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Quem é a Mulher-Hulk, a próxima grande heroína a entrar no MCU?

Por| Editado por Jones Oliveira | 18 de Maio de 2022 às 09h00

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Reprodução/Marvel Comics
Reprodução/Marvel Comics
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A Marvel está pronta para introduzir uma personagem um tanto quanto inesperada em seu universo cinematográfico: a Mulher-Hulk. Embora carregue o nome de seu primo famoso, ela em si é uma ilustre desconhecida do grande público — e é justamente por isso que pode se tornar uma das principais surpresas das séries do Disney+.

O lançamento de Mulher-Hulk será em 17 de agosto no Disney+, mas a gente ainda sabe muito pouco da trama e como a personagem será introduzida no MCU. De concreto, o que temos até agora é que a atriz Tatiana Maslany, de Orphan Black, vai interpretar a protagonista Jennifer Walters e que Jameela Jamil estará presente, possivelmente como a vilã Titânia.

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E diante de tantas incógnitas, o que podemos esperar dessa série? Realmente é difícil esperar alguma coisa, mas o histórico da heroína é promissor.

Embora não seja tão popular quanto o outro membro da família, a Mulher-Hulk é uma personagem que sempre rendeu bons arcos nos quadrinhos, inclusive com ótimos momentos de quebra de quarta parede, além de permitir uma liberdade que outros grandes figurões não oferecem. Isso sem falar, é claro, de ser uma protagonista feminina forte, aos moldes do que a Marvel vem procurando nos últimos tempos.

Tudo isso faz dela uma adição bastante interessante ao Universo Cinematográfico da Marvel (MCU, na sigla em inglês) e uma possível candidata a surpresas. Lembra quando ninguém dava nada para os Guardiões da Galáxia? Pois a heroína verde pode repetir a dose, desta vez nas séries.

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A sacanagem de Stan Lee

Para entender a criação da Mulher-Hulk, primeiro é preciso entender o contexto fora das páginas dos quadrinhos. A heroína surgiu da mente de Stan Lee e traços de John Buscema na revista Savage She-Hulk, publicada em 1980, mas é fruto de um contexto um pouco anterior que envolve proteção de direitos autorais e até mesmo uma leve sacanagem com a rival DC.

Em 1964, a Marvel criou um personagem chamado Wonder Man, em que uma tradução literal significa nada menos do que Homem-Maravilha — em português, o nome foi adaptado para Magnum. Obviamente, a DC não gostou nada disso e, algum tempo depois, batizou uma nova heroína de Power Girl (Poderosa, em português) em alusão a Luke Cage, que, na época, era chamado de Power Man.

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Isso acendeu um alerta na cabeça de Stan Lee, que percebeu que as variações de gêneros de seus personagens não estavam protegidos e que a DC ou qualquer outra editora poderia se aproveitar disso. Então ele encomendou versões femininas de seus principais heróis mais populares, surgindo assima Mulher-Aranha em 1977 e a Mulher-Hulk em 1980 — esta embalada no sucesso da série O Incrível Hulk.

E justamente por ser uma personagem criada por encomenda, digamos que não houve um grande esmero em fazer com que ela fosse muito original. Assim, Lee seguiu pelo caminho mais básico possível e apresentou Jennifer Walters, prima de Bruce Banner que morava no outro lado do país e que, por um acaso, teve sua vida transformada pelos mesmos raios gama do Golias Esmeralda.

A origem da Mulher-Hulk

Em sua primeira história, portanto, vemos como os membros dessa família estão fadados ao verde. Jennifer é apresentada como uma advogada que mora em Los Angeles e que, um dia, recebe a visita de Bruce Banner. Ele conta o drama da sua vida, sobre o experimento que deu errado e como ele pode se transformar no Hulk quando fica nervoso. O típico papo de quando você reencontra um parente que mora longe.

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Nessa hora, ela é alvo de um ataque de criminosos da região, que decidem matá-la por causa de um de seus clientes. Jennifer é atingida, fica entre a vida e a morte e precisa de uma transfusão de sangue para sobreviver. E quem é o único parente próximo capaz de fazer isso? Obviamente, o incrível Banner.

Só que o sangue doado pelo cientista está contaminado pelos raios gama, que reagem com o DNA de Jennifer e causa nela uma mutação semelhante àquela que vimos no Hulk — ou seja, ela também se transforma em uma gigante verde superpoderosa capaz de quebrar qualquer coisa que encarar pelo caminho. Nascia assim a Mulher-Hulk.

Durante um período, a estrutura das histórias eram bem semelhantes às do seu primo, ou seja, com essa dinâmica de O Médico e o Monstro de ver sua versão verde como algo hediondo e que deve ser mantido em segredo. Contudo, pouco tempo depois, há uma mudança nos roteiros e a heroína não só aceita a mutação como decide ser mais Mulher-Hulk do que Jennifer Walters, ficando a maior parte do tempo na sua forma gigante e musculosa.

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Essa virada de página é algo bem importante para a personagem por vários motivos. Primeiro porque marca uma diferença crucial em relação ao Hulk original. Enquanto Banner sempre teve essa vergonha na divisão entre o cientista inteligente e o monstro forte e burro, a Mulher-Hulk era uma única personalidade. Ela não tinha problemas com a raiva, conseguia controlar sua transformação quando queria e a mesma persona da sua forma humana era a que aparecia quando estava verde. Tudo isso já distanciava bem os dois primos.

Além disso, ela adotou um discurso bem mais empoderador que, para a década de 1980, era bastante vanguardista. Em muitas histórias, a Mulher-Hulk fala que prefere ficar grande e verde porque, assim, se sentia mais bonita e poderosa do que quando era a pequena Jennifer Walters — e isso é algo que foi mantido, inclusive em histórias mais recentes.

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A partir dessa mudança, ela ganhou uma personalidade própria que a afastou mais e mais da sombra do Hulk. Embora a cor e o nome não deixassem enganar, ela passou a trilhar caminho próprio nas histórias da Marvel e chegou a fazer parte, inclusive, dos Vingadores e do Quarteto Fantástico.

Foi na fase em que integrou os Heróis Mais Poderosos da Terra que ela acabou sendo levada para o Battleworld pelo Beyonder, uma entidade misteriosa que reuniu os maiores heróis e vilões da Terra para lutarem e ver quem venceria. Foi nessa saga, por exemplo, que o Homem-Aranha encontra o simbionte e passa a usar o uniforme negro e que surge a vilã Titânia, que se tornaria a principal inimiga da Mulher-Hulk.

Quebra de quarta parede e metalinguagem

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Mais do que tudo isso, uma característica em específico passou a ser a assinatura da personagem nas histórias em que era protagonista: o bom humor. Durante a fase assinada pelo lendário John Byrne, ela se tornou uma das principais personagens a quebrar a quarta parede nas HQs e ativamente conversar com o leitor durante as histórias. E por mais que boa parte dos leitores sempre se lembre de Deadpool nesse quesito, a Mulher-Hulk já fazia isso em 1989, muito antes do Mercenário Tagarela ser criado.

Ao longo do arco de Byrne, a Mulher-Hulk usou e abusou dessa brincadeira com o formato dos quadrinhos para brincar com o roteiro. Não foram poucas as vezes que ela se virou para o leitor para comentar sobre o absurdo de uma situação, tirou sarro da Marvel enquanto editora e até mesmo já rasgou os desenhos por não gostar da história que estava sendo contada ou apareceu para reclamar da preguiça do roteirista.

Essa característica voltou a ser retomada já em 2004, quando o roteirista Dan Slott assumiu a revista e retomou o clima mais zoeiro das aventuras. Em uma dessas histórias, por exemplo, a Mulher-Hulk se torna a advogada do Homem-Aranha em um processo contra J.J. Jameson e o Clarim Diário por difamação contra o herói — algo que, durante décadas de gibis, ninguém tinha cogitado fazer antes.

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É nessa fase, inclusive, que vemos mais exemplos de como Jennifer Walters se sentia muito mais à vontade como Mulher-Hulk do que como humana normal e que ela é presa pela Autoridade de Variância Temporal (TVA, na sigla em inglês) após impedir a morte do Gavião Arqueiro de uma forma bem parecida com aquilo que a gente viu no MCU em Loki.

E a grande dúvida que paira sobre a série da heroína verde no Disney+ é justamente se teremos essas brincadeiras na linguagem ou se ela será uma trama convencional, sem quebras da quarta parede ou conversas com a câmera.

Até o momento, o Marvel Studios ainda não comentou nada sobre o assunto, mas um rumor recente apontou que a ideia é trazer essa característica para dentro do MCU, principalmente após a boa repercussão que esse tipo de recurso teve em WandaVision. Assim, a Mulher-Hulk saberia que ela é uma personagem e que isso seria usado tanto para criar uma personalidade bem diferente de tudo o que a gente já viu no universo cinematográfico quanto para introduzir algumas participações especiais. Só que nada disso foi confirmado ainda, obviamente.

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Entrando no MCU

Independentemente da quarta parede ou não, a verdade é que a gente não tem ideia de como a Mulher-Hulk pode ser introduzida no MCU. É pouco provável que a história de uma prima distante que recebe poderes por transfusão de sangue seja reaproveitada, então a aposta é que teremos uma origem feita especialmente para a série. Seria ela uma variante do Hulk surgida do multiverso? É uma possibilidade viável.

A gente sabe também que o ator Mark Ruffalo — o Hulk do MCU — deve mesmo aparecer no seriado, mas isso pode ser usado de infinitas formas que chega a ser impossível fazer qualquer tipo de chute. Talvez a única certeza é que a história dos parentes deve ser usada como piada, então é provável que ele sirva como conselheiro para a Mulher-Hulk enquanto ela ainda está entendendo sua condição e seus poderes.

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O vilão Abominável também já foi confirmado, o que significa que a série vai ter pelo menos dois inimigos superpoderosos para que a heroína enfrente. Além do monstro do filme de 2008, os rumores indicam que a atriz Jameela Jamil viverá Titânia, que é outra vilã porradeira da Marvel.

A grande incógnita, contudo, é sobre os planos que a Marvel tem para a personagem depois da série. A gente sabe que nenhuma produção do MCU existe isolada e que sempre há uma conexão com o restante do universo e, no momento, é difícil prever o que está sendo montado.

Uma das possibilidades é que a Mulher-Hulk será apresentada para fazer parte de uma versão alternativa dos Vingadores montada por Val de La Fontaine. Como vimos em Viúva Negra e Falcão e o Soldado Invernal, ela já recrutou o Agente Americano e Yelena Belova, e não seria estranho vê-la aparecendo para trazer Jennifer Walters para seu time para desempenhar o papel do Hulk na formação dos Vingadores Sombrios. Ou então a heroína pode integrar um eventual Jovens Vingadores, algo que a Marvel também já está insinuando nas séries.

De qualquer forma, a verdade é que trata-se de uma introdução bastante curiosa e, ao mesmo tempo, muito promissora. Por trás dessa imagem de cópia do primo famoso, ela é uma heroína bem peculiar e que pode ser uma das grandes surpresas do MCU para os próximos anos — ou assim esperamos.