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Review Poco X4 Pro 5G | Muitas melhorias, porém menos desempenho

Por| Editado por Léo Müller | 29 de Março de 2022 às 09h51

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Review Poco X4 Pro 5G | Muitas melhorias, porém menos desempenho
Review Poco X4 Pro 5G | Muitas melhorias, porém menos desempenho

O Poco X4 Pro 5G tem uma difícil missão de manter a imensa popularidade do Poco X3 Pro no mercado global e, principalmente, brasileiro. Para isso, ele chegou com uma tela melhor, construção mais robusta, câmera de 108 MP e compatibilidade com 5G.

Será que essas novidades foram suficientes? Eu testei o novo smartphone da Poco por alguns dias e conto todas as minhas impressões nos próximos parágrafos!

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Construção e design

O Poco X4 Pro 5G é um celular intermediário completamente diferente do X3 Pro, se inspirando nos Redmi Note 11 tanto na construção como em parte do design. Ele deixa de oferecer um visual original como vimos no antecessor, mas traz alguns detalhes únicos que só a Poco possui.

Por exemplo, o posicionamento das câmeras é idêntico ao smartphone da Redmi, mas o X4 Pro se diferencia ao trazer um módulo que cobre quase um terço da tampa traseira do aparelho, muito parecido com o presente no topo de linha Mi 11 Ultra.

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Entretanto, diferentemente do que vimos no “primo mais potente”, por aqui não temos uma tela secundária ou sensores gigantes para ocupar o espaço extra do módulo, apenas o logo da marca estampado que não agrega em nada no visual.

Particularmente, essa identidade dos smartphones da Poco não me agrada muito, principalmente por trazer detalhes visuais que somam pouco ou nada ao aparelho. Ainda assim, devo admitir que é bom ver marcas tentando algo novo aqui no Brasil — mesmo que não dê muito certo.

Onde eu devo parabenizar a Poco é na construção do Poco X4 Pro 5G, que agora oferece uma tampa traseira de vidro. Também houve alguns refinamentos da carcaça do aparelho: ele está bem menos pesado e espesso, mesmo com uma bateria gigante 5.000 mAh.

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  • Dimensões: 164,2 x 76,1 x 8,1 mm;
  • Peso: 205 gramas.

O resultado é uma pegada muito mais premium que a do Poco X3 Pro, o que é ótimo. O aspecto ‘quadradão’ do smartphone também me agradou porque valorizou a moldura de plástico fosco. Mas não se engane, ainda estamos falando de um aparelho robusto e grande.

Conexões e slots

O Poco X4 Pro não veio com um chipset tão potente quanto o do Poco X3 Pro, mas ele deve conquistar os usuários que já buscam conectividade 5G, algo que vem sendo cada vez mais implementado nos smartphones.

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O restante das conexões, no entanto, se mantém: Bluetooth 5.1, NFC, sensor infravermelho para controlar outros dispositivos como controle remoto, USB-C 2.0 e Wi-Fi ac dual band. Também há entrada para cartão microSD e fone de ouvido, uma boa noticia para os audiófilos.

Botões

Com relação aos botões, são três no total, os de volume e o de energia. Todos eles ficam na lateral direita e possuem a mesma estrutura da moldura, o que achei muito interessante.

O botão de liga/desliga também é um leitor de digitais. O desbloqueio não é dos mais rápidos, um pouco estranho considerando esse formato que geralmente é tão preciso quanto veloz. Mas você não terá muitos problemas com ele se souber das suas limitações.

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Tela

  • Tamanho: 6,67 polegadas, 104,4 cm² de área, ~86% de ocupação;
  • Tecnologia do painel: AMOLED;
  • Resolução e proporção: Full HD (2.400 por 1.080 pixels); 20:9;
  • Densidade de pixels: ~395 ppi;
  • Extras: 120 Hz, HDR10, 1.200 nits de brilho, Gorilla Glass 5.

A tela do Poco X4 Pro 5G é uma das melhores disponíveis no portfólio intermediário da Xiaomi. O painel AMOLED é excelente na reprodução das cores, além de apresentar tons escuros muito mais profundos que um display LCD.

Aliado à resolução Full HD e ao padrão HDR10, temos uma exibição muito similar a alguns topos de linha mais básicos, como Edge 20 Pro e o antigo Poco F3. Também devo elogiar a ótima intensidade do brilho, alcançando respeitáveis 1.300 nits em ambientes muito ensolarados — é a mesma numeração do Galaxy S21 e bastante próximo do recente S22.

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Outros destaques do Poco X4 Pro incluem taxa de atualização de 120 Hz, que deveria deixar a navegação em sistema e jogos mais fluida. O problema, assim como já notei em outros smartphones Xiaomi, é a interface MIUI muito pesada, deixando a experiência arrastada.

Configurações e desempenho

  • Sistema operacional: MIUI 13.0.5 estável sob o sistema Android 11;
  • Plataforma:Qualcomm SM6375 Snapdragon 695 5G;
  • Processador: Octa-core (2x2.2 GHz Kryo 660 Gold & 6x1.7 GHz Kryo 660 Silver);
  • GPU: Adreno 619;
  • RAM e armazenamento: 6/128 GB, 8/256 GB.
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O principal downgrade do novo Poco X4 Pro 5G em relação ao seu antecessor é o chipset. A marca optou por trocar uma plataforma topo de linha com 4G, o Snapdragon 860, por uma intermediária já compatível com a nova tecnologia de rede móvel, no caso a Snapdragon 695 5G.

Na prática, é claro que você vai notar a inferioridade do Poco X4 Pro se comparado com o X3 Pro, principalmente em jogos mais pesados como Dead By Daylight. Nos meus testes, o novo smartphone conseguiu rodar o título, porém com gráficos bem limitados, algo que não acontecia na geração passada.

Não me entenda mal: a qualidade é ótima para os padrões intermediários. O chipset da linha Snapdragon 600, que geralmente são mais simples em relação aos das famílias 700 e 800, teve um desempenho surpreendente, conseguindo rodar Free Fire, Call of Duty Mobile e Asphalt 9 muito bem nas configurações automáticas.

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Também não tive problemas na execução nem na alternância de aplicativos, mostrando um bom gerenciamento dos 6 GB de RAM. Ele também pode ser encontrado com 8 GB de RAM, além de opções com 128 GB ou 256 GB de armazenamento interno.

Sistema e interface

Uma das minhas principais críticas sobre os smartphones da Xiaomi atualmente, e que não posso deixar de comentar, é a interface MIUI 13. Assim como percebi no Redmi Note 11T, que também traz o launcher personalizado, a navegação é geralmente truncada, ao ponto da taxa de atualização mais alta não fazer muita diferença na experiência.

Além disso, me incomoda o fato de as novas versões da MIUI adicionarem cada vez botões e atalhos, deixando a interface poluída demais. Em cada tela, por exemplo, se encontra inúmeros atalhos e funções pouco úteis, só para dizer que é um launcher fácil de mexer.

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Ainda assim, devo admitir que a MIUI ainda é uma das opções mais interessantes para você que gosta de deixar o celular “com a sua cara”. Ela possui inúmeras possibilidades de personalização, e a separação de apps por categoria é algo que eu gostaria de ver em outras interfaces.

Vale lembrar que a modificação que vem no Poco X4 Pro é da própria Poco, então você ainda terá muitas semelhanças com a MIUI tradicional, mas com alguns detalhes específicos da Poco Launcher, como os ícones mais próximos do Android tradicional — nada muito diferente, no entanto.

Câmeras

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  • Principal: 108 MP, abertura de f/1.9, PDAF;
  • Ultrawide: 8 MP, abertura de f/2.2;
  • Macro: 2 MP, abertura de f/2.4;
  • Frontal (selfies): 16 MP, HDR;
  • Vídeos: 1080p a 30 fps.

O Poco X4 Pro marcou a estreia de uma câmera de 108 MP em um celular da marca chinesa. É claro que a resolução chama bastante atenção pelos números robustos, mas também pela promessa de fotos bem melhores.

Mas somente hardware robusto não significa muita coisa, já que grande parte do trabalho é feito por software — vemos ótimos exemplos com toda a linha iPhone 13. E é justamente nesse ponto onde o smartphone da Poco decepciona.

A definição, obviamente, é ótima por causa do sensor com muitos MP, mesmo utilizando a tecnologia que divide os pixels para oferecer uma qualidade superior. Você ainda consegue usar o modo 108 MP, mais indicado para edição de imagens ou impressão.

No entanto, percebi que as fotos têm um grande defeito em escurecer árvores e zonas naturalmente mais escuras. Até pensei que fosse um problema de detecção da inteligência artificial, já que ela atrapalha bem mais que ajuda, mas os resultados permaneceram mesmo com o recurso desligado.

O pós-processamento também tem dificuldade em detectar o balanço de branco, geralmente estourando qualquer zona mais próxima da luz, como lâmpadas e o Sol. Além disso, a faixa dinâmica é bem limitada, tornando qualquer ambiente sem graça.

Quando o software acerta, o que não acontece com muita frequência, temos fotos interessantes, com cores vibrantes, mas nada impressionante. É a típica câmera de celular intermediário bem básico.

A ultrawide e a macro são horríveis e eu não recomendo usá-las em nenhuma ocasião. Elas produzem fotos com pouquíssima definição, cores lavadas e, no caso da lente mais ampla, distorções agressivas.

Bateria e carregamento

O Poco X4 Pro tem uma bateria de 5.000 mAh, um pouco menos em relação aos 5.160 mAh do X3 Pro. A autonomia, entretanto, se mantém ótima, como pude comprovar nos meus testes.

No cenário de reprodução de streaming, com três horas de Netflix, brilho e volume em 50% e conectado ao Wi-Fi, o Poco X4 Pro gastou apenas 14% de carga, uma autonomia excelente para a categoria intermediária. Ele ficou bem próximo da linha Redmi Note 11.

No dia a dia, o smartphone da Poco também se saiu muito bem. O chipset Snapdragon 695 5G não esquentou quase nada mesmo durante alguns minutos de Dead By Daylight, portanto não houve um consumo muito exagerado.

Resumindo, é muito provável que você consiga esgotar completamente a bateria do Poco X4 Pro em um dia e meio com uso bastante pesado. Ele pode chegar até o terceiro dia se mantiver uma utilização moderada, com redes sociais e jogos ocasionalmente.

No carregamento, o smartphone da Poco sai na frente dos concorrentes intermediários por contar com uma potência de 67W. A velocidade é impressionante, conseguindo encher o tanque completamente em cerca de 40 min. Outra boa notícia é que a Xiaomi envia o acessório na caixa.

Sistema de som

Outra melhoria do Poco X4 Pro é o sistema de som duplo. Basicamente, a Poco pegou os dois alto-falantes presentes na linha Redmi Note 11 e colocou no seu projeto.

Na prática, temos uma qualidade bem superior a praticamente todos os intermediários da Motorola, por exemplo, devido ao som estéreo. Além disso, as peças entregam potência e definição somente quando não estão reproduzindo conteúdos no volume máximo.

Concorrentes diretos

No Brasil, o Poco X4 Pro compete com os smartphones da Motorola justamente por pecarem basicamente nos mesmos departamentos, como câmera e software. Entre os modelos da marca concorrente, o Moto G71 é o que mais se encaixa.

Além de trazer o mesmo chipset Snapdragon 695 5G, o G71 também é equipado com uma bela tela AMOLED, porém de 6,4 polegadas, contra 6,67 do rival. Ele também é equipado com plugue para fones de ouvido, coisa cada vez menos comum atualmente.

A bateria de 5.000 mAh também chama atenção, pois consegue aguentar até dois dias dependendo da utilização. Nas câmeras, ambos se diferenciam apenas na principal, que é de 50 MP no G71 e 108 MP no Poco X4 Pro. A qualidade, no entanto, é melhor no aparelho da Motorola.

Além disso, o modelo da Motorola é consideravelmente mais barato, saindo por algo próximo de R$ 2.300.

Vale a pena comprar o Poco X4 Pro 5G?

O Poco X4 Pro trouxe algumas boas novidades em relação ao seu antecessor, como construção mais premium, tela OLED e 5G. No entanto, ele deixou de lado o principal diferencial da linha X até então: o desempenho.

Não é que o X4 Pro decepciona nesse quesito, pois me surpreendi com o desempenho do Snapdragon 695 5G, ainda mais por ser um modelo da linha intermediária mais básica da Qualcomm.

No entanto, ele não oferece nenhum diferencial em relação aos concorrentes, os quais já trazem chipsets mais recentes da linha Snapdragon 700. Muitas pessoas compraram o Poco X3 Pro justamente por custar relativamente pouco pela potência que entregava.

Além disso, não dá para deixar de falar sobre o desempenho das câmeras, que ficou muito abaixo do Poco X3 Pro e de outros intermediários à venda no Brasil. Se sua intenção for comprá-lo visando o sensor de 108 MP, melhor reconsiderar.

Com relação ao preço, no Aliexpress o Poco X4 Pro está saindo por cerca de R$ 1.600, um preço bem interessante pelas especificações que oferece. Claro, tem que considerar os possíveis impostos ao chegar no Brasil, então basicamente você gastaria aproximadamente R$ 2.000, se tiver sorte.

Por aqui, ele foi lançado por incríveis R$ 4.299 e, sabendo do histórico da Xiaomi/Poco de não baixar muito os preços com o passar do tempo, é óbvio que não vale a pena comprá-lo por aqui. Há modelos bem melhores que custam duas vezes menos, como o próprio Galaxy M52 5G e Moto G71.