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Telescópio Hubble: 30 anos de história, descobertas e revolução na astronomia

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No dia 24 de abril de 1990, o Telescópio Espacial Hubble foi lançado ao espaço através do ônibus espacial Discovery para mudar fundamentalmente nossa percepção do universo. Hoje, 30 anos depois, a missão segue firme e forte, mesmo após atingir o dobro do tempo inicialmente previsto para seu funcionamento.

Não é exagero dizer que o Hubble foi um dos mais importantes instrumentos astronômico das últimas décadas. Na verdade, seu lançamento é considerando um salto tão grande quanto foi a invenção da luneta de Galileu Galilei no século XVII. E os esforços para construir o Hubble não foram poucos - os planos iniciais para este telescópio são da década de 1960!

Além do grande esforço empreendido para projetar, construir e lançar o Hubble, foi necessário enviar astronautas ao espaço para consertá-lo e evitar que o telescópio fosse uma grande decepção. Ao poucos, ele foi se tornando um dos observatórios espaciais mais valiosos, fornecendo dados que já renderam milhares de artigos científicos, fotografias fabulosas do cosmos e descobertas surpreendentes.

Por todos esses motivos - e mais alguns que não cabem em uma única matéria -, a NASA preparou uma série de eventos e conteúdos especiais para comemorar, ao longo de todo o ano, o trigésimo aniversário deste telescópio, incluindo novas imagens, vídeos, documentários, livros para download e muito mais. Mas, antes, vamos conhecer um pouco melhor a história do aniversariante do momento.

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História do Hubble

Em 1923, o cientista alemão Hermann Oberth - considerado um dos pais dos foguetes modernos ao lado de Robert Goddard - publicou o livro Die Rakete zu den Planetenräumen ("O Foguete no Espaço Planetário", na tradução literal), onde falou sobre um telescópio que poderia ser colocado na órbita da Terra com a ajuda de um foguete. Em 1946, o astrônomo Lyman Spitzer escreveu um artigo sobre as vantagens de ter um observatório no espaço.

Basicamente, seriam duas as vantagens em relação aos telescópios terrestres, segundo o artigo: primeiro, a resolução óptica estaria limitada apenas pela difração, já que o telescópio estaria longe dos efeitos da turbulência da atmosfera terrestre; e segundo, seria possível observar a luz infravermelha e ultravioleta, que são absorvidas pela atmosfera.

Os dados coletados pelo Hubble eram inicialmente gravados em fita cassete e armazenados na nave. Mais tarde, durante as missões de manutenção, o aparato de armazenamento foi substituído, e os dados passaram a ser armazenados e transferidos para as instalações da NASA através de uma rede de satélites.

Quem controla tudo é o Space Telescope Science Institute (STScI), organização responsável pela exploração científica do telescópio e pela liberação de dados para os astrônomos. Durante um ano, o acesso a esses dados é restringido ao "Investigador Principal" e alguns outros astrônomos por ele designados. Após esse período, os dados são disponibilizados ao público, mas o Investigador Principal pode pedir por um prolongamento deste prazo.

Dados sobre a calibragem dos instrumentos e outras imagens inutilizadas são publicados sem qualquer atraso, no formato de arquivo FITS, muito usado em análise astronômica mas não adequado para uso do público geral. Por isso, o Hubble Heritage Project processa e publica uma pequena seleção das imagens mais impressionantes nos formatos JPEG e TIFF para que possamos apreciá-las.

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Pesquisadores profissionais do mundo todo podem usar o Hubble, mas é necessário passar por uma certa burocracia antes de ser selecionado para ganhar algumas horas de uso do mais importante observatório do mundo - e a concorrência é grande. As etapas para o processo seletivo estão descritas no site do STScI.

Na década de 1990, o STScI dedicou uma parcela pequena do tempo de uso do telescópio para astrônomos amadores. A intenção do programa era “um agradecimento à comunidade de astrônomos amadores por seu fomento à astronomia profissional”, mas não deu muito certo por falta de verba para oferecer suporte aos amadores e devido à alta demanda dos profissionais.

Ainda assim, amadores e interessados em geral podem acompanhar o telescópio e ver para onde o Hubble está olhando agora através deste site.

Comemorações da NASA para os 30 anos do Hubble

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A NASA preparou uma série de ações e conteúdos especiais para celebrar o 30º aniversário do Hubble. Infelizmente, alguns dos eventos que a NASA agendou para a ocasião foram adiados devido à pandemia da COVID-19 - mas ainda há muito conteúdo para conferir pela internet.

Um deles é a página que revela a imagem capturada pelo Hubble no dia do seu aniversário. Também há um podcast dedicado ao Hubble, uma seção de vídeos que deve ser atualizada em breve, uma seleção de imagens, e muito mais.

Ainda não acabou! Você pode encontrar uma série de pôsteres, ebooks, vídeos, e outros tipos de conteúdos no site dedicado ao 30º do Hubble. Por fim, a NASA convida o público a participar e conferir os conetúdos nas redes sociais através da hashtag #Hubble30.

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Futuro do Hubble e boas vindas ao James Webb

O futuro do Hubble é alvo de discussão desde o início da década de 2000. É que fazer a manutenção regular que o telescópio exige se tornou algo bastante caro. O desastre do ônibus espacial Columbia em 2003 também não ajudou a ter boas expectativas na época, e cogitaram desativar o Hubble em 2010.

Mas ele continuou na ativa e pode permanecer investigando o universo por mais alguns anos. A estimativa é que ele caia na atmosfera terrestre por volta de 2030, caso nenhuma outra missão de manutenção seja lançada antes - o que é improvável acontecer, já que seu substituto está a caminho.

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Esse substituto é o Telescópio Espacial James Webb, que, assim como seu antecessor, enfrenta algmas dificuldades em seu desenvolvimento. Ele estava previsto para lançamento em 2021, mas esse cronograma foi alterado mais uma vez, com a nova data ainda sendo um mistério. Mas os astônomos e astrofísicos colocam grandes expectativas para as descobertas que ele pode proporcionar. De acordo com a NASA, o Webb vai "mudar a forma como pensamos sobre o céu noturno e nosso lugar no cosmos". Outra vez.