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Oscar 2021 | Quem deve ganhar o Melhor Filme?

Por| Editado por Jones Oliveira | 23 de Abril de 2021 às 22h00

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Divulgação/Warner Bros, Disney, Amazon Studios, A24
Divulgação/Warner Bros, Disney, Amazon Studios, A24

Desde o início da temporada de festivais (talvez até antes), surgem as discussões sobre o próximo Oscar. Apostas, bolões, debates intermináveis sobre quais são os melhores entre os indicados, quais são os injustiçados e esnobados e, claro, as teorias sobre as indicações daqueles filmes que se acreditam como sendo superestimados.

A verdade é que as qualidades existem, mas premiações são políticas — especialmente quando estamos falando da mais cara delas. Transmitir o Oscar só não é tão caro quanto transmitir o Super Bowl. São cifras hiperbólicas. Milhares e milhares de dólares por cada hora de transmissão. E se há muito dinheiro envolvido, é mais do que óbvio que há política. Nem falo de políticos, mas da política em si.

A qualidade pode até estar em um suposto primeiro plano, mas, no final das contas, vencem (ou são indicados) aqueles filmes que tiverem mais fôlego: é panfletagem, propaganda, criação de hype, momento histórico-político-social... E existe toda uma estrutura de votação até a lista final de indicados ser divulgada. É uma lógica um tanto complexa que discorremos em uma matéria especial à parte.

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Mas vamos ao Oscar 2021, especificamente à categoria que consagrará o Melhor Filme. Qual é o seu preferido? E a sua aposta? Consegue separar esses dois conceitos?

Apesar da temporada bem complicada (no mínimo), tivemos um bom ano no que diz respeito às indicações. A lista abaixo está em ordem de probabilidade de vitória de acordo com o Canaltech, do menos provável àquele que está com mais chances na corrida.

8. Mank

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Dividindo com Os 7 de Chicago o posto de maior aposta da Netflix na temporada, Mank é o recordista do ano em indicações. São 10 no total, algo alcançado pela produtora no ano passado com O Irlandês. A seu favor, há, também, o fato de a Academia gostar de filmes que abordem a história do cinema e referenciem clássicos. É um filme, de fato, de um planejamento muito cuidadoso de David Fincher, mas que parece deixar a forma acima do efeito. Se, tecnicamente, há um mérito enorme do diretor, por outro lado parece que essa dedicação absoluta ao cinema não é capaz de causar grandes emoções mais humanas — o que é uma pedra no sapato em direção ao Oscar. Isso porque, normalmente, os votantes pendem para o coração e, claro, são sugestionáveis pelas campanhas... e a de Mank é fria.

7. O Som do Silêncio

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O Som do Silêncio é um filme independente que surgiu com força em festivais e, ao longo da temporada, foi perdendo fôlego. É a síntese de muito daquilo que temos comentado sobre o Oscar ser, na prática, quase como uma campanha eleitoral. Mesmo que tenha juntado fãs a seu favor desde que foi lançado, a obra de Darius Marden não chegou em 2021 com fôlego suficiente. Pode surpreender como azarão, mas é algo difícil, que precisaria de uma sorte tão grande quanto ganhar na loteria.

6. Judas e o Messias Negro

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A Academia gosta de inovar, de mostrar que está evoluindo. Isso é ótimo e rende premiações como a do ano passado, que consagrou Parasita (de Bong Joon Ho). Mas, ao mesmo tempo, dificilmente os votantes abraçam um enredo polêmico.

Apesar da estatueta praticamente certa para Daniel Kaluuya na categoria de Melhor Ator Coadjuvante — e com LaKeith Stanfield correndo por fora — o filme de Shaka King expõe a guerra suja que o FBI e a polícia em sua totalidade travam contra qualquer tipo de ascensão da comunidade negra. Aliás, Judas e o Messias Negro traz a batalha infindável que não parte da linha de frente policial, mas de um sistema que pouco ou em nada abre espaço para o progresso do diferente.

Talvez ainda seja muito para os votantes. Mas uma zebra dessa seria bem-vinda.

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5. Bela Vingança

Mais do que atual, o filme passou a temporada recebendo indicações, colecionou prêmios e chega na reta final com toda força, tendo levado recentemente o BAFTA de Melhor Roteiro Original. Além disso, também está indicado nas categorias de Melhor Atriz, Melhor Direção, Melhor Montagem e, claro, na de roteiro — daquelas que são consideradas das mais prestigiadas.

Atenção! O trecho abaixo contém spoilers sobre o filme!

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Aqui, todo o conceito se assemelha a uma montanha-russa quase imparável que segue em uma só direção. Isso, de todo modo, é somente um ponto do que escreveu Emerald Fennell (que já foi premiada pela série Killing Eve: Dupla Obsessão). Bela Vingança aborda a revolta contra o sistema patriarcal com Cassandra (Mulligan) em busca de uma catarse que ela nunca encontrará. Mesmo assim, a intensidade do todo guia a obra para um ato final com um desfecho simbólico: muitas mulheres já pagaram e pagam com vidas e traumas um sistema de privilégio masculino, então, uma vida a mais para salvar tantas outras acaba por ser um ato de coragem heroico.

O cinema precisa desse poder de apequenar machos predadores enquanto engrandece mulheres fortes. Se tiver que ser pela chama da vingança... que seja.

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4. Minari

Minari, assim como o próximo de nossa lista, pode ser o grande azarão da cerimônia. Não no mau sentido, mas porque ambos são daqueles filmes que não são tão divisivos e, por isso, dificilmente não são colocados entre os quatro melhores de cada votante. Assim, a escalada para o triunfo pode acontecer de maneira sorrateira, como aconteceu recentemente com Green Book: O Guia.

O filme foi lançado e logo chamou a atenção, sendo premiado no Festival Sundance de Cinema e passando relativamente bem pela temporada de premiações. Acontece, porém, que precisaria de mais espaço, mais lobby, para não ser considerado uma zebra.

De todo modo, Minari tem chances excepcionais na categoria de Atriz Coadjuvante, com Yuh-Jung Youn (que interpretou Soonja — a avó) sendo uma das favoritas.

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3. Meu Pai

O segundo azarão chegou na reta final com mais força do que todos os outros e, mesmo sem a campanha pesada dos dois primeiros de nossa lista, tem um peso mais do que necessário para chegar à vitória: emoção. Provavelmente, o posto de filme com mais capacidade de causar emoções e, com isso, sensibilizar os votantes, é de Meu Pai. Além disso, Anthony Hopkins, respeitado pelo mundo por sua carreira, está naquela que é a sua interpretação mais frágil — no melhor sentido possível — e o nível de inventividade do filme é, de sobra, o mais alto entre os oito indicados.

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2. Os 7 de Chicago

Com cinco indicações, sendo quatro delas consideradas das mais importantes (filme, roteiro original, montagem e fotografia), o trabalho de Aaron Sorkin chegou muito forte, mesmo sendo lançado para o público em geral em outubro — antes de alguns concorrentes. Talvez, Os 7 de Chicago esteja longe de estar entre os favoritos de público e crítica, mas a sua campanha para a conquista dessa estatueta é intensa e tem a força de denúncias necessárias — algo sempre levado em conta. Nesse sentido, o filme de Sorkin pode lembrar bastante Spotlight: Segredos Revelados, que foi o vencedor em 2016. Durante a premiação, inclusive, caso Sorkin vença na categoria de Melhor Roteiro Original, é bom ficar de olho e se preparar para uma vitória aqui na categoria principal.

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1. Nomadland

O recordista de apostas e detentor da estatueta mais certa da temporada (a de Melhor Direção para Chloé Zhao) é, de fato, o filme com mais chances de vencer. Mesmo assim, essa vitória pode ser menos fácil do que parece, visto que a Academia premia filmes nos quais o roteiro em si — o texto — está mais em evidência e não a mão da direção.

Isso é interessante, porque Chloé Zhao, como diretora, dá uma vida muito própria ao seu roteiro, uma alma, sem que o texto precise estar recheado de diálogos e facilidades narrativas. Nomadland é, em resumo, um filme que balanceia tudo o que o Oscar precisa para o prêmio: tem temática sociopolítica, tem uma história definida (apesar de aberta), é sensorialmente e esteticamente bonito, é sensível e, por mais que seja uma obra menos comercial do que outras da lista, não é hermética.

Nomadland chega com força em outras categorias também e, provavelmente, sairá com, pelo menos duas estatuetas entre as seis indicações.

E então? Qual é o seu filme favorito entre os indicados? Qual você acredita que irá vencer? Por quê? Vamos debatendo porque, apesar de ser uma premiação bem política, movimenta o cinema, o que a torna essencialmente válida.