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Variante Delta: as 10 dúvidas mais recorrentes sobre a cepa, respondidas

Por| Editado por Luciana Zaramela | 17 de Agosto de 2021 às 08h30

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Mohamed Hassan/Pixabay
Mohamed Hassan/Pixabay

Descoberta pela primeira vez na Índia, a variante Delta ( B.1.617.2) do coronavírus SARS-CoV-2 já foi identificada em mais de 100 países pelo globo e continua a se espalhar na nova onda da pandemia da COVID-19. Altamente contagiosa, a nova cepa é responsável por novos surtos da infecção em alguns países, principalmente entre pessoas não vacinadas.

A alta de novas infecções causadas pela variante Delta tem obrigado muitos governos a imporem, novamente, restrições às suas populações contra a COVID-19, como o distanciamento social. Tanto nos Estados Unidos quanto em Israel, as máscaras de proteção voltaram a ser adotadas como forma de prevenção. Ambos os países chegaram a flexibilizar o uso do equipamento de segurança. No Brasil, pesquisas já indicam crescimento de diagnósticos da variante.

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A seguir, confira uma lista com 10 respostas sobre o comportamento da variante Delta do coronavírus na pandemia.

1. Como se proteger da variante Delta?

Independente das mutações que a variante Delta possa apresentar, alguns pontos continuam iguais para a proteção contra o coronavírus: o uso de máscaras — preferencialmente, o uso de um respirador PFF2 ou N95 no transporte público e em mercados; o distanciamento social; a lavagem e higienização frequente das mãos. Isso porque o coronavírus é transmitido por minúsculas gotículas, e com essas ações, o risco de contaminação é, significativamente, menor. Para impedir o agravamento dos casos da COVID-19, é fundamental a imunização completa (2 doses ou dose única).

2. Quais são as mutações da variante Delta?

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Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Delta é considerada uma variante de preocupação (VOC – Variant of Concern) para a saúde pública mundial. Isso porque a cepa apresenta mutações nos genes que codificam a espícula do coronavírus, ou seja, a proteína S (spike). As três mutações são: a L452R; a E484Q; e a P681R. Nesse local, a mutação tende a ser preocupante, já que é através desse mecanismo que o agente infeccioso consegue invadir as células humanas saudáveis.

3. A variante Delta é mais infecciosa?

Segundo dados divulgados pelas autoridades de saúde britânicas, a variante Delta é entre 40% e 60% mais contagiosa do que a variante Alfa (B.1.1.7) e quase duas vezes mais transmissível do que o coronavírus original, identificado na cidade chinesa de Wuhan. A explicação para essa maior transmissibilidade são as mutações que a variante acumula na proteína S, já que ela está diretamente relacionada com a invasão das células saudáveis. No Reino Unido, a variante já predomina desde junho.

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De acordo com o documento do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), a variante Delta é mais transmissível do que outros vírus da família dos coronavírus, como o MERS e SARS. É também mais infecciosa que a gripe comum (influenza) e tão contagiosa quanto a catapora (varicela).

4. É a cepa mais perigosa do coronavírus até agora?

Segundo o mesmo documento do CDC vazado pelo jornal The Washington Post, a variante Delta é "provavelmente mais grave" do que as cepas anteriores do coronavírus. Para fundamentar a afirmação, a agência norte-americana citou pesquisas desenvolvidas no Canadá, Cingapura e Escócia. Nestes estudos, foi possível observar que as pessoas infectadas apresentavam maior probabilidade de serem hospitalizadas do que os pacientes no início da pandemia da COVID-19.

Além disso, o CDC observou que a infecção causada pela variante Delta desencadeia uma maior concentração de coronavírus nas vias áreas do que as outras. Quando se compara essa concentração com a causada pela variante Alfa, ela é 10 vezes maior.

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5. Quais os sintomas da variante Delta?

Estudos com pacientes infectados pela variante Delta no Reino Unido observaram que os sintomas mais comumente relatados foram: dor de cabeça; dor de garganta; e coriza. Os jovens infectados podem sentir "como se tivessem um forte resfriado", comenta o professor Tim Spector, epidemiologista da universidade King's College London, para a BBC. Além disso, o pesquisador e responsável pelo Zoe Covid Symptom Study detalha que os sintomas clássicos da COVID-19 estão se mostrando menos comuns. Isso significa que a chance de apresentar perda do olfato e/ou paladar, tosse e febre pode ser menor, mas ainda afetam uma parcela dos doentes.

"Essa variante parece funcionar de uma maneira um pouco diferente. As pessoas podem pensar que acabaram de ter um resfriado sazonal e continuam indo a festas, podendo espalhar o vírus para outras pessoas. Achamos que isso está criando grande parte do problema", completa o professor.

6. Variante Delta já é predominante no mundo todo?

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De acordo com o último relatório epidemiológico da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) — braço da Organização Mundial (OMS) nas Américas —, a variante Delta já é predominante em todo o mundo e representa quase 90% das amostras sequenciadas da COVID-19 no globo. "Em julho de 2021, observou-se uma predominância global da variante Delta em quase 90% das amostras em nível global", destacou o documento da OPAS sobre a evolução da cepa em um ano da sua descoberta.

7. Onde está o foco da variante Delta no Brasil?

No Brasil, a predominância ainda é da variante Gama (P.1), descoberta pela primeira vez em Manaus, no Amazonas. No entanto, a Delta já se espalha por todo o Brasil e, por conta da baixa vigilância genômica, é difícil rastrear a sua disseminação. Oficialmente, eram apenas 570 casos da variante Delta no país até o dia 11 de agosto, segundo o Ministério da Saúde.

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No entanto, o epicentro da nova variante parece ser o Rio de Janeiro. De acordo com o secretário de Saúde do Rio, Daniel Soranz, a variante foi identificada em 56,6% das amostras colhidas na capital no último mês. No domingo (15), o secretário afirmou, em entrevista para a GloboNews, que as internações aumentaram em 10% na cidade, e que a variante Delta "tem contaminado famílias inteiras no Rio".

8. E as vacinas?

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Como a variante Delta pode passar mais despercebida em alguns pacientes, isso favorece o aumento do número de contágios e, consequentemente, a vacinação contra a COVID-19 se torna ainda mais importante, já que esta evita a maior parte dos agravamentos da doença. Para o CDC dos EUA, a maior disseminação de casos graves da doença ocorre, hoje, em locais com baixas taxas de vacinação do país.

"As variantes anteriores geralmente produziam menos vírus no corpo de pessoas totalmente vacinadas do que em pessoas não vacinadas. Por outro lado, a variante Delta parece produzir a mesma quantidade alta de vírus em pessoas não vacinadas e totalmente vacinadas", afirma o CDC. Dessa forma, tanto quem se vacinou quanto quem ainda aguarda sua vez são potenciais transmissores. No entanto, a agência sugere que as "pessoas totalmente vacinadas ficarão infecciosas por menos tempo do que pessoas não vacinadas" e têm menos chances de serem hospitalizadas.

9. Vacinas usadas no Brasil funcionam contra a nova variante?

Atualmente, o Brasil adota quatro imunizantes para vacinar a população: a Covishield (Oxford/AstraZeneca/Fiocruz); a CoronaVac (Sinovac/Butantan); a Comirnaty (Pfizer/BioNTech); e a da Janssen (Johnson & Johnson). De acordo com a pneumologista e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz, Margareth Dalcomo, todos estes imunizantes protegem contra as variantes atuais do coronavírus.

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Em entrevista para a CNN, Dalcomo afirmou: “Todas as vacinas protegem contra todas as variantes. O quanto elas protegem será determinado quanto mais formos estudando e fazendo vigilância genômica”. No entanto, o que pode ocorrer é a redução da capacidade protetora de cada um destes imunizantes.

Por exemplo, um preprint — estudo não revisado por pares — observou que a fórmula da Pfizer teve uma eficácia de apenas 42% contra casos sintomáticos da COVID-19 em julho nos EUA. Nos estudos clínicos, esta taxa chegou aos 95%.

10. Crianças correm mais risco de infecção?

Nos EUA, a estimativa é que 80% dos novos casos da COVID-19 sejam causados pela variante. Neste cenário, o número de crianças infectadas cresce em todo o país. Em paralelo, apenas quem tem 12 anos ou mais pode se imunizar, ou seja, este é o grupo mais exposto. De acordo com o jornal The New York Times, médicos da linha de frente observam que mais crianças estão gravemente doentes do que em qualquer outro período da pandemia e que a variante Delta, altamente contagiosa, é provavelmente a culpada.

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“Todos estão um pouco nervosos com a possibilidade de que a variante Delta possa de fato ser, de alguma forma, mais perigosa em crianças”, explicou o médico Richard Malley, especialista em doenças infecciosas pediátricas do Hospital Infantil de Boston. No entanto, não há, até o momento, evidências suficientes para confirmar que a variante Delta é mais perigosa para as crianças do que as outras variantes.

Fonte: Com informações: Agência Brasil, CNNG1 e BBC