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Boletim Corporativo | Seu panorama semanal sobre o mercado tech (24/09 a 01/10)

Por| 01 de Outubro de 2018 às 14h43

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Boletim Corporativo | Seu panorama semanal sobre o mercado tech (24/09 a 01/10)
Boletim Corporativo | Seu panorama semanal sobre o mercado tech (24/09 a 01/10)

Elon Musk foi de gênio a cômico em menos de dois meses. Sendo assim, é impossível a este Boletim Corporativo não conceder novo espaço privilegiado às Desventuras do Bufão Corporativo – em sua jornada que se iniciou com 61 caracteres, seguiu com o enfrentamento de órgãos públicos sob fumaceira densa e teve seu desfecho (por ora) no afastamento do fundador da Tesla Motors da presidência do conselho da montadora.

Daí se vai a outro assunto que também já anda batido no meio corporativo, mas que não cansa de fornecer novos episódios. Trata-se da Apple, permanentemente embrenhada em disputas jurídicas — o que, justiça seja feita, parece ser o fado inevitável de grande parte das gigantes tecnológicas. Embora tenha contabilizado um novo processo por utilização indevida de patentes associadas a métodos de criptografia, a Maçã também levou a melhor em outra batalha que já vinha de 2014.

Litigantes e figuras histriônicas à parte, este boletim também traz a materialização das previsões de certo analista sobre a escassez de processadores da Intel no mercado, além de “levantar a saia” dos negócios sobre transferência de tráfego envolvendo a Google e a Apple e de destacar como a Waymo pode ser a pedra no sapato da Amazon. Por fim, nós também tentamos responder por que um iPhone custa hoje um valor análogo ao de um rim humano no mercado negro. Sem mais, vamos ao que interessa. Boa leitura.

As Desventuras do Bufão Corporativo

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Elon Musk tem atravessado um inferno astral de autoria própria, desde que disparou seus famigerados 61 caracteres anunciando intenções de fechamento do capital da Tesla — com destaque para a parte em que dizia ter “financiamento garantido” para elevar cada ação da companhia a US$ 420. Da barafunda iniciada no começo de agosto surgiu de um tudo: dos aumentos (e tombos) abruptos no valor de mercado da Tesla até os processos da Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA e também do Departamento de Justiça do país.

Conforme já se imaginava — inclusive per pedidos reiterados de membros da cúpula da montadora —, o desdobramento inevitável desse cenário foi mesmo o afastamento de Musk da presidência do conselho da Tesla. Embora permaneça domo diretor executivo da companhia, o bilionário deixa o posto sem poder indicar alguém e precisando arcar parcialmente com a multa de US$ 40 milhões a ser revertida para investidores. O que dizer? Talvez uma babá virtual realmente faça falta.

A Apple e os tribunais dos EUA (Parte 1)

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A defesa da Apple já deve conhecer juízes e escrivães pelo primeiro nome em boa parte dos tribunais dos EUA. Seguindo a rotina de batalhas jurídicas, a companhia foi novamente levada à corte, dessa vez por um processo movido pela finlandesa MPH Technologies, que acusa a Maçã de infração de patentes nos aplicativos iMessage e FaceTime, tanto no macOS quanto no iOS. O pedido foi apresentado ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos, no Distrito do Norte da Califórnia.

Segundo os advogados da parte queixosa, a MPH tentou negociar a utilização das patentes em 2016 e 2017, mas sem sucesso. Além de várias tecnologias criptográficas que teriam sido indevidamente utilizadas nas referidas aplicações, o documento protocolado também faz menção a recursos como o Handoff, a Universal Clipboard, o iPhone Cellular Call Relay e o iPhone Text Messaging Forwarding — igualmente dependentes de ferramentas de comunicação segura.

A Apple e os tribunais dos EUA (Parte 2)

A despeito do mais novo pepino jurídico, entretanto, a Apple também comemorou uma vitória na semana passada. A companhia venceu um recurso relativo a um processo milionário movido pela Wisconsin Alumni Research Foundation (WARF). A associação vinculada à Universidade de Wisconsin acusava a Maçã de infringir patentes na arquitetura dos SoCs A7, A8 e A8X.

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Embora a quantia originalmente demandada a título de reparação de danos em 2014 fosse de US$ 400 milhões, o valor determinado em outubro de 2015 pela Justiça dos EUA ficou em US$ 234,2 milhões. Posteriormente, outro tribunal enxergou no uso reiterado das patentes novas infrações, elevando o montante para US$ 506 milhões. De acordo com a Warf, a Maçã fez uso indevido de diversas patentes associadas ao processamento especulativo em seus processadores; a companhia também havia processado a Intel pela mesma propriedade intelectual.

Alta demanda cria problema de fornecimento para Intel

E por falar na Intel, a companhia anda atualmente com problemas de demanda – de excesso de demanda, vale dizer. Em carta aberta enviada a “clientes e parceiros” na última sexta-feira (28), o diretor executivo interino, Bob Swan, informou sobre problemas de fornecimento em razão de um crescimento acima do esperado nas vendas. Na raiz do aumento abrupto, segundo o executivo, estão as várias infraestruturas em nuvem que disputam o mercado atualmente – entre armazenamento, compartilhamento, análise e processamento de dados.

Em número, a demanda do setor representou um crescimento de 25% na demanda da Intel desde junho; no que se refere à receita, o aumento foi de 43% durante os últimos seis meses. Vale lembrar que a escassez de processadores da marca já havia sido sinalizada no início de setembro pela analista DRAMeXchange, que apontava para uma boa oportunidade de adquirir memória RAM, com preços em baixa justamente pela falta de processadores para a montagem de notebooks. Em suma, se faltam processadores, sobram pentes de memória.

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Google deve pagar US$ 9 bi à Apple para ser buscador padrão no iOS

Ser o buscador padrão em um aparelho da Apple certamente tem um custo. De acordo com a Goldman Sachs, a Google deve pagar à Maçã a quantia de US$ 9 bilhões este ano para que os usuários do iPhone continuem efetuando suas buscas pelo buscador homônimo. O levantamento foi encaminhado a investidores na última sexta-feira (28), que identificava o montante como “custo de aquisição de tráfego” — valor relacionado a quaisquer programas ou serviços terceirizados que se tornam padrão no smartphone.

“Nós acreditamos que a Apple seja um dos maiores canais de aquisição de tráfego para a Google”, disse o analista Rod Hall. E o valor deve ficar ainda mais salgado no ano que vem, quando representará um repasse de US$ 12 bilhões. O valor, contudo, é debitado do total pago pela Apple à Google por pesquisas patrocinadas e outros serviços transacionados entre as empresas. Há quatro anos, esse mesmo valor era de “apenas” US$ 1 bilhão; na ocasião, o valor foi tornado público por questões legais.

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IPO da Bitmain revela lucro de US$ 2,5 bilhões

A IPO (oferta pública inicial) da Bitmain submetida recentemente na Bolsa de Valores de Hong Kong deu ao público a oportunidade de investir – e também de saber quanto a maior provedora de mineradores de criptomoedas do mundo tem faturado. A empresa divulgou um lucro de mais de US$ 2,5 bilhões para o ano passado, representando um crescimento de dez vezes sobre os US$ 278 milhões amealhados em 2016. Para este ano, as projeções são de um faturamento de US$ 2,8 bilhões.

A despeito dos números extraordinários, entretanto, a companhia revela que as margens operacionais andam caindo em ritmo constante ano a ano. Durante o primeiro semestre de 2018, a margem média ficou em 36%, representando uma queda de quase 10% se comparada à margem de 48% de 2017; a queda é ainda maior em relação aos 54% de 2016. Ademais, a empresa também precisou equacionar um aumento nos custos de operação, que passaram de 51% em 2017 para 64% em 2018.

Por que os iPhones são tão caros?

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Mesmo quem tem mais dinheiro para “queimar” em artigos tecnológicos de luxo já deve ter se perguntado isso em algum momento. Bem, nós respondemos a essa questão ao longa da última semana em um artigo, onde foi explicado que, de fato, a Apple tem experimentado aumentos regulares ao longo dos anos nos custos implicados em componentes e subcomponentes dos iPhones; isso a despeito de manter ainda uma margem de lucro bastante razoável, é claro.

Em números, os cerca de US$ 390 pagos pela Apple para a manufatura de cada iPhone Xs Max (cujo preço oficial é US$ 1.000) podem dar a ideia de uma folga bastante considerável em relação ao preço de varejo. A fabricante historicamente espera pela maturação de novas tecnologias surgidas no setor efervescente de tecnologias mobile — o que lhe permite simultaneamente reduzir custos e incluir funcionalidades que resistiram aos primeiros testes de fogo do mercado. Ocorre é que adições como o kit TrueDepth tem quebrado esse padrão.

A Fox jogou a toalha na batalha pela Sky

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A 21th Century Fox concordou em vender sua parcela de 39% da Sky à Comcast. A decisão foi tomada depois que a companhia perdeu para o conglomerado de mídia em um leilão que daria à Fox o controle da operadora de TV por assinatura inglesa – quota que acabou vendida à Comcast pelo equivalente a US$ 40 bilhões.

Os ativos totais da Sky ainda pertencentes à Fox devem ser passados à Comcast por US$ 15 bilhões; e isso sob as bênçãos da Disney, que viu na venda uma possibilidade de saldar boa parte das dívidas que vieram junto com a parcela recentemente comprada do império de mídia. A venda dos 39% da Sky à Comcast põe fim a uma trajetória aguerrida travada pela família Murdoch contra órgãos reguladores britânicos para assumir o controle da rede britânica.

Veículos autônomos são o calcanhar de Aquiles da Amazon?

Embora o reinado varejista de Jeff Bezos siga com ventos mais do que favoráveis no momento, pelo menos uma ameaça potencialmente disruptiva foi identificada num horizonte próximo pela Morgan Stanley: o Waymo. De acordo com a Morgan Stanley, o aperfeiçoamento e a consequente popularização do veículo autônomo da Google pode baratear consideravelmente os processos logísticos para um grande número de empresas de varejo.

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Segundo a analista de mercados, uma saída óbvia para que a Amazon mantenha a sua liderança seria a empresa focar em ofertas autônomas “diferenciadas”, de forma a reduzir também os custos envolvidos no transporte de mercadorias. Em números, isso representaria uma economia entre 30% e 50% com logística, proporcionando um aumento nos lucros líquidos entre 5% e 15% — ou, em termos monetários, algo entre US$ 10 bilhões e US$ 30 bilhões. A parceria com a Toyota para o Prime Now pode ser um ensaio desse movimento.

Apple conclui aquisição do Shazam e deve tornar o app livre de anúncios

A Apple concluiu recentemente as negociações de um ano envolvendo a aquisição do Shazam. A compra foi fechada três semanas após a aprovação de comitês antitruste da União Europeia. Adquirido pela soma de US$ 400 milhões, o popular aplicativo para o reconhecimento de músicas deve em breve ser disponibilizado pela companhia em versões livres de anúncios; isso enquanto possíveis críticas sobre práticas anticompetitivas são proativamente rebatidas com o argumento de que a base de dados utilizada pelo Shazam é disponível de forma universal.

Além da extinção da versão com anúncios publicitário, entretanto, não se sabe muito sobre o que o futuro pós-aquisição guarda para o Shazam. Parece igualmente razoável acreditar que o aplicativo permanecerá como está, ou que a Apple possa incorporar o programa como parte de uma solução maior — e sem dúvida as duas propostas não são mutuamente excludentes. Embora jamais tenha dado lucros, o Shazam contabilizava 1 bilhão de downloads e centenas de milhões de usuários mundo afora já em 2016.