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B2B or not 2B | Resumo das principais notícias de negócios da semana

Por| 04 de Setembro de 2020 às 18h22

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Canaltech
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Futuro das telas

Em março deste ano, a Samsung Display, divisão voltada à produção de telas, anunciou de forma corriqueira que iria parar de fabricar display em formato LCD até o final deste ano. O objetivo da companhia é priorizar o padrão OLED, podendo explorar os painéis com camada de pontos quânticos — as QD-OLED — ou as microLEDs. Um movimento parecido foi antecipado pela rival LG.

Agora, nesta semana, a sul-coreana vendeu duas fábricas de telas LCD no país para a CSOT, subsidiária da chinesa TCL. A venda, com valor estimado em US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5,5 bilhões), marca mais um passo da empresa rumo o abandono completo do componente.

Curiosamente, parte do valor da venda foi usado pela Samsung para adquirir 12,33% da CSOT. Por outro lado, com a aquisição das fábricas, a TCL deve consolidar sua subsidiária CSOT (China Star) como a segunda principal fabricante global de painéis LCD, atrás apenas da também chinesa BOE.

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Vale lembrar que, apesar de sócias, a TCL e Samsung também são rivais ferrenhas no segmento de TVs, no qual dividem os dois primeiros lugares, segundo dados da consultoria Display Supply Chain. A TCL é responsável por aparelhos de marcas variadas — como a Semp (Brasil) e Thomson (Europa) — e recentemente ultrapassou a LG em número de aparelhos vendidos.

Transição

Apesar de ainda utilizar bastante as telas LCD em seus televisores — tanto em modelos com painéis IPS ou VA quanto nos modelos premium com uma camada de pontos quânticos e batizados de “QLED” —, a Samsung Electronics há alguns anos passou a adquirir o componente de outras empresas, atraída pelos baixos preços cobrados pelas concorrentes chinesas e até da concorrente LG.

A transição do LCD para outros tipos de painéis pode ser vista também no mercado de celulares, no qual a tecnologia respondia por cerca de 75% do segmento em 2016, recuando para aproximadamente 60% em 2019, de acordo com dados da consultoria DSCC.

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Para ilustrar, dados da consultoria CounterPoint indicam que o mercado de smartphones com telas AMOLED deve crescer mais de 40% neste ano. Tudo isso indica que o movimento da Samsung foi feito em um momento bem apropriado.

Além da TCL, empresas chinesas como BOE e Visionox também têm aumentado o investimento em linhas de produção do componente, especialmente para o uso em celulares. Segundo o site chinês MyDrivers, Chineses esperam alcançar sul-coreanos no mercado de telas OLED em até 3 anos.

À espera do 5G

Nesta terça-feira, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, editou o decreto que regulamenta os dispositivos da Lei Geral das Antenas (LGA), de 2015. O texto final ainda não foi divulgado, mas espera-se que as medidas para estimular o desenvolvimento da infraestrutura de telecomunicações no Brasil sejam facilitadas, enfrentando menos burocracia no poder público, principalmente na esfera municipal.

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O objetivo da LGA é estabelecer normas gerais para implantação e compartilhamento da infraestrutura de telecomunicações. O conjunto de regras tem o objetivo de harmonizar normas para a implantação de infraestrutura em todo o Brasil, promovendo a expansão da cobertura das redes e a melhoria da qualidade dos serviços prestados à população, além de otimizar investimentos e reduzir custos das operadoras de telecomunicações.

Em contato com o Canaltech, Marcos Ferrari, presidente do Sindicato Nacional Das Empresas De Telefonia E De Servico Movel Celular E Pessoal (Sinditelebrasil), afirmou que "o setor de telecom recebe com entusiasmo o anúncio feito hoje pelo governo federal sobre a edição de decreto presidencial regulamentando a Lei Geral de Antenas". Para o executivo, o ato vai estimular a implantação de infraestrutura de telecom no país.

Para Ferrari, além do o reforço da gratuidade do direito de passagem e a regulamentação do silêncio positivo, as operadoras esperam ainda a dispensa de licenciamento para antenas de pequeno porte, como as mini-ERBs de 4G e 5G. Esse último ponto é especialmente importante para que as redes móveis de dados de quinta geração cresçam em um ritmo mais acelerado do que aconteceu com o 3G e o 4G.

"As redes 5G exigirão uma quantidade de antenas 7x maior se comparada à estrutura do 4G. Para uma boa cobertura nesse padrão, será necessário, em média, uma antena a cada 100 metros", afirmou Ferrari. "E com as leis atuais, podemos ter até 28 mil pedidos de instalação de antenas parados".

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Mais de 300 leis

Em julho deste ano, o Brasil atingiu a marca de 100 mil antenas de telefonia e internet móvel ativas em todo território nacional. O número representa um crescimento de 6% em comparação a maio de 2019, o que significa a instalação de 5.612 antenas no período. No entanto, a quantidade ainda é considerada insuficiente para atender a demanda no país, E isso acontece, em boa parte, por causa da burocracia que emperra sua expansão.

Concorrente em comum

Desde que Donald Trump ameaçou banir o app chinês TikTok do mercado americano, a ByteDance, detentora do aplicativo, colocou sua operação nos Estados Unidos à venda para garantir sua permanência no país. Isso, claro, gerou interesse de gigantes de tecnologia, como Microsoft e Walmart.

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A Microsoft foi a primeira a levantar a mão e anunciar o desejo de compra e não apenas das operações americanas, mas em todo o mundo. E o motivo é estar mais próxima dos consumidores, seus dados e, obviamente, do dinheiro.

Com o TikTok, a companhia de Bill Gates atualiza o relacionamento com os consumidores finais e mais jovens. Outro ponto importante: com os cerca de 80 milhões de usuários norte-americanos dentro do TikTok, a MS abriria mais um canal de disputa com Facebook e Google (YouTube). Vale pontuar que, atualmente, a companhia duela com a rede de Mark Zuckerberg via LinkedIn e disputa o mercado de cloud com a gigante de buscas com o Azure. Além disso, a ByteDance vale hoje mais de US$ 100 bilhões, sendo classificada como “a startup mais valiosa do planeta”.

Já para os profissionais do mercado, a ligação entre a Walmart e o TikTok faz todo o sentido. A versão chinesa do TikTok é uma das várias aplicações no país que exploram o mercado de consumidores locais, que gostam de fazer compras por meio das plataformas. E o principal: ajudaria a companhia a enfrentar sua maior rival, a Amazon.

A empresa de Jeff Bezos, aliás, é o inimigo em comum da Microsoft e Walmart. Se por um lado o Walmart concorre no varejo, a Microsoft, com o Azure, luta no segmento de cloud computing. Sendo assim, a união do Walmart e Microsoft na compra do TikTok coroaria uma estratégia mútua de combate à rival.

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É importante ressaltar que as companhia mantém uma parceria desde 2018, quando a varejista assinou um contrato de cinco anos com a Microsoft para usar seu serviço de nuvem Azure e demais produtos da companhia de tecnologia. A MS, por sua vez, é investidora da Klipkart, gigante do comércio eletrônico da Índia, a qual o Walmart tem participação majoritária após uma aquisição de US$ 16 bilhões em 2018.

As duas companhia ainda têm investimentos no Team8, um grupo de reflexão sobre segurança cibernética fundado por ex-líderes da principal unidade de inteligência militar de Israel. Ou seja, está claro que ambas se sentem confortáveis em realizar bons negócios juntas e a aquisição do app não seria diferente. A Amazon que se cuide!

Xerife de dados

A Lei Geral de Proteção de Dados, popularmente conhecida como LGPD, finalmente se prepara para entrar em vigor. No último dia 26 de agosto, ela foi aprovada pelo Senado, sob a forma de Projeto de Lei de Conversão (PLC) 34/2020, que prevê que ela passe a valer 15 dias úteis depois de chegar à Casa Civil e ser sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro.

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Logo, ainda que haja uma discussão ou outra para ver se a lei passa a valer de forma retroativa, é bastante razoável supor que entre em vigor a partir de meados de setembro. Mas, é importante salientar que as penalidades só começam a ser aplicadas a partir de agosto de 2021, de acordo com a Lei 14.010.

Considerando que a LGPD levou vários anos de discussão e sua entrada em vigor já era esperada, uma parte das empresas já está mais preparada para ela. No entanto, outra parte esperava uma data oficial da sua entrada em vigor para começar a se preocupar em se adaptar à legislação. E, em ambos os cenários, uma nova profissão promete ganhar um papel importante no mundo corporativo: a do Data Protection Officer. Ou, simplesmente, DPO.

O Canaltech explorou o mercado de profissional e explica tudo em uma matéria especial que pode ser conferida aqui.