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Elon Musk deixa presidência do conselho da Tesla para evitar processo

Por| 01 de Outubro de 2018 às 09h15

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Elon Musk não responde mais como presidente do Conselho de Diretores da Tesla. Ainda atuante como CEO da empresa, o executivo sul-africano deve renunciar à posição como parte de um acordo feito após investigação da Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, no original em inglês), que acusou Musk de fraude corporativa devido às suas afirmações de que já teria dinheiro suficiente para fechar o capital a Tesla, conforme noticiado pelo Canaltech ao final de setembro.

A SEC (algo parecido com a Comissão de Valores Mobiliários do Brasil) acusava Musk de manipulação de mercado após este ter anunciado, ainda em agosto, ter não somente a intenção de fechar o capital da Tesla (efetivamente tornando-a privada novamente) como também já ter assegurado o capital para tal feito. As ações da montadora de carros elétricos dispararam, sendo negociadas 11% acima do valor comum no dia. Contudo, a disponibilidade de capital era improcedente e as declarações de Musk vieram a público antes mesmo de qualquer conversa com os seus acionistas. A SEC pedia que ele fosse legalmente impedido de assumir cargos de direção em qualquer empresa de capital aberto, bem como o pagamento de multa.

Além de deixar o cargo de presidente do conselho da Tesla, os acionistas majoritários e investidores da empresa receberão, como multa, cerca de US$ 40 milhões, sendo metade disso arcada pelo próprio Elon Musk. Ele ainda terá uma posição no conselho e segue como o presidente executivo da montadora, porém o cargo de presidente do conselho será passado para “alguém independentemente verificado”, segundo a documentação do processo. Isso significa que o sucessor não poderá ser indicado por Musk nem ter qualquer relação com ele. A medida vale por um mínimo de três anos. Finalmente, todas as comunicações feitas por Musk deverão ser supervisionadas e/ou revisadas — incluindo o Twitter.

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Entenda o caso

No início de agosto, Elon Musk publicou em seu perfil oficial no Twitter que pensava em fechar o capital da empresa e colocar o preço de US$ 420 em cada ação, causando alta no valor dos papéis da Tesla, que eram negociados em algo próximo de 11% acima, elevando os valores de cerca de US$ 340 para até US$ 379,57. À época, também surgiu a informação de que um fundo soberano da Arábia Saudita teria comprado uma participação de US$ 3 bilhões, ou cerca de 5% da Tesla — a escorregada do empresário, entretanto, gerou instabilidade e as negociações foram encerradas pela tarde de 7 de agosto.

Ainda em agosto, Musk foi acusado de ter manipulado as ações da empresa por meio do polêmico tweet, uma vez que o patrimônio líquido do CEO aumentou US$ 1,4 bilhão, tornando-o a 31ª pessoa mais rica do mundo.

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Na última quinta-feira, 27 de setembro, a SEC abriu um processo contra Musk — e não a empresa Tesla — acusando-o de ter enganado investidores com o tweet e fazendo as demandas acima. O acordo noticiado aqui é resultante deste processo. No mesmo dia, ainda que o processo tenha claramente sido contra a pessoa física de Musk, as ações da Tesla chegaram a cair 13%.

Tudo isso teve um grau ainda maior de impacto na empresa, graças ao comportamento errático de Elon Musk: no dia 7 de setembro, durante sua participação no podcast The Joe Rogan Experience, o CEO da Tesla acendeu um cigarro composto de maconha e tabaco, alarmando ainda mais seus investidores. Antes de tomar a decisão do acordo, Musk chamou tudo isso de “perseguição”.

Se quiser saber de mais detalhes, o Canaltech publicou um dossiê completo deste último bimestre maluco de Elon Musk.

Fonte: Wired