ao Disney+ sem muita animação por parte do público porque nada parece estar levando a algum lugar. E, quando as produções tentam, são deixadas de lado (olhando com atenção para Eternos e as cenas pós-créditos de Doutor Estranho e o Multiverso da Loucura).

"Mas eles têm um plano", você pode argumentar. Ao final de Invasão Secreta, série mais recente desse universo cinematográfico, é possível chegar à conclusão de que ela é o melhor exemplo do que é o MCU hoje em dia. Nick Fury é Kevin Feige e ele tinha um plano. O problema é que ele não funciona mais.

Invasão tão secreta que ninguém se importa

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Invasão Secreta bebe da fonte dos quadrinhos, assim como outras produções do MCU, mas não adapta de maneira fiel a saga original das HQs. Só que isso não seria um problema, já que a ideia de uma invasão de Skrulls, raça alienígena que consegue se transformar em outras pessoas, mesmo em uma escala menor do que a vista no gibi, ainda era muito interessante. O problema mesmo é a execução da trama.

O seriado foi anunciado com a confirmação que seria estrelada por Samuel L. Jackson, reprisando seu papel como Nick Fury, além de Ben Mendelsohn (Rogue One) novamente como o skrull Talos, papel que ele interpretou em Capitã Marvel. E o elenco ainda traria reforços de peso, como Emilia Clarke (Game of Thrones), Martin Freeman (Sherlock), Olivia Colman (A Favorita) e Don Cheadle (Capitão América: Guerra Civil).

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Um bom elenco em uma série com uma boa premissa, que finalmente puxava uma ponta solta de Capitã Marvel sobre a presença de Skrulls na Terra. Só que, como tudo o que vimos nas últimas iniciativas do MCU, tudo muito inócuo.

Assim como as produções pós-Ultimato, Invasão Secreta tem bons momentos, mas todo o resto em volta é mal desenvolvido, deixando uma sensação de que é totalmente desnecessária e, o pior, acaba levantando dúvidas em relação a competência do personagem que, essencialmente, é responsável por juntar todo o universo Marvel nos cinemas.

Nick Fury é um péssimo espião

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Enquanto Homem de Ferro é o filme que deu o pontapé inicial do MCU, até a sua cena pós-créditos, ele era apenas uma ótima adaptação dos quadrinhos para o cinema. A cena em que Samuel L. Jackson de tapa-olho sai das sombras mostra o chefe da SHIELD como alguém capaz de juntar os maiores heróis da Terra em prol de um bem maior.

O criador dos Vingadores sempre pareceu muito competente em todas as suas participações, até Capitã Marvel. Ali, ele é apenas um agente da SHIELD tentando fazer o seu trabalho e esbarrando em algo muito maior do que poderia esperar.

Como era praticamente uma história de origem do Fury e Carol Danvers que todos conhecem, aquilo fazia bastante sentido. Até chegar Invasão Secreta.

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Na série da Disney+, Fury está isolado no espaço após não saber como lidar com a vida pós-Blip. Ao retornar, por causa da ameaça de Skrulls, que planejam se infiltrar em governos da Terra e iniciar uma tomada do planeta, toda a fachada de um grande agente cai por terra.

Tudo o que ele conseguiu foi graças à ajuda de Skrulls, que usando sua habilidade de se transformar em qualquer pessoa, conseguiram informações importantes que levaram Fury até o posto mais alto da SHIELD.

Ao mesmo tempo, também é revelado que Fury e Carol Danvers prometeram encontrar um novo lar para os alienígenas, mas por décadas simplesmente largaram eles na Terra. Fury usando-os para seus planos, enquanto a Capitã Marvel nem aparece para saber o que estava acontecendo com eles.

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Invasão Secreta seria uma boa oportunidade de mostrar a capacidade de Fury como espião, além de responder algumas questões pertinentes como por que a dupla nunca resolveu a questão dos refugiados skrulls. Essas respostas chegam, mas são tão ruins que era melhor ter deixado quieto.

Falando em coisa ruim…

Invasão Secreta apresenta alguns conceitos e personagens ao MCU que podem fazer a diferença para a frente ou simplesmente serem deixados de lado como vários outros conceitos e personagens do passado.

Em uma série que custou mais de US$ 200 milhões (mas muitas vezes parece que custou menos da metade), a tal invasão alienígena parece pequena, mesmo com a ameaça do início da Terceira Guerra Mundial.

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O verdadeiro plano do líder rebelde dos Skrulls, Gravik, interpretado Kingsley Ben-Adir (Barbie), é revelado ao longo da série, mas se mostra tão falho desde o primeiro episódio que chega a ser impressionante como o Fury não consegue resolver tudo antes.

A atuação de Emilia Clarke como G'iah, principalmente quando ela está na mesma cena com atores de alta qualidade, como Ben Mendelsohn e Olivia Colman, mostra que a escolha da Marvel de colocá-la com tanto destaque na série e potencialmente no MCU pode não ter sido das melhores. Toda cena em que ela está, a atriz parece estar sofrendo ao tentar atuar.

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Em algo relacionado, é necessário dizer que Colman e Mendelsohn são os pontos altos de toda a série, já que Talos e Sonya Falsworth são os melhores personagens da Marvel em algum tempo. Talos já havia sido apresentado anteriormente, mas consegue se desenvolver muito bem com o tempo de tela que tem, e Colman brilha como a agente do MI6 com seu jeito cínico e debochado. Uma pena que eles não estejam tão presentes na série como deveriam.

Mais perguntas do que respostas

A conclusão da série é bastante equivocada e, sem dar muitos spoilers, basicamente resume todos os poderes dos heróis do MCU, inclusive alguns mágicos, ao seu DNA. Em dado momento, até mesmo a resposta para a dúvida sobre a durabilidade da bermudinha do Hulk é dada e ela é tão cretina que eu me recuso a falar sobre ela aqui.

As consequências de tudo o que aconteceu na série são completamente jogadas para baixo do tapete, salvo um gancho que deve ser aproveitado no filme Guerra das Armaduras, estrelado por Don Cheadle. Mesmo assim, é uma brecha que não precisava de Invasão Secreta para existir e talvez pudesse ser melhor desenvolvido em outro lugar.

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Ao final dos seus seis episódios, a mais recente série da Marvel levanta a questão se ainda vale a pena assistir a tudo o que o estúdio lança ou se, como acontece nos quadrinhos que os filmes e séries tanto tentam emular, é melhor se atentar em um personagem favorito e deixar os outros de lado.

Invasão Secreta está disponível na Disney+.