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EUA apertam restrições a Huawei para acessar tecnologias de fabricação de chips

Por| 17 de Agosto de 2020 às 14h00

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O governo dos Estados Unidos anunciou nesta segunda-feira (17) que restringirá ainda mais o acesso da Huawei a suas tecnologias de chips disponíveis comercialmente. As novas ações, com efeito imediato, devem impedir as tentativas da Huawei de contornar os controles de exportação dos EUA.

As ações do Departamento de Comércio do norte-americano ampliarão as restrições anunciadas em maio deste ano, com o objetivo de impedir que a fabricante chinesa obtenha semicondutores sem uma licença especial - e isso inclui chips feitos por empresas estrangeiras, mas que foram desenvolvidos ou produzidos com software ou qualquer outra tecnologia criada nos EUA.

Em entrevista ao canal Fox Business, o secretário de Comércio, Wilbur Ross, afirmou que as restrições aos chips projetados pela Huawei impostas em maio levou a empresa chinesa a tomar algumas medidas evasivas. "Eles estavam [conseguindo acesso aos chips] se passando por terceiros”, disse Ross. “A nova regra deixa claro que qualquer uso de software americano ou equipamento de fabricação americano é proibido e requer uma licença.”

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Fontes próximas ao tema informaram à agência de notícias Reuters que a administração Trump também adicionará 38 afiliadas da Huawei em 21 países à lista suja econômica do governo dos Estados Unidos. Com isso, já são 152 afiliadas desde que a gigante chinesa foi adicionada pela primeira vez em maio de 2019.

Por sua vez, o secretário de Estado Mike Pompeo declarou que a mudança na regra "impedirá a Huawei de burlar a lei dos EUA por meio da produção de chips alternativos e do fornecimento de chips prontos para uso". Ele acrescentou em um comunicado que “a Huawei tem tentado continuamente escapar” das restrições americanas impostas em maio.

Isso “deixa claro que estamos cobrindo brechas geradas pelo fato de que a Huawei pode estar tentando comprar de chips de uma empresa de design terceirizada”, disse um funcionário do Departamento de Comércio a Reuters.

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Céus turbulentos

Com as relações EUA-China em seu pior momento em décadas, Donald Trump está pressionando os governos ao redor do mundo para banirem a Huawei, especialmente de suas infraestruturas 5G. O argumento principal é de que a empresa estaria entregando dados da população ao governo chinês. A Huawei nega a prática e o governo dos EUA, tampouco, apresentou qualquer prova contundente em relação à acusação.

Além do aumento das restrições, uma nova regra imposta separadamente pelo governo dos EUA exige que as empresas presentes em sua lista suja obtenham uma licença quando uma empresa como a Huawei atua "como compradora, consignatária intermediária, consignatária final ou usuário final".

O Departamento de Comércio também confirmou que não irá estender uma licença geral temporária que expirou na última sexta-feira (14) para usuários de dispositivos Huawei e provedores de telecomunicações. As partes agora devem enviar pedidos de licença para transações previamente autorizadas.

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O mesmo órgão do governo norte-americano está adotando uma autorização permanente, limitada às entidades que usam equipamentos da Huawei, "para permitir pesquisas de segurança contínuas críticas para manter a integridade e confiabilidade das redes e equipamentos existentes”.

As restrições existentes nos EUA já tiveram um forte impacto sobre a Huawei e seus fornecedores. As de maio não entrarão em vigor integralmente até 14 de setembro. No último dia 8 de agosto, o site chinês especializado em economia Caixin informou que a Huawei vai parar de fabricar seus chipsets Kirin já em setembro, devido à pressão dos EUA sobre os fornecedores de tecnologias que compões os SoCs da marca.

A HiSilicon, divisão da Huawei responsável pelo desenvolvimento de chipsets, confiou no software de empresas americanas, como Cadence Design Systems e Synopsys para projetar seus processadores e terceirizou a produção para a taiwanesa TSMC. No entanto, essa última usa equipamentos de empresas americanas, o que a inclui nas restrições norte-americanas.

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A TSMC disse que não enviará wafers( componente que serve como base para a fabricação de processadores) para a Huawei após 15 de setembro. Já a Huawei não comentou as novas regras do governo de Donald Trump.

Retaliação

Em maio último, diante do endurecimento das medidas restritivas do governo Trump, a China respondeu na mesma moeda. O governo do país asiático deve incluir empresas norte-americanas em uma lista de "entidades não-confiáveis". E isso incluirá companhias do porte da Apple, Qualcomm, Cisco e até a Boeing.

Empresas incluídas nessa lista estão sujeitas a investigações por parte de autoridades, bem como a imposição de restrições. Elas serão submetidas às leis e regulamentos chineses, seguindo as "Medidas de Revisão de Cibersegurança e Lei Antimonopólio" do país asiático.

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Para completar, as empresas citadas no parágrafo acima são altamente dependentes do mercado chinês - ou de seus pólos de fabricação - e a entrada na relação atrapalharia muito suas operações. E no caso da Boeing, a medida doerá no bolso: isso porque as companhias aéreas chinesas terão de interromper a compra de aviões da fabricante norte-americana. Já no caso da Apple, o faturamento gerado pela China representou 14,8% da sua receita total.

Para entender o caso em detalhes, clique no link abaixo:

Fonte: Reuters