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Windows 11 entra na era ARM; entenda o que muda

Por| Editado por Douglas Ciriaco | 21 de Maio de 2024 às 16h00

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Divulgação/Microsoft
Divulgação/Microsoft

Após o lançamento de uma série de computadores com chips Snapdragon, a Microsoft fez ajustes no Windows 11 para deixá-lo tinindo na arquitetura ARM. Parte desse esforço se encontra no emulador Prism, que promete executar programas escritos para processadores x86 com bom desempenho mesmo sem ter uma versão nativa para a nova instrução.

Windows 11 na era ARM

O emulador foi anunciado pela Microsoft nesta segunda-feira (20), junto com os novos Surface e outros recursos de IA para o sistema operacional. Como o próprio nome sugere, trata-se de uma ferramenta que interpreta as instruções de uma arquitetura para rodar em outra como se fosse nativo.

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Neste caso, o Prism ajuda a rodar apps escritos para chips AMD e Intel com arquitetura x86 em máquinas com processadores ARM de Qualcomm e outras marcas. Assim, mesmo que o programa não esteja pronto para a nova tecnologia, o Windows será capaz de abri-lo.

O Prism oferece um avanço às tecnologias de emulação que já existiam no Windows, segundo a desenvolvedora. Não à toa, a empresa sustenta que os aplicativos emulados em PCs com Snapdragon X Elite são duas vezes mais rápidos do que os dispositivos com arquitetura ARM da geração anterior que executam o Windows 11 22H2.

Isso significa que, caso você tenha um notebook da nova geração e deseja rodar um programa que ainda não foi adaptado, o sistema vai executá-lo com bom desempenho. Essa promessa facilita que decidiu mudar para a nova tecnologia, pois os usuários não perdem acesso a programas essenciais do dia a dia, por exemplo.

Por que o Windows precisa de um emulador?

Apesar de o Windows carregar programas que existem há décadas, nem todos estão prontos para chips Snapdragon. Isso acontece porque as arquiteturas seguem instruções próprias, e o software precisa “conversar” com essa estrutura para rodar no computador.

Ao usar um emulador, como o Prism, o sistema operacional aplica uma espécie de tradutor para que o código de uma estrutura funcione em outra. Assim, se o aplicativo possui apenas versões para chips x86, o PC será capaz de interpretar essas instruções e rodar os programas em processadores ARM.

Obviamente, essa solução é um paliativo para evitar que os programas que ainda não foram adaptados funcionem nesses PCs mais novos. Além disso, mesmo com o melhor emulador, os apps não estão totalmente isentos de uma baixa no desempenho ou um caso de incompatibilidade.

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É por isso que é importante que os desenvolvedores adaptem seus aplicativos para a arquitetura. Mas já há uma boa notícia: a Microsoft disse que “quase 90% do total de minutos de apps que os usuários gastam em aplicativos hoje têm versões nativas para ARM”. Assim, o sistema operacional consegue aproveitar o máximo da capacidade do PC.

Por que essa mudança nos PCs?

Por muitos anos, o Windows e outros sistemas rodaram principalmente na arquitetura x86 em computadores para uso doméstico e em escritórios. Contudo, com a evolução da arquitetura ARM em celulares e tablets, era questão de tempo até essa tecnologia ser migrada para os computadores.

É o caso da Apple, que iniciou o seu processo de transição da Intel para chips próprios com arquitetura ARM em 2020, linha conhecida como Apple Silicon. Na época, a empresa lançou novos MacBooks que não só tinham um desempenho notável como passavam horas longe das tomadas devido às baterias de longa duração.

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Isso porque os processadores da Qualcomm, MediaTek e afins se destacam pelo baixo consumo de energia sem necessariamente abrir mão da potência. Ao contrário de componentes x86 que até podem ser mais encorpados, mas gastam mais bateria, por exemplo.

Não à toa, nos lançamentos desta segunda-feira (20), a maioria das fabricantes prometeu baterias de longa duração em seus notebooks. É o caso dos novos computadores da Dell, com capacidade de passar até 27 horas longe das tomadas, a depender do uso. A Asus, Acer e Samsung também apresentaram produtos com a mesma pegada.

Todo esse comparativo significa que um chip da Qualcomm é melhor que um Intel, por exemplo? Não necessariamente. Tudo depende do tipo de uso do dispositivo, pois há situações em que um chip x86 pode render mais, assim como o ARM pode ser mais indicado para outros casos.

Da mesma forma, a Microsoft não vai parar de produzir o Windows para computadores com chips da Intel e AMD que usem a instrução x86. Essa iniciativa, na verdade, traz mais opções e oportunidades ao mercado de PCs — e, claro, estímulo para desenvolver outras novidades e melhorias na indústria.

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Apple começou a migração em 2020

Apesar de ser um dos grandes destaques de 2024, a Microsoft não é a primeira a adotar a arquitetura ARM no seu sistema operacional para PCs. Como explicado anteriormente, a Apple abandonou a Intel nos últimos anos e agora só vende computadores com chips próprios.

Em 2020, quando esse processo iniciou, a Apple chamou a atenção devido ao emulador Rosetta 2. A ferramenta facilitou a mudança de arquitetura, pois possibilitou a execução de apps escritos para x86 nos novos computadores com Apple Silicon. O recurso ainda chamou a atenção por manter o bom desempenho dos programas ainda sem atualização.

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Anos depois, a maioria dos softwares já foi adaptada para a nova realidade. Dessa forma, ainda que exista um ou outro programa antigo em uso no ecossistema da marca, os usuários praticamente não precisam do emulador para rodar os aplicativos.