9 atitudes questionáveis de Elon Musk como dono do Twitter
Por Igor Almenara • Editado por Douglas Ciriaco |
Em outubro de 2022, Elon Musk assumiu de vez o posto de dono do Twitter: o bilionário demitiu boa parte da equipe antiga, incluindo executivos do alto escalão, e passou a controlar a plataforma de forma centralizadora, divulgando algumas novidades usando o próprio perfil em vez de fazer isso por meio de um departamento de comunicação ou assessoria de imprensa.
Todas as mudanças polêmicas de Elon Musk no Twitter
O bilionário Elon Musk não é mais o CEO do Twitter desde junho de 2023, mas sua passagem pela rede social gerou caos na rede social em várias frentes. Abaixo, veja todas as decisões (no mínimo) questionáveis do executivo que interferiram na dinâmica da rede social.
9. Novo selo de verificado do Twitter Blue
Quando Elon Musk chegou ao comando do Twitter, uma de suas primeiras ações foi dar fim ao padrão de verificação antigo e acabar com o que ele chamou de "verdadeiros corruptos" da plataforma. Como? Desde então, qualquer pessoa pode ter o selinho azul, mas só se pagar o Twitter Blue.
A mudança foi aplicada às pressas e é óbvio que gerou caos: a rede foi inundada de perfis fakes se passando por marcas, pessoas públicas e empresas, agora "autenticadas" com o selo azul. A alteração repentina fez muita gente ser pega de surpresa e até interferiu no mercado de ações de algumas companhias que tiveram seus perfis clonados.
A bagunça foi tanta que o Twitter precisou suspender novas assinaturas para criar um modelo menos problemático. Daí, nasceram os selos de verificado coloridos para distinguir assinantes comuns de marcas, empresas e governos.
Levou alguns meses até o Twitter Blue com selo de verificado estrear no Brasil, e o preço do serviço é bem alto por aqui. Você pode se estampar o blue check na sua conta pela bagatela de R$ 42 mensais (ou R$ 60, se assinado pelo celular).
Foram poucos os verificados "originais" que toparam pagar o Twitter Blue e o dono da rede social até resolveu bancar a assinatura por alguns deles. Algumas celebridades ficaram revoltadas por ter o selo de verificado novo mesmo sem pagar e, por conta disso, foi implementada uma forma de ocultar o tique azul.
8. Selo de verificado muito caro para empresas
Em março, o Twitter começou a convidar empresas a contratarem o Verified for Organizations, uma versão do Twitter Blue para corporações. A assinatura do serviço garante o selo dourado para o perfil oficial da companhia ou governo, de funcionários e contas associadas — contudo, o pacote é bem caro.
A negociação é feita diretamente com o Twitter e varia conforme o tamanho da empresa. No começo, especulava-se que o Passarinho Azul cobraria US$ 1 mil mensais pelo selo dourado e mais US$ 1 mil para cada perfil associado.
O preço proibitivo fez com que marcas abrissem mão do selo de verificado, enquanto outras recorreram à gambiarra de assinar o Twitter Blue e manter o tique azul.
7. Tuítes enormes
O Twitter sempre foi conhecido como lugar para compartilhamento de pensamentos rápidos e, no máximo, histórias em threads — Elon Musk também mudou isso: ao assinar o Twitter Blue, usuários ganham a capacidade de publicar textos de até 10 mil caracteres.
6. Sem papo com a imprensa
Desde março, todo e-mail enviado ao endereço oficial do Twitter é respondido de forma automática com um emoji de cocô (💩). Agora, sempre que alguma coisa muda na plataforma ou ela sofre com alguma instabilidade, não há como tirar dúvidas além de tentar contato por comentários nos perfis oficiais da empresa ou no Twitter de Elon Musk.
5. APIs caríssimas
Se o custo do selo para empresas é altíssimo, o preço de acesso às APIs do Twitter é ainda maior. Em fevereiro de 2023, a empresa anunciou novos níveis de permissões de acesso ao código da rede social cujos preços vão de gratuito (com chamadas limitadas) para US$ 42 mil (sem restrições).
A mudança gera impacto negativo em várias frentes: aplicativos alternativos do Twitter agora não podem se manter sem cobrar os usuários, por exemplo. Além disso, pesquisadores que usavam o Twitter para coletar dados para fins de pesquisas, medição de temperatura de debates na rede e por aí vai também tiveram suas fontes de informações podadas.
4. Sem links para a concorrência
Em dezembro de 2022, Elon Musk proibiu o compartilhamento de links para outras redes sociais no Twitter. A mudança foi anunciada pela plataforma com direito a página oficial de suporte e tudo, mas não durou nem mesmo 24 horas após a revelação.
Não se sabe ao certo o motivo da proibição, mas é possível que o bilionário veja a prática como uma forma de causar a evasão de usuários para outros aplicativos.
3. Limite de visualização de tuítes
Em julho de 2023, mesmo fora do comando do Twitter há quase um mês, Musk anunciou que a plataforma passaria a limitar a quantidade de tuítes que você pode ver por dia. Inicialmente, a mudança restringiu o público não assinante a 600 tuítes por dia, enquanto pagantes poderiam ver até 6 mil posts. Depois, tais limites foram estendidos para 800 e 8 mil, respectivamente.
2. Esteja no Twitter para ver o Twitter
Para ver os tuítes de alguém, você precisa estar logado no Twitter. A medida foi implementada no final de junho e limitou significativamente o potencial de descoberta de conteúdo da plataforma a partir de novos usuários, especialmente se chegam a partir de links indexados em buscadores.
Segundo o site Search Engine Land, especializado em motores de busca, os links do Twitter no Google caíram de 470 milhões para 200 milhões do fim de junho para o início de julho de 2023, o que dá um panorama do problema.
1. Dogecoin do Twitter
A história de Elon Musk com o meme "doge" é nebulosa e o bilionário é acusado num processo criminal nos Estados Unidos de abusar da própria influência para manipular o valor da criptomoeda. Em abril de 2023, o então CEO alterou a logo do Twitter na versão web da rede pelo ícone da dogecoin.