Twitter libera vídeos de até 2 horas para assinantes

O Twitter liberou os assinantes do serviço Blue para hospedar vídeos com até duas horas de duração. A novidade expande o limite anterior de 60 minutos para dar uma hora a mais para o público pagante.

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A empresa modificou a área de benefícios do Blue para incorporar a mudança e colocou seu garoto-propaganda Elon Musk para fazer o anúncio oficial. Para acompanhar o tempo maior, os arquivos de vídeos também poderão ter até 8 GB agora, em vez dos 2 GB anteriores.

Assinantes poderão fazer o upload no aplicativo para iOS também — até então, essa funcionalidade era exclusiva da versão Web. O Android ainda não foi contemplado nesta fase, mas isso pode ocorrer em breve.

O lado ruim da coisa está na qualidade máxima permitida de 1080p, sem suporte a 4k como os rivais já fazem.

Perigo de usos indevidos

Existe uma preocupação real com a expansão do limite e o potencial uso para disseminar pirataria de filmes, programas de TV e séries. Como a maioria dos filmes tem menos de 120 minutos, hospedá-lo no serviço seria uma forma de ter um local público para espalhar produtos não legalizados — como já ocorreu com Super Mario Bros - O Filme.

É claro que seria bem mais fácil para a moderação identificar esse tipo de comportamento, afinal é preciso ser assinante do Blue. Mesmo assim, é algo que a equipe de Musk precisa se ligar para não gerar problemas com direitos autorais. Aliás, no próprio tuíte de Musk já houve um usuário que publicou Shrek Terceiro na íntegra.

Além disso, criadores espertinhos poderiam deixar tais conteúdos disponíveis apenas para assinantes, o que ainda os fariam lucrar em cima dos vídeos mais longos. Como o Twitter não tem assessoria de imprensa, é impossível tirar dúvidas em relação a isso.

Transformação do Twitter no X

As duas horas no Twitter podem representar o primeiro passo rumo à criação do superapp X. O sonho de Elon Musk é criar um serviço que reúna rede social, plataforma de vídeos, delivery, site de e-commerce e pagamentos em um só lugar.

Para os criadores, isso permitiria a transmissão e posterior publicação de videocasts mais longos. Os 60 minutos já ajudavam muito nessa missão, mas poderiam ser pouco para quem trabalha com debates mais aprofundados.

O problema disso é que o player do Twitter ainda é bastante fraco se comparado com YouTube e com o Facebook, por exemplo. Mesmo assim, é só uma questão de otimizar o layout, adicionar meia dúzia de melhorias e está pronto.

O bilionário e sua nova CEO Linda Yaccarino podem ter movimentado mais uma peça no tabuleiro de xadrez para atrair grandes corporações. Imagine a possibilidade de parcerias com empresas do setor de entretenimento para divulgar shows exclusivos no Passarinho Azul.

A dificuldade é se manter relevante em meio a fuga dos anunciantes e de usuários, que buscam asilo em rivais como Mastodon, Bluesky e Koo. As movimentações nada usuais de Musk, que adiciona e retira recursos como troca de roupa, também parecem não contribuir para a estabilidade.

Vídeos longos são desejo antigo de Musk

Mesmo antes de assumir o comando do Twitter, Elon Musk já queria suporte a vídeos mais longos. Uma de suas primeiras medidas ao tornar-se o CEO foi facilitar o upload e o consumo deste estilo de conteúdo.

O upload de vídeos longos chegou em dezembro do ano passado. Recentemente, a plataforma trouxe controles de velocidade de reprodução, algo crucial para conteúdos mais extensos.

O "Twitter 2.0", como foi apelidado, já recebeu suporte a criptografia de ponta a ponta nas mensagens diretas e ainda terá chamadas de áudio e vídeo para rivalizar com o WhatsApp e o Telegram. Mais novidades ainda vem vir por aí, principalmente agora que Musk será o diretor de operações. É esperar para ver qual será o futuro do Blue Bird.