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Análise | Toyota Corolla continua reinando em terra de SUVs

Por| Editado por Jones Oliveira | 13 de Setembro de 2020 às 09h30

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Felipe Ribeiro/ Canaltech
Felipe Ribeiro/ Canaltech
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O Brasil deixou de ser o país dos carros compactos há muito tempo. Com o lançamento de modelos como Ford EcoSport, Jeep Renegade, Hyundai Tucson, entre outros, os SUVs acabaram se posicionando como os grandes queridinhos dos consumidores, mesmo que boa parte do volume de vendas permaneça no segmento de veículos mais populares.

Como efeito colateral dessa onda de utilitários esportivos, alguns outros carros acabaram sucumbindo diante dessa enorme oferta de jipinhos troncudos e beberrões. As peruas, como Fiat Palio Weekend, Volkswagen Jetta e Golf Variant, Volkswagen Space Fox e entre outros tantos modelos premium alemães deixaram de ser comercializados por aqui para dar lugar aos SUVs. E o que dizer dos hatches médios então? Golf? Só em versão híbrida. Ford Focus, Hyundai i30, Fiat Bravo... todos "assassinados" pelo mercado.

Restam, ainda, os sedãs médios. Talvez pela clientela fiel, eles ainda sobrevivem por aqui. Mas esse segmento ainda resiste porque os carros são muito, muito bons — embora nenhum seja tão bom quanto o Toyota Corolla. A atual geração, lançada no ano passado, trouxe novidades interessantes para os entusiastas do modelo e do segmento, sendo a principal delas a motorização híbrida flex, única no mundo, além de uma série de outras melhorias tecnológicas, como os sistemas de segurança semiautônoma.

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Com um ano de mercado após a mudança de geração, o Corolla segue líder absoluto em sua categoria, vendendo quase a mesma quantidade de seus rivais somados. O novo motor 2.0 que equipa o sedã japonês é uma resposta interessante ao mercado, que cada vez mais busca os propulsores downsizing, como fizeram a Honda, com o Civic, a Chevrolet, com o Cruze e a Volkswagen, com o Jetta.

O Canaltech já teve a oportunidade de testar a versão híbrida do Corolla, mas agora, depois de um ano de lançamento, experimentou as versões 2.0 mais pedidas pelos consumidores: a intermediária XEi e a topo de linha Altis. Com muitos prós e apenas alguns detalhes negativos, tentaremos resumir porque este automóvel é a estrela absoluta do segmento e sobrevive em meio a rivais tão qualificados.

Downsizing? Para quê?

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Uma onda que dominou o mercado por inúmeros fatores foi a dos motores downsizing. Ou seja, os propulsores, para otimizar o desempenho e o consumo, ficaram menores, mas ganharam o aditivo do turbo para se tornarem ainda mais eficientes. É claro que foi uma mudança positiva para o mercado e para os consumidores, mas nem tanto para os entusiastas que, apesar dos pesares, sentem falta de um motorzão aspirado.

No caso do Toyota Corolla 2.0 2020, a montadora japonesa decidiu manter o motor de dois litros aspirado, mas ele foi completamente repaginado para trazer mais eficiência energética e de funcionamento. O novo motor Dynamic Force, trabalha em ciclo Atkinson e tem injeção de combustível direta na câmara de combustão e indireta no coletor de admissão) e, com uma série de melhorias internas e trocas de componentes, alcança impressionantes 177cv e 21,4kgf/m de torque a 4400rpm.

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Aliado a um câmbio CVT que tem uma primeira marcha real e outras nove emuladas, o Corolla faz um 0 a 100 de 9,2 segundos, sendo bem esperto em retomadas na cidade e na estrada, mas, como todo Corolla, seu objetivo é e sempre será o conforto dos passageiros e do motorista. Já quando vamos para o consumo, mais surpresas; em nossos testes, o sedã médio marcou ótimos 9km/l com etanol na cidade e 11km/l na estrada. Já quando é utilizada a gasolina, a coisa fica ainda melhor: com 12km/l na cidade e 15 km/l na estrada.

Como dissemos, o Corolla é projetado para trazer conforto e uma boa dirigibilidade e isso o novo motor Dynamic Force faz com louvor. Uma versão turbo pode aparecer quando a empresa trouxer novamente a versão XRS, que ainda não estreou na nova geração do sedã. Mas, em um mercado tomado pelo downsizing, o Corolla segue reinando com seu 2.0 aspirado.

Conforto absoluto

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Há décadas o Toyota Corolla é sinônimo de conforto e elegância ao rodar. Na versão atual, a suspensão, sempre acertada e bem calibrada para as nossas ruas, ganhou ajustes ainda mais precisos e a adição dos braços multilink na traseira, o que acrescenta ainda mais maciez e segurança em curvas e pisos esburacados.

Mas, se engana que o Corolla não vai bem em altas velocidades. Por ter ficado mais baixo que seu antecessor, a versão 2020 ganhou mais chão e entra em curvas como um verdadeiro esportivo, sem muitas inclinações na cabine. E por falar nela, o interior dispensa comentários, sendo um dos mais elegantes e sofisticados do segmento, com material sensível ao toque nos painéis e portas e cores diferenciadas na versão Altis.

O Corolla também ficou maior e agora tem um comprimento de 4,63 metros e um entre eixos de 2,70, o que faz com que adultos com 1,84, com o é o meu caso, viajam com absoluto conforto nos bancos traseiros. A mancada por lá, claro, é a ausência de uma saída de ar condicionado, o que daria ainda mais conforto.

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Além disso, o isolamento acústico é um dos melhores do mercado, absorvendo bem não apenas o barulho da rolagem das rodas, mas também do motor que, como bem sabemos, "grita" mais devido ao uso do câmbio CVT, que sempre deixa os giros em patamares mais altos.

Uma outra novidade no interior, porém, é o teto solar, sendo essa a primeira geração do Corolla a ganhar este equipamento. Para completar, o ar condicionado, que é digital, é dual zone na versão Altis.

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Pacote tecnológico de respeito

Além de ter melhorado no conforto e no desempenho, o Corolla ficou mais tecnológico. Um dos pontos mais bem elogiados nesta geração é a inclusão da nova central multimídia, a Toyota Play, que equipa todas as versões do automóvel, tanto a de entrada, como a GLi, quanto as que avaliamos aqui para o Canaltech, a Hybrid, a XEi e a Altis.

A Toyota Play tem uma tela capacitativa de 8 polegadas, munida de uma boa resolução, rádio AM/FM, função MP3, entradas USB, Bluetooth, conexão para smartphones e tablets com Android Auto e Apple CarPlay, além de ser capaz de espelhar a tela do celular por meio do Mirror Link. Este último recurso, porém, não funciona com o carro em movimento, pois a central multimídia segue a legislação e bloqueia o sinal de vídeo quando o carro está andando.

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Além disso, a tecnologia presente no Corolla também traz mais segurança. O veículo vem equipado com sete airbags, freios ABS com BAS e EBD, câmera de ré com linhas de distância com projeção na central multimídia, sistema ISOFIX para fixação de cadeirinhas no banco traseiro com ancoragem de três pontos, controle de estabilidade (VSC), tração (TRC) e assistente de partida em rampa (HAC), controle de velocidade de cruzeiro, sistema de destravamento das portas por sensores na chave (Smart Entry), sistema de partida por botão (Start Button/Push Start), faróis de neblina dianteiros em LED e espelho retrovisor interno eletrocrômico.

A versão Altis, tal qual a Hybrid, além de todos esses itens, traz o exclusivo pacote de segurança ativa Toyota Safety Sense, que inclui Sistema de Alerta de Mudança de Faixa (Lane Departure Alert – LDA), Controle de Velocidade de Cruzeiro Adaptativo (ACC), Farol Alto Automático (Auto High Beam – AHB), e Assistente de Pré-Colisão (Pre-Crash System – PCS) com alerta sonoro e visual e, se necessário, frenagem automática (comandos podem ser controlados também pelo volante).

Na versão 2021, porém, sentimos que um desses recursos, o LDA, está mais ativo, ou seja, ele não apenas te avisa da mudança de faixa não intencional, mas corrige o rumo do automóvel com mais propriedade. Já os demais sistemas seguem os mesmos, sempre privilegiando situações de velocidade acima de 50km/h, como o caso do PCS. Segundo a Toyota, a ideia era tornar os carros mais seguros, claro, mas deixa o motorista com certa "responsabilidade". Afinal, é aquilo que sempre falamos aqui no Canaltech quando o assunto é segurança semiautônoma: por melhor que ela seja, nada substitui o motorista.

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O que pode melhorar?

Nem tudo é perfeito no Toyota Corolla. Vamos começar por algo que escancara o "público-alvo" do carro, reconhecidamente um dos favoritos dos "tiozões" mundo afora: o freio de mão convencional. Segundo a Toyota, esse recurso veio desse jeito por conta dos clientes, que o preferem assim. Seria isso mesmo ou não passa de uma mendigagem da montadora?

Outro ponto que decepciona no Corolla é o tamanho de seu porta-malas, são apenas 470 litros, o que o coloca em patamar inferior a de modelos como Volkswagen Virtus e Fiat Cronos. Isso sem mencionar a falta de uma saída de ar condicionado para os bancos traseiros, imperdoável para um carro desse nível.

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E, apesar das melhorias na central multimídia, essa tela suspensa poderia ser mais caprichada. Na solução adotada pela Toyota, a tela mais parece uma TV de tubo. Penso que isso pode ser facilmente modificado em um facelift futuro.

Por fim, algo que é presente apenas na versão Hybrid é o cluster 100% digital de 7 polegadas. Mancada não ter nas demais versões, hein, Toyota?

Nada é por acaso

Depois de tudo, porque será que o Toyota Corolla segue na liderança folgada em seu segmento. Não vejo isso como um demérito aos seus rivais, como Jetta e Civic, que possuem muita qualidade e pontos até superiores com relação ao Corolla. Depois de passar um tempo tanto com a versão XEi quanto com a versão Altis, penso que são seus méritos que o tornam quase que imbatível.

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Conforto, segurança, desempenho, tecnologia, design, economia e confiabilidade. São pilares de um produto que beira a perfeição quando pensamos na relação custo-benefício-prazer. Agora some isso a um serviço de pós-venda impecável da Toyota e você terá todas as respostas para uma única pergunta. Existem meios de transporte, existem carros e existe o Toyota Corolla.

O Toyota Corolla XEi pode ser encontrado a partir de R$ 114.090. Já a versão Altis Premium, a que foi testada pelo Canaltech, sai por R$ 130.390.

Os Toyota Corolla XEi e Altis Premium utilizados pelo Canaltech nesta análise foram gentilmente cedidos pela Toyota do Brasil.