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Review Chevrolet Cruze | Um dos carros mais injustiçados do Brasil

Por| Editado por Jones Oliveira | 24 de Outubro de 2021 às 08h00

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Felipe Ribeiro/ Canaltech
Felipe Ribeiro/ Canaltech

A segunda geração do Chevrolet Cruze foi lançada em 2016 e mexeu com o mercado de sedãs médios no Brasil. Na época, eram poucos os modelos que contavam com motores turbo e essa mudança fez com que o modelo se tornasse um produto ainda mais atraente aos consumidores dessa categoria, que sempre se notabilizaram por gostar de desempenho e conforto, características que o três volumes estadunidense tem de sobra.

Mas nem mesmo o desempenho, conforto, design moderno e excelente pacote tecnológico fez com que o Cruze se tornasse um sucesso de vendas. Claro, estamos falando de um mercado que é dominado por Toyota Corolla e Honda Civic há anos, mas nem mesmo sendo até superior que os rivais fez com que o sedã da Chevrolet pudesse competir com os modelos japoneses. 

Canaltech passou um tempo com o Chevrolet Cruze em sua versão topo de gama para tentar entender os motivos pelos quais isso acontece e a conclusão pode parecer óbvia, mas não é. Confira em nossa análise!

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Prós e Contras Chevrolet Cruze

Prós

  • Desempenho excelente;
  • Consumo de combustível baixo para a categoria;
  • Pacote tecnológico;
  • Prazer em dirigir.
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Contra

  • Acabamento;
  • Espaço interno e porta-malas poderiam ser melhores.

Conectividade e segurança

O Chevrolet Cruze nunca teve a intenção de se colocar como um produto "hi-tech", mesmo tendo valências para isso. Como bom sedã médio, sua proposta é de transmitir conforto, segurança e desempenho, algo que ele faz com louvor. Mas, o modelo estadunidense tem um pacote tecnológico que rivais mais consagrados, como o próprio Honda Civic, não possui. Apesar de não ser um projeto tão novo, o Cruze traz equipamentos de ponta para seu usuário, tornando a vida a bordo mais confortável e segura.

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Na versão topo de linha, a Premier, o Cruze traz de série o alerta de colisão frontal, frenagem automática de emergência, alerta de ponto cego, alerta de tráfego cruzado traseiro, auxiliar de estacionamento semiautônomo, alerta de mudança de faixa e conexão Wi-Fi nativa por meio de assinatura com a Claro, sendo esse carro o primeiro do Brasil a contar com a conexão 4G embutida. Além disso, por meio de um pacote extra, o usuário pode usufruir do OnStar, que agrega serviços remotos ao carro por meio do celular.

Sua central multimídia está bem posicionada e dispõe de carregamento por indução, mesmo sem fazer o espelhamento com Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Todos os comandos estão bem posicionados e a qualidade da tela é boa — mas poderia ser melhor. A qualidade do sistema de som também é boa, mas, pelo preço do carro, poderia receber a assinatura de alguma das marcas mais consagradas do mercado, como acontece em rivais.

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Completam os equipamentos de segurança e tecnologia os seis airbags, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, monitoramento da pressão dos pneus, retrovisor eletrocrômico, controles de tração e estabilidade, câmera de ré e sistema ISOFIX.

Conforto e experiência de uso

O Chevrolet Cruze é um automóvel dos mais agradáveis de se guiar na cidade por conta de seu conjunto mecânico e acerto de suspensão, um dos mais equilibrados da categoria. O motor é o ótimo 1.4 turbo Ecotec de 153cv e 24,5 kgf/m de torque quando abastecido com etanol, o suficiente para fazer o sedã, que trabalha com uma transmissão automática de seis marchas, ir de 0 a 100 km/h em 9 segundos.

Durante o uso, percebemos que mesmo que sua suspensão traseira seja com eixo de torção — e não multibraços como em outros modelos —, o rodar na cidade é bem amortecido, apesar das ruas esburacadas. Nas curvas, o Cruze também não faz feio e lembra muito modelos como o VW Jetta e o extinto Ford Focus, que passavam muita segurança nessas situações em alta velocidade.

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Além do ótimo desempenho, o consumo também mostrou-se muito bom para um carro desse porte. Em nossas medições (sempre com etanol), ele marcou médias na faixa dos 8 km/l no circuito urbano e 10 km/l na estrada. Na gasolina, segundo a General Motors, o Cruze faz 11 km/l e 14 km/l, respectivamente. Números bem parecidos com o do seu irmão menor, o Onix Plus, e bem melhor do que alguns concorrentes.

O Cruze não vende a imagem de esportividade e de alto luxo, mas entrega tudo aquilo que promete ao ser um sedã extremamente agradável e ágil. Graças ao seu consumo de combustível e direção amigável, ele pode facilmente ser o seu único carro na garagem. O único porém pode ser o espaço interno, que, mesmo com seus 2,70 de entre-eixos, deixou um pouco a desejar na fileira de trás para pessoas com mais de 1,80m. O porta-malas, por sua vez, é apenas razoável, com 440 litros. 

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Os itens de conforto do Cruze Premier são compostos pelo ar-condicionado digital (de apenas uma zona, mancada), sensor de chuva, sensor crepuscular, ajustes elétricos para o banco do motorista, ajustes elétricos dos retrovisores, sistema start-stop, chave presencial, acionamento remoto do motor por meio da chave, navegador GPS nativo e entradas USB.

Design e acabamento

Aqui talvez esteja o Calcanhar de Aquiles do Cruze. Por mais que tenha um visual agradável, ele pode parecer datado para algumas pessoas, principalmente se considerarmos que rivais como o Honda Civic e até o Toyota Corolla ousaram mais em seus desenhos. A ausência de um conjunto óptico full-LED também é uma falta a ser considerada, mesmo que a dianteira seja bem harmônica. O problema é que, nas ruas, não foram poucas as pessoas que confundiram o sedã médio com o Onix Plus — e isso é bem ruim para o Cruze.

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Já no acabamento, apesar de o ambiente na cabine ser agradável e dar ares de requinte com a coloração dos bancos e painel, os materiais poderiam ser um pouco melhores. Há plástico duro na região superior frontal e em parte da porta, nada agradável em se tratando de um sedã médio. O cluster digital também é bem parecido com o do Onix Plus e poderia dar lugar a uma variante 100% digital.

No geral, o Chevrolet Cruze agrada em seu design e acabamento, mas nem de longe é um dos melhores do segmento. Algo que pode ser mudado em uma nova geração ou substituição do modelo. 

Concorrentes

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Atualmente, os concorrentes do Chevrolet Cruze são o Toyota Corolla, Honda Civic, Volkswagen Jetta e Caoa Chery Arrizo 6 GSX e Pro

Veredicto

Com seus prós e contras, é possível dizer que o Chevrolet Cruze é um dos carros mais injustiçados do Brasil. Mesmo com um ótimo motor, conforto e tecnologia embarcada, ele não conseguiu cair nas graças do consumidor brasileiro, que ainda prefere apostar na confiabilidade japonesa. Mas se você quiser apostar neste sedã, não irá se arrepender. Ele cumpre muito bem aquilo que propõe, que é ser um automóvel gostoso de guiar, seguro, confortável e econômico. 

O Chevrolet Cruze Premier pode ser encontrado em todo o Brasil por R$ 144.740. No entanto, há versões que partem de R$ 120.680.

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No Canaltech, o Chevrolet Cruze Premier foi avaliado graças a uma unidade gentilmente cedida pela General Motors.