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Intel detalha chips Alder Lake e mostra confiança para reconquistar o público

Por  • Editado por  Wallace Moté  | 

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Divulgação/Intel
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Na última quarta-feira (27), após inúmeros rumores e vazamentos, a Intel oficializou a aguardada família de processadores Alder Lake de 12ª geração. Focados inicialmente em desktops, os chips são os primeiros da companhia a adotar a litografia Intel 7 de 10 nm, além de revolucionar a abordagem da empresa com a estreia de uma arquitetura híbrida, mesclando núcleos de alto desempenho com núcleos de baixo consumo.

Diante do momento especial para a gigante de Santa Clara, o Canaltech teve a oportunidade de entrevistar o diretor de marketing da Intel Brasil, Carlos Augusto Buarque, que esclareceu os planos da empresa com a família Alder Lake, incluindo as principais novidades e obstáculos, além de detalhar como a companhia enxerga os avanços de concorrentes, em especial da Apple e seus chips proprietários.

A aposta da Intel na arquitetura híbrida

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Perguntado sobre o motivo da Intel apostar em uma arquitetura híbrida, o executivo explica que a empresa já trabalha com o conceito há alguns anos, desde a concepção da família Lakefield, presente em modelos premium como o Galaxy Book S da Samsung e o ThinkPad X1 Fold da Lenovo.

Focada em oferecer bom desempenho com alta eficiência energética, os chips Lakefield foram a base para o desenvolvimento da família Alder Lake, que agora promete trazer um desempenho eficiente também para os desktops, notebooks mais potentes e outros segmentos para consumidores. "Ela [a linha Lakefield] permitiu que a gente trabalhasse com parceiros como a Microsoft, para otimizar o Windows para esse formato", explicou o diretor de marketing.

Durante o lançamento do Windows 11, a Microsoft detalhou como colaborou com a Intel para aprimorar o scheduler do novo sistema, elemento responsável por organizar as tarefas enviadas ao processador, para que a arquitetura híbrida da 12ª geração Alder Lake fosse devidamente aproveitada.

Problemas com soluções antipirataria

Uma preocupação vazada pouco antes do anúncio dos chips Alder Lake e confirmada após o lançamento é a incompatibilidade dos novos processadores com certas soluções DRM de antipirataria, como o Denuvo.

Programas que precisam reconhecer a CPU da máquina são os maiores afetados, já que não conseguiriam reconhecer o design híbrido da 12ª geração, assim impedindo os jogadores de acessarem os títulos. Carlos explica que a Intel está trabalhando com os desenvolvedores de jogos e das soluções DRM para corrigir a situação o mais rápido possível, mas não há uma solução 100% efetiva.

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Soluções como o Denuvo devem ter problemas para reconhecer a arquitetura híbrida, mas a Intel está trabalhando com os desenvolvedores pra garantir que haja compatibilidade com o máximo de programas. Ainda assim, para jogos mais antigos, vai depender do próprio desenvolvedor atualizar ou não. — Carlos Augusto Buarque, diretor de marketing da Intel Brasil.

O executivo destaca que o trabalho conjunto também está focado em fazer com que os programas tirem o máximo de proveito do novo design dos processadores, citando o Thread Director, uma solução de hardware presente nos chips que avalia as tarefas em tempo real e dita ao sistema operacional o núcleo ideal para cada uma delas. "Mesmo assim, é somente no Windows 11 que a linha Alder Lake vai entregar o máximo do que pode oferecer", esclarece.

Foco em entusiastas como "influenciadores"

Diferente dos últimos lançamentos, a Intel estreou os chips de 12ª geração começando pelos desktops, com soluções mais premium como o chip entusiasta Core i9 12900K. Além disso, nesse primeiro momento, somente placas-mãe topo de linha, com chipset Z690, estarão disponíveis.

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Questionado pelas razões por trás desta decisão, Carlos lembra que esse sempre foi o caso no passado, e esclarece que a ideia é fazer dos entusiastas uma espécie de grupo de "influenciadores" para popularizar a família Alder Lake.

Como estamos estreando uma série de novas tecnologias [como as memórias DDR5 e o barramento PCI-E 5.0], a gente decidiu focar no público entusiasta. Esse público vai comentar sobre as novidades, e vai acabar influenciando os usuários mais casuais.

O diretor de marketing disse não haver uma previsão no momento para as placas mais básicas, das linhas B600 e H600, nem para os notebooks e tablets equipados com chips de 12ª geração, já que o foco inicial é o público entusiasta, mas reforçou que esses modelos irão chegar ao mercado eventualmente.

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A linha Alder Lake vai ter mais de 60 processadores e mais de 500 designs, que vão atender todos os segmentos, com TDPs que vão de 9 W a 125 W.

Concorrência com Apple e ARM

A Apple surpreendeu a indústria e os consumidores quando anunciou em 2020 que abandonaria os processadores Intel utilizados nos Macs em favor do Apple Silicon, aposta de chips proprietários da gigante de Cupertino baseados na arquitetura ARM. Com o M1 e, mais recentemente, o M1 Pro e M1 Max, a fabricante agitou o mercado entregando altíssimo desempenho com elevada eficiência energética.

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Perguntado sobre como a Intel lida com o sucesso da iniciativa da Apple, Carlos Augusto afirma que a empresa enxerga essas mudanças com bons olhos, por forçar a evolução de toda a indústria e da própria Intel. Ainda assim, a gigante de Santa Clara está confiante que a família Alder Lake servirá de exemplo para outras companhias

Para a Intel, essa concorrência é algo saudável, que força a gente e o mercado inteiro a evoluir. Mas a linha Alder Lake é muito boa, e a gente quer que nossos concorrentes vejam que temos a tecnologia superior.

O executivo também cita a fala recente do CEO da Intel, Pat Gelsinger, que quer desenvolver tecnologias superiores à da Apple para que eventualmente a parceria entre as duas empresas seja retomada. Além disso, o diretor de marketing destaca uma vantagem da família Core e, em paralelo, do Windows — a característica de plataforma aberta, com diversas fabricantes diferentes de componentes, que dão liberdade de escolha aos usuários.

Integração com placas de vídeo Intel Arc

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O desenvolvimento da arquitetura híbrida não é a única novidade de impacto que a Intel está desenvolvendo — a empresa trabalha ainda na família Intel Arc, que marca a estreia da gigante no segmento de placas de vídeo gamer, com uma linha robusta que promete entregar desempenho e recursos encorpados suficientes para competir com as já estabelecidas Radeon da AMD e GeForce da Nvidia.

Segundo Carlos Augusto, sistemas que combinem as soluções de processamento e gráficos da Intel terão recursos únicos que não estarão disponíveis em plataformas concorrentes.

A família Intel Arc deve chegar provavelmente no início de 2022, e junto dos chips Alder Lake vai poder tirar proveito de tecnologias que outras plataformas não têm, como as memórias DDR5 e o PCI-E 5.0.
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Durante o anúncio da família Alder Lake, a Intel já havia confirmado que a 12ª geração trabalhará em conjunto com as placas Arc por meio da tecnologia Deep Link. Com ela, CPU, GPU integrada e GPU dedicada trabalham em conjunto durante cargas de trabalho intensas, como a renderização de um vídeo, para entregar desempenho até 40% superior em comparação a sistemas que não possuam o recurso ativado, mesmo que tragam todas as soluções da Intel.

Transição para DDR5 e PCI-E 5.0

A entrevista foi encerrada discutindo as expectativas da Intel para o futuro das memórias DDR5 e do barramento PCI-E 5.0. De acordo com o executivo, não é possível estabelecer uma previsão conclusiva para a adoção das novidades, mas a companhia trabalha para garantir que a transição entre as gerações das tecnologias seja suave para os usuários.

É difícil prever se tudo dará certo, vai depender bastante da adoção dos usuários, mas a Intel está trabalhando para garantir que tudo funcione de maneira apropriada, incluindo oferecer suporte às memórias DDR4 junto do lançamento das memórias DDR5.
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A 12ª geração de processadores Intel Alder Lake chega oficialmente ao mercado nesta quinta-feira, 4 de novembro, inclusive no Brasil, onde os processadores híbridos da companhia serão vendidos por preços que partem dos R$ 2.499.