50% dos maiores anunciantes pularam fora do Twitter após chegada de Elon Musk
Por Alveni Lisboa • Editado por Douglas Ciriaco |
Quase um mês após Elon Musk assumir o Twitter, metade dos 100 principais anunciantes deixou de investir na plataforma. O resultado negativo reforça uma tendência de temor com os rumos do site, intensificados desde que o bilionário dono da Tesla e SpaceX adotou um conjunto de medidas polêmicas.
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O resultado foi divulgado pela empresa Media Matters e considerou as 100 maiores companhias que despejavam recursos na rede social desde 2020. Em termos financeiros, o levantamento destacou um volume de quase US$ 2 bilhões (mais de R$ 10 bilhões) no período de dois anos.
Somente neste ano, os anunciantes teriam gastado mais de US$ 750 milhões, quantia que foi drasticamente reduzida nos últimos 25 dias. Algumas das empresas, como Chevrolet, Ford e Chipotle, anunciaram publicamente que parariam de apostar no Twitter.
Segundo a Media Matters, a maioria dos anunciantes são "desistentes silenciosos", porque não fizeram nenhum tipo de posicionamento oficial e apenas cortaram a verba por tempo indeterminado. Nesse grupo, estariam gigantes como Meta (dona de Facebook, WhatsApp e Instagram), Coca-Cola e Kellogg's.
O estudo pontua que as decisões se deram por temor na queda do alcance direto de público, as recentes controvérsias — como a demissão de mais de 50% da força de trabalho e o crescimento dos conteúdos tóxicos —, e as advertências de agências especializadas na compra de mídia paga.
Lista dos 50 anunciantes que deixaram o Twitter
- Abbott Laboratories
- Allstate Corporation
- AMC Networks
- American Express Company
- AT&T
- Big Heart Petcare
- BlackRock, Inc.
- BlueTriton Brands, Inc.
- Boston Beer Company
- CA Lottery (California State Lottery)
- CenturyLink (Lumen Technologies, Inc.)
- Chanel
- Chevrolet
- Chipotle Mexican Grill, Inc.
- Citigroup, Inc.
- CNN
- Dell
- Diageo
- DirecTV
- Discover Financial Services
- Fidelity
- First National Realty Partners
- Ford
- Heineken N.V.
- Hewlett-Packard (HP)
- Hilton Worldwide
- Inspire Brands, Inc.
- Jeep
- Kellogg Company
- Kohl's Department Stores, Inc.
- Kyndryl
- LinkedIn Corporation
- MailChimp (The Rocket Science Group)
- Marriott International, Inc.
- Mars Petcare
- Mars, Incorporated
- Merck & Co. (Merck Sharp & Dohme MSD)
- Meta Platforms, Inc.
- MoneyWise
- Nestle
- Novartis AG
- Pernod Ricard
- PlayPass
- The Coca-Cola Company
- The Kraft Heinz Company
- Tire Rack
- Verizon
- Wells Fargo
- Whole Foods Market IP
- Yum! Brands
Companhias preocupadas com o "efeito Musk"
Algumas das empresas mencionadas alegaram que a suspensão de publicidade no Twitter já havia ocorrido antes da finalização da compra. Outras disseram não ter plena confiança na condução de Elon Musk, mesmo com o bilionário se empenhando em reuniões virtuais com essas grandes companhias.
Musk chegou a atribuir a queda nos anúncios a ativistas interessados em "destruir a liberdade de expressão na América" pressionando os anunciantes.
A maior agência de anúncios do mundo, o Group M, alterou a classificação do Twitter para "alto risco" na semana passada. A medida foi uma forma de alertar seus clientes para evitar a compra de posts patrocinados, hashtags e outras ações na plataforma.
Por enquanto, o futuro do Twitter segue incerto para todos: funcionários, empresários e usuários. Esse temor do "fim do Twitter" desencadeou um movimento de migração para soluções alternativas, como o Mastodon e o Koo.