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Análise: Samsung Galaxy S6 Edge: design para quem pode pagar

Por| 14 de Maio de 2015 às 15h04

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RENAN PAGLIARUSI / CANALTECH
RENAN PAGLIARUSI / CANALTECH

Seguindo a lógica de mercado que a Samsung tem adotado até então, 2015 foi o ano em que conhecemos a sexta versão do seu top de linha, o Galaxy S6, que, diga-se de passagem, não chamou a atenção do público dessa vez. Esse ano tivemos um segundo lançamento, que fez com que o Galaxy S6 “normal” recebesse a denominação de “S6 flat” para ressaltar o principal destaque da segunda versão com bordas arredondadas, o Galaxy S6 Edge. E é ele que vamos conhecer agora.

Como muitos sabem, o preço dele não é nada amigável, já que a estratégia da Samsung é posicioná-lo no segmento de “luxo” aqui no Brasil. Considerando isso, fazer uma relação custo-benefício aqui não faz muito sentido, algo que temos a obrigação de destacar antes de começar a análise.

Construção

Antes do S6 Edge, a Samsung já havia anunciado um smartphone com borda curva aqui no Brasil, e, por algum motivo, ele não recebeu tanto destaque. Trata-se do Galaxy Note Edge, provavelmente um experimento de mercado para testar a sua recepção, trazendo somente uma das bordas curvas já com alguns extras bacanas, desenvolvido para abrir caminho para o S6 Edge, acostumando o público com o conceito de bordas curvas.

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Temos então o Galaxy S6 Edge, parecido com o Galaxy S6 flat em muitos aspectos, mas trazendo as tais bordas curvas como um “plus”. Essa pequena mudança faz com que ele ofereça uma experiência de uso bastante diferente. A “pegada”, por exemplo, é outra. No começo, esbarramos acidentalmente na parte curva da tela várias vezes, o que exigiu uma certa curva de aprendizagem na hora de segurá-lo, já que a sua borda é consideravelmente mais fina do que a do Galaxy S6 original.

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As bordas, aliás, agora são de metal “de verdade”, algo que deve ser destacado em relação ao Galaxy S4 e Galaxy S5, que traziam bordas de metal “de mentirinha”, ou seja, plástico pintado. Essa era uma requisição dos usuários da Samsung há um bom tempo, finalmente atendida aqui, que deu um belo upgrade visual no S6 Edge, completado pela parte frontal e traseira totalmente cobertas por vidro com proteção Gorilla Glass 4. Lindo, mas um convite para marcas de dedo.

  • Espessura: 7 milímetros;
  • Peso: 132 gramas;

O posicionamento dos botões permaneceu aqui, com o Power na parte direita, controles de volume (agora com botões separados) na parte esquerda e o botão Home abaixo da tela, seguindo o “padrão Galaxy” de sempre. Na parte de baixo, porém, temos o “padrão iPhone”, com a saída P3 para fones de ouvido, entrada micro USB 2.0 e caixa de som. A diferença entre os dois é que a caixa de som do S6 Edge usa uma grelha dupla, enquanto o iPhone 6 usa somente uma.

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Tela

Ainda que traga as bordas curvas, as especificações de tela do S6 Edge são idênticas às do S6 flat. A tela manteve as 5,1 polegadas do Galaxy S5, aumentou a resolução de Full HD (1920x1080) para Quad-HD (2560x1440), bem como a quantidade de pixels (já que o tamanho é o mesmo) em 77%, agora com 577 pontos por polegada quadrada, contra 432 do Galaxy S5.

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Sempre dizemos aqui no Canaltech que especificações não dizem muito, mas no caso do Galaxy S6 Edge, elas dizem, sim. Trata-se da melhor tela que vimos até o momento, uma combinação da resolução absurda com o que há de mais recente na tecnologia Super AMOLED da Samsung, resultando em imagens de altíssima qualidade, excelente reprodução de cores e taxas de contraste, sendo um conjunto difícil de bater.

Basta considerar que o Moto Maxx tem uma densidade de pixels de 565 PPP e também usa tecnologia AMOLED, mas a diferença de qualidade de tela entre ele e o S6 Edge é, na falta de uma palavra melhor, visível, ainda que suas especificações sejam bastante próximas. O fato de usar a tecnologia Super AMOLED é essencial para o funcionamento dos extras do S6 Edge, que aproveitam as bordas curvas.

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Uma das funções, e a mais útil, em nossa opinião, é o relógio noturno. Quando a tela do S6 Edge está desligada, uma das bordas mostra as horas em horários pré-configurados, o que aproveita a capacidade das telas AMOLED de ligar pixels individuais. Temos também a possibilidade de atribuir uma cor diferente para até 5 contatos, de forma que o usuário saiba quem está ligando quando a tela está virada para baixo sem precisar encostar no smartphone.

Com a tela ligada, as bordas servem para exibir notificações, e-mails, atualizações de feeds RSS para visualização rápida e suporta alguns apps do Yahoo, como informações sobre o clima ou mercado de ações. Por enquanto são poucas funções, mas acreditamos que a Samsung irá adicionar outras com o passar do tempo, considerando o preço do S6 Edge. Vale mencionar, porém, que não é necessária uma tela curva para que eles funcionem. Esses recursos estão disponíveis somente no S6 Edge como uma forma de diferenciá-lo do Galaxy S6 flat.

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Configuração

Em 2014 tivemos uma quase completa onipresença da Qualcomm no segmento top de linha, com quase todos os lançamentos utilizando alguma variação da série Snapdragon da empresa, sendo que até mesmo o Galaxy S5 está incluso nessa lista enorme junto com LG G3, Moto Maxx, Moto X e Sony Xperia Z2 e Z3. O cenário começou a mudar no segundo semestre, com Galaxy Note 4 e Galaxy Alpha trazendo chips fabricados pela própria Samsung.

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O mesmo acontece com o Galaxy S6 Edge, que só está disponível com chip Exynos, quebrando a tradição da Samsung de oferecer uma versão com Exynos e outra com Snapdragon. O chip em questão aqui é o Exynos 7420, um dos primeiros chips móveis do mundo a utilizar uma técnica de fabricação de 14 nanômetros, a mesma litografia dos processadores Intel Broadwell e da geração seguinte, a Skylake.

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Uma menor litografia significa menos consumo de energia e possibilidade de operar em frequências mais altas, além de esquentar menos. Um dos grandes problemas do Snapdragon 810 da Qualcomm (que usa uma litografia de 20 nanômetros) foi o seu superaquecimento, o que se traduz em um thermal throttling com uma frequência muito maior, problema que não observamos no Galaxy S6 Edge em nossos testes.

Thermal throttling: diminuição da frequência de operação, voltagem e porcentagem de uso do processador para evitar superaquecimento, possivelmente até a queima do próprio chip, que pode danificar os componentes adjacentes.

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O Exynos 7420 é um chip de oito núcleos de CPU com arquitetura big.LITTLE da ARM, com quatro núcleos de economia de energia baseados no Cortex-A53 rodando a 1,5 GHz e outros 4 núcleos de desempenho baseados no Cortex-A57 rodando a 2,1 GHz. Eles são organizados de uma forma que os 8 cores podem operar simultaneamente, caso necessário, resultando em uma performance final para lá de absurda.

Temos também 8 núcleos de GPU com a Mali-T760MP8, o que significa que o Galaxy S6 Edge pode operar com até 16 núcleos simultâneos. Junte isso com os 3 GB de memória RAM LPDDR4 e temos um dos smartphones mais rápidos da atualidade, com capacidade de sobra para rodar qualquer tipo de app ou jogo da Play Store sem engasgos, além de lidar com vários apps abertos ao mesmo tempo sem problemas.

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A abertura de apps também é bastante competente, já que o S6 Edge usa o sistema UFS 2.0 nos seus 64 GB de memória interna, e não alguma versão do padrão eMMC, uma mudança que pode parecer pequena, mas que representa uma velocidade final de transferência de dados e um tempo de acesso menor. Infelizmente, não há mais suporte para cartões microSD, um ponto que nos deixou bastante tristes, já que é a primeira vez que a série S de smartphones da Samsung não oferece esse slot.

O Android de fábrica é o 5.0.2 Lollipop, e até o fechamento deste artigo ainda não havia uma atualização disponível para a versão 5.1. A interface TouchWiz está presente no S6 Edge, naturalmente, e está bem mais leve do que estávamos acostumados, ainda que não pareça ter o mesmo desempenho da versão pura do Android. Ela oferece uma organização mais amigável para o usuário, com menus mais facilmente acessíveis, mas não podemos deixar de criticar o teclado padrão da Samsung, que oferece correções, no mínimo, estranhas.

Câmera

Um quesito que sempre nos agrada nos lançamentos top de linha da Samsung é a câmera, e com o S6 Edge não é diferente. A traseira conta com os mesmos 16 megapixels do Galaxy S5, mas trata-se de uma câmera consideravelmente melhor, graças ao sensor IMX240 da Sony, que consegue excelentes resultados no modo automático em praticamente qualquer condição de luz. Até mesmo fotos em ambientes com pouca luz trazem resultados impressionantes.

Há também o modo Pro para os mais puristas, que permite ajustes precisos de ISO, foco, balanço de branco, exposição de luz e vários perfis de foto (vívido, suave, nostálgico e assim por diante), O software de câmera é bem avançado, um dos melhores que vimos até o momento, competindo, inclusive, com o oferecido pela Sony em sua linha Xperia. É possível usar foco seletivo, panorama e controlar a velocidade do obturador para um melhor resultado, trazendo também um software de pós-processamento bastante rápido.

Nada de estourar o branco nas nuvens.

Teste de sharpness. Abaixo, um crop de 1:1.

O níve de detalhes é, no mínimo, impressionante para um smartphone.

A câmera frontal conta com 5 megapixels, seguindo a tendência de mercado em torno das “selfies”, e bate uma boa quantidade de câmeras traseiras de vários smartphones intermediários. Ela suporta gravação de vídeos em até 2K, resolução nativa da tela, e vem com um recurso espetacular: HDR em tempo real. Com ele ativo, é possível ver o resultado da foto antes mesmo de tirá-las, não sendo necessário esperar a câmera juntar as imagens.

Teste de foto noturna. Abaixo, a mesma foto às 22h.

Já a câmera frontal filma em 4K a 30 frames por segundo (2160p@30fps), Full HD a 60 frames por segundo (1080p@60fps) e 720p a 120 fps, criando vídeos em slow motion. A câmera de vídeo tira o máximo de proveito possível da estabilização de imagem e do suporte a HDR, gravando vídeos com qualidade suficiente para competir com câmeras mais básicas e até mesmo intermediárias. É possível também tirar fotos enquanto o S6 Edge está gravando um vídeo.

Bateria

Enquanto o Galaxy S5 trazia uma capacidade de bateria de 2800 mAh, o S6 Edge, curiosamente, vem com uma capacidade menor, agora com 2600 mAh, exatamente a mesma capacidade do Galaxy S4, lançando em 2013, e agora não sendo removível. Temos que usar um certo relativismo aqui, pois o processador, ainda que seja mais potente, consome menos energia em seus estados ociosos, o que resulta em um tempo de tela menor e um tempo de tela desligada maior, mais ou menos a mesma autonomia do Galaxy S5, de aproximadamente um dia de uso.

Foi a autonomia que conseguimos usando moderadamente eu S6 Edge com todos os recursos ativados e, mesmo com uso leve, dificilmente acreditamos que ele conseguirá sobreviver até a manhã do dia seguinte. O processador tem até um sistema de gerenciamento de energia bem avançado, mas consome mais energia em seus estágios máximos, o que, combinado com a resolução de tela maior, significa um tempo menor de tela em relação ao Galaxy S5, em especial durante jogos.

O software de gerenciamento de energia aumenta um pouco a autonomia, ainda que fique longe da mágica que o STAMINA consegue nos smartphones da linha Xperia. Em algumas ocasiões não conseguimos terminar o dia sem utilizar o modo de baixo consumo, que segue o mesmo conceito utilizado no Galaxy S5, deixando a tela em preto e branco e desabilitando uma série de recursos para poupar energia.

Extras e som

Com exceção do suporte a televisão digital e rádio FM, o Galaxy S6 Edge vem com tudo, uma longa lista de extras comum para um smartphone top de linha lançado em 2015:

  • 4G LTE no padrão nacional com um slot nano SIM;
  • Wi-Fi dual-band nos padrões A, B, G, N e AC com suporte a roteador e Wi-Fi Direct;
  • Bluetooth 4.1 LE com A2DP e suporte a Apt-X (áudio com qualidade de CD via Bluetooth);
  • GPS com A-GPS, GLONASS e BeiDou;
  • Porta infravermelha;
  • NFC habilitado para o Samsung Pay (Visa e MasterCard);
  • Sensor de impressões digitais, significativamente melhorado em relação ao presente no Galaxy S5, certificado para o PayPal;
  • Microfone para cancelamento de ruído durante chamadas;
  • Suporte a carregamento sem fios nos padrões Qi e PMA (carregador sem fios não incluso na embalagem);
  • Sensor de batimentos cardíacos;
  • Carregamento de apenas 10 minutos para 4 horas de uso.

Vale a pena falar um pouco sobre a qualidade de áudio do S6 Edge. A caixa de som, agora localizada na parte de baixo, é mono, o que o coloca, em nossa opinião, em uma posição de desvantagem em relação aos modelos com caixa de som frontal, como Xperia Z3 e Moto G 2014, por exemplo. Ainda assim, a qualidade ficou acima da média, mesmo que a escolha de colocá-la na parte de baixo tenha sido mais influenciada pelo design do que propriamente pela experiência de uso.

Ao colocarmos os fones de ouvido, o cenário muda completamente. A qualidade do driver de som do S6 Edge surpreende, oferecendo uma das melhores qualidades de áudio que vimos até o momento. Ao utilizar fones de ouvido mais avançados, ainda que os fones inclusos na embalagem não sejam nada ruins, é possível tirar proveito de músicas codificadas com bitrate mais alto. Até mesmo as músicas na qualidade extrema do Spotify ficam melhores.

Na embalagem temos um fone de ouvido com microfone, cabo USB, manuais de uso e carregador bivolt. O carregador pode trabalhar tanto com 5V e 2A quanto em 9V e 1,67A, o que proporciona as 4 horas de uso com carregamento em apenas 10 minutos, conforme anunciado pela Samsung.

Conclusão

A versão que recebemos para testes do Galaxy S6 Edge está disponível no mercado por R$ 4.299, já que trata-se da versão de 64 GB, e há uma opção de 32 GB por R$ 3.799. É impossível fazer uma relação custo-benefício positiva, já que trata-se de um preço alto o suficiente para custar o mesmo que um iPhone 6 de 128 GB. Ou seja, ele é caro mesmo se comparado com o iPhone no Brasil, que traz um dos preços mais superfaturados que há por aí.

Essa é exatamente a intenção da Samsung, já que o objetivo dela com o S6 Edge não é oferecer um produto top de linha, mas sim mostrar o que tem de melhor no segmento de “luxo”, um dos primeiros do mercado a trazer uma tela curva, algo que poucos oferecem até o momento. Ele não é um smartphone para todos, e sim para os poucos escolhidos que podem pagar um preço tão alto em um dispositivo.

Nesse segmento, poucos sentirão falta de televisão digital ou rádio FM. Para nós, ainda que essa seja a intenção da Samsung, esperávamos um kit desenvolvido para atender melhor a esse público, trazendo, por exemplo, um carregador sem fios na embalagem por padrão, já que mesmo quem está disposto a investir esse valor deve sentir falta de um recurso que está presente, mas que exige a compra de um acessório separadamente.

No final das contas, quem considerar comprá-lo deve ter em mente de que não está adquirindo um smartphone, mas um produto que a Samsung diz que vem com toda uma aura de luxo, perdendo em custo-benefício em qualquer comparação honesta com outros Android. Basta considerar o seguinte: o Zenfone 5 da ASUS foi anunciado por R$ 699. O Galaxy S6 Edge oferece uma experiência mais de 6 vezes melhor para acompanhar o preço mais de 6 vezes maior? Acreditamos que não. Agora, o Zenfone 5 tem toda essa aura de status superior que o S6 Edge se propõe a oferecer? Aí vai de cada um.

Vantagens

  • A melhor tela do momento;
  • Exclusivos da tela curva não presentes em nenhum concorrente;
  • Desempenho de sobra por um bom tempo;
  • Uma das melhores câmeras de smartphone que vimos até o momento, tanto frontal como traseira;
  • Construção exclusiva de alta qualidade com um design de cair o queixo;
  • Kit de extras bastante completo;
  • Áudio de excelente qualidade.

Desvantagens

  • Caro, realmente caro;
  • Autonomia de bateria abaixo do esperado, mesmo com melhorias no gerenciamento de energia;
  • Não traz suporte para cartão microSD;
  • Poderia vir com rádio FM;
  • Bateria não removível.