Review Samsung Galaxy A52 | Intermediário competente e uma boa opção para jogos
Por Diego Sousa • Editado por Wallace Moté | •
A Samsung parece ter entendido que a linha Galaxy A é uma das mais populares do seu portfólio de celulares e apostou alto na geração de 2021. O Samsung Galaxy A72, por exemplo, já analisado aqui no Canaltech, trouxe um conjunto bastante competente e recursos exportados de smartphones topo de linha da empresa.
- Review Samsung Galaxy A72 | Celular intermediário com os pés no topo de linha
- Review Lenovo IdeaPad L340 | Laptop gamer humilde pronto para os games populares
- Review Redmi Note 10 | Pode ser o melhor celular custo-benefício de 2021
No entanto, quem mais se destacou entre os lançamentos deste ano foi o Samsung Galaxy A52. Pela primeira vez na família intermediária, o aparelho está praticamente idêntico ao modelo com tela maior, trazendo os mesmos destaques em uma roupagem mais compacta.
Mas, afinal, para que tipo de usuário o Galaxy A52 faz sentido? As poucas diferenças e o preço mais em conta fazem dele uma melhor opção, ou o Galaxy A72 continua sendo o melhor aparelho da família? Tive a oportunidade de experimentar o smartphone intermediário por alguns dias e conto nos próximos parágrafos a minha experiência com o aparelho da Samsung.
Prós
- Processador competente para a maioria dos jogos;
- Design renovado e construção resistente a água e poeira;
- Alto-falantes potentes e balanceados;
- Interface com ícones e animações amigáveis;
- Bateria de longa duração.
Contras
- Desempenho do vídeo em ambientes noturnos
- Selfies subexpostas em algumas situações
Construção e design
Assim como aconteceu com o Galaxy A72, o A52 se inspirou nos projetos das linhas Galaxy Note 20 e S21 na construção e no design. A tampa traseira recebeu um acabamento fosco/perolado, opção que a Samsung batizou de "Haze" ("Nebuloso", em tradução livre). O modelo que recebemos para testes possui a cor violeta, que traz uma aparência que foge do padrão e agrada pela simpatia.
O módulo de câmeras, por sua vez, abandona o formato de "peça de dominó" do A51 e aposta em uma peça consideravelmente maior e que se une ao corpo do aparelho, dando a impressão de que se trata de um smartphone mais caro. Entretanto, não se engane: tanto a tampa traseira quanto a moldura do celular são de plástico, e as opções de cores mais claras deixam isso ainda mais evidente.
Embora o Galaxy A52 seja predominantemente de plástico, ele é resistente a submersão em água doce (até um metro de profundidade) por até 30 minutos (certificação IP67), uma característica muito bem-vinda no segmento intermediário. Essa geração, inclusive, marca o retorno da proteção contra líquidos à linha Galaxy A após três anos de ausência — particularmente, o recurso nunca deveria ter saído, mas espero que continue por muitos anos.
Mesmo com um corpo tão robusto quanto o do Galaxy A72, o Galaxy A52 consegue ser 14 gramas mais leve que o irmão, muito disso graças à tela e a bateria menores, o que o deixou mais seguro nas mãos.
- Peso: 189 gramas
- Dimensões: 75.1 x 159.9 x 8.4 mm
Conexões e slots
Na parte superior, o Galaxy A52 conta apenas com uma gaveta híbrida, servindo para dois chips de operadora ou um chip e um cartão de memória, além de um microfone para cancelamento de ruído. Na lateral inferior, há um conector USB-C 2.0 para carregamento e transferência de dados, uma porta de 3,5 mm para fones de ouvido e um dos alto-falantes, já que há som estéreo.
Felizmente, o smartphone também traz NFC (Near Field Communication), tecnologia de aproximação que habilita pagamentos através de plataformas como o Samsung Pay; Bluetooth 5.0 e suporte a Rádio FM, que muitos não se importam, mas têm seu público. Entretanto, o recurso só funciona com os fones de ouvido conectados na porta de 3,5 mm (P2), que não vêm inclusos na caixa.
O Galaxy A52 que recebemos para testes possui apenas conexão 4G (LTE), mas também há uma versão à venda no Brasil compatível com a nova tecnologia de rede móvel. Ainda assim, vale mencionar a presença do Wi-Fi 802.11 a/b/g/n/ac, que habilita as frequências de 2,4 GHz e 5 GHz — na prática, isso significa que o smartphone consegue se manter conectado a roteadores sem oscilações de velocidade.
Tela
Quando o assunto é tela, o Galaxy A52 possui o mesmo painel Super AMOLED com taxa de atualização de 90 Hz e resolução Full HD+ (2.400 por 1.080 pixels) do Galaxy A72. Os elogios feitos ao modelo mais caro se mantêm por aqui, com ótima definição, cores bastante vivas e contrastes profundos. O display mais rápido também é outro destaque, oferecendo animações e rolagens mais fluidas.
Outra semelhança entre os dois celulares está no leitor de digitais sob a tela: o posicionamento do sensor não é muito bom, pois é preciso encaixar o dedão abaixo do ideal. Além disso, por ser um componente mais simples do que o sensor ultrassônico dos modelos mais caros, a precisão não é um dos destaques, embora não tenha sido um grande problema durante os testes.
Praticamente, o único detalhe que difere o Galaxy A52 do A72 é o tamanho da tela: o primeiro traz 6,5 polegadas, enquanto o segundo, 6,7 polegadas. A diferença pode ser ínfima em números, mas, segurando os dois na mão, senti que o aparelho menor tem uma pegada mais firme.
O smartphone traz um furo na parte superior central da tela para uma câmera frontal. O recorte está ligeiramente menor em relação à geração passada, e possui um aro prateado semelhante ao presente nos Galaxy A72 e S20 FE, deixando o aparelho com uma aparência mais bonita.
Configuração e desempenho
Internamente, o Galaxy A52 que recebemos para testes traz as mesmas especificações do A72 — e isso é um ponto bastante positivo. Ele é equipado com o chip Snapdragon 720G da Qualcomm, que traz um processador de oito núcleos rodando a até 2,3 GHz. Ele trabalha com 6 GB de memória RAM e 128 GB de armazenamento interno, com suporte para expansão via cartão de memória.
Como era de se esperar de um bom smartphone intermediário de 2021, não houve nada disponível na Play Store que o Galaxy A52 não conseguiu rodar com bastante fluidez; apps de redes sociais não apresentaram problemas ou lentidões na abertura, revelando capacidade de multitarefas competente; já jogos bastante pesados como, Dead By Daylight, Asphalt 9 e PUBG: Mobile rodaram com muita fluidez ,mesmo com gráficos no máximo.
Android 11 sob a interface One UI 3.1
O Galaxy A52 foi lançado já com o sistema operacional Android 11 rodando a interface One UI 3.1. A skin personalizada da Samsung é uma das mais bonitas e otimizadas atualmente, oferecendo ícones e animações amigáveis, sem contar com transições sem travamentos. Uma série de recursos exportados dos smartphones mais caros da empresa estão presentes, como Tela Edge, tela dividida e Always-on Display.
Além disso, o Galaxy A52 também faz parte da lista de smartphones da Samsung que receberão até três versões do Android e quatro anos de atualizações de segurança. Ou seja, por enquanto o aparelho está garantido até o futuro Android 14, o que é um ponto extremamente positivo a longo prazo — a maioria das fabricantes de celulares oferece apenas dois anos de Android.
Câmera
O Galaxy A52 possui praticamente o mesmo conjunto quádruplo do A72: a câmera principal tem 64 MP e abertura de f/1.8; a segunda é uma ultra grande-angular de 12 MP (f/2.2); a terceira possui lente macro e 5 MP (f/2.4); e, por fim, há um sensor de profundidade, também de 5 MP — no A72, esse sensor é substituído por uma câmera telefoto.
Câmera principal
O Galaxy A52 mantém os principais elogios do A72, já que estamos falando da mesma câmera principal de 64 MP e do mesmo processador Snapdragon 720G. Em ambientes ensolarados e com boa iluminação, as imagens apresentam ótima definição e alcance dinâmico (HDR) competente, características já conhecidas dos smartphones da Samsung.
As cores vivas também se destacam e o pós-processamento da Samsung, que adiciona mais saturação e contraste às imagens, faz com que as fotos saltem aos olhos. No geral, trata-se de uma câmera consistente, capaz de agradar aos usuários que gostam de sacar o celular do bolso, apontar para algo e fazer uma foto pronta para ser publicada nas redes sociais.
Em algumas situações, principalmente em ambientes internos e noturnos, percebi que o foco automático perdia-se, algo que não aconteceu com o A72. Entretanto, parece ser algo que se resolve por meio de uma atualização de software.
Caso você tenha certo conhecimento em fotografia e não curta as alterações por software que a Samsung faz nas fotos, saiba que o smartphone conta com o Modo Pro, que permite mudar manualmente ISO, foco, balanço de branco e tempo de exposição.
Por não contar com uma câmera dedicada para zoom óptico, o software do smartphone faz uma aproximação automática de até 10x no sensor de 64 MP para simular uma lente telefoto — no entanto, a qualidade é aceitável somente até 4x.
Ultra grande-angular
A lente ultra grande-angular de 123º também não faz feio, oferecendo boa reprodução de cores, alcance dinâmico interessante e poucas distorções nos cantos das imagens. O ponto negativo do sensor de ângulo mais aberto vai para os ambientes noturnos, onde há muita perda de detalhes e ruídos excessivos.
Câmera macro
A câmera macro de 5 MP do Galaxy A52 é bastante superior a de outros modelos vendidos por aqui, que possuem apenas 2 MP. Apesar de simples, o sensor entrega uma reprodução de cores bem aceitável, e a definição do objeto principal é decente, mas apenas em cenários com boa iluminação.
Modo Retrato
Diferente do A72, o Galaxy A52 não possui uma câmera com lente telefoto; em vez disso, há um sensor de 5 MP para auxiliar na profundidade de campo. Apesar da troca das peças, o Modo Retrato de ambos é praticamente idêntico, muito disso graças ao software que consegue isolar muito bem o fundo, não deixando o objeto principal com contornos borrados.
A ferramenta ainda permite alterar a intensidade do desfoque de fundo após o clique, além de personalizar o formato do recorte.
Câmera frontal
A câmera frontal do A52 tem 32 MP e a qualidade é muito boa em ambientes bem iluminados. No entanto, em alguns momentos foi possível observar uma subexposição, tanto na ação automática quanto ao clicar na tela para posicionar o foco.
Vídeos
Por fim, o Galaxy A52 pode gravar vídeos em até 4K a 30 quadros por segundo (fps), Full HD a 60 e 30 fps, e HD a apenas 30 fps. A câmera principal oferece a tecnologia OIS (Estabilização óptica de imagem), que impede aquelas famosas tremedeiras durante os registros, mas a ferramenta é acionada somente no modo em Full HD a 30 fps.
Em relação à qualidade, as mesmas críticas feitas ao A72 se mantêm no modelo mais barato: quando a noite cai, os ruídos e a falta de detalhes surgem com bastante força. No entanto, em ambientes com boa iluminação, o resultado é excelente, com ótima reprodução de cores, bom alcance dinâmico e definição.
Áudio
O Galaxy A52 possui o mesmo sistema sonoro do A72, o que é excelente. São dois alto-falantes, sendo um presente na lateral inferior do aparelho, e outro logo acima da câmera frontal. Os elogios feitos no modelo mais caro são repetidos por aqui: o volume é bastante alto; médios e agudos são muito bem definidos, e os detalhes de instrumentos são claros.
Devido ao sistema estéreo, o smartphone faz um ótimo direcionamento das informações sonoras em jogos e músicas mais agitadas, principalmente os vocais. Há uma falta de graves perceptível em canções de pop, mas geralmente os resultados são bastante positivos. Assim como o A72, o Galaxy A52 traz uma definição de áudio surpreendente, o que não é muito comum entre smartphones intermediários.
Bateria e carregamento
Em relação à bateria, o Galaxy A52 é equipado com um tanque de 4.500 mAh, 500 mAh a mais que a geração passada. Assim como aconteceu no A72, o aumento na capacidade segue as melhorias na tela e no processamento, portanto, não deve haver muita diferença na autonomia.
Ainda assim, o novo intermediário não fez feio durante os testes: reproduzindo um dia normal de uso, com uma hora de navegação em redes sociais, jogos por 30 minutos e duas horas de streaming na Twitch, tudo conectado ao Wi-Fi e no modo de tela 90 Hz, o smartphone passou de 100% para cerca de 67%, praticamente o mesmo desempenho do A72. Já no modo de tela em 60 Hz, a autonomia foi ainda melhor, chegando aos 72%.
De forma mais ampla, pode-se pontuar que o Galaxy A52 consegue aguentar dois dias de uso tranquilamente, mesmo no modo de tela em 90 Hz, que geralmente consome mais energia. A melhor autonomia de bateria do aparelho é resultado tanto da boa otimização do software da Samsung quanto da substituição do processador Exynos, que equipava a geração passada.
No carregamento, o Galaxy A52 é compatível com recarga de 25 W, mas a Samsung envia um adaptador de 15 W na caixa. É curiosa essa decisão da empresa de incluir um acessório "menos potente" no modelo teoricamente mais barato, já que o Galaxy A72 também suporta carregamento de 25 W e possui um alimentador da mesma velocidade — parece mais uma jogada para dar uma leve vantagem ao aparelho mais caro.
Embora o smartphone não possua o carregador mais rápido do mercado, a velocidade é até aceitável, considerando a categoria intermediária — de 10% a 100%, levou-se pouco mais de 1h30.
Concorrentes diretos
Devido às suas semelhanças com o Galaxy A72, o Galaxy A52 possui praticamente os mesmos concorrentes do irmão maior: Redmi Note 10 Pro, Realme 7 Pro, Poco X3 NFC, Motorola Moto G60 e Moto G9 Plus. Além disso, vale mencionar o Galaxy M51, da própria Samsung, lançado em 2020.
O sucessor do Galaxy A51 se sai melhor em muitas características quando comparado com os aparelhos mostrados acima, principalmente no departamento fotográfico, na tela Super AMOLED mais fluida e na construção resistente a água e poeira. Particularmente, o visual do novo dispositivo também é mais original, mesmo que ele tenha sido inspirado em outros celulares da Samsung.
Basicamente, o único ponto onde o Galaxy A52 não se destaca em relação aos seus concorrentes é na bateria, mas, como mencionado acima, a boa otimização do sistema e o processador mais econômico fazem do intermediário da Samsung um aparelho bastante equilibrado.
Conclusão
O Galaxy A52 é um ótimo concorrente a melhor smartphone abaixo de R$ 2.000 à venda no Brasil. O aparelho traz praticamente o mesmo conjunto do Galaxy A72, mas em um corpo mais compacto e agradável nas mãos. O chassi resistente à água e o design inspirado nos novos Galaxy S21 são destaques, assim como a tela de 6,5 polegadas com resolução Full HD e 90 Hz de taxa de atualização.
Internamente, a troca do chip Exynos pelo Snapdragon resultou em muitas melhorias, tanto em potência nos jogos quanto nas câmeras. A bateria também se beneficiou, já que o processador de 8 nm manteve o funcionamento de vários aplicativos e jogos pesados sem perder fôlego com muita frequência.
Talvez o principal modelo capaz de desbancar o Galaxy A52 na faixa dos R$ 2.000 seja o Galaxy M51, também da Samsung. Embora ele não seja tão atual em termos de construção, tela e câmeras, o processador Snapdragon 730G, aliado à incrível bateria de 7.000 mAh, pode ser um diferencial do modelo lançado em 2020, especialmente para quem procura excelente autonomia de bateria.
E aí, o que você achou do Galaxy A52? Conte-nos sua opinião abaixo, no campo dos comentários!