Assassinato no Fim do Mundo | Conheça a nova série de suspense do Star+
Por Diandra Guedes • Editado por Durval Ramos |
Provando que está investindo em boas produções para o seu catálogo, o Star+ lançou no dia 14 de novembro sua nova série de suspense; O Assassinato do Fim do Mundo. Criada por Zal Batmanglij e Brit Marling — os mesmos de The OA — a obra conta a história de Darby (Emma Corrin), uma hacker especializada em desvendar mistérios da internet, e que se envolve com outras onze pessoas importantes quando é convidada por um bilionário excêntrico a participar de um retiro no fim do mundo, ou melhor, na Islândia.
- 10 documentários sobre crimes obscuros e impactantes
- 15 ótimos filmes para quem gosta de resolver mistérios
Lá, ela conhece pessoas de diferentes nacionalidades e profissões, como a médica brasileira Sian, vivida pela atriz Alice Braga (Cidade de Deus) e Lee — vivida pela própria Marling — uma hacker que é o seu ídolo e que sofreu perseguição online por ter denunciado a misoginia na internet. Em seguida, a trama também mostra um pouco mais da sua infância e adolescência, e claro, sua relação com Bill (Harris Dickinson), um ex-namorado que a ajudou a investigar a morte de uma desconhecida.
Avançando na trama, vemos que, apesar de estranhar o convite, Darby pensava que tudo parecia bem na viagem, mas quando um dos convidados aparece morto, ela começa a desconfiar que o tal retiro pode ser perigoso e colocar sua vida em risco.
Com Corrin (a Lady Diana de The Crown) no papel principal e um elenco de peso que conta ainda com Clive Owen (Closer), Louis Cancelmi (Assassinos da Lua das Flores) e Jermaine Fowler (Um Príncipe em Nova York), a série do Star+ entrega uma trama interessante que vai prender a atenção dos fãs de obras de crime. Quem quiser assisti-la, deve lembrar que os dois primeiros episódios foram lançados juntos, mas que o restante será disponibilizado semanalmente sempre às quartas-feiras até o dia 19 de dezembro.
Assassinato no Fim do Mundo é uma história real?
Assim como em quase toda produção de crimes, a série do Star+ atiçou a curiosidade do público para saber se a trama era inspirada em uma história real e se a personagem de Lee, a hacker famosa, realmente existiu.
No caso de Assassinato no Fim do Mundo, o enredo é totalmente ficcional e a personagem foi criada com base em extensa pesquisa por parte dos autores, que afirmaram que mesmo com a apuração queriam que a hacker ganhasse vida própria. Eles ainda comentaram que para a pesquisa contaram com a ajuda de Moxie Marlinspike, uma empreendedora e criptógrafa estadunidense que criou o aplicativo de mensagens Signal.
Quem assistir aos episódios, irá perceber que a produção é bastante focada na tecnologia e usa o mistério como fio condutor para uma história de ficção científica na qual o mundo dos hackers é mais explorado.
Primeiras impressões de Assassinato no Fim do Mundo
Depois de assistir aos dois primeiros episódios, fica fácil concluir que os autores de Assassinato no Fim do Mundo, criaram o enredo focando em uma trama de crime para ser mais fácil prender a atenção dos assinantes e, assim, evitar repetir o erro deThe OA, que foi cancelada após a segunda temporada devida à baixa audiência e também pelo fato do público dizer que ela era “difícil demais”.
Aqui, a situação é a inversa e a série não é apenas fácil como também gostosa de acompanhar. Apesar de ter um ritmo lento e capítulos longos — cerca de uma hora de duração cada — a obra do Star+ instiga a curiosidade do público à medida que vai apresentando os fatos novos.
O primeiro capítulo funciona como um prólogo, e a viagem misteriosa serve para criar uma tensão e estimular a imaginação do espectador que se pergunta o que será que vem pela frente. Como a primeira morte não demora a acontecer, o assinante rapidamente se vê dentro de um jogo de detetive, no qual terá que descobrir, junto com Darby, quem foi o responsável pelo crime. É uma mistura de Sherlock Holmes e Agatha Christie deliciosa, e para melhorar ainda tem uma pitada de Black Mirror.
A crítica ao uso da tecnologia ainda é embrionária nos primeiros capítulos, mas parece promissora. E o texto não se atém só a ela, trazendo também um olhar afiado para a geração Z.
Quando olhamos para o elenco, as surpresas também são positivas. Emma Corin, que já tinha brilhado em The Crown e como Marion no emocionante Meu Policial, drama de 2022 com Harry Styles, brilha novamente. É impressionante ver a capacidade da atriz de se modificar a cada personagem. Dentro de Assassinato no Fim do Mundo, ela parece viver duas Darbys diferentes; uma mais nova, esperançosa e de cabelos longos, e outra mais desconfiada, amarga e mais velha, cujos cabelos são curtos.
Outra que chama a atenção é Alice Braga. Apesar da atriz já ter brilhado em outras produções internacionais como Eu Sou a Lenda, Elysium e Esquadrão Suicida, é sempre gratificante vê-la em cena esbanjando um inglês impecável de fazer inveja em muitos britânicos.
Mais um ponto que merece ser elogiado é a ambientação. Tendo uma paisagem branca cheia de neve como plano de fundo, a série constrói um ambiente inóspito e acerta ao isolar os personagens para aumentar a tensão. Por fim, quem já assistiu The OA deve se identificar com a produção e até encontrar algumas referências na trama, mas mesmo quem nunca viu a extinta produção da Netflix, tem grandes chances de se envolver com Assassinato no Fim do Mundo.
Com um mistério instigante, os criadores acertaram o jeito de contar a história e prometem novos capítulos de tirar o fôlego. Lembrando que quem quiser assistir à trama, poderá dar o play no Star+.