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Nvidia abre caminho para uso de IA generativa em games e PCs Windows

Por| Editado por Wallace Moté | 29 de Maio de 2023 às 09h41

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Reprodução/Nvidia
Reprodução/Nvidia
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Em uma das conferências que abrem a Computex 2023, principal feira de computação do ano, a Nvidia anunciou soluções de IA Generativa que prometem trazer aos usuários novas experiências em games e no próprio uso geral de PCs com Windows. As tecnologias são baseadas nas capacidades dos Tensor Cores, os núcleos de IA presentes nas placas de vídeo GeForce RTX, e serão aprimoradas com as otimizações anunciadas pela Microsoft na Build 2023, rodando de forma mais eficiente com novos recursos integrados ao pacote Max-Q.

Nvidia ACE for Games promete turbinar NPCs

Destaque dos anúncios, o Nvidia Avatar Cloud Engine (ACE) for Games é um serviço pelo qual desenvolvedores de games podem criar com mais velocidade NPCs (Non-Playable Characters, os personagens com os quais os jogadores interagem) mais robustos e realistas, baseado em três pilares. O principal deles, que recebeu maior atenção da gigante durante o evento, é o Nvidia NeMo, o kit de ferramentas da marca usado para treinamento e implementação de LLMs (Grandes Modelos de Linguagem, como os usados pelo ChatGPT e Bing).

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O NeMo foi concebido para uso de LLMs no geral, mas agora recebe otimizações para ser utilizado em jogos. A ideia da Nvidia é que os estúdios de desenvolvimento possam criar NPCs mais realistas, aumentando a imersão dos jogadores. Através do ACE for Games, os times podem inserir detalhes do gameplay e de personagens, entre outros conteúdos proprietários, para gerar seus próprios modelos de linguagem, havendo a segurança de limitar certos assuntos com o uso do NeMo Guardrails.

Segundo pilar do serviço, o Nvidia Riva atua como um complemento para o NeMo — trata-se de uma tecnologia de reconhecimento de fala e conversão de texto para fala com IA, que possibilitaria conversas de voz entre os jogadores e os NPCs, sobre qualquer tópico estabelecido dentro do mundo do game. Novamente, o Riva não é uma exclusividade para jogos, mas foi otimizado para se integrar melhor a esse tipo de software.

Fechando o pacote está uma ferramenta que a gigante já havia apresentado no passado, o Omniverse Audio2Face, que utiliza Inteligência Artificial para criar animações faciais que correspondam com fidelidade ao que está sendo dito em um diálogo — criar animações faciais realistas é um dos principais desafios na produção de games. O recurso também já possui integração com a MetaHuman, a tecnologia de criação de personagens ultrarrealistas da Unreal Engine 5.

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Para demonstrar as capacidades do ACE for Games, a Nvidia desenvolveu junto à Convai, empresa que integra o programa de startups do time verde, a demo Kairos, na qual o jogador usa a voz para conversar com o vendedor de ramen Jin e ter acesso a uma missão secundária do game hipotético. A pequena demonstração também se destaca pelo uso da Unreal Engine 5, Ray Tracing e upscaling com DLSS.

Ainda que o Nvidia ACE for Games seja oferecido como um serviço completo, os estúdios de desenvolvimento terão a liberdade de usar apenas um ou dois dos pilares anunciados.

A companhia chega a dar três exemplos dessa flexibilidade, incluindo de um game bastante esperado pelo público: o FPS de sobrevivência S.T.A.L.K.E.R. 2: Heart of Chernobyl e o indie Fallen Leaf vão usar o Audio2Face, assim como o motor de conversão da Charisma.ai, solução também desenvolvida para facilitar o trabalho de criação de personagens 3D.

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Um dos aspectos mais interessantes é que os desenvolvedores terão a liberdade de implementar as tecnologias do ACE for Games para rodar tanto na nuvem quanto localmente, nas máquinas dos usuários, a segunda das novidades anunciada pela Nvidia na Computex.

IA de baixo consumo com Nvidia Max-Q

A Nvidia foi a primeira a apostar pesado em aceleração de hardware para IA quando anunciou em 2018 a família GeForce RTX 2000, munida dos Tensor Cores, os núcleos especializados em Inteligência Artificial da gigante que, no momento, são usados principalmente para upscaling de imagem com DLSS.

O plano maior da companhia começa a tomar forma agora, com a explosão de IA Generativa e o desejo da marca de trazer modelos complexos que rodem localmente nos PCs dos usuários.

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Ainda em sua apresentação na Computex, a Nvidia destacou o potencial dos Tensor Cores e afirmou estar trabalhando com a Microsoft para aproveitar as ferramentas anunciadas para Windows na semana passada e conferir otimizações para as GPUs RTX.

A empresa promete ganhos de performance de até duas vezes em modelos como o Stable Diffusion (focado em criação de imagens) e enfatiza mais uma vez a flexibilidade que os usuários e desenvolvedores terão de rodar esses modelos localmente ou na nuvem.

Além disso, para garantir o máximo de eficiência energética — especialmente em notebooks, sensíveis a esse aspecto por utilizarem bateria —, foi anunciado a integração da inferência de baixo consumo para cargas de trabalho de IA ao pacote Max-Q.

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Usuários mais antenados nas tecnologias da Nvidia vão lembrar que a suíte Max-Q é o conjunto pelo qual as GPUs para laptops se ajustam automaticamente para tentar equilibrar consumo e desempenho quando as máquinas estão fora da tomada.

Ao adicionar recursos para treinamento de IA com baixo consumo ao Max-Q, a Nvidia afirma buscar "a melhor performance de IA com o menor consumo possível em qualquer lugar", atendendo não apenas especialistas, como também os usuários comuns. Como a marca destaca, o próprio ACE for Games vai se beneficiar do pacote Max-Q. As novidades devem ser disponibilizadas aos desenvolvedores nos próximos dias.