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Análise | Acer Nitro 5 entrega bom desempenho em jogos sem comprometer o bolso

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Sergio Oliveira
Sergio Oliveira
Tudo sobre Acer

Investir em um PC gamer normalmente é sinônimo de desembolsar uma quantia considerável de dinheiro, sobretudo se você estiver procurando pelo máximo desempenho possível. Mas há quem não se importe tanto assim em ter "tudo do melhor" e se contente com máquinas menos caras, por assim dizer, porém competentes o suficiente para entregar uma boa experiência de gameplay.

O Acer Nitro 5 chega para atender justamente esse segmento de público com três modelos que entregam especificações básicas, de entrada e intermediárias. São eles:

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Também da Microsoft, porém mais antigo, Gears of War 4 também se saiu muito bem rodando no Acer Nitro 5. Por ter sido lançado em 2016, o game rodou muitíssimo bem nas definições recomendadas (tela cheia, 1920 x 1080 pixels de resolução, FPS ilimitado, texturas e detalhes altos, detalhamento médio, iluminação e sombras médias), mantendo uma taxa média de 57 quadros por segundo e alcançando picos de 102.

Na qualidade "Ultra", Gears of War 4 manteve uma taxa de 42 FPS, mas apresentou alguns travamentos em momentos mais críticos com muitos personagens, partículas e explosões. Novamente, foram momentos bastante específicos e que podem incomodar a experiência de jogabilidade do usuário, mas que não são definidores. Em todo caso, o ideal é baixar um pouco os ajustes para ter uma gameplay mais fluída.

Por fim, não podíamos deixar de fora um dos títulos mais populares da atualidade. Conhecido entre os PC gamers por ser um beberrão, Fortnite tem um sistema que identifica automaticamente as melhores configurações para oferecer a melhor experiência de jogabilidade possível. No Acer Nitro 5, essas configurações incluem limite de taxa de quatros em 60 FPS, V-Sync desabilitado e todos os demais ajustes setados ou em "alto" ou em "épica". Nesse cenário, o Battle Royale oscilou entre 42 FPS e 58 FPS.

Reduzindo todos os ajustes para o nível médio, Fortnite oscilou sua taxa de quadros entre 70 e 93 FPS. Para ir além disso, só ou derrubando todos os ajustes para "baixo" ou realizando um pente fino para saber o que funciona melhor no notebook ou não. Como estamos falando de um título competitivo online, isso é relativamente comum, com pro players e criadores de conteúdo sacrificando a qualidade gráfica em detrimento de mais quadros por segundo. No Acer Nitro 5, o máximo que conseguimos alcançar foi entre 91 FPS e 124 FPS.

Além da execução de jogos, é possível que você também queira usar o notebook gamer da Acer para desempenhar tarefas de trabalho e do dia-a-dia. Aqui, infelizmente o notebook apresenta seus principais problemas de performance.

O grande culpado disso é a escolha de enfiar um disco rígido de 5.200 RPM para dar conta de uma máquina com esse poderio. O componente destoa, não acompanha a velocidade do combo Core i7 + 16 GB de RAM + GTX 1050 Ti e é o principal gargalo de desempenho do Nitro 5, comprometendo desde a inicialização até o carregamento de programas e jogos. A lerdeza é sintomática e pode fazer até você pensar que há algo de errado com o notebook, quando na verdade não há. Claro, é possível conviver e se acostumar com isso, mas se você atualizar para um SSD perceberá o salto gigantesco de desempenho. E foi isso o que fizemos.

Substituímos o HDD da Western Digital por um SSD M.2 NVMe da Crucial e o que vimos foi o surgimento de um Acer Nitro 5 completamente novo. Para você ter uma noção da diferença, executamos testes de boot com o Boot Racer, todos com a instalação padrão do Windows 10 que veio da fabricante. O resultado foi o seguinte (segure o queixo): com o disco rígido, as inicializações frias levaram cerca de 136 segundos para serem completadas, enquanto as reinicializações levaram em média 120 segundos. Com o SSD P1 da Crucial, esses números desabaram para 39 e 22 segundos, respectivamente.

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Estranhamente, no exterior a Acer comercializa uma versão do Nitro 5 que já vem com SSD, mas ela ficou de fora aqui no Brasil. Então, se você não quiser se frustrar com lerdeza e tiver um dinheirinho sobrando, considere comprar um SSD junto com este notebook — e nem precisa ser um grandalhão, basta um de 240 GB para uso em conjunto com o HDD.

Bateria e arrefecimento

Agora que sabemos do que o Nitro 5 é capaz, é hora de conferir o quanto isso impacta a autonomia da bateria e no arrefecimento do sistema como um todo.

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Levando em consideração o ciclo de baterias de notebooks gamers como um todo, a bateria da LG de 3.200 mAh se saiu relativamente bem nos testes que fizemos com o PCMark 8 no modo Office - Bateria. O teste basicamente consiste em executar tarefas do dia a dia, como navegar por alguns sites, utilizar processadores de texto e lidar com algumas imagens — tudo isso sendo feito em loop até a bateria pedir arrego. Ao fim dos testes, o Acer Nitro 5 segurou 3h42 de tarefas, um pouquinho abaixo do que consideramos seu concorrente direto, o Samsung Odyssey, mas ainda assim dentro da expectativa para uma máquina desse tipo.

Em relação ao arrefecimento, as duas ventoinhas dão conta de resfriar bem o sistema, mas apenas durante a execução de tarefas diárias e de trabalho. Quando abrimos qualquer jogo que exige mais poder de fogo, os coolers trabalham muito e a sensação é de que o notebook pode sair voando a qualquer instante.

Nos testes que executamos utilizando o BurnIn Test, o Core i7-7700HQ atingiuu picos de 97ºC, quase 10ºC acima de seu principal concorrente e acima até mesmo do Dell Inspiron Gaming 15, considerado o mais potente nos comparativos que fizemos.

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Esse parece ser um problema específico desse modelo com Core i7 e GTX 1050 Ti, já que análises dos demais modelos não apontam qualquer indício de superaquecimento. Nos fóruns da comunidade da própria Acer, vários proprietários do Nitro 5 demonstram preocupação quanto a esses surtos de temperatura e muitos indicam que a única forma de contorná-los é realizar undervolting na CPU, que perde um pouquinho de desempenho, mas passa a operar numa zona de temperatura "segura", por assim dizer.

Não precisa nem dizer que esse é um processo que exige um pouco mais de conhecimento técnico e que cada um está por sua conta e risco, né? Independentemente disso, a verdade é que em nenhum dos nossos testes o pico de temperatura foi suficiente para fazer o sistema desligar ou algo do tipo.

Como a CPU gera calor excessivo, isso acaba afetando também a temperatura de operação da GeForce GTX 1050 Ti, que, ao processar gráficos mais pesados, alcançou picos de até 76ºC nos testes que realizamos com o 3DMark Fire Strike. Mais uma vez, o valor está acima do apresentado por qualquer outro concorrente.

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Vale a pena?

Muito bem, antes de dar qualquer veredito é importante ter em mente que estamos falando de um notebook gamer de entrada/intermediário que não tem pretensão de rodar todos os jogos atuais no Ultra, mas sim oferecer uma boa experiência de gameplay em lançamentos, mesmo que às custas de uma resolução mais baixa ou gráficos setados para médios ou baixos. Tendo isso em mente, vamos colocar todas as características do Acer Nitro 5 numa balança.

Sem dúvidas há algumas questões que podem ser melhoradas no equipamento, mas elas não comprometem a experiência proporcionada pela máquina. Talvez o caso mais irritante seja mesmo do disco rígido, que é extremamente lento e dá a falsa sensação de que algo está errado com a máquina, impactando desde a inicialização até o uso diário e carregamento de jogos. Isso poderia ser solucionado oferecendo um modelo com pelos um SSD SATA III de fábrica para a máquina ter um desempenho melhor. Também vale mecionar a opção por um teclado completo, que acabou espremendo as teclas, e o sistema de resfriamento pensado para versões mais modestas, com Core i5 e GTX 1050 — no modelo que o Canaltech recebeu, as ventoinhas trabalharam muito e mesmo assim vimos temperaturas acima da média da concorrência.

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Isso a parte, os demais componentes casaram muito bem com a proposta da Acer com o Nitro 5. Como foi possível ver em nossos testes, o notebook gamer se saiu bem até mesmo executando títulos recém-lançados como Resident Evil 2 e Devil May Cry 5, apresentando variação de desempenho dentro da expectativa e de sua proposta. Para quem busca qualidade gráfica, pode optar por rodá-los a uma taxa menor de quadros; já quem preza por desempenho, pode reduzir a resolução de tela e ajustar as configurações para intermediárias ou baixas que a máquina conseguirá rodar tudo tranquilamente.

Falando de preço, o modelo do Acer Nitro 5 que o Canaltech recebeu está à venda na loja oficial da Acer por R$ 4.575 à vista e no varejo online por a partir de R$ 4.929. É um valor acima do pedido pela Samsung com o Odyssey (R$ 4.445), mas que é justificado pela placa de vídeo Nvidia GTX 1050 Ti e o dobro de memória RAM do principal concorrente. Modelo equivalente da Dell, o G3 15 com 16 GB de RAM e GTX 1050 (o Inspiron Gaming 15 saiu de linha) sai por R$ 5.729, aproximando-se de opções de alto desempenho da Avell, por exemplo.

Diante disso tudo, o Acer Nitro 5 é o notebook gamer intermediário que se posiciona no meio desse segmento. Nem tão caro, nem tão barato; nem tão parrudo, nem tão básico. Ele é a opção ideal para quem busca portabilidade, competência no dia a dia, desempenho mediano em jogos atuais e um bom custo-benefício, sem comprometer o bolso.

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*A análise do Acer Nitro 5 contou com a colaboração da Capcom, que nos forneceu uma cópia de Resident Evil 2 para PC, e da Nuuvem, maior loja de jogos digitais da América Latina, que nos enviou cópias de Devil May Cry 5 e Assassin's Creed Odyssey para testarmos no PC. Ambos os jogos estão à venda na plataforma.